Na Alemanha, Scholz deve pedir voto de confiança, abrindo caminho para eleição em 2025

Internacional
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A expectativa é de que o chanceler alemão, Olaf Scholz, peça um voto de confiança no seu governo em 16 de dezembro, abrindo caminho para uma nova eleição parlamentar já em fevereiro, informou a mídia alemã nesta terça-feira. A esperada votação no Bundestag aconteceria muito antes dos planos originais, marcando um passo para alcançar um compromisso entre o partido de Scholz, os sociais-democratas, e o principal partido da oposição no parlamento, os conservadores cristãos de centro-direita.

A medida surge após o colapso da coalizão tripartidária de Scholz na semana passada, numa altura em que os líderes da maior economia da Europa têm lutado para encontrar formas de relançar o anêmico crescimento econômico da Alemanha.

Os especialistas prevêem que a economia irá encolher ou, na melhor das hipóteses, estagnar este ano, devido a choques externos e problemas internos, incluindo burocracia e escassez de mão-de-obra qualificada.

Scholz já havia anunciado que buscaria um voto de confiança em 15 de janeiro, que poderia levar a uma eleição já em março. Caso contrário, a votação deveria ocorrer em setembro próximo.

Na terça-feira, Scholz disse à emissora pública ARD que "não havia problema" para ele apelar ao voto de confiança antes do Natal e que respeitaria qualquer acordo dos seus colegas sociais-democratas e dos democratas-cristãos.

A decisão final sobre a data exata da eleição - possivelmente 16 ou 23 de fevereiro - caberia ao presidente alemão Frank-Walter Steinmeier. Scholz anunciou que lideraria a Alemanha com um governo minoritário após a sua decisão, na semana passada, de demitir o ministro das Finanças, Christian Lindner, dos Democratas Livres pró-negócios, encerrando o seu papel na coligação.

Deixado com os ambientalistas Verdes na sua coligação, Scholz expressou esperança de ganhar o apoio dos Democratas-Cristãos, liderados por Friedrich Merz, para aprovar legislação importante e tapar o buraco de um bilhão de euros no orçamento de 2025.

Merz rejeitou veementemente o plano inicial de Scholz de esperar até janeiro para realizar o voto de confiança. Se o governo não obtiver o voto de confiança, o que parece cada vez mais provável, Steinmeier poderá dissolver o Bundestag no prazo de 21 dias e convocar novas eleições. Fonte: Associated Press

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta quarta-feira, 5, o pleito de investigados pelos atos golpistas de 8 de janeiro por anistia. Com ironia, disse que as pessoas pedem o perdão da pena, muitas vezes sem a condenação em si.

"As pessoas são muito interessantes. Nem terminou o processo e já querem anistia. Eles não acreditam que são inocentes? Eles deveriam acreditar que são inocentes e não ficar pedindo anistia antes de o juiz determinar a punição", disse.

Lula deu entrevista às rádios Itatiaia, Mundo Melhor e BandNewsFM BH, de Minas Gerais, na manhã desta quarta.

"Quando as pessoas nem foram condenadas e pedem anistia, eles estão se condenando, eles acham que fizeram aquilo que a Justiça está dizendo que eles fizeram", afirmou.

Sobre uma possível disputa com o ex-presidente Jair Bolsonaro, Lula disse que, se a Justiça entender que ele pode ser candidato em 2026, que assim seja, mas disse que, se ele, Lula, for candidato, Bolsonaro "vai perder outra vez".

"Esperem o julgamento, se defendam, vai ter condenação ou não, haverá o direito de defesa que nunca houve para mim, se a Justiça entender que ele (Jair Bolsonaro) pode concorrer, ele pode concorrer. E se for comigo, vai perder outra vez", disse.

Lula não respondeu, porém, sobre a discussão no Congresso sobre uma alteração no prazo de inelegibilidade pela Lei da Ficha Limpa. Bolsonaro está atualmente inelegível e não pode ser candidato em 2026. Caso o prazo seja reduzido, o ex-presidente poderia ser candidato.

