Puseram os parentes na fila da vacina

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Quando a mãe da pesquisadora Juliane Juski avisou no grupo de WhatsApp da família que não tomaria a vacina contra a covid-19, os filhos se assustaram. Marilda Juski, de 54 anos, sempre foi favorável à imunização, a ponto de insistir que o neto, filho de Juliane, tivesse a carteirinha de vacinação completa, mesmo com imunizantes não distribuídos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde.

Mas no dia em que a 1ª dose foi aplicada à faixa etária da moradora de Curitiba, Marilda desistiu. "Começamos a contra-argumentar para convencê-la", conta Juliane, de 32 anos. "Minha mãe é muito esclarecida, mas a desinformação acaba interferindo na vida das pessoas."

Com paciência e diálogo, a família conseguiu reverter a situação: ela tomou a primeira injeção em 15 de junho. Juliane e os parentes enviaram links de agências de checagem, desfazendo mentiras sobre as técnicas de produção das vacinas.

Para Juliane, pesou muito também a estratégia emocional. "Tive de gravar um vídeo chorando, falando da importância da vacinação. Nós pegamos covid em setembro, ela ficou bem debilitada", conta. O risco de não ver crescer a neto, de 2 anos, também assustou Marilda. "A maior angústia é pelas pessoas não acreditarem em algo que é para o bem delas, se influenciando por um aspecto político tão frágil de argumentos", diz.

O estudante de Filosofia Gladson Pinto, de 26 anos, levou três meses para convencer a avó, Antônia, de 76 anos. Analfabeta, a idosa não foi influenciada por fake news lidas em redes sociais, mas por vizinhos e amigos. "Ela não queria se vacinar de jeito nenhum. Ela ficou realmente com medo", lembra ele, de São Luís.

Ele desmentiu uma a uma as mentiras sobre os imunizantes - até a de que eles teriam chips - e também apelou para os argumentos emocionais. "Falei: 'Imagina se a senhora pega covid e morre?' Aqui estamos todos vacinados, só você não", afirma o jovem. No dia 1.º, afinal, Antônia tomou a 1ª dose.

Presente

Em 20 de janeiro, era o aniversário do jornalista João Victor Quartiero, que completou 25 anos. Ele pediu à avó, na casa dos 80 anos, que ela se imunizasse como presente. No princípio, ela não atendeu ao apelo. "Fomos respondendo as dúvidas que ela e nós tínhamos, explicamos a diferença entre variantes e ela se acalmou", diz ele, de Curitiba. Dois meses depois, dona Berlirdes Zabott ligou para o neto para contar a novidade. "Estou vacinada, dei seu presente de aniversário", disse. "Agora só falta ser convencida a não compartilhar o chimarrão", brinca João Victor.

Diálogo e escuta são fundamentais para lidar com resistência. De acordo com o psicólogo Flávio Voight, situações de vida e morte, como a pandemia, provocam ansiedade. Para ele, o primeiro ponto importante para dialogar com alguém resistente à vacina é acolher e ouvir sem julgamento.

"Precisamos lembrar que quem tenta convencer um familiar a se vacinar também está inserido em uma atmosfera de ansiedade. Ninguém fala de um ponto de vista tranquilo, já que estamos falando da vida das pessoas", explica ele.

Por isso, é necessário um esforço para realizar uma escuta com calma, que não seja contaminada pelo próprio nervosismo, explica.

Por outro lado, a ansiedade de quem escuta também pode ser usada na argumentação, observa o psicólogo. "É importante expor nossa vulnerabilidade, falar de um ponto de vista humano", acrescenta. "Não se pode duvidar da inteligência da outra pessoa. Nem sempre esclarecimento é sinônimo de racionalidade."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Registros de ligações do celular de Betsy Arakawa, esposa do ator Gene Hackman, indicam que ela estava viva um dia depois da data estimada de sua morte. A informação foi confirmada na última segunda-feira à NBC News pelo gabinete do xerife de Santa Fé, Novo México.

O histórico de ligações encontrado pelas autoridades locais no aparelho telefônico da pianista aponta que ela tentou pedir ajuda antes de morrer. A mulher fez três ligações para uma clínica médica particular chamada Cloudberry Health na manhã do dia 12 de fevereiro. No mesmo dia, à tarde, a clínica retornou a ligação, mas Betsy não atendeu.

Questionada sobre a linha do tempo do caso, uma porta-voz do gabinete do xerife de Santa Fé, Denise Womack Avila, disse que as autoridades não haviam determinado o dia e a hora da morte de Betsy, mas reconheceu que a informação divulgada era a de que suas últimas atividades haviam sido no dia 11 de fevereiro.

