3º colocado em eleição chilena quer que candidatos disputem seus votos em seu canal no YouTube

Internacional
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O ex-candidato presidencial do Chile Franco Parisi convidou na última terça-feira, 18, os vencedores do primeiro turno para participarem de seu programa no YouTube a fim de disputarem o seu eleitorado. Ele ficou em terceiro nas eleições do último domingo, 16, recebendo mais de 2,5 milhões de votos que serão essenciais para definir o próximo presidente do país.

Parisi é um economista que se descreve como outsider na política chilena, apesar de concorrer à presidência pela terceira vez. Ele ficou famoso por um programa de TV que apresentava com o irmão e agora comanda em seu próprio canal na internet o programa "Bad Boys", onde recebe convidados importantes da política chilena.

"Convido formalmente o candidato Kast e a candidata Jara para uma conversa no Bad Boys", disse durante uma entrevista à TV chilena. "Fazemos o programa e, em seguida, realizamos imediatamente uma consulta digital com o pessoal do PDG para saber se eles preferem o candidato A, o candidato B, um voto nulo ou um voto em branco", explicou ele.

PDG é o seu Partido de la Gente (Partido do Povo, em tradução livre). Sua ideia é fazer uma votação com os militantes do seu partido para decidir qual dos dois candidatos ele deveria apoiar para o segundo turno.

Ele fez algo semelhante em 2021, nas eleições disputadas por Kast e o atual presidente Gabriel Boric. Na ocasião, Parisi também ficou em terceiro lugar, mas com muito menos votos - quase 900 mil - e convidou os candidatos para o seu canal, mas apenas Kast aceitou.

O economista também conduziu uma votação interna com os militantes de seu partido antes de declarar apoio naquelas eleições, decidindo por Kast no dia anterior ao segundo turno.

Desta vez, a candidata Jeannette Jara, do Partido Comunista, manifestou interesse em participar, mas indicou que precisa verificar sua agenda. "Soube que ele nos convidou para o Bad Boys. Eu sei disso pela televisão. Vou pensar no assunto; eu gostaria de ir, mas também preciso analisar minha agenda", disse em entrevista a uma rádio local.

Já a equipe do conservador José Antonio Kast disse que está avaliando o convite. Nesta quarta, o candidato disse: "Participei do programa há quatro anos e me diverti muito. Outros candidatos não quiseram participar. Estamos considerando a possibilidade, mas hoje estou atendendo ao primeiro pedido de Franco Parisi: ir às ruas".

No dia seguinte ao primeiro turno deste ano, Parisi instou os dois candidatos a conquistar seus mais de 2,5 milhões de eleitores "nas ruas" e disse que não era o dono dos votos.

Os eleitores do outsider serão essenciais para decidir o segundo turno, que será em 14 de dezembro. Ainda mais essenciais no caso de Jara, que saiu em primeiro no último domingo, mas tem pouco espaço de crescimento.

Segundo analistas ouvidos pelo Estadão na segunda-feira, 17, os votos recebidos por Parisi não são ideológicos, mas sim representam uma população mais cansada dos candidatos tradicionais. Com isso, eles são mais imprevisíveis, embora a tendência é que eles prefiram a direita.

"Em algumas questões relacionadas aos direitos sociais e algumas das coisas que ele propõe, se alinham mais com as ideias de Jara, mas a maior parte de seu eleitorado está interessada em outras questões que estão mais em linha com ideias da direita", explicou Federica Sanchez Staniak, cientista política pela Pontifícia Universidade Católica do Chile.

"Meu chute é que os votos dele vão pro Kast porque é muito difícil que um voto anti-establishment vá para candidata do governo, por mais que ela diga que não é candidata do governo", apostou a professora da PUC-Rio Talita Tanscheit.

Por isso, para Jara, a busca pelos eleitores do outsider é essencial. Nesta quarta, a candidata comunista divulgou o seu plano no qual "soma" as propostas apresentadas pelos demais candidatos do primeiro turno, especialmente de Parisi e de Evelyn Matthei.

"Este exercício não busca nem implica o apoio dos outros candidatos; pelo contrário, representa um exercício sincero de valorização de boas ideias, independentemente de sua origem", escreveu a candidata.

Enquanto para Kast o cenário é mais favorável e o candidato pode se dar ao luxo de recusar o convite, diferentemente da última eleição. Além de contar com mais segurança com grande parte dos votos de Parisi, o conservador deve receber quase totalmente os votos de Johannes Kaiser e Matthei, respectivamente quarto e quinto lugar. Com isso, ele já terá quase 50% dos votos necessários para vencer.

Em outra categoria

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, excluiu do calendário da Corte o julgamento que trata sobre a chamada "uberização". O início estava previsto para o dia 3 de dezembro e ainda não foi marcada uma nova data.

A discussão é sobre a existência de vínculo empregatício de motoristas de aplicativo com as plataformas. O julgamento, que tem repercussão geral, deve definir as balizas para a análise de todos os casos que tratam sobre a temