Ucrânia e Rússia trocam ataques a infraestrutura de energia

Internacional
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Em ataque noturno "massivo", a Rússia bombardeou com mísseis a infraestrutura de energia e gás da Ucrânia, enquanto drones ucranianos atingiram uma refinaria de petróleo dentro do território russo, segundo autoridades. O conflito, que já dura quase três anos, continua em meio a esforços diplomáticos renovados para encerrá-la.

A empresa estatal de energia da Ucrânia, Ukrenergo, informou que impôs apagões emergenciais devido ao ataque russo. A Rússia tem atacado repetidamente a rede elétrica ucraniana ao longo da guerra. Enquanto isso, como parte de sua campanha de drones de longo alcance contra alvos dentro da Rússia, a Ucrânia atingiu uma refinaria na região russa de Saratov, a cerca de 500 quilômetros da fronteira ucraniana. A instalação produz gasolina, óleo combustível e diesel para o exército russo, segundo a Ucrânia.

Fora da Ucrânia, esforços internacionais estão em andamento para pôr fim aos combates. Os principais assessores do presidente dos EUA, Donald Trump, devem se reunir com o presidente ucraniano Volodymir Zelenski ainda esta semana, à margem da Conferência de Segurança de Munique, para discutir um possível caminho para o fim da guerra.

O vice-presidente, JD Vance, o secretário de Estado, Marco Rubio, e o tenente-general aposentado, Keith Kellogg, enviado especial de Trump para Ucrânia e Rússia, estão entre os representantes do governo dos EUA que viajarão para o evento.

A força aérea ucraniana afirmou que a Rússia lançou 124 drones Shahed e drones de isca em toda a Ucrânia durante a noite. Além disso, pelo menos 19 mísseis russos de diferentes tipos atingiram instalações de produção de gás ucranianas, segundo autoridades. Na Rússia, os relatos sobre o suposto ataque ucraniano com drones eram vagos, já que as autoridades raramente fornecem detalhes sobre ataques ucranianos bem-sucedidos. Fonte: Associated Press.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a parceria entre o governo federal e os prefeitos independentemente de posições ideológicas, ao discursar na abertura do Encontro de Novos Prefeitos e Prefeitas, nesta terça-feira, 11, em Brasília.

Na ocasião, ele afirmou que não discriminará prefeitos que não são do PT ou que não tenham votado em sua candidatura ao Palácio do Planalto. "Não haverá, em hipótese alguma, de um banco como o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, o BNB ou o BNDES, deixar de atender interesses de um governador, os interesses de uma cidade, por questão ideológica", declarou.

Na sequência, Lula fez uma referência implícita à gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, que, segundo ele, não recebia os governadores e prefeitos da oposição.

"Nós sabemos que, no Brasil, isso sempre aconteceu, nós sabemos como a oposição era tratada neste País, e não faz muito tempo. Muitos governadores passaram quatro anos no governo e não foram recebidos pelo presidente da República, e muito menos o presidente da República visitou as cidades para conversar com o prefeito", afirmou.

O presidente também afirmou que quer estabelecer "uma relação altamente civilizada" com os prefeitos. "Voltei a governar este País com a única responsabilidade de provar mais uma vez que este País tende a ser altamente desenvolvido, e ele só será desenvolvido se a cidade for desenvolvida", declarou. "Não há Estado rico com cidade pobre. É preciso que haja compartilhamento das coisas entre o governo federal e o governo municipal".

Lula também brincou: "Eu atendo tanto os prefeitos que o Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro, além de pegar dinheiro todo dia, ele quer que eu devolva ao Rio a capital do País. Aí não é possível, porque a Bahia reivindicou, porque já foi capital primeiro do que o Rio".

O evento teve a participação dos presidentes do Congresso Nacional, de ministros, governadores, presidentes de bancos públicos, entidades municipalistas e demais autoridades. Na ocasião, representantes de municípios reivindicaram um redesenho do pacto federativo, a criação de programas sociais para municípios pequenos com emendas parlamentares e a aprovação de uma proposta que institui novo parcelamento para o pagamento de dívidas municipais.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira, 11, que, ao final de seu terceiro mandato, prefeitos e prefeitas do Brasil pedirão que ele "fique" no cargo. A afirmação foi realizada durante a abertura do Encontro de Novos Prefeitos e Prefeitas, em Brasília. "Quando terminar o meu mandato, vocês vão dizer: 'Lulinha, fica', porque nós precisamos de um presidente que goste de nós", afirmou o presidente ao final do discurso.

