Espanha registra mais de 200 mortos em enchentes

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Os serviços de emergência da cidade de Valência elevaram nesta sexta, 1º, para 202 o número de mortos nas inundações no leste da Espanha. Somados a outros três mortos em Castilla-La Mancha e Andaluzia, o total das vítimas subiu para 205.

Segundo autoridades locais, o saldo da tragédia ainda pode aumentar, já que a busca por desaparecidos e o processo de remoção de corpos continua. A agência meteorológica espanhola estendeu o alerta vermelho no litoral de Huelva, indicando que as chuvas devem continuar "com grande intensidade" na região. Outras áreas, incluindo as Ilhas Baleares, permanecem sob alerta laranja.

Reforço

O governo espanhol enviou mais 500 militares que ontem foram incorporados às operações de busca, juntando-se aos 1.200 profissionais da Unidade Militar de Emergências (UME), mobilizados desde o início do desastre. Em entrevista à rede estatal RTVE, a ministra da Defesa, Margarita Robles, prometeu a liberação de todos os recursos necessários para mitigar a crise, que ela classificou como "tragédia horrível".

As fortes tempestades de terça-feira, 19, despejaram, em poucas horas, uma quantidade de água equivalente à que cai em um ano, causando enxurradas que destruíram pontes, varreram casas e arrastaram centenas de veículos. Quando a água baixou, os carros ficaram empilhados em ruas e estradas, dificultando o trânsito dos serviços de emergência.

À rádio pública RNE, a prefeita do município de Chiva, Amparo Fort, disse que muitos dos carros estão vazios, mas outros estão cheios de cadáveres. "Continuamos pedindo água e mantimentos. Temos de lembrar que há crianças e idosos que não conseguem mastigar os alimentos. Precisamos de comida triturada para bebês e para pessoas mais velhas", disse a prefeita.

Além dos problemas estruturais e as mortes causadas pelas inundações, a polícia registrou episódios de saques, diante dos quais o governo prometeu agir com firmeza - 39 pessoas já teriam sido presas. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O senador Eduardo Girão (Novo-CE) doou seu salário do mês de fevereiro para uma associação que representa famílias de presos pelos atos golpistas do 8 de Janeiro. Segundo o cearense, o número reduzido de dias de atividade do Senado Federal justificou a doação, pois não houve "entregas à sociedade" pela Casa no período. O salário bruto de um senador é de R$ 46,3 mil. O valor líquido, após descontos obrigatórios, é de R$ 33,8 mil.

A entidade beneficiada foi a Associação dos Familiares e Vítimas do 8 de Janeiro (Asfav). A organização reconhece os atos de vandalismo na invasão aos prédios públicos, mas avalia que as penas do Supremo Tribunal Federal (STF) são exacerbadas e os detidos, presos políticos. Segundo Girão, a escolha da beneficiada pela doação foi feita por seus seguidores nas redes sociais. O critério adotado foi o de maior engajamento.

Da "tropa de choque" bolsonarista no Congresso, Girão é a favor da anistia aos condenados pela depredação dos prédios dos Três Poderes em 2023.

O Senado esticou em 11 dias o feriado de carnaval. Durante o mês de fevereiro, houve apenas quatro dias de sessões na Casa, das quais uma foi preparatória, para a eleição da Mesa Diretora, e duas foram solenes. Somente no dia 19 houve uma sessão deliberativa, ou seja, destinada à discussão e votação de projetos de lei.

O advogado Ezequiel Silveira, associado à Asfav, afirmou ao Estadão que a entidade recebe "com alegria" a doação de Girão, a primeira feita por um parlamentar.

A Asfav, por ora, não está habilitada a receber recursos públicos por meio de emendas parlamentares. Ainda que se trate de uma associação sem fins lucrativos, ela não cumpre outros requisitos para receber emendas, como ter sido fundada há mais de três anos e ser qualificada pelo governo federal como uma organização de interesse público.

A associação realiza a prestação de contas de forma semestral por meio de vídeos publicados no YouTube. O último relatório publicado aponta que a entidade encerrou o ano de 2024 com R$ 6,4 mil em caixa. Os recursos são destinados à defesa dos réus, além de assistência às famílias e promoção de eventos.

