Lula diz que mundo vive situação de insensibilidade entre países e lamenta guerra em Gaza

Internacional
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou a cerimônia com o primeiro-ministro, Shigeru Ishiba, para defender o multilateralismo e criticar o investimento dos países em armamento. Lula criticou a retomada de investimentos por parte da Europa em armas e disse que o mundo atravessa "situação de insensibilidade" na relação política entre os Estados. Diante de tal cenário, o petista disse que a relação entre Brasil e Japão ganha um "novo marco de grandeza".

 

"Nós entendemos que o mundo atravessa uma situação política difícil, uma situação econômica complicada e muita insensibilidade na relação política entre os Estados. Protocolos como o de Kyoto não foram cumpridos, acordos como o de Paris não foram cumpridos", afirmou Lula em cerimônia de assinatura entre o Brasil e o Japão nesta quarta-feira, 26. O evento aconteceu após uma reunião bilateral entre Lula e o primeiro-ministro japonês.

 

Lula avaliou que o mundo assiste países "que simbolizavam a ação democrática sofrendo riscos de desestabilização pela função e participação da extrema-direita". Nesse sentido, ele citou a Europa, que classificou como "uma parte do mundo que só vivia em termos de tranquilidade", voltar a investir em armamentos, após a guerra da Ucrânia.

 

O presidente também comentou sobre a situação da Faixa de Gaza e disse ver com "muita seriedade o fim do cessar-fogo" na região. "A recente violação do cessar-fogo em Gaza soma-se à sequência de afrontas ao direito humanitário", pontuou. De acordo com o chefe do Executivo brasileiro, os conflitos no Oriente Médio exigem respostas "urgentes" da comunidade internacional.

 

Diante de tal situação, o presidente disse que 2025 será o "ano-chave" para o multilateralismo. Ele afirmou que o conceito será o "tema central" da cúpula do Brics que acontecerá neste ano no Brasil.

 

No discurso, Lula e Ishiba reiteraram o comprometimento dos países em trabalhar de forma conjunta no cenário internacional. Diante disso, o presidente afirmou que a relação entre Brasil e Japão ganha uma "nova dimensão". "O Japão é um país democrático, o Japão é um país desenvolvido do ponto de vista econômico, do ponto de vista científico e do ponto de vista tecnológico", citou. Em sua avaliação, não há possibilidade de um país crescer se não houver forte investimento em educação.

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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta quinta-feira, 27, que o projeto da direita em 2026 terá condições de "angariar simpatia da massa de centro" na eleição presidencial de 2026. Segundo ele, as alternativas que o campo oposicionista colocará na disputa têm "rejeição muito menor" do que a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), cuja taxa negativa, afirmou, "está cristalizada".

O governador disse esperar uma tentativa dos adversários de colarem no candidato de oposição "algumas bandeiras" associadas ao bolsonarismo, mas avaliou que essa estratégia será "ineficaz" diante do que chamou de "bons quadros" da direita. Tarcísio afirmou que o eleitorado busca "um grande projeto nacional" e que o campo conservador terá condições de apresentá-lo.

"Quando você avalia alternativas, você vai perceber que essas alternativas têm uma rejeição muito menor. O Lula tem uma rejeição muito alta, está cristalizada", disse o chefe do Executivo paulista durante o Annual Meeting realizado pela XP Asset Management. "E eu acredito o seguinte: no final, o projeto de país, esse projeto, vai nos dar a possibilidade de angariar simpatia e adesão daquela massa que fica mais ao centro, que tende ora para cá, ora para lá, sem trazer a rejeição."

Ele também defendeu a centralidade do Congresso em um eventual governo de oposição. Para o governador, será "fundamental" que o próximo presidente governe em parceria com o Legislativo. Tarcísio classificou o Congresso atual como "absolutamente reformista" e lembrou que a Casa aprovou, nos últimos anos, reformas estruturais e medidas pró-mercado.

