'Existe no país um projeto ecocida', diz Araquém Alcântara

Geral
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O fotógrafo Araquém Alcântara já foi quase uma centena de vezes à Amazônia e perdeu as contas de quantas outras esteve no Pantanal. São 50 anos de carreira, boa parte dedicada a mostrar a paisagem brasileira. Nos dois últimos anos, registrou duas tragédias ambientais nesses biomas.

Em 2019, ele sobrevoou a Floresta Amazônica em chamas, com mais de 15 mil focos de incêndio, e ficou chocado, também, com a invasão das mineradoras nos rios da região. "Mais uns anos assim e não vai ter mais nada", avaliou. No ano passado, entre agosto e setembro, Araquém fotografou o Pantanal, a maior planície alagada do mundo. A paisagem lhe lembrou a terra seca, rachada, do sertão nordestino, com centenas de animais mortos e outros desesperados à procura de alimento. "Os riachos totalmente secos. Os bichos desorientados me impressionaram. Deu para perceber a gravidade da aridez. Elas chafurdavam no resto de lama."

A preocupação de Araquém agora é que tudo se repita em 2021 e se tornem rotina as queimadas por causa da ausência do poder público. "Passamos de março, já era para deputados da região estarem criando brigadas de proteção permanente, alertando para o início da seca, mas não se vê nada. A única atitude tem vindo de ONGs, moradores, fazendeiros e donos de pousadas."

Em suas redes sociais, Araquém divulgou as imagens que fez nesses 21 dias. Mas na comemoração de seus 50 anos de carreira, completados em 2020, optou por lançar livros que mostrassem também as belezas da natureza do Brasil, como uma advertência sobre a importância de preservar. Em dezembro, ele lançou um livro sobre a Serra do Amolar, no Pantanal, e criou o projeto Pindorama. Em outubro deve sair o livro sobre os 50 anos de carreira, com imagens do trabalhos e fotos inéditas.

Por que decidiu lançar um livro sobre as belezas do Pantanal logo após sua maior tragédia?

Saiu muita coisa sobre as queimadas do Pantanal no ano passado. Eu já estava fazendo o livro sobre os meus 50 anos de fotografia, pela editora Vento Leste, que trata sobre os dois lados, a beleza e o fogo, o verso e o reverso. O do Pantanal é da minha editora, Terra Brasil. E agora vai sair um projeto digital, "on demand", chamado Pindorama, com imagens como se fosse o Brasil antes de Cabral. É um canto de amor ao País. Tenho sempre a beleza como fator fundamental porque a fotografia é uma serva da beleza, como diria Carlos Drummond de Andrade.

Você já tinha finalizado o livro quando aconteceu o incêndio?

Estava editando quando 28% do Pantanal foi embora. A área que foi queimada em 2020, segundo pesquisadores, supera em dez vezes a área de vegetação perdida em 18 anos. Em 2020, queimou 23 mil km².

Acredita que em 2021 pode haver nova tragédia na região?

Estamos no pico de seca e tudo pode acontecer de novo. Precisa de pelo menos cinco anos sem queimadas para recuperação do bioma perdido.

No seu livro você conta que há uma espécie fotografada que ainda nem havia sido registrada pelos biólogos.

As florestas são um grande laboratório de conhecimento. Tenho acompanhado a velocidade de desertificação nos últimos 50 anos. Estamos em um ponto crucial de mutação da floresta. Hoje ultrapassa 20% o perigo de, juntamente com as mudanças climáticas, vir a savanização.

O que acha que pode se feito para mudar esse cenário?

Só a opinião pública mundial e a abertura de estudos científicos nas florestas podem salvar do desmonte total. Quiseram acabar com áreas de manguezais, liberar garimpo. Existe um projeto ecocida no País. É um crime de lesa-humanidade.

Quais as soluções para evitar incêndios dessa proporção?

Há muito se fala em ter brigadas de incêndio permanente, conscientizar os moradores, realizar exercícios de combate ao fogo. Essa atitude precisa da intervenção e gerência do Estado, do poder público. E vai ter de ter uma movimentação da sociedade organizada.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em outra categoria

Maike deixou o BBB 25 poucos dias após iniciar o romance com Renata. Mesmo com a distância, a bailarina não descarta um futuro relacionamento ao fim do programa. Neste sábado, 19, ela refletiu sobre a possibilidade em conversa com Guilherme.

"Acho que lá fora a vida é diferente, então têm outras coisas para conhecer, minhas e dele. Então acho que vai ter que existir esse momento de, lá fora, a gente se permitir outras coisas, ter uma nova conversa", pontuou Renata.

A bailarina disse que precisa conhecer o "currículo" do pretendente fora da casa. Contudo, acredita que a convivência ao longo do confinamento pode ajudar em alguns quesitos, já que eles se viram em diversas situações.

"Mas eu não deixei de viver nada aqui dentro. E não tem mais muito o que eu mostrar, ele já me viu com geleca na cabeça, com pipoca, pó na cara, caindo no molho de tomate, ele já me viu de todos os jeitos", refletiu aos risos.

