Cúpula da Europa deve se concentrar nos desafios e implicações do 2º mandato de Trump nos EUA

Internacional
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Líderes europeus avaliarão a nova perspectiva global, em cúpula da Europa marcada para quinta-feira, 7, após a eleição do candidato republicano, Donald Trump, para a presidência dos Estados Unidos. A reunião se concentrará nos temores e alegrias de alguns chefes europeus com o retorno do americano à Casa Branca, além das consequências que o dirigente pode ter no continente.

Durante a campanha, Trump ameaçou uma guerra comercial com a Europa, além de uma retirada dos compromissos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de apoio à Ucrânia. A vitória do republicano ainda dá forças para os populistas e partidos de extrema direita da Europa.

O anfitrião da cúpula será o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, que é "fã fervoroso" do presidente eleito americano.

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O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), candidato à presidência da Câmara a partir do ano que vem, disse nesta quarta-feira, 6, que a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos "causa um momento de euforia" nos movimentos de direita para as próximas eleições. Motta, no entanto, evitou comentar se o resultado eleitoral nos EUA poderia levar a uma pressão a favor da anistia do ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado de Trump.

Para o líder do Republicanos no Câmara, a vitória de Trump "causa um ânimo maior aos movimentos de direita no País".

"A pauta dos movimentos de direita no mundo são bastante conectadas. Quando há, de qualquer líder político em um país amigo ou vizinho, a concepção de que houve uma vitória do pensamento que elas defendem, causa um momento de euforia para o próximo período eleitoral do País. É natural", declarou.

Questionado se esse resultado poderia ter algum impacto concreto na comissão que avalia a anistia aos processados pelos atos de 8 de janeiro, Motta se esquivou.

"A condução da comissão deve começar nos próximos dias. comissão vai trabalhar com serenidade e fazer o trabalho que tem que ser feito para debater um tema importante como esse", declarou.

O deputado avaliou, no entanto, que nada deve mudar na relação comercial do Brasil com os Estados Unidos, apesar das posições diferentes de Luiz Inácio Lula da Silva e de Donald Trump no espectro ideológico.

"Acredito que seja o momento em que o Brasil precisa se consolidar cada vez mais em suas relações internacionais. Não acredito que o país comprometa suas relações com os EUA por uma questão política ideológica. Sempre defendemos que o interesse do País está acima de qualquer interesse partidário. O Brasil saberá se posicionar através do Itamaraty", afirmou.

Candidato à presidência da Câmara com o apoio de 15 partidos, o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) afirmou nesta quarta, 6, que pretende procurar o PSD, o União Brasil, o Psol e o Novo para obter novas adesões à sua campanha.

As declarações ocorreram em entrevista a jornalistas nesta quarta-feira, 6, durante a 10ª Cúpula de Presidentes dos Parlamentos do G20, o "P20". Na ocasião, ele celebrou os apoios dos partidos Rede Sustentabilidade, PRD e Solidariedade, anunciados horas antes.

"Nossa candidatura vai se consolidando a cada dia como uma candidatura forte, que tem musculatura, que dialoga com todos. E nós procuraremos, até o final, dialogar com todos os partidos, com o PSD, com o União, com o PSOL, com o Novo, porque essa é a essência da nossa candidatura, o diálogo, a convergência", declarou.

Além das siglas que anunciaram apoio nesta quarta, o deputado paraibano conta com o sinal favorável de PL, PT, MDB, PP, Podemos, PCdoB, PV, PDT, PSB, PSDB, Cidadania e o próprio Republicanos, seu partido. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também defende a eleição de Motta.

Os líderes do PSD, Antonio Brito (BA), e do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), lançaram candidaturas, mas seus partidos resolveram iniciar diálogo com Motta para apoiar o líder do Republicanos.

Em reunião com integrantes de sua sigla, na semana passada, Elmar aceitou retirar sua candidatura, depois que o partido passou a negociar cargos na nova gestão.

O líder do PDT, Afonso Motta (RS), confirmou, na segunda-feira, 5, que os pedetistas foram comunicados da desistência de Elmar. No entanto, o líder do União tem evitado fazer um anúncio público.

