Enviado dos Estados Unidos propõe modelo de Berlim na 2ª Guerra Mundial para Ucrânia

Internacional
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O enviado dos Estados Unidos à Ucrânia, o general da reserva Keith Kellogg, propôs em entrevista publicada pelo jornal britânico The Times, implementar um modelo semelhante ao de Berlim na Segunda Guerra Mundial, com forças de paz ocidentais no oeste ucraniano e soldados russos no leste.

Reino Unido e a França já se ofereceram para enviar tropas de paz à Ucrânia. A Rússia, no entanto, é contra a ideia. Os EUA, que se aproximaram de Moscou após a posse de Donald Trump, descartaram o envio de soldados e disseram que os ucranianos terão de entregar parte de seu território ocupado pela Rússia.

Na entrevista, Kellogg falou sobre uma solução semelhante "ao que aconteceu com Berlim na 2.ª Guerra", quando a cidade foi dividida entre zonas russa, francesa, britânica e americana". Em vez de um muro, ele propôs o Rio Dnieper, que corre de norte a sul da Ucrânia, como barreira natural.

O enviado de Trump também propôs a criação de uma zona desmilitarizada ao longo das atuais linhas de frente, para separar as tropas ocidentais das forças da Rússia. "Haverá violações? Provavelmente, porque sempre há. Mas a capacidade de monitorar é fácil", disse.

Segundo o jornal The Guardian, os EUA também exigiram o controle de um gasoduto ucraniano usado para enviar gás russo à Europa. A ação, de acordo com funcionários do governo da Ucrânia, foi descrita como uma "política colonial".

As negociações entre os dois países têm se tornado cada vez mais antagônicas, segundo a Reuters. A última minuta dos EUA é mais maximalista do que a versão de fevereiro, que propunha um acordo para a concessão de US$ 500 bilhões aos americanos em metais raros, extraídos da Ucrânia, como pagamento pela ajuda militar dos EUA.

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou o centro cirúrgico do Hospital DF Star, em Brasília, por volta das 21h20 deste domingo, 13. A operação durou mais de 11 horas.

"Estou indo agora para a sala de extubação, onde poderei vê-lo. Em breve, os médicos darão uma coletiva com mais informações", publicou em suas redes sociais a ex-primeira-dama, Michele Bolsonaro.

Bolsonaro entrou no centro cirúrgico por volta das 9h da manhã deste domingo, para os procedimentos pré-operatórios, e a cirurgia de laparotomia exploradora começou às 10h, com o objetivo de liberar aderências intestinais e reconstruir sua parede abdominal, em consequência de complicações da facada que sofreu em 2018, em atentado durante a campanha presidencial.

O ex-presidente sentia fortes dores na região do abdome desde a última sexta-feira, 11, quando interrompeu um evento do PL no Rio Grande do Norte e precisou ser levado de helicóptero para Natal. Na noite de sábado, 12, foi transferido para Brasília em um avião com UTI aérea.

Ao longo da tarde e da noite, apoiadores do ex-presidente se reuniram na portaria do hospital e fizeram orações a cada três horas. A última foi feita às 21 horas, minutos antes de Michelle anunciar o término da cirurgia. Apoiadores puxaram gritos de ordem, como "esse dia não será de luto, será de alegria" e que Bolsonaro precisava ser curado para "salvar o País".

Ainda na noite de sábado, Leandro Echenique, cardiologista que faz parte do staff médico de Bolsonaro, previu que a cirurgia seria demorada. "Vai tirar a tela que ele tem lá e vai recolocar. É uma cirurgia bem extensa, é um abdômen que já foi muito manipulado desde 2018, da facada", explicou.

Segundo o cirurgião do aparelho digestivo do Hospital Oswaldo Cruz Rodrigo Perez, a obstrução intestinal é uma complicação comum em pacientes que já passaram por diversas cirurgias abertas, como é o caso do ex-presidente. Hérnias, tumores e intoxicações também podem levar a esse quadro, conforme informações do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD).

Para a recuperação, há alguns cenários possíveis - no melhor deles, em que o problema é resolvido durante a cirurgia, a recuperação costuma ser "muito favorável", aponta o médico. Mas, se há um número grande de alças intestinadas aderidas, é preciso fazer manipulação maior do intestino, o que pode retardar a recuperação.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) segue em operação no intestino em um hospital em Brasília, 10h30 após ter entrado no centro cirúrgico. A informação foi dada pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro em suas redes sociais.

Pouco antes das 18h, Michelle havia publicado que o quadro de Bolsonaro era estável e que havia previsão de que o procedimento durasse mais "1 a 2 horas". Às 20h17, porém, ela informou que a cirurgia ainda estava em andamento.

Neste domingo, Bolsonaro foi encaminhado ao centro cirúrgico do Hospital DF Star, em Brasília, onde passa por um procedimento de desobstrução no intestino. Ele entrou no centro cirúrgico por volta das 9h da manhã, para os procedimentos pré-operatórios, e a cirurgia de laparotomia exploradora começou às 10h.

