Trump diz que não conhece comediante que insultou Porto Rico em comício

Internacional
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Pressionado por alguns aliados a se desculpar pelos comentários racistas feitos por palestrantes em seu comício no fim de semana, Donald Trump disse nesta terça-feira, 29, que não conhece o comediante que fez os comentários sobre Porto Rico no último domingo, 27, e chamou o evento de um "festival de amor" - o mesmo termo que ele usou anteriormente para descrever o episódio de 6 de janeiro no Capitólio dos EUA.

"Não tenho ideia de quem ele é", disse Trump em entrevista na Fox News sobre Tony Hinchcliffe, que descreveu Porto Rico como uma "ilha flutuante de lixo". "Alguém disse que havia um comediante que brincou sobre Porto Rico ou algo assim. E não tenho ideia de quem ele é - nunca o vi, nunca ouvi falar dele. E não quero ouvir falar dele. Mas não tenho ideia", disse o republicano.

Questionado pelo apresentador da Fox News Sean Hannity se ele gostaria que Hinchcliffe não estivesse lá, Trump disse que sim. "É, quer dizer, não sei se é grande coisa ou não, mas não quero ninguém fazendo piadas maldosas ou idiotas", ele disse. "Provavelmente ele não deveria estar lá, é."

Trump, na entrevista, também disse repetidamente que "os porto-riquenhos me amam" e que ele tem ótimos relacionamentos com hispânicos e pessoas de Porto Rico. Ele diz: "Toda vez que saio, vejo alguém de Porto Rico, eles me dão um abraço e um beijo."

Mais cedo, falando para apoiadores e repórteres em seu resort Mar-a-Lago, Trump afirmou sobre o comício no Madison Square Garden, em Nova York, que "nunca houve um evento tão bonito" quanto seu comício de domingo. "O amor naquele ambiente. Foi de tirar o fôlego," disse ele. "Foi como um festival de amor, um absoluto festival de amor. E foi uma honra estar envolvido."

Embora o republicano tenha se recusado a admitir sobre a gravidade do comentário, em um comício na Pensilvânia nesta terça-feira, as atenções pareciam voltadas ao tema. Tim Ramos, ex-candidato a prefeito de Allentown, a cidade onde o comício desta terça foi realizado, começou seus comentários dizendo: "Sou um homem porto-riquenho e quero começar expressando meu amor pela ilha e pelo povo de Porto Rico. ... Somos um povo lindo de uma ilha linda."

Já a senadora Zoraida Buxo, de Porto Rico, pediu aos eleitores porto-riquenhos e hispânicos que "mantivessem o foco no que é realmente importante quando forem votar. Precisamos de mudança". Ela acrescentou: "É fácil se distrair ou se enganar com propaganda, manipulação emocional e distorção da verdade e dos fatos". Fonte: Associated Press.

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A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro recorreu nesta terça-feira, 29, contra a negativa da queixa-crime apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a deputada Erika Hilton (PSOL-SP). Michelle alegava ter sido alvo de calúnia e difamação pela parlamentar, que a acusou de "sumir" com o cachorro de outra família.

O ministro Luiz Fux acompanhou, na última semana, o entendimento da Procuradoria-Geral da República (PGR) pela rejeição da queixa-crime ao entender que as falas de Erika estão protegidas pela imunidade parlamentar.

Em março deste ano, Michelle recebeu o título de cidadã honorária de São Paulo, concedido pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB). Após a homenagem, Erika publicou nas redes sociais: "Não dá nem pra homenagear Michelle Bolsonaro por nunca ter sumido com o cachorro de outra família porque literalmente até isso ela já fez".

A deputada fazia referência a um episódio de 2020, quando um cachorro foi encontrado nos fundos do Palácio do Planalto por funcionários da Presidência, então ocupada por Jair Bolsonaro (PL).

Na época, Michelle manifestou interesse em cuidar do animal e chegou a dar-lhe o nome de Augusto Bolsonaro. A ex-primeira-dama criou até um perfil no Instagram para "Augusto", mas depois se descobriu que o cachorro se chamava Zeus e tinha dono, a quem o bicho foi devolvido.

Na ação, a defesa de Michelle afirmou que a situação foi "amplamente esclarecida", com o tutor do animal expressando gratidão pelos cuidados da família Bolsonaro, e acusou a deputada de usar o caso para insinuar má-fé.

Fux, no entanto, argumentou que a publicação de Erika Hilton tinha caráter político, alinhado à sua atuação como representante de São Paulo e opositora do prefeito da capital, e que a deputada estava amparada pela imunidade parlamentar.

No pedido, a defesa da ex-primeira-dama pede a reconsideração da decisão do magistrado e que, caso não seja possível, o tema seja levado à Primeira Turma da Corte.

O líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento (BA), afirmou que não tem como apoiar o projeto que concede anistia aos condenados por envolvimento nas manifestações antidemocráticas de 8 de janeiro de 2023, caso receba apoio do PT para ser alçado à presidência da Câmara.

A declaração ocorreu nesta terça-feira, 29, na Câmara, após uma reunião com a bancada do PT, onde ele propôs uma aliança para a sucessão de Arthur Lira (PP-AL).

"Em política e na vida, a gente tem que fazer escolhas e tem que ter lado. Nós temos um lado muito claro do PL e um lado muito claro do PT. Numa eleição em que haja disputa, isso vai ficar muito aberto", declarou.

Elmar continuou: "De forma muito sincera e muito honesta, eu não tenho como receber o apoio do PT e da esquerda e apoiar a pauta mais cara contra eles, e vice-versa".

Na sequência, o deputado disse que "não dá para se esconder, dizer que isso não é um tema sensível e não ter coragem de assumir posição. Isso não é estimular a briga, isso é estimular o debate".

Elmar reforçou que afirma a sua posição como candidato à presidência da Câmara, e não como líder do União Brasil na Câmara.

"Eu falo como candidato que, se eu tiver o apoio do PT, que é o 2º maior partido da Casa, e da federação PT-PCdoB-PV, eu tenho que estar compromissado com aquilo que é o tema mais caro para eles", disse.

As declarações ocorrem no mesmo dia em que Lira anunciou o líder do Republicanos na Câmara, Hugo Motta (PB), como o seu candidato para a presidência da Câmara. As bancadas do PP e do Republicanos também oficializaram o apoio.

O PT ainda não anunciou a sua posição. A bancada petista deve se reunir nesta quarta-feira, 30, para discutir sobre o tema. Os integrantes da legenda afirmaram que têm ouvido os três candidatos, Elmar, Motta e o líder do PSD, Antonio Brito (BA).

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu o empresário Walfrido dos Mares Guia, dos setores de educação e saúde, nesta terça-feira, 29, no Palácio da Alvorada. Walfrido é amigo de Lula e um de seus principais aliados no empresariado desde seu primeiro governo. Também chegou a ser ministro do petista no passado.

Walfrido chegou ao Alvorada às 16h06 e saiu às 17h20. Até a publicação desta nota, o encontro com o empresário não constava da agenda oficial do presidente da República - às vezes o Planalto divulga reuniões de Lula depois que elas acontecem.

Ligado à Cogna e à Biomm, Walfrido dos Mares Guia foi um dos responsáveis por reaproximar Lula do empresariado nos meses anteriores à eleição de 2022. Outros nomes, como os empresários José Seripieri Filho (conhecido como Júnior da Qualicorp), Blairo Maggi e Carlos Augustín, e os advogados Walfrido Warde e Marco Aurélio de Carvalho também participaram desse esforço.