Trump anda em caminhão de lixo para chamar atenção para comentário de Joe Biden

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
Donald Trump desceu os degraus do Boeing 757 que leva seu nome, atravessou uma pista encharcada de chuva e, depois de errar a maçaneta duas vezes, subiu no banco do passageiro de um caminhão de lixo branco que também levava seu nome.

O ex-presidente, que já foi uma estrela de reality show conhecido por seu exibicionismo, queria chamar a atenção para um comentário feito um dia antes por seu sucessor como presidente dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden, que sugeria que os apoiadores de Trump eram lixo. Trump usou o comentário como um porrete contra sua rival democrata, a vice-presidente Kamala Harris.

"O que você achou do meu caminhão de lixo?", disse Trump, usando um colete de segurança laranja e amarelo sobre sua camisa social branca e gravata vermelha. "Isso é em homenagem a Kamala e Joe Biden."

Trump e outros republicanos estavam enfrentando resistência por comentários de um comediante em um comício de Trump no fim de semana, que menosprezou Porto Rico como uma "ilha flutuante de lixo". Trump então aproveitou um comentário que Biden fez em uma ligação na quarta-feira, 30, de que "o único lixo que vejo flutuando por aí são seus apoiadores". O atual presidente tentou esclarecer o comentário depois, dizendo que pretendia dizer que a demonização dos latinos por Trump era inconcebível. Mas era tarde demais.

Nesta quinta-feira, 31, depois de chegar em Green Bay, Wisconsin, para um comício noturno, Trump subiu no caminhão de lixo, tendo uma breve discussão com repórteres enquanto olhava pela janela - semelhante ao que ele fez no início deste mês durante uma aparição para fotos que ele organizou em um McDonald's da Pensilvânia.

Trump novamente tentou se distanciar do comediante Tony Hinchcliffe, cuja piada havia desencadeado a tempestade de fogo, mas o ex-presidente não o denunciou. Ele também disse que não precisava se desculpar com os porto-riquenhos. "Não sei nada sobre o comediante", disse Trump. "Não sei quem ele é. Nunca o vi. Ouvi dizer que ele fez uma declaração, mas foi uma declaração que ele fez. Ele é um comediante, o que posso dizer. Não sei nada sobre ele."

Um porta-voz de Trump disse que a piada não reflete suas opiniões, mas o ex-presidente não abordou o assunto pessoalmente. "Eu amo Porto Rico e Porto Rico me ama", disse Trump, do caminhão de lixo. Ele encerrou a breve aparição dizendo aos repórteres: "Espero que tenham gostado deste caminhão de lixo. Muito obrigado." Quando subiu ao palco pouco tempo depois, ele ainda estava usando o colete laranja. Fonte: Associated Press.

Em outra categoria

A Polícia Federal (PF) indiciou o desembargador Ivo de Almeida, do Tribunal de Justiça de São Paulo, por suspeita de vender decisões judiciais. Ele é investigado na Operação Churrascada.

O relatório final da investigação imputa ao magistrado os crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, associação criminosa, advocacia administrativa e violação de sigilo funcional.

O documento foi entregue ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Em nota, os advogados Átila Machado e Luiz Augusto Sartori de Castro, que representam o desembargador, afirmam que o indiciamento é "arbitrário e ilegal".

"Os depoimentos e as perícias realizadas no curso do inquérito policial, para além de comprovarem a absoluta inocência do desembargador, demonstram que ele foi vítima de um ex-amigo - falecido em 2019 - que vendia ilusões valendo-se do nome e do prestígio do magistrado, sem que este soubesse de nada e, principalmente, tivesse qualquer ganho financeiro", afirma a defesa (leia a íntegra ao final da matéria).

Outras quatro pessoas também foram indiciadas:

- Luiz Pires Moraes Neto, advogado suspeito de resgatar propina de R$ 1 milhão para comprar decisão do desembargador;

- Romilton Queiroz Hosi, traficante preso que seria beneficiado por habeas corpus;

- Wellington Pires da Silva, guarda civil que trabalha com o advogado Moraes Neto;

- Wilson Vital de Menezes Júnior, apontado como o emissário do desembargador nas negociações.