De acordo com o boletim médico publicado nesta manhã, a decisão pela cirurgia se deu após exames de imagem mostrarem a "persistência do quadro de subobstrução intestinal", apesar das medidas alternativas para tratar o problema.

Michelle já havia utilizado as suas redes sociais para avisar que a cirurgia do marido poderia demorar mais do que o esperado. "A equipe médica nos informou que será uma cirurgia longa, porque ele está com muitas aderências", disse.

Aderências intestinais são faixas de tecidos fibroso que podem se acumular entre as alças do intestino, ou mesmo entre o órgão e outras estruturas do abdômen, e agir quase como uma cola, ligando indevidamente os órgãos ou tecidos. Esse problema surge, geralmente, durante a cicatrização de uma cirurgia, ou após infecções ou outros ferimentos ou traumas.

A operação é mais uma em uma série de cirurgias feitas em consequência de complicações após a facada que Bolsonaro sofreu em 2018, em atentado durante a campanha presidencial.

Bolsonaro internado

O ex-presidente foi internado na sexta-feira, 11, após sentir fortes dores intestinais enquanto cumpria agendas no Nordeste. Na noite de sábado, 12, foi transferido do Hospital Rio Grande, em Natal, para o Hospital DF Star, no Distrito Federal, onde constatou-se a persistência do quadro de subobstrução intestinal. A obstrução intestinal impede ou reduz significativamente a passagem de alimentos, líquidos, secreções digestivas e gases pelo intestino.

Cláudio Birolini, cirurgião Geral que acompanha Bolsonaro, explicou ontem que a suboclusão intestinal é comum em pacientes submetidos a várias cirurgias, como é o caso do ex-presidente. Segundo ele, na maioria dos casos, o quadro é revertido com medidas clínicas, como jejum, descompressão gástrica com sonda e hidratação parenteral. Nos episódios anteriores, a recuperação foi rápida. Desta vez, porém, foi necessária uma intervenção cirúrgica.

Jason Miller, ex-conselheiro do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes neste domingo, 13. Em post nas redes sociais, Miller classificou Moraes como uma "ameaça à democracia".

"O Ministro da Suprema Corte do Brasil, Alexandre de Moraes, é a maior ameaça à democracia no Hemisfério Ocidental, e ele acha isso engraçado", afirmou, repercutindo um trecho da entrevista de Moraes à revista americana The New Yorker.

Miller já teve problemas com Moraes anteriormente. Em setembro de 2021, o ex-assessor de Trump foi abordado pela Polícia Federal no aeroporto de Brasília, no âmbito do inquérito no STF que apurava a atuação das chamadas "milícias digitais".

O americano é fundador da rede social Gettr, que passou a acolher extremistas em 2021 após bloqueios e suspensão de contas por parte de plataformas como Facebook e Twitter.

Miller foi o principal porta-voz de Trump durante a campanha presidencial de 2016 e a transição entre o governo Obama e o primeiro mandato do republicano. Posteriormente, em 2017, foi comentarista político na CNN americana mas deixou a emissora um ano depois. Em 2024, Miller deixou o cargo de CEO do Gettr para atuar como conselheiro na terceira campanha presidencial de Trump.

Entrevista

Na entrevista à The New Yorker, Moraes comentou sobre sua atuação como ministro do STF, em especial nas questões relativas à democracia e redes sociais. Para o magistrado, a ausência de regulamentação tornou as redes sociais propícias à disseminação de desinformação e discursos de ódio.

"Se Goebbels estivesse vivo e tivesse acesso ao X, estaríamos condenados", disse Moraes, referindo-se ao ministro da Propaganda da Alemanha nazista. "Os nazis teriam conquistado o mundo."

À revista, Moraes criticou o movimento político que denomina como "novo populismo digital extremista", termo cunhado pela tese que apresentou em um concurso público no qual pleiteou uma vaga como professor titular da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). "É um populismo altamente estruturado e inteligente. Infelizmente, no Brasil e nos Estados Unidos, ainda não aprendemos a revidar", disse o ministro.

Moraes afirmou ainda que as redes sociais devem respeitar as leis dos países em que estão disponíveis, comparando-as com as Companhias de Índias dos séculos 17 e 18. As companhias foram empresas fundadas pelas principais economias da Europa à época com o objetivo de garantir a exploração de recursos em suas colônias.

Segundo o ministro do STF, sem regulamentação, as plataformas lucram em detrimento dos países em que atuam, assim como as Companhias de Índias europeias. "Não só influenciam as pessoas, como geram a maior receita publicitária do mundo, o que lhes dá a força financeira para influenciar as eleições", afirmou Moraes. "Não querem respeitar a jurisdição de nenhum país, porque, na realidade, procuram ser imunes às nações."