Maike foi eliminado no 15º Paredão com 49,12% dos votos, no último dia 10. Na ocasião, ele disputou a berlinda com Vinicius, que teve 48,02%, e Renata, 2,86%.

Lady Gaga enfrentou problemas técnicos no início do show que fez nesta sexta-feira, 18, no Coachella. O microfone da cantora apresentou falhas durante Abracadabra, segunda música do repertório, cortando a voz da artista.

Sem interromper a apresentação, Gaga trocou discretamente o microfone de cabeça por um modelo de mão e manteve a coreografia. Depois de alguns minutos, ela voltou ao palco com um novo microfone que funcionou corretamente até o fim da performance.

Momentos depois, ao piano, a artista se desculpou com o público pelo problema técnico. "Meu microfone parou de funcionar por um segundo. Pelo menos vocês sabem que eu canto ao vivo", disse.

A artista completou afirmando que estava fazendo o possível para compensar a falha: "Acho que a única coisa que podemos fazer é dar nosso melhor, e com certeza, eu estou dando meu melhor para vocês hoje".

Lady Gaga no Brasil

Lady Gaga está preste a vir ao Brasil. O palco para o seu show em Copacabana, no dia 3 de maio, está sendo erguidona areia da praia desde o último dia 7, e envolve uma megaoperação com cerca de 4 mil pessoas na equipe de produção nacional - sem contar o efetivo de órgãos públicos que também atuam no evento, como segurança, transporte e saúde.

O palco principal terá 1.260 metros quadrados e estará a 2,20 metros do chão, altura pensada para melhorar a visibilidade do público. A produção ainda contará com 10 telões de LED distribuídos pela praia e um painel de LED de última geração no centro do palco, prometendo uma experiência grandiosa para quem estiver presente e também para aqueles que assistirem de casa.

A estrutura do evento está sob responsabilidade da Bonus Track, mesma produtora que assinou o histórico The Celebration Tour de Madonna no ano passado, também em Copacabana. Para efeito de comparação, o palco da Rainha do Pop tinha 24 metros de largura e 18 metros de altura, com três passarelas e um elevador. A expectativa é que o show de Gaga supere esses números em impacto visual e tecnológico.

A apresentação está prevista para começar às 21h, com duração de 2h30. O show será gratuito, aberto ao público e terá transmissão ao vivo na TV Globo, Multishow e Globoplay.

A banda britânica The Who anunciou neste sábado, 19, que o baterista Zak Starkey está de volta ao grupo. A decisão vem após a saída repentina do músico, que havia sido desligado após um desentendimento com o vocalista Roger Daltrey durante uma apresentação no Royal Albert Hall, em Londres.

O comunicado, assinado pelo guitarrista e cofundador do grupo Pete Townshend, esclarece que houve falhas de comunicação que precisaram ser resolvidas "de forma pessoal e privada por todas as partes", e que isso foi feito com sucesso. Segundo ele, houve um pedido para que Starkey ajustasse seu estilo de bateria para o formato atual da banda, sem orquestra, e o baterista concordou.

O episódio que gerou tensão aconteceu durante o show beneficente Teenage Cancer Trust, no qual o vocalista Roger Daltrey, organizador do evento, interrompeu a última música da apresentação, The Song Is Over, para criticar a bateria de Starkey. "Para cantar essa música, preciso ouvir a tonalidade, e não consigo. Só tenho a bateria fazendo 'bum, bum, bum'. Não consigo cantar isso. Desculpem, pessoal", disse ao público.

Na nova mensagem, Townshend também assumiu parte da responsabilidade pela situação. Ele explicou que estava se recuperando de uma cirurgia no joelho e que talvez não tenha se preparado o suficiente para o evento. "Achei que quatro semanas e meia seriam suficientes para me recuperar totalmente… Errado", escreveu.

O músico admitiu ainda que a banda pode ter dedicado pouco tempo às passagens de som, o que gerou problemas no palco. Ele reforçou que o centro do palco é uma das áreas com som mais difícil de controlar e que Daltrey apenas tentou ajustar seu retorno de áudio. Zak, segundo ele, cometeu alguns erros e se desculpou.

Townshend descreveu o ocorrido como um "mal-entendido" e disse que tudo ganhou uma proporção maior do que deveria. "Isso explodiu muito rápido e ganhou oxigênio demais", afirmou. Agora, segundo ele, a banda considera o episódio encerrado e segue adiante com energia renovada.

O texto também desmentiu boatos de que Scott Devours, baterista da turnê solo de Daltrey, substituiria Zak de forma permanente. Townshend disse que lamenta não ter desmentido esse rumor antes e se desculpou com Devours.

Zak Starkey integra o The Who desde 1996 e é filho de Ringo Starr, baterista dos Beatles. Ele já tocou com outras bandas, como Oasis e Johnny Marr & The Healers.