"Este Congresso que está aí, com alguma renovação, foi o mesmo que aprovou a reforma trabalhista, a reforma tributária, a reforma da Previdência, o marco do saneamento, a Lei do Gás, a autonomia do Banco Central, a Lei das Agências", continuou. "Poucos presidentes, na história recente, tiveram essa habilidade de tornar o Congresso sócio das realizações."

Tarcísio afirmou ainda que a disputa de 2026 será marcada por desinformação. "Vai ter muita fake news. O PT gosta muito de fazer isso", declarou, acrescentando que, apesar disso, considera que a população está "mais vacinada" contra estratégias de desconstrução.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou nesta quinta-feira, 27, no Annual Meeting realizado pela XP Asset Management, que o atual Congresso é absolutamente reformista e disposto a entregar um projeto interessante para o País e que poucos presidentes tiveram habilidade de tornar o Congresso sócio das realizações.

Tarcísio também comentou que será fundamental que o próximo presidente governe com o Congresso. Além disso, ele ressaltou que o Brasil necessita de reforma orçamentária, que vai precisar desvincular receita e que a agenda que deve ser tocada pelo próximo mandatário precisa ser conhecida por todos.

O governador, durante a sua fala, disse ainda que uma eventual vitória da direita significa apreciação de câmbio, queda de inflação e juros.

Lula tem rejeição acima de 50%; PT não conseguiu lidar com segurança pública

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou que o presidente Lula tem uma rejeição acima de 50% e que o PT não conseguiu lidar com a questão da segurança pública. O governador de São Paulo também seguiu com algumas afirmações com relação ao atual governo. "A maioria absoluta da população diz que Lula não deveria disputar reeleição".

O Partido Liberal (PL) suspendeu o salário e as atividades do ex-presidente Jair Bolsonaro após ele começar a cumprir a pena de 27 anos de prisão à qual foi condenado.

O partido informa que vai cancelar as atividades e a remuneração de Bolsonaro, que é presidente de honra do partido, em razão da suspensão dos direitos políticos devido à condenação, "enquanto perdurarem os efeitos do acórdão condenatório na AP (ação penal) 2.668".

O partido diz que a medida é para cumprir a lei 9.096/95, cujo artigo 22 prevê que o partido deve "cancelar imediatamente" a filiação partidária de alguém em caso de morte, perda dos direitos políticos, expulsão, "outras formas previstas no estatuto, com comunicação obrigatória ao atingido no prazo de quarenta e oito horas da decisão" e "filiação a outro partido, desde que a pessoa comunique o fato ao juiz da respectiva Zona Eleitoral".

O salário de Bolsonaro é de R$ 33.873,67, segundo a prestação de contas do PL ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em agosto, o presidente nacional da legenda, Valdemar Costa Neto, consultou o advogado Marcelo Bessa sobre a possibilidade de manter a remuneração do ex-presidente mesmo com a prisão domiciliar.

Bessa fez um parecer em que conclui ser "juridicamente possível e recomendável que a empresa mantenha ativo o contrato de trabalho e o pagamento dos salários". Ele argumentou que não foi verificada nenhuma "restrição específica que impeça a atividade laboral remota" de Bolsonaro.

Prisão na PF

Bolsonaro está numa cela especial na Superintendência Regional da Polícia Federal em Brasília desde sábado, 22, quando foi preso preventivamente por ter tentado violar a tornozeleira eletrônica e levantar na Polícia Federal a suspeita de fuga.

Na terça-feira, 25, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes encerrou o processo e determinou o início do cumprimento da pena. Os demais condenados no "núcleo crucial" da trama golpista foram levados para unidades diversas das Forças Armadas e do sistema penitenciário.

Bolsonaro tem sido visitado pelos familiares na última semana, mediante autorização do STF. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que também recebe salário como presidente do PL Mulher (R$ 33.873,67), e os três filhos que moram no Brasil - o senador Flávio (PL-RJ) e os vereadores Carlos (PL-RJ) e Renan (SC) - foram vê-lo na PF.

Michelle tem enviado marmitas ao marido, levados por um de seus irmãos, Eduardo Torres, uma das principais companhias de Bolsonaro durante sua prisão domiciliar, uma vez que familiares podiam visitá-lo sem pedir autorização.