Mais de mil palavras a mais na língua

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A pandemia de covid-19 mudou a vida dos brasileiros - inclusive nas palavras que usam no seu cotidiano. Guardiã oficial do idioma, a Academia Brasileira de Letras (ABL) acaba de lançar seu novo Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp). A obra registra o acréscimo de mais de mil novos vocábulos ao português que falamos e escrevemos. Muitos são relacionados à doença: infodemia, covid-19, telemedicina. Há ainda estrangeirismos, como home office e lockdown.

O Volp é o registro oficial de todas as palavras da língua portuguesa e de sua grafia. Essa é a sua primeira atualização oficial em 12 anos. Com as novas entradas, o vocabulário tem agora 382 mil verbetes. A edição de 2009 estava mais voltada a estabelecer a grafia das palavras após o Acordo Ortográfico. A atualização revela o dinamismo da língua. Também mostra as novas relações políticas e a importância da pauta identitária.

"Nos últimos anos houve uma aproximação dos países, não só em termos político, social e econômico, mas também por conta da pandemia", explicou o filólogo Evanildo Bechara, coordenador da Comissão de Lexicologia e Lexicografia da ABL, responsável pela elaboração do Volp. "Essa aproximação abriu a porta para um acréscimo de palavras, em grande parte da língua inglesa, mas também de países menores, como Camarões, com a 'necropolítica'."

O peculiar momento político que vivemos, no Brasil e em várias partes do mundo, trouxe para nossa língua novas palavras. São vocábulos como negacionismo, pós-verdade, necropolítica - expressão cunhada pelo filósofo e escritor camaronês Achille Mbembe. Das pautas identitárias, cada vez mais presentes, vieram feminicídio, afrofuturismo, sororidade, homoparental, gordofobia. O meio digital nos legou criptomoeda e ciberataque. Estão todas no novo vocabulário ortográfico da ABL.

Desde a publicação da quinta edição, em 2009, a equipe de Bechara reuniu novos vocábulos. Colheu-os em textos literários, científicos e também jornalísticos. Houve ainda sugestões enviadas por usuários do Volp. O gramático explicou que não basta uma nova palavra surgir para ser incorporada oficialmente ao vocabulário. Ela precisa ganhar consistência na língua, ser usada e compreendida.

Mudanças sociais

O cientista político Christian Lynch, professor do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), lembrou que a sociedade é pautada pela cultura. "Essa cultura varia ao longo do tempo; mudam os juízos de valor, surgem modificações tecnológicas, mudanças morais. A língua faz parte da cultura e tende a acompanhar essas variações."

Alguns períodos da história, no entanto, são mais convulsionados, como este em que vivemos. "Existem períodos de maior estabilidade, quando há menor surgimento de palavras novas", disse Lynch. "Certos períodos apresentam mudanças muito bruscas e, frequentemente, não existem palavras para descrever todas as coisas novas; é preciso criar novas palavras, importar ou ressignificar palavras antigas. Foi assim, por exemplo, no fim da 1.ª Guerra Mundial e também no fim dos anos 80, com o começo do fenômeno da globalização."

Luiz Ricardo Leitão, professor associado da UERJ e autor de Gramática Crítica: o Culto e o Coloquial no Português Brasileiro, concorda com o colega. "Causou estranheza a demora na atualização", observou Leitão. "São 12 anos nesse período tão alucinado da pós-modernidade periférica, muita coisa aconteceu. Somos um país neocolonial, que depende tecnologicamente do exterior e é seduzido pelo estrangeiro."

Para além das mudanças políticas, apontou Lynch, vivemos uma transição de um modelo de sociedade industrial para uma pós-industrial, uma mudança estrutural muito profunda. "É um período complicado de mudança, estamos mudando um modelo que durou mais de 200 anos", disse. "Temos, então, uma crise geral, uma mudança social e econômica que cria uma crise política. Vivemos agora uma ressaca da globalização, com o retorno de uma onda conservadora, mais nacionalista, de um lado; e, de outro, um aprofundamento de certos aspectos da globalização. Essa mudança vem acompanhada também de uma mudança no vocabulário social, político, econômico, comunicacional." O novo vocabulário pode ser consultado no site da ABL. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Registros de ligações do celular de Betsy Arakawa, esposa do ator Gene Hackman, indicam que ela estava viva um dia depois da data estimada de sua morte. A informação foi confirmada na última segunda-feira à NBC News pelo gabinete do xerife de Santa Fé, Novo México.

O histórico de ligações encontrado pelas autoridades locais no aparelho telefônico da pianista aponta que ela tentou pedir ajuda antes de morrer. A mulher fez três ligações para uma clínica médica particular chamada Cloudberry Health na manhã do dia 12 de fevereiro. No mesmo dia, à tarde, a clínica retornou a ligação, mas Betsy não atendeu.

