Peru: Toledo é condenado a 20 anos e seis meses de prisão por receber propina da Odebrecht

Internacional
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O ex-presidente do Peru Alejandro Toledo foi condenado na segunda-feira, 21, a 20 anos e seis meses de prisão no caso que envolve a empreiteira brasileira Odebrecht, que virou sinônimo de corrupção na América Latina, onde pagou milhões de dólares em propinas para autoridades.

Toledo foi acusado de receber US$ 35 milhões da empresa, que hoje se chama Novonor, em troca do contrato para construir uma rodovia no Peru. O Tribunal Nacional Superior impôs a sentença após anos de disputas jurídicas, entre elas o embate sobre a extradição do ex-presidente dos Estados Unidos.

A juíza Inés Rojas disse que as vítimas de Toledo são os peruanos que confiaram nele como presidente. À frente do país, Toledo tinha a "responsabilidade de gerir as finanças públicas" e de "proteger e assegurar o correto uso" dos recursos, mas acabou "fraudando o Estado".

A Odebrecht, que construiu alguns dos mais cruciais projetos de infraestrutura da América Latina, admitiu a autoridades dos Estados Unidos em 2016 que comprou contratos governamentais com generosas propinas. A apuração do Departamento de Justiça dos Estados Unidos se desdobrou por diversos países, como o México, a Guatemala e o Equador.

No Peru, as autoridades acusaram Toledo e três outros ex-presidentes de receber pagamentos da empreiteira. Em testemunho à Justiça peruana, o ex-executivo da Odebrecht Jorge Barata afirmou que o ex-presidente telefonou para ele três vezes após deixar o cargo para pedir o pagamento do suborno.

Detido na Califórnia (EUA), onde residia, em 2016, Toledo foi colocado em prisão domiciliar em 2020, por causa da pandemia de covid-19. Em 2022, foi extraditado para o Peru. Desde então, cumpre prisão preventiva.

Toledo, que tem 78 anos e governou o Peru entre 2001 e 2006, nega as acusações. A defesa do ex-presidente informou que vai recorrer da condenação. Fonte: Associated Press.

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Ao participar de um evento ontem em São Paulo com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o líder do Republicanos, Hugo Motta (PB), defendeu que o Congresso Nacional saia "de uma agenda de radicalização" e adote uma "agenda propositiva" para o País. Motta é pré-candidato à presidência da Câmara e vem sendo apontado como o nome que Lira irá apoiar formalmente na disputa por sua sucessão, em fevereiro de 2025. Os deputados participaram na capital paulista da 24.ª Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol. Em discurso na solenidade, realizada em um hotel, Lira cortejou Motta e afirmou que a condução da presidência da Casa "se deve à qualidade dos seus líderes".

O líder do Republicanos deu declarações a favor do "dialogo com os outros Poderes" cerca de dez dias após a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovar um pacote de medidas legislativas que preveem diminuir o poder dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e até controlar a Corte. Foram duas propostas de emenda à Constituição (PECs) e dois projetos de lei. As iniciativas limitam poderes dos magistrados para tomar decisões de forma isolada, autorizam o Parlamento a anular julgamentos do Supremo e propõem novo rito para processos de impeachment de integrantes do tribunal.

As duas PECs - uma restringe decisões monocráticas no STF e a outra permite ao Congresso sustar determinações da Corte - foram desengavetadas por Lira em agosto, em retaliação ao julgamento que chancelou a decisão do ministro do STF Flávio Dino de suspender as emendas parlamentares ao Orçamento.

"A nossa candidatura é uma candidatura a favor da Casa. É uma candidatura que tem que representar o sentimento dos parlamentares. E nesse sentimento dos parlamentares, está o diálogo com os outros Poderes, com o Executivo, com o Judiciário", declarou Motta depois de deixar a conferência em São Paulo.

Lira ainda não anunciou publicamente que Motta é seu candidato para a sucessão, mas o deputado alagoano tem defendido essa indicação nos bastidores.

"Podemos ter uma agenda propositiva, que se preocupe com o País, que possamos discutir os verdadeiros problemas da população e, com isso, possamos sair de uma agenda de radicalização que, ao meu ver, não contribui em nada com as soluções que precisamos dar aos sérios problemas que a população brasileira enfrenta."

Postulantes

Além de Motta, concorrem pelo posto o líder do União, Elmar Nascimento (BA), e o líder do PSD, Antonio Brito (BA). Também são lembrados na disputa o líder do PP, Dr. Luizinho (RJ), e o líder do MDB, Isnaldo Bulhões (AL).

Motta disse acreditar em um consenso em torno de sua candidatura. "Temos confiança de que construiremos essa candidatura de consenso, da extrema direita à extrema esquerda, para que tenhamos a Casa funcionando bem, os partidos respeitados, e que cada um possa defender a pauta que entende ser importante para o País", afirmou ele.