COM A PALAVRA, OS ADVOGADOS ÁTILA MACHADO E LUIZ AUGUSTO SARTORI DE CASTRO, QUE DEFENDEM O DESEMBARGADOR

Manifestamente arbitrário e ilegal: é assim que a defesa classifica o indiciamento promovido pela Autoridade Policial.

"Coincidentemente", no mesmo dia em que o desembargador Ivo de Almeida pediu ao Ministro Og Fernandes a revogação das medidas cautelares impostas, a autoridade policial indiciou, de forma desesperada e abrupta, o magistrado com a finalidade única de tentar salvar uma investigação que, desde o início, se mostrou sem fundamento.

Não há nos autos nenhuma decisão dada em sede de plantão, nem monocrática proferida pelo desembargador sob investigação. De igual forma, restou provado que nunca existiu decisão favorável a qualquer chefe de facção criminosa proferida pelo desembargador Ivo de Almeida.

Os depoimentos e as perícias realizadas no curso do inquérito policial, para além de comprovarem a absoluta inocência do desembargador, demonstram que ele foi vítima de um ex-amigo - falecido em 2019 - que vendia ilusões valendo-se do nome e do prestígio do magistrado, sem que este soubesse de nada e, principalmente, tivesse qualquer ganho financeiro.

O governador do Rio, Cláudio Castro (PL), chamou para a Polícia Civil do Rio de Janeiro parte do mérito pela condenação dos assassinos de Marielle Franco. Ele deu a declaração depois de o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, dizer que as autoridades locais não haviam conseguido resolver o caso e a Polícia Federal resolver. A condenação foi proferida nesta quinta-feira, 31.

"Só resolveu porque a polícia do Rio prendeu os assassinos e teve uma delação em virtude da prisão. Então, se conseguiu revolver, e hoje teve essa condenação, 78 anos de um, 59 anos de outro, é porque a Polícia Civil, no inquérito muito robusto, prendeu os assassinos. E aí um deles começou a fazer delação, o outro fez. E nós falávamos o tempo todo que esse caso só se resolveria com delação. E foi exatamente o que aconteceu", declarou Castro.

O governador do Rio de Janeiro disse que não houve nada de mais na fala de Lewandowski. Segundo ele, o ministro só queria valorizar sua equipe. Lewandowski deu a declaração em uma reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com ministros e governadores para apresentar uma proposta sobre segurança pública. Castro falou a jornalistas depois do encontro, no Palácio do Planalto.

O Supremo Tribunal Federal (STF) retomará nesta sexta-feira, 1º, o julgamento de um caso da Operação Lava Jato que pode levar o ex-presidente Fernando Collor à prisão. O julgamento retornará com o voto do ministro Gilmar Mendes, que pediu vista em junho.

Collor foi condenado, em maio do ano passado, a 8 anos e 10 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em um esquema envolvendo a BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras.

A acusação, apresentada em 2015 pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apontou que o ex-presidente recebeu R$ 20 milhões em propinas de uma empreiteira interessada em obter contratos com a BR Distribuidora, que, à época, era controlada por indicações do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), ao qual Collor era filiado.

O relator do caso, ministro Edson Fachin, inicialmente propôs uma pena de 33 anos e 10 meses de prisão. Além de Collor, os empresários Pedro Paulo Bergamaschi e Luís Pereira Amorim também foram condenados. O ex-presidente e os empresários negam todas as acusações.

Nesta etapa, a votação voltará para a análise dos embargos de declaração, recurso em que a defesa do ex-presidente alega contradições na condenação - o que inclui a suposta prescrição do crime de corrupção passiva. Se a prescrição for confirmada, a pena de Collor poderá ser reduzida de oito para quatro anos.

A defesa de Collor argumenta que, durante o julgamento no plenário, houve divergências entre os ministros sobre a pena por corrupção passiva, o que indicaria que a menor das penas discutidas, e não a imposta pelo ministro Alexandre de Moraes, deveria prevalecer.

Até o momento, Moraes e Fachin votaram pela manutenção da condenação do ex-senador alagoano. Para Moraes, o recurso apresentado pela defesa busca apenas rediscutir pontos já decididos.

Em oposição, o ministro Dias Toffoli defende que a pena de Collor seja reduzida em seis meses. Toffoli argumenta que essa medida refletiria a média dos votos de todos os ministros no julgamento da ação penal, procedimento que, segundo ele, seria o mais adequado.