Ricardo Nunes chama presidente da Enel de 'mentiroso' e quer saída da empresa da cidade

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O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), chamou o presidente da Enel São Paulo, Max Xavier Lins, de "mentiroso", classificou a empresa como "irresponsável" e disse que irá solicitar à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que retire a companhia responsável pelo fornecimento de energia da cidade. A empresa não comentou as declarações, mas disse atuar para restabelecer totalmente o serviço.

As declarações foram dadas após milhares de paulistanos ficarem sem energia elétrica por mais de 20 horas após as fortes chuvas registradas na segunda-feira, 8. Na terça-feira, 9, um novo temporal voltou a ocasionar queda de energia em parte dos bairros da cidade. O Corpo de Bombeiros recebeu centenas de chamados para quedas de árvores na capital.

De acordo com o prefeito, a Enel vem descumprindo determinação judicial no que diz respeito ao plano de contingência para o caso de falta de luz na cidade - o plano havia sido demandado pela Prefeitura em uma ação na Justiça contra a concessionária em novembro. Nunes também demonstrou não estar mais disposto a manter diálogo com a companhia.

"O presidente mundial da Enel, na semana passada, me pediu uma reunião. Eu estou resistindo a fazer, porque não tem mais o que conversar com essa turma, porque são irresponsáveis. Falo isso com todas as letras, irresponsáveis. Antes de ontem, por exemplo, eu fui na Vila Nova Conceição, fiquei lá até de madrugada, com dezenas de árvores caídas - só naquele bairro, foi a região mais atingida, chegou a ter 86 km/h de vento ali -, tinha uma equipe só da Enel", afirmou Ricardo Nunes.

"(Na ocasião) eu falei novamente com o Max (Xavier Lins, presidente da empresa em São Paulo), e perguntei 'vocês só estão com uma pessoa aqui?'. Ele falou 'não, não é verdade', e eu falei 'eu estou aqui'. Mandei minha localização no WhatsApp", relatou o prefeito. "O Max me mandou um Whatsapp dizendo que tinha 800 equipes. É mentira, é mentira. Ele é mentiroso."

De acordo com Ricardo Nunes, a Prefeitura já está se mobilizando para pedir o fim da atuação da Enel no município. "A minha relação com a Enel é essa: na defesa do interesse da cidade, ficar brigando com esses irresponsáveis. Conversei com a doutora Marina (Magro, procuradora do Município) para a gente ingressar de novo na Justiça, e fazer uma representação para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), porque tem que acabar. Essa empresa precisa sair daqui", declarou o prefeito.

Em novembro, após um temporal que deixou milhões sem luz na região metropolitana, o prefeito ingressou na Justiça contra a concessionária. A ação civil pública falava em "descumprimento de acordo da empresa com a capital paulista e de outras normas legais".

Em dezembro, a Justiça decidiu, em uma ação do Ministério Público e da Defensoria Pública, que a companhia deveria atender os consumidores "de forma adequada mesmo nos dias críticos", informando "de maneira individualizada seus clientes acerca da previsão de restabelecimento do fornecimento" e divulgando "em seu site e nas contas os índices de qualidade de prestação do serviço". Multas poderiam ser aplicadas em caso de descumprimento.

Nesta quarta-feira, 10, Nunes disse ainda que pedirá à Justiça que a Enel exiba em seu site dados completos, com dia e horário, de pedidos de reestabelecimento de energia, bem como utilize um sistema de georreferenciamento para mostrar onde estão atuando as equipes de reparo.

A Enel disse que não comentaria as declarações do prefeito. Em nota pública sobre os problemas recentes na capital paulista, a empresa disse que restabeleceu o serviço para mais de 60% dos consumidores afetados pelas novas chuvas da terça-feira. "Mais de 800 equipes seguem trabalhando ininterruptamente, inclusive durante a madrugada, para restabelecer integralmente o fornecimento para todos."

A Aneel, por sua vez, afirmou em nota que "o tema é prioridade" e que segue apurando a responsabilidade pelo apagão de novembro. "Foram instaurados processos de fiscalização nas sete distribuidoras que atendem o Estado de São Paulo e estão sendo analisadas diversas dimensões do problema", como a preparação delas para eventos críticos, a capacidade de restabelecimento e o quantitativo das equipes utilizadas na recomposição, para aplicação de eventuais sanções, diz a Aneel.