Após 2º turno

Durante o evento, Lira saudou o deputado do Republicanos ao elogiar os líderes das bancadas no Congresso. Ele disse que vai se posicionar oficialmente sobre o seu candidato à sucessão na Câmara após o segundo turno das eleições municipais - a votação será no próximo domingo.

"Tenho todos (os pré-candidatos) na mais alta conta, todos têm condição de representar o Parlamento. Estou em um evento aqui de um setor importante para o Brasil e não é momento para falar de sucessão, pelo menos agora. Nós vamos ter a oportunidade ainda. O segundo turno vai passar, vamos esperar o resultado das eleições e aí a gente se posiciona", afirmou.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não foi o único chefe do Executivo que sofreu um acidente doméstico no banheiro do Palácio da Alvorada. Assim como o petista, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também sofreu uma queda no cômodo em 2020, precisando ser hospitalizado.

O acidente doméstico se deu em 23 de dezembro, na antevéspera do Natal. O ex-presidente escorregou no banheiro e bateu a cabeça no piso de mármore e passou a noite no Hospital das Forças Armadas, em Brasília.

No dia seguinte ele recebeu alta e concedeu uma entrevista ao apresentador José Luiz Datena que, recentemente, foi o candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo. Na conversa, Bolsonaro disse que a queda causou uma perda repentina de memória.

"É aquela história... Vai ficando velho e volta a ser criança. Eu dei uma escorregada, realmente, e foi meio feio o negócio. Perdi a memória, mas graças a Deus, tudo em paz", disse o presidente.

Após o acidente, o governo ordenou mudanças no banheiro para garantir a segurança dele e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Foram colocadas barras de segurança e tapetes antiderrapantes no cômodo.

Bolsonaro também alterou a manutenção do piso de mármore, utilizado no banheiro da Alvorada. Tradicionalmente, os funcionários utilizam cera para evitar que o material fique poroso. O ex-presidente decidiu suspender o uso para evitar novos tombos.

O Estadão/Broadcast procurou o Palácio do Planalto para questionar se as alterações feitas por Bolsonaro ainda permanecem, mas não obteve resposta.

Lula caiu e bateu a cabeça neste sábado, 19, e foi internado no Hospital Sírio-Libanês de Brasília. O centro médico atestou que ele sofreu uma lesão com corte e contusão na parte de trás da cabeça.

Em entrevista à GloboNews, o cardiologista Roberto Kalil Filho, um dos médicos que acompanha o presidente, disse que o trauma foi "importante" e provocou pequena hemorragia cerebral e, por isso, o presidente precisa ficar sob observação.

Em conversa com o candidato petista à prefeitura de Camaçari (BA) Luiz Carlos Caetano, que divulgou um vídeo nas redes sociais nesta segunda-feira, 21, Lula disse que a queda foi "grave". O petista também afirmou que os médicos vão saber o "estrago" da lesão daqui a três ou quatro dias.

"Eu tive um acidente aqui, mas uma bobagem minha. Foi grave, mas não afetou nenhuma parte mais delicada. Eu estou cuidando, porque qualquer coisa na cabeça é muito forte, né? Então, eu estou aguardando porque os médicos disseram que eu tenho que esperar uns três ou quatro dias para eles saberem qual foi o estrago que fez a batida", disse Lula ao candidato do PT em Camaçari.

Nesta segunda-feira, Lula publicou uma foto no X (antigo Twitter) em reunião com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Celso Amorim. Na imagem, o presidente aparece sorridente e fisicamente bem.

O prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), elogiou na noite desta segunda-feira, 21, a forma como o governador do Estado Tarcísio de Freitas (Republicanos) realizou a privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). "Ele tem conhecimento dessa área impressionante", disse Nunes, durante sabatina na Jovem Pan.

Segundo o prefeito, estão previstos investimentos de R$ 68 bilhões no Estado na área de saneamento, dos quais R$ 28 bilhões serão na capital. O candidato ressaltou ainda a expectativa de ampliação da coleta e do tratamento de esgoto para a cidade toda até 2029. "Você pega Pirituba e Perus, zero tratamento de esgoto", afirmou.

Nunes aproveitou a oportunidade para alfinetar Guilherme Boulos (PSOL), com quem disputa o segundo turno: "Boulos desconhece e é despreparado, fica falando um monte de besteira [sobre saneamento]".

O prefeito disse também ter reduzido em 10% o valor da tarifa social da água. "São ações de quem tem coragem de fazer e sabe fazer, vamos ter uma melhora muito significativa na questão do saneamento em São Paulo."