Um dos advogados ligados à Asfav é Sebastião Coelho, detido em flagrante na terça-feira, 25 de março, por desacato ao Supremo Tribunal Federal (STF). Coelho quis acompanhar o julgamento sobre o recebimento da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais sete aliados da sala de sessões da Primeira Turma. O local, porém, estava reservado a advogados e partes envolvidas no processo, além de interessados que houvessem manifestado interesse prévio em estar no local.

Coelho não se inscreveu previamente e, ao ser convidado a acompanhar o julgamento da sala de sessões da Segunda Turma, recusou-se e desacatou autoridades. Um boletim de ocorrência foi registrado pelo presidente do STF, Luís Roberto Barroso. O advogado foi detido em flagrante e liberado em seguida. Uma publicação falsa circulou nas redes sociais atribuindo a ordem de prisão ao desembargador aposentado ao ministro Alexandre de Moraes.

O jornal britânico Financial Times classificou como "arriscado" o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em reportagem publicada nesta terça-feira, 1º. Segundo o periódico, o processo pode "elevar o perfil político" do ex-presidente e até mesmo "transformá-lo em um mártir". Em entrevista ao jornal, o ex-presidente alegou que está sendo alvo de perseguição política.

"Eles querem remover qualquer possibilidade de o meu nome estar na cédula no ano que vem", disse Bolsonaro, que acusou o Judiciário de estar "completamente alinhado" ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A reportagem também cita a mudança do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente, para os Estados Unidos, afirmando que o caso ganhou uma "dimensão internacional". O deputado pediu licença do mandato na Câmara dos Deputados para "buscar sanções aos violadores dos direitos humanos" no país norte-americano.

Segundo o jornal, os esforços de Eduardo "parecem estar dando resultado", ao mencionar a carta enviada pelos congressistas norte-americanos Rich McCormick e Maria Elvira Salazar à Casa Branca pedindo o banimento do ministro Alexandre de Moraes do território americano.

O Financial Times ressalta ainda que o Supremo Tribunal Federal (STF) "acumulou um extraordinário poder na última década", mas que a Corte foi "prejudicada" por decisões "contenciosas", entre elas, a condenação e posterior anulação das penas do presidente Lula. O jornal britânico descreve Moraes como um dos "juízes mais controversos" do tribunal e destaca o fato de ele ser, ao mesmo tempo, relator e vítima em um dos processos contra Bolsonaro.

A reportagem também relembra o caso da cabeleireira Débora Rodrigues, acusada por ter pichado a estátua da Justiça com batom durante os ataques do 8 de janeiro. Moraes, relator do caso, e o ministro Flávio Dino votaram pela condenação da ré a 14 anos de prisão em regime inicialmente fechado.

No último dia 24, o ministro Luiz Fux pediu vista e suspendeu o julgamento de Débora. Fux explicou que precisa de mais tempo para analisar a dosimetria da pena e sinalizou que pode sugerir uma redução.

O governador de Goiás e pré-candidato a Presidência da República em 2026 Ronaldo Caiado criticou a ideia de federação do partido do qual faz parte, o União Brasil, com o PP. A junção das duas legendas já foi aprovada pela Executiva Nacional do PP no dia 18 de março.

"Acredito que forçar essa federação seria um tiro no pé dos dois partidos. O União Brasil e o PP são partidos grandes, consolidados na maioria dos estados, e fazer essa junção agora não é algo simples. Em cada estado existe uma realidade distinta e vejo que a resistência a essa proposta está muito grande no União Brasil", reclama Ronaldo Caiado.

Ele aponta ainda dificuldades não superadas em seu partido, criado com a fusão de duas outras legendas

"Até hoje não conseguimos superar alguns rachas regionais fruto da fusão do DEM com o PSL, que ocorreu em 2022. Acho que essa discussão com o PP não deve ser feita por agora."

Ao contrário da fusão que criou o União Brasil, uma federação da sigla com o PP não extinguiria nenhuma das duas legendas. Contudo, os dois partidos precisariam atuar de forma unificada em todo o País, como se fossem uma só legenda nas eleições, por exemplo. Assim, as duas siglas estariam juntas nas mesmas chapas nas disputas de 2026.

Caiado é pré-candidato a presidente pelo União Brasil, embora pese contra ele hoje uma decisão de primeira instância que determinou sua inelegibilidade. Apesar disso, tanto seu partido quanto o PP são assediados com frequência pelo governo federal para que apoiem Lula ou ao menos fiquem neutros em 2026. Ambas as siglas têm ministérios no governo Lula, mas também possuem proximidade com o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu grupo político.