O petista criticou Bolsonaro e insinuou que o ex-presidente viajou aos Estados Unidos no fim de 2022 porque teria medo de ser preso. Também afirmou que "quem tentou dar um golpe, articulou inclusive a morte do presidente, vice-presidente e presidente do TSE, não merece absolvição, eu acho" e disse que, "por menos do que eles fizeram, muita gente do Partido Comunista foi morta".

"A verdade só o Bolsonaro sabe, se ele sabe que quis dar golpe, ele sabe que quis dar, por isso fugiu para Miami. Se ele fosse um homem que não tivesse preparado toda aquela podridão de comportamentos, ele teria ficado, dado posse, como qualquer ser humano civilizado faria", afirmou.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira, 5, que o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) "será mantido ministro". Lula elogiou Silveira e disse que ele é um "ministro excepcional".

"Silveira é um ministro excepcional. Poucas vezes o Ministério de Minas e Energia teve um ministro com a competência, a vontade de brigar, como o Silveira. Ele será mantido ministro. Não há porque mexer em uma coisa que está fazendo uma revolução no setor energético e de minas do País. Ainda vou discutir muito com o PSD e os partidos, porque não tenho pressa a fazer reforma", declarou em entrevista às rádios Itatiaia, Mundo Melhor e BandNewsFM BH, de Minas Gerais, na manhã desta quarta.

Lula disse, ainda, que vai depender do ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG) decidir se quer ser ministro do governo federal e se quer ser candidato ao governo de Minas Gerais.

"Se eu falar para você que eles vão ficar, você vai dizer que Lula não faz mudança no governo. Mas posso te dizer que meu sonho com o Pacheco é mostrar a ele que ele é a figura pública mais importante de Minas Gerais e que se ele quiser ser o candidato a governador ele poderá ser o futuro governador. É só ele querer para a gente trabalhar para ele ser eleito. Ele vai ter que decidir", afirmou.

Lula disse que pretende se reunir com Pacheco e com integrantes do PSD depois das férias que o senador pretende tirar. Afirmou que não há pressa para esse encontro, mas que o PSD terá de "demonstrar o que tem". Ao citar as pastas ocupadas pela legenda, se confundiu e disse que o partido tem o Ministério do Turismo (na verdade, a sigla ocupa o Ministério da Pesca).

"Pacheco tem o direito de tirar férias e descansar. Temos todo o tempo do mundo. Quando ele voltar, quero ter uma reunião com o PSD, com os ministros e direção do PSD, e dizer o que a gente vai fazer. O PSD vai demonstrar o que tem. Mas não há pressa, Pacheco pode tirar boas férias e descansar", afirmou.

Lula completou dizendo que se o ex-presidente do Senado declinar do convite para ser candidato ao governo, o Palácio do Planalto terá de pensar em alternativas para a disputa em 2026.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira, 5, que o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), deveria "respeitar" o programa de renegociação das dívidas dos Estados com a União e que Zema e o governo anterior "não conseguiram fazer" um acordo para o pagamento desses débitos.

"É muito estranho que a gente faça esse acordo, Minas Gerais deixa de pagar os juros, e que 60% do que não pagar deverá ser investido na educação, saneamento, habitação. E fico sabendo que o governador de Minas Gerais tem feito críticas e disse que vai recorrer para derrubar o veto que fiz em tudo o que a AGU disse que era inconstitucional. Fiz o veto consciente de que o Congresso pode derrubar o veto, tem a soberania", disse o presidente em entrevista às rádios Itatiaia, Mundo Melhor e BandNewsFM BH, de Minas Gerais, na manhã desta quarta.

Lula elogiou o ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG) pela negociação sobre o projeto de lei e disse que o Propag (programa criado para renegociação das dívidas dos Estados) não beneficia o governo federal, mas, sim, os Estados endividados.

"Sou muito agradecido ao Pacheco, porque o acordo pela dívida de MG só aconteceu por causa do Pacheco, porque ele se dedicou para que a gente pudesse concluir esse acordo", declarou.