Trump faz alegações falsas sobre fraude eleitoral no último discurso da campanha

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O ex-presidente dos Estados Unidos e candidato do Partido Republicado à Casa Branca, Donald Trump, repetiu denúncias falsas sobre fraudes eleitorais no último discurso da campanha, no início da madrugada desta terça-feira, 5. Trump ainda voltou a associar a presença de imigrantes à criminalidade e prometeu revitalizar o país.

"Com seu voto amanhã terça, podemos resolver todos os problemas que nosso país enfrenta e levar a América, e de fato o mundo inteiro, a novos patamares de glória", disse o republicano, durante comício em Grand Rapids, Michigan.

Enquanto a candidata democrata e vice-presidente, Kamala Harris, não mencionou Trump no último discurso da campanha, na Filadélfia, o republicano disparou uma série de ofensas à adversária.

O candidato a vice-presidente na chapa de Trump, J.D. Vance, disse na segunda-feira, 4, que a vitória dos republicanos vai "tirar o lixo" de Washington e que o "nome do lixo é Kamala Harris".

*Com informações de Associated Press

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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse nesta terça-feira, 5, que o projeto de lei das emendas parlamentares será votado na Casa Alta do Congresso até o fim deste mês. "Aguardamos a definição na Câmara e quando chegarmos ao Senado vamos colocar com maior agilidade possível", disse na saída do 2º Simpósio da Liberdade Econômica, em Brasília.

Segundo Pacheco, "precisamos aprovar isso (PL das emendas) até o final de novembro".

A proposta deve ser votada na Câmara dos Deputados nesta terça-feira, 5.

Segundo Pacheco, mais importante do que o projeto que será analisado no Senado - já que o senador Angelo Coronel (PSD-BA), relator do Orçamento do ano que vem, também apresentou uma proposta - é discutir o conteúdo, o que indica que o presidente do Senado não deve impor dificuldades quando o texto vier da Casa Baixa do Congresso.

O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), voltou a dizer que "se tornou imperativo regular a internet", inclusive por motivos econômicos, e que é preciso "encontrar um mecanismo adequado para fazer a tributação de empresas que dizem não estar em lugar nenhum". O ministro falou no encerramento de um seminário sobre os seis anos da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), na sede da Corte.

"Você tem que fazer uma tributação justa, porque uma característica dessas empresas decorre de uma certa virtualização da vida e uma desterritorialização da atividade empresarial. E, portanto, a Apple tem sua principal sede de negócios nos Estados Unidos, na Europa, o mesmo do Brasil, mas a sua sede está na Irlanda", declarou Barroso.

Ele ressaltou que há uma "linha tênue" entre a regulação das redes sociais e a repressão da liberdade de expressão. "Nós também não queremos um Estado fiscal do salão, controlando tudo o que as pessoas acham, pensam e querem colocar no ar", afirmou.

De acordo com Barroso, é preciso "disciplinar com princípios relativamente vagos, porque a velocidade da transformação é uma das coisas mais importantes do mundo atual". Diante da demora do Congresso em editar uma lei sobre o tema, o Supremo vai julgar em 27 de novembro três ações que discutem o Marco Civil da Internet e a responsabilização das plataformas por conteúdos publicados pelos seus usuários.

Barroso também disse que a LGPD tem uma "qualidade adequada", mas que "em breve vamos nos deparar com uma nova realidade", a partir do avanço da inteligência artificial. "A verdade é que a inteligência artificial tem capacidade de armazenar muito mais informações que o cérebro humano, e a capacidade de processá-las em muito maior velocidade. Portanto, em muitas matérias, efetivamente a inteligência artificial vai ser capaz de decidir melhor do que a condição humana", disse o ministro.

A medição da transparência e da corrupção é uma tarefa complexa pois envolve um fenômeno social multidimensional e instável, avalia o cientista político e professor da Fundação Dom Cabral, Humberto Falcão. O assunto foi discutido durante a 9ª edição do Seminário Caminhos Contra a Corrupção, realizado pelo Estadão e o Instituto Não Aceito Corrupção (Inac).

"Os fatores são diversos e interligados, exigindo uma combinação de indicadores. Precisamos regionalizar as métricas e aprimorar as metodologias", sugeriu Falcão, questionando a relevância de um índice de percepção próprio para o Brasil.

O painel "Pesquisas e medição da transparência e da corrupção - cases e aprendizados", mediado pelo repórter especial e colunista do Estadão, Marcelo Godoy, contou com a participação de Falcão, além da jornalista, gerente de Projetos da Transparência Brasil, Marina Atoji, e da professora da Unesp e conselheira do Inac, Rita de Cassia Biason.

Marina Atoji abordou a complexidade do conceito de transparência, muitas vezes percebido como abstrato. "Transparência começa quando se sabe quem é responsável pelo quê", disse. Ela ressaltou as dificuldades na medição e a necessidade de parâmetros legais que determinem a publicação de informações, incluindo periodicidade e locais de divulgação.

"A métrica da percepção é uma das mais eficazes, pois é através dela que a sociedade civil consegue identificar rapidamente os avanços. O Ministério Público já comprovou isso em um ranking de transparência de municípios. Ninguém gosta de ser apontado como alguém que não promove transparência em seus negócios", explicou Marina, ao ressaltar a efetividade de incentivos como o ranqueamento.

A gerente de Projetos da Transparência Brasil ainda realçou a importância de se traçar a linha entre o que é público e o que é privado. Na avaliação dela, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) se tornou, em muitos casos, uma justificativa conveniente para esconder informações que deveriam ser públicas. Na avaliação de Marina, quando se trata de ver a administração pública de forma clara e acessível, o interesse público deve prevalecer sobre o direito à privacidade. "Se há interesse público, não há direito à privacidade", reforçou.

A professora da Unesp Rita de Cassia citou a visão comparativa do Brasil e seus vizinhos latino-americanos em termos de democracia e combate à corrupção. O Índice de Democracia de 2023 aponta o Brasil como intermediário, com um desempenho abaixo de países como Chile e Uruguai. Na avaliação da especialista, embora o Brasil tenha avançado em alguns períodos, a região como um todo enfrenta dificuldades devido a fatores históricos, legislações e acesso limitado à informação.

Rita afirmou que a dificuldade em distinguir o público do privado é uma das raízes da corrupção em muitos países da América Latina, que apresentam índices mais elevados de corrupção. Para a professora, a tradição na região de usar a máquina pública para beneficiar interesses pessoais. "É como se a administração pública fosse uma extensão da minha casa", avaliou.

Humberto Falcão destacou que a corrupção, mais do que um problema ético, representa um sério obstáculo financeiro ao desviar recursos essenciais. "Quando comparamos o Brasil com outros países, concluímos que a corrupção e a falta de transparência ainda são grandes desafios, apesar das políticas em vigor para combatê-las", afirmou. Para o cientista político, é fundamental medir a corrupção de forma objetiva.

"Se queremos ser eficazes na promoção da transparência, precisamos mensurar isso de maneira rigorosa". Para Falcão, a métrica da percepção é essencial uma vez que reflete a experiência de quem sofre com a corrupção.

O Seminário Caminhos Contra a Corrupção se consolidou como um dos principais espaços de debate nacional sobre transparência, integridade, compliance, ESG e o universo anticorrupção. Quase 80 mil pessoas acompanharam as duas últimas edições, em 2022 e 2023.