A declaração foi aplaudida pelo público e por políticos e ministros que acompanhavam Lula, como o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), o ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais e o novo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), entre outros.

No ano passado, em mais de uma ocasião, o presidente afirmou esperar "não ter que concorrer" novamente. Nesta terça, fez uma declaração mais enfática sobre sua participação na disputa ao Planalto de 2026.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira, 10, o afastamento do deputado estadual Adolfo Menezes (PSD) do cargo de presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). Assumiu interinamente a 1ª vice-presidente, Ivana Bastos (PSD).

O relator considerou que a decisão do Tribunal de Justiça da Bahia que manteve a recondução de Menezes ao cargo, que cumpre um terceiro mandato na presidência da Assembleia, violou o entendimento firmado pelo STF sobre a reeleição para as Mesas Diretoras do Poder Legislativo estadual.

O deputado afirmou em coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira, que "todos sabiam de uma possível decisão do Supremo" e que a defesa dele vai avaliar a possibilidade recorrer da decisão.

Procurada pelo Estadão, a Assembleia Legislativa da Bahia não se pronunciou sobre decisão do ministro do STF.

O Supremo definiu, em dezembro de 2022, o limite de uma única reeleição ou recondução para a formação das Mesas das Assembleias Legislativas eleitas após janeiro de 2021. Ou seja, as eleições ocorridas até 7 de janeiro de 2021, data de publicação da ata de julgamento da ADI 6524, não devem ser computadas para fins de inelegibilidade em novos pleitos posteriores.

O deputado Adolfo Menezes foi eleito, pela primeira vez, para ocupar o cargo de presidente da Mesa Diretora da Assembleia da Bahia em 1º de fevereiro de 2021, com mandato até fevereiro de 2023. Ou seja, Menezes tomou posse após o entendimento do STF sobre o número de reeleições para o cargo.

Seguindo a decisão da Corte, Adolfo Menezes concluiu o primeiro mandato e foi reconduzido como presidente da Alba em fevereiro de 2023, com mandato até o dia 1º deste mês. Dois dias depois, no dia 3, o atual presidente se apresentou novamente como candidato para um terceiro mandato, o que é vedado pelo entendimento do STF.

Com base na decisão, o deputado estadual Hilton Coelho (PSOL), que disputou a eleição para Mesa Diretora da Assembleia contra Menezes alegou, em reclamação ao STF, que Adolfo Menezes foi eleito para a presidência do Legislativo estadual em 2021, reconduzido em 2023 e, neste ano, eleito para o terceiro mandato consecutivo.

Ao avaliar o caso, o ministro Gilmar Mendes lembrou que, em 2022, o Supremo vedou a recondução ilimitada de integrantes da Mesa Diretora do Poder Legislativo estadual. Além disso, de acordo com o ministro, "a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa da Bahia ao chancelar a candidatura do deputado Adolfo Menezes para, assim, concorrer à reeleição da presidência da referida Casa Legislativa, ofendeu a autoridade das decisões desta Corte, porquanto culminou-se no terceiro mandato consecutivo de presidente do Poder Legislativo daquele Estado".

Em decisão liminar, Gilmar Mendes determinou o afastamento de Menezes até o julgamento do mérito da reclamação.

"Feitas essas considerações e sem prejuízo de melhor análise por ocasião do julgamento de mérito, a mim me parece que a reeleição sucessiva de Adolfo Menezes ao cargo de presidente da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia ao terceiro biênio consecutivo ofende o entendimento estabelecido no julgamento das ADIs 6688, 6698, 6714 e 7016, que assentaram a impossibilidade de reeleição ilimitada ao mesmo cargo da mesa diretora do Poder Legislativo", afirmou o ministro na decisão.

Adolfo Menezes diz que recebeu "com tranquilidade" a decisão. "Recebo com tranquilidade, até porque todos vocês são testemunhas que todas as vezes que eu me manifestei, no próprio dia de eleição, em todas as minhas entrevistas, nós já sabíamos, a Casa toda sabia, de uma possível decisão do Supremo a respeito da minha recondução pela terceira vez", afirmou.

Segundo o presidente afastado da Assembleia, a defesa avalia a possibilidade de um recurso ao Supremo.

"Eu estou preparado para tudo. Os advogados vão ver se cabe algum recurso, alguma contestação. Essa decisão do ministro vai ser levada ao plenário da Corte, me parece que já no dia 28, e vamos ver o que acontece. Caso eu não fique, com toda tranquilidade, como a decisão dele não anula a eleição, só pede explicações e me afasta temporariamente, vamos ver, torcer para a deputada Ivana ficar como vice-presidente", afirmou.