"Nos últimos cinco anos foram instaurados 17 processos de fiscalização nas concessionárias do Estado de São Paulo, com penalidades da ordem de R$ 211 milhões. Outra medida foi a alteração das regras de compensação aos consumidores que tiveram seu fornecimento de energia interrompido, aumentando os valores de compensação aos consumidores prejudicados. Em 2023, as concessionárias do Estado de São Paulo ressarciram mais de R$ 160 milhões diretamente aos consumidores", completa a nota. A Agência não se pronunciou sobre a intenção de Nunes de pedir que a Enel seja retirada do município de São Paulo.

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Shawn Mendes voltou a demonstrar seu amor pelo Brasil nesta noite de sábado, 29, no Lollapalooza 2025. O cantor canadense foi a principal atração do segundo dia de festival e fez uma apresentação bastante parecida com a do Rock In Rio 2024, mas marcado por muitos "Eu te amo" e "Obrigado", emoção do cantor e do público, um cover de Mas Que Nada e até uma pequena referência à atriz Fernanda Torres.

O roteiro foi bem parecido com o do Rock in Rio 2024, quando passou pelo País pela última vez, há apenas seis meses, mas isso não tirou a emoção da apresentação. Naquele momento, Shawn estava voltando de uma pausa para cuidar da saúde mental e escolheu justamente o Brasil para seu grande retorno. Dessa vez, reafirmou sua devoção aos fãs brasileiros, não poupando elogios ao público.

"São Paulo, como está?", gritou em português em meio à abertura com There's Nothing Holding Me Back. Depois, em uma das primeiras interações com a plateia, disse algo nas linhas de "Não importa para onde vamos no mundo, o amor e o apoio nunca é igual ao que temos aqui, no Brasil." Os fãs, claro, retribuíram - em Wonder e Treat You Better, o coro já era bem impressionante.

A novidade para a vinda neste Lollapalooza foi o lançamento do disco Shawn, de novembro. Mesmo assim, só tocou três músicas do álbum, preferindo manter uma setlist mais balanceada com as canções mais famosas. Justo.

Em Heart of Gold, ele repetiu uma história que contou no Rock in Rio, sobre um amigo que morreu e como o luto o atingiu anos depois. Nesse momento, algo bem bonito aconteceu: os fãs mais próximos ao palco levantaram balões amarelos em forma de homenagem.

Shawn manteve aquele sorriso sincero durante toda a apresentação. No final de Ruin, desceu para a galera e abraçou os fãs, algo que se repetiu outras duas vezes. Pegou uma bandeira do Brasil, que ficou pendurada nos instrumentos pelo restante do show, e ainda completou o look de camisa transparente com um chapéu de caubói presenteado por um fã.

Emocionou com Never Be Alone, com vídeos do inicio de sua carreira no telão, e seguiu para o melhor momento do show, que começou com Youth. Shawn lembrou de quando tocou por aqui em 2019, em show em que protestou contra as mudanças climáticas. Em seguida, convidou músicos brasileiros ao palco, que finalizaram a canção em ritmo de samba.

Ai veio o cover de Mas Que Nada, com ajuda da plateia. No final, o cantor soltou, em português, "A vida presta". A frase ficou famosa após ser dita por Fernanda Torres em vídeo no Instagram comemorando a indicação ao Globo de Ouro pelo filme Ainda Estou Aqui.

Shawn Mendes cantou ainda Stitches, It'll Be Okay, If I Can't Have You e Why Why Why antes de encerrar com In My Blood, que teve até fogos de artifício.

As demonstrações de carinho cresceram o show e contribuíram para evitar um "repeteco" sem nenhuma novidade. Ajuda também o fato de que Shawn está na fase mais madura da carreira até agora, com banda sólida, bons arranjos e se provando um ótimo vocalista. A boa recepção por aqui é por mérito e dgosto de ver um artista valorizar isso.