Conforme a equipe médica, os registros do celular da mulher ainda não estavam nas mãos dos investigadores quando uma entrevista coletiva informou a causa das mortes de Betsy e Gene Hackman.

No último dia 7 de março, as autoridades revelaram que Betsy morreu pelos efeitos do hantavírus, que causa uma doença respiratória e está associado a fezes de roedores, aos 65 anos. Já Hackman teria morrido uma semana depois, vítima de doença cardíaca. A médica-legista-chefe Heather Jarrel informou que a doença de Alzheimer foi um fator contribuinte para a morte do ator.

As mortes de Hackman e Arakawa foram consideradas como sendo de causas naturais, mas a polícia de Santa Fé ainda não concluiu a investigação, com o objetivo de fazer uma linha do tempo com informações obtidas dos celulares coletados na casa. "O caso é considerado aberto até que tenhamos as informações necessárias para fechar a linha do tempo", disse uma porta-voz à Associated Press.

Uma homenagem de Rachel Zegler à atriz Adriana Caselotti, dubladora de Branca de Neve na animação original de 1937, gerou polêmicas no Instagram. A protagonista do live-action que chega aos cinemas nesta quinta-feira, 20, foi criticada por referenciar o filme original, que já chamou de "datado" em uma ocasião anterior.

Na publicação, Rachel compartilhou uma foto sua caracterizada como a Branca de Neve em um estilo mais clássico, em que replica uma fotografia de Caselotti referenciando a animação. "Eu precisava prestar homenagem à Branca de Neve original, senhorita Adriana Caselotti, a quem devo tudo", escreveu na legenda.

Nos comentários, no entanto, muitos questionaram a ideia. "Você fala mal do filme e depois ele é sua inspiração", escreveu um. "É sério que você quer fazer homenagem agora, depois de todas as coisas ruins que você andou dizendo sobre o filme? Um pouco tarde para mim", criticou outro.

Mesmo assim, outros seguidores elogiaram a atriz e, sobretudo, o penteado usado para a foto, que se assemelha ao de Branca de Neve e os Sete Anões: "É esse o estilo de cabelo que você deveria ter usado no filme", opinou uma terceira pessoa. "Por que não fizeram o seu cabelo assim para o filme?", questionou outra.

Com Rachel Zegler e Gal Gadot, Branca de Neve vem envolto a polêmicas desde o anúncio da escalação das atrizes. Zegler, cuja família tem origem colombiana, foi alvo de comentários racistas nas redes sociais, e a onda de ódio aumentou quando ela apontou, em seu perfil no X, que o príncipe "literalmente persegue a princesa" na animação de 1937.

"Eu interpreto os sentimentos das pessoas como uma paixão pelo filme", declarou em entrevista à Vogue México, a respeito das críticas. "Que honra fazer parte de algo que desperta tanto a paixão nas pessoas. Nem sempre teremos os mesmos sentimentos que as outras pessoas ao nosso redor, tudo o que podemos fazer é dar o nosso melhor."

Dirigido por Marc Webb (O Espetacular Homem-Aranha, 500 Dias com Ela), o novo Branca de Neve sugere um novo olhar para a história da primeira princesa da Disney.

Confira o trailer

A atriz Fernanda Montenegro agradeceu nesta quarta, 19, ao público que foi assistir a Vitória nos cinemas. O longa, protagonizado por ela, estreou no topo das bilheterias na semana passada.

"A essa altura da minha vida, me coube fazer essa personagem. Eu estou muito agradecida ao acaso, ou a Deus, ou aos deuses", disse Fernanda em um vídeo publicado no Instagram.

Confira aqui

A trama do filme é baseada na história verídica de Joana da Paz, aposentada que desmascarou uma quadrilha de traficantes e policiais corruptos na Ladeira das Tabajaras, na Zona Sul do Rio de Janeiro, em 2004.

Fernanda também celebrou o recente sucesso de produções brasileiras. "As plateias estão lotadas. É um momento especial para o cinema brasileiro, com tanto acerto, com tanta presença de público nos nossos cinemas, assistindo aos nossos filmes brasileiros", comentou.

"Por mais que eu fale, eu não dou conta da minha emoção", disse a atriz. "Muito obrigada pela presença da plateia que tem vindo ver Vitória. Uma história de coragem, de resistência."

O longa estreou na última quinta, 13. O roteiro é baseado no livro Dona Vitória da Paz, de Fábio Gusmão, jornalista que noticiou o caso.