Brito, por sua vez, afirmou que o PSD negociará a manutenção da proporcionalidade do partido nos cargos da Câmara. Após essa articulação com Motta, a bancada fará uma nova reunião para deliberar se ele continuará ou não com a candidatura.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) parabenizou na madrugada desta quarta-feira, 6, Donald Trump pela vitória nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. "Testemunhamos o ressurgimento de um verdadeiro guerreiro", afirmou o ex-presidente brasileiro em posicionamento publicado no X (antigo Twitter).

Inelegível por decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro também ligou a vitória de Trump nas urnas ao seu futuro político no País. "Talvez em breve Deus também nos conceda a chance de concluir nossa missão com dignidade e nos devolva tudo o que foi tirado de nós. Talvez tenhamos uma nova oportunidade de restaurar o Brasil como uma terra de liberdade, onde o povo é senhor de seu próprio destino", disse.

Ao falar em "processo eleitoral brutal" e em "perseguição judicial", Bolsonaro aproxima a trama vivida por Trump da sua própria trajetória política.

O ex-presidente relativiza o resultado obtido nas eleições presidenciais de 2022 com acusações sobre o sistema eleitoral e a atuação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante sua campanha à reeleição - a mesma Justiça Eleitoral que, no ano seguinte ao pleito, condenou Bolsonaro à inelegibilidade em três ocasiões.

Dessas decisões, uma foi revogada, enquanto as demais permanecem em vigor e impedem que o ex-presidente volte a concorrer a cargos eletivos até 2030.

Reunião com embaixadores

Em junho de 2023, o TSE condenou Bolsonaro por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, pela reunião com embaixadores na qual o então presidente atacou, sem apresentar provas, as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral do País.

O ex-presidente foi condenado à inelegibilidade por oito anos, contados a partir da data do primeiro turno das eleições gerais de 2022.

Abuso de poder no Sete de Setembro

Três meses depois, em outubro, o ex-chefe do Executivo foi condenado mais uma vez, por abuso de poder político durante o feriado de Dia da Independência em 2022. Os ministros concluíram que ele usou a data cívica para fazer campanha.

Essa condenação, que impôs mais uma pena de inelegibilidade ao ex-presidente e o pagamento de uma multa de R$ 425 mil, se estendeu a Walter Braga Netto, ex-ministro e vice na chapa de Bolsonaro na eleição de 2022.

No mês seguinte, o ministro do TSE Benedito Gonçalves, de saída da Corte Eleitoral, impôs mais uma condenação a Bolsonaro por abuso de poder durante o Sete de Setembro. Na ocasião, o ministro antecipou parcialmente a análise do mérito da ação, por considerar que o colegiado já havia decidido sobre o mesmo fato, em outras ações. Em junho deste ano, contudo, o ministro Raul Araújo anulou essa condenação.

O magistrado avaliou haver "litispendência parcial" no caso, ou seja, quando uma pessoa já foi investigada e condenada por um determinado fato. A reversão da pena, porém, não devolveu a elegibilidade a Bolsonaro.

Com as duas condenações, Bolsonaro acumula duas penas por inelegibilidade, mas não há soma no tempo das condenações. O prazo da inelegibilidade do presidente segue até 2030, oito anos após 2022.

Indiciamentos por fraude no cartão de vacinas e caso das joias

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Além das condenações na Justiça Eleitoral, Bolsonaro também é alvo de outros casos que aguardam desfecho da Justiça. Entre os processos, o ex-presidente já foi indiciado em investigações relativas à fraude em seu cartão de vacinas e no caso das joias sauditas, revelado pelo Estadão. Após o indiciamento, cabe ao Ministério Público a apresentação de denúncias. Para que Bolsonaro se torne réu e seja levado a julgamento, a denúncia do Ministério Público deve ser aceita pela autoridade de Justiça.

Condenado na Justiça Eleitoral, Bolsonaro está inelegível, enquanto Donald Trump, condenado neste ano por um tribunal de Nova York, pôde concorrer no pleito presidencial.

O republicano foi condenado por pagamentos ocultos a uma atriz pornô, os quais, segundo o veredito, tiveram como objetivo o silenciamento de uma denúncia de assédio. Contudo, não há, nos Estados Unidos, um dispositivo legal que impeça um cidadão condenado de concorrer e assumir cargos federais.