Questionada sobre a linha do tempo do caso, uma porta-voz do gabinete do xerife de Santa Fé, Denise Womack Avila, disse que as autoridades não haviam determinado o dia e a hora da morte de Betsy, mas reconheceu que a informação divulgada era a de que suas últimas atividades haviam sido no dia 11 de fevereiro.

Conforme a equipe médica, os registros do celular da mulher ainda não estavam nas mãos dos investigadores quando uma entrevista coletiva informou a causa das mortes de Betsy e Gene Hackman.

No último dia 7 de março, as autoridades revelaram que Betsy morreu pelos efeitos do hantavírus, que causa uma doença respiratória e está associado a fezes de roedores, aos 65 anos. Já Hackman teria morrido uma semana depois, vítima de doença cardíaca. A médica-legista-chefe Heather Jarrel informou que a doença de Alzheimer foi um fator contribuinte para a morte do ator.

As mortes de Hackman e Arakawa foram consideradas como sendo de causas naturais, mas a polícia de Santa Fé ainda não concluiu a investigação, com o objetivo de fazer uma linha do tempo com informações obtidas dos celulares coletados na casa. "O caso é considerado aberto até que tenhamos as informações necessárias para fechar a linha do tempo", disse uma porta-voz à Associated Press.

Uma homenagem de Rachel Zegler à atriz Adriana Caselotti, dubladora de Branca de Neve na animação original de 1937, gerou polêmicas no Instagram. A protagonista do live-action que chega aos cinemas nesta quinta-feira, 20, foi criticada por referenciar o filme original, que já chamou de "datado" em uma ocasião anterior.

Na publicação, Rachel compartilhou uma foto sua caracterizada como a Branca de Neve em um estilo mais clássico, em que replica uma fotografia de Caselotti referenciando a animação. "Eu precisava prestar homenagem à Branca de Neve original, senhorita Adriana Caselotti, a quem devo tudo", escreveu na legenda.

Nos comentários, no entanto, muitos questionaram a ideia. "Você fala mal do filme e depois ele é sua inspiração", escreveu um. "É sério que você quer fazer homenagem agora, depois de todas as coisas ruins que você andou dizendo sobre o filme? Um pouco tarde para mim", criticou outro.

Mesmo assim, outros seguidores elogiaram a atriz e, sobretudo, o penteado usado para a foto, que se assemelha ao de Branca de Neve e os Sete Anões: "É esse o estilo de cabelo que você deveria ter usado no filme", opinou uma terceira pessoa. "Por que não fizeram o seu cabelo assim para o filme?", questionou outra.

Com Rachel Zegler e Gal Gadot, Branca de Neve vem envolto a polêmicas desde o anúncio da escalação das atrizes. Zegler, cuja família tem origem colombiana, foi alvo de comentários racistas nas redes sociais, e a onda de ódio aumentou quando ela apontou, em seu perfil no X, que o príncipe "literalmente persegue a princesa" na animação de 1937.

"Eu interpreto os sentimentos das pessoas como uma paixão pelo filme", declarou em entrevista à Vogue México, a respeito das críticas. "Que honra fazer parte de algo que desperta tanto a paixão nas pessoas. Nem sempre teremos os mesmos sentimentos que as outras pessoas ao nosso redor, tudo o que podemos fazer é dar o nosso melhor."

Dirigido por Marc Webb (O Espetacular Homem-Aranha, 500 Dias com Ela), o novo Branca de Neve sugere um novo olhar para a história da primeira princesa da Disney.

Confira o trailer

A atriz Fernanda Montenegro agradeceu nesta quarta, 19, ao público que foi assistir a Vitória nos cinemas. O longa, protagonizado por ela, estreou no topo das bilheterias na semana passada.

"A essa altura da minha vida, me coube fazer essa personagem. Eu estou muito agradecida ao acaso, ou a Deus, ou aos deuses", disse Fernanda em um vídeo publicado no Instagram.

Confira aqui

A trama do filme é baseada na história verídica de Joana da Paz, aposentada que desmascarou uma quadrilha de traficantes e policiais corruptos na Ladeira das Tabajaras, na Zona Sul do Rio de Janeiro, em 2004.

Fernanda também celebrou o recente sucesso de produções brasileiras. "As plateias estão lotadas. É um momento especial para o cinema brasileiro, com tanto acerto, com tanta presença de público nos nossos cinemas, assistindo aos nossos filmes brasileiros", comentou.

"Por mais que eu fale, eu não dou conta da minha emoção", disse a atriz. "Muito obrigada pela presença da plateia que tem vindo ver Vitória. Uma história de coragem, de resistência."

O longa estreou na última quinta, 13. O roteiro é baseado no livro Dona Vitória da Paz, de Fábio Gusmão, jornalista que noticiou o caso.