Thor (Chris Hemsworth), Capitão América (Anthony Mackie), Bucky (Sebastian Stan), Homem-Formiga (Paul Rudd) e Loki (Tom Hiddleston) estão de volta ao conjunto dos Vingadores, e serão acompanhados por vários dos X-Men originais do cinema. Os veteranos do Universo Marvel fazem parte do elenco de Vingadores: Doomsday, que será lançado em 2026.

Patrick Stewart, que interpretou o Professor Xavier nos filmes X-Men da Fox, e Ian McKellen, que viveu seu arqui-inimigo Magneto, também estão no elenco, à medida que a Disney e a Marvel buscam aproveitar a aquisição do acervo de filmes da Fox. Kelsey Grammer, que interpretou Hank McCoy, o Fera, também foi anunciado, assim como Rebecca Romijn, a Mística, James Marsden, o Ciclope, e Alan Cumming, o Noturno. Seus personagens haviam sido interpretados por atores mais jovens no reboot da série X-Men dos anos 2010.

Os super-heróis veteranos serão acompanhados por adições mais recentes, incluindo alguns que ainda não fizeram suas estreias no universo Marvel: Vanessa Kirby, escalada para interpretar a Mulher Invisível Sue Storm em Quarteto Fantástico: Primeiros Passos em julho deste ano; e Pedro Pascal, como Reed Richards.

Alguns dos nomes mais antecipados não estavam entre os anunciados no fim da semana passada, embora a Marvel e a Disney talvez os estejam guardando por enquanto. A Marvel tem lutado para recuperar seu burburinho cultural e seu sucesso de bilheteria, com a esperança de que os próximos filmes tragam de volta a magia que dominou o cinema por mais de uma década.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com apenas 22 anos, Olivia Rodrigo fechou a primeira noite do festival Lollapalooza anteontem com uma apresentação de gente grande, mas prejudicada por um fator: o som altíssimo da música eletrônica que vinha do Palco Perry's.

O começo do show ocorreu sem grande problemas. Acompanhada de uma banda só de mulheres, ela começou com Obssesed, com forte influência do punk rock, em que Olivia canta sobre estar obcecada pela ex de um namorado. Seguiu com Ballad Of a Homeschooled Girl, sobre suas inseguranças sociais.

O bloco seguinte passou por canções mais lentas que, aí sim, mostram o lado mais pop da cantora: Vampire, Drivers License e Traitor. Olivia cantou Drivers License no piano, acompanhada de um coro da plateia. A canção, de 2021, foi responsável por transformá-la em uma estrela.

Antes disso, Olivia fazia sucesso como atriz da Disney. Mas rapidamente conseguiu se desprender da imagem da emissora e tomou as rédeas da carreira musical, assinando um contrato que lhe garantiu direito sobre suas musicas, além de liberdade nas escolhas criativas.

Essa liberdade aparece nas letras que ela escreve; e na sonoridade, que poderia ter seguido o caminho do pop genérico. Em Bad Ideia, Right?, ela faz um rock falado e canta sobre uma recaída com um ex. É um dos momentos mais animados da apresentação e também quando mostra seu lado mais sensual, que ela parece ainda estar descobrindo.

Foi um pouco depois disso que o som do Palco Perry's começou a atrapalhar. Olivia tocou Love is Embarassing, Pretty Isn't Pretty, Happier e Lacy - o coro do público ajudou, mas já era possível escutar o barulho que vinha de lá. Em Enough For You, ela cantou acompanhada apenas por guitarra, e o som do DJ inglês James Hype começou a se misturar com a voz da americana. A situação começou a melhorar com So American, quando a banda e o público resistiram e se impuseram contra o outro palco.

A sorte - ou mérito - de Olivia é que seu público é fiel e não abandonou o show. Ela ainda cantou Jealousy, Jealousy, Favorite Crime, Teenage Dream e Deja Vu, Brutal, All-American Bitch. E o show terminou em alta com mais dois hits, Good 4 U e Get Him Back, músicas que refletem a característica de Olivia: ela é obstinada, sincera, vulnerável e explosiva. Tudo isso se reflete na apresentação, que é enérgica, teatral e emocionante em momentos. Não é perfeita, mas talvez não precise ser. Mais do que acertar suas notas com precisão, Olivia quer se conectar com o público que a colocou no topo do mundo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.