Rebeldes houthis dizem que EUA mataram 2 no Iêmen, mas vídeo de Trump indica número maior

Internacional
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Supostos ataques aéreos dos Estados Unidos mataram pelo menos duas pessoas durante a noite em um reduto dos rebeldes houthis do Iêmen, informou o grupo neste domingo, 6. Mas um vídeo de bombardeio postado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugere que o número de vítimas na campanha geral pode ser maior do que os rebeldes admitem.

Os ataques em Saada mataram duas pessoas e feriram outras nove. Imagens transmitidas pelo canal de notícias por satélite dos houthis, Al-Masirah, mostraram um ataque que destruiu o que parecia ser um prédio de dois andares. Os houthis, apoiados pelo Irã, não divulgaram imagens do interior do edifício, que descreveram como uma loja de itens de energia solar.

A intensa campanha de ataques aéreos no Iêmen sob Trump, visando os rebeldes por seus ataques à navegação em águas do Oriente Médio devido à guerra entre Israel e Hamas, já matou pelo menos 69 pessoas, segundo números divulgados pelos houthis.

No entanto, os houthis não reconheceram nenhuma vítima entre sua liderança de segurança e militar - algo questionado após a publicação de um vídeo online por Trump.

Vídeo de Trump

No início do sábado, 5, Trump publicou um vídeo em preto e branco que parece ser de um drone, mostrando mais de 70 pessoas reunidas em círculo. Uma explosão ocorre durante o vídeo de 25 segundos, deixando uma enorme cratera.

"Esses houthis estavam reunidos para receber instruções sobre um ataque," afirmou Trump, sem informar o local do ataque ou outros detalhes. "Ops, não haverá ataque desses houthis! Eles nunca mais afundarão nossos navios!"

O Comando Central das Forças Armadas dos EUA, que supervisiona as operações militares americanas no Oriente Médio, não publicou o vídeo nem ofereceu detalhes específicos sobre os ataques realizados desde 15 de março. A Casa Branca disse que já foram realizados mais de 200 ataques contra os houthis.

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O vereador de Balneário Camboriú (SC) Jair Renan Bolsonaro (PL) protocolou uma moção de repúdio contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Câmara Municipal. O filho "04" do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou o pedido na última sexta-feira, 4, afirmando que o governo federal impôs "severas restrições" à pesca de tainha, o que não tem "não tem contribuído para o desenvolvimento" da cidade. Neste domingo, 6, Jair Renan esteve ao lado do pai na manifestação pró-anistia na Avenida Paulista, em São Paulo.

O texto cita uma normativa do governo federal que impôs restrições, em 2023, à pesca industrial de tainha, atividade tradicional de Santa Catarina, além da imposição de cotas para a pesca artesanal em 2025. Segundo Jair Renan, "afetando milhares de pescadores e prejudicando a economia local".

O vereador também afirmou que Lula tem "demonstrado desrespeito" ao governador do Estado, Jorginho Mello (PL), e tido uma gestão ruim sobre a economia nacional. "O descontrole fiscal e a falta de direção na política econômica têm gerado sofrimento à população brasileira, com o aumento expressivo da inflação e a perda do poder de compra", afirmou.

O filho do ex-presidente ainda disse que o governo federal tem manifestado apoio a regimes ditatoriais, como os governos da Venezuela, de Cuba e da Nicarágua.

Jair Renan argumenta que o município de Balneário Camboriú não pode compactuar com este "cenário de afronta às tradições culturais, descaso com a economia local e apoio a regimes antidemocráticos".

Atuação de Jair Renan na Câmara

Eleito vereador pelo Partido Liberal (PL) nas eleições de 2024, Jair Renan exerce seu primeiro cargo eletivo. No mês de março, um corte de uma sessão na casa viralizou nas redes sociais. O vídeo mostra Jair Renan chorando ao discursar sobre a permanência de seu irmão, Eduardo, nos EUA.

Na tribuna, o vereador pediu respeito a sua família. "Quando você vai atacar alguém, ataque a pessoa, não ataque a família. Eu nunca desrespeitei nenhum familiar. O que aconteceu ontem foi algo mesquinho e de baixo calão", disse.

Ainda em março, Jair Renan foi o único vereador a votar contra o reconhecimento de assassinato do ex-prefeito Higino João Pio pela ditadura militar. Ao todo, 16 integrantes da Casa apoiaram o texto. Jair Renan se posicionou contrário ao projeto, e os vereadores Victor Forte (PL) e o presidente, Marcos Kurtz (Podemos), não votaram.

Durante ato em defesa da anistia para os condenados do 8 de Janeiro, neste domingo, 6, em São Paulo, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou a condenação de vendedores de pipoca e sorvete para criticar a condução dos processos contra acusados dos ataques às sedes dos Três Poderes em 2023.

Em cima de trio elétrico na avenida Paulista, Bolsonaro afirmou: "Olhe só o que está acontecendo no Supremo no dia de hoje. Eles já têm maioria para condenar um pipoqueiro e um sorveteiro por golpe de Estado. É inacreditável o que acontece", disse.

Depois, citou o caso em inglês, trecho do discurso que repercutiu em vídeo nas redes sociais: "Popcorn and ice cream sellers sentenced for coup d'état in Brazil" ("pipoqueiros e sorveteiros são condenados por golpe de Estado no Brasil", em português).

Bolsonaro se referia a Carlos Antônio Eifler, o pipoqueiro, e a Otoniel Francisco da Cruz, o sorveteiro. Eles foram condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na última sexta-feira, 4, por associação criminosa e incitação ao crime, com pena de um ano de prisão e pagamento de multa.

Em seu voto, o ministro Alexandre de Moraes, relator dos casos, substituiu a pena restritiva de liberdade por pena restritiva de direitos. Os dois deverão prestar serviços à comunidade e participar de curso sobre "Democracia, Estado de Direito e Golpe de Estado", e estão proibidos de utilizar redes sociais ou deixar a comarca em que residem.

A maioria dos ministros da Corte acompanhou o relator nos votos, com exceção de Kassio Nunes Marques e André Mendonça, que pediram a absolvição da dupla. Ambos os magistrados foram indicados à Corte por Bolsonaro.

De acordo com o voto de Moraes, os casos se encaixam no contexto dos crimes multitudinários, em que uma ação conjunta é perpetrada por inúmeros agentes, todos contribuindo para o resultado.

O ministro também ressaltou que o acampamento golpista em frente ao Quartel-General do Exército "encontrava-se extremamente organizado e com tarefas bem definidas", sendo o credenciamento e a permanência dos dois no local suficientes para verificar "o intuito comum à atuação da horda golpista".

Até março deste ano, a Corte já condenou 434 envolvidos nos ataques golpistas.

Quem é o pipoqueiro?

O empresário Carlos Antônio Eifler, de 54 anos, é de Lajeado (RS) e tem um pequeno negócio de pipocas registrado em seu nome desde 2020. Em depoimento, ele afirmou que chegou à capital federal em 8 de janeiro de 2023, por volta das 14h30, e foi direto ao acampamento com sua barraca, onde passou a noite. "Após terminar a parte da montagem das barracas, já era na parte da noite. Deste momento até a noite, nós não saímos do QG", disse.

Carlos Eifler também afirmou que tinha dois intuitos, conhecer Brasília e "fazer um abraço simbólico em volta das Esplanadas". Declarou não ter quebrado nada nem invadido qualquer prédio público.

Nas redes sociais, o pipoqueiro acumula postagens em que se diz revoltado com o resultado das urnas em 2022, além de apoiar explicitamente os acampamentos golpistas e pedir uma intervenção militar comandada por Bolsonaro.

Quem é o sorveteiro?

O outro citado por Bolsonaro é Otoniel Francisco da Cruz, de 45 anos, natural de Porto Seguro (BA). Em audiência, ele disse trabalhar vendendo picolés na praia. Declarou ter deixado Porto Seguro em um ônibus fretado, em que viajou sem pagar passagem.

Ele chegou em Brasília na noite do dia 8, quando os ataques já haviam ocorrido, e pernoitou no acampamento, onde, contou, teve acesso a comida e bebida de forma gratuita. Disse ter permanecido no QG até o dia 9, quando foi preso pela Polícia Federal (PF).

O sorveteiro afirmou que um dos objetivos da viagem era manifestar "pacificamente contra o mal". "Não sou contra o governo, sou contra algumas pautas do governo, que é aborto e drogas (sic)", disse durante depoimento.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que o Congresso Nacional não teria dificuldades em discutir um corte nas emendas parlamentares como forma de ajuste fiscal. As declarações ocorreram na manhã desta segunda-feira, 7, durante evento sobre o atual cenário político brasileiro, realizado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

Na ocasião, o deputado defendeu as emendas parlamentares como instrumentos de desenvolvimento e afirmou ser favorável à transparência na operação dos recursos. Por outro lado, considerou que o Congresso pode debater os seus cortes, caso outros ajustes também ocorram.

"Não estou aqui dizendo que o Congresso não tem a capacidade de discutir, se for para se fazer um grande ajuste fiscal, se discutir também um corte nas emendas. Agora, não se pode colocar a culpa disso tudo o que o País está vivendo só nas emendas", declarou. "Eu concordo que, quanto mais transparência a gente trouxer para essa aplicabilidade, mais legitimidade nós vamos ter", acrescentou.

Na sequência, Motta disse que o Parlamento pode adotar um corte, caso haja contribuição de outras partes. "Um corte de despesas, não tenho dificuldade de dizer que o Congresso discute isso com tranquilidade, porque, se todo mundo der a sua contribuição, por que o Congresso não vai dar? Agora, nós temos que discutir isso com responsabilidade e não tem a menor dificuldade de nós defendermos", afirmou.

Durante o evento, o presidente da Câmara dedicou trechos do seu discurso para defender a responsabilidade fiscal e a reforma administrativa. Entre os temas citados nesse campo, ele mencionou a necessidade de o Congresso enfrentar a questão dos supersalários. "Esperamos que o Senado possa enfrentar os supersalários como a Câmara", disse.

Estavam presentes no evento integrantes do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), como os secretários Gilberto Kassab (Relações Institucionais), Samuel Kinoshita (Fazenda) e Guilherme Afif Domingos (Projetos Estratégicos). Também compareceram o líder do PSD na Câmara, Antonio Brito (BA), e o deputado Danilo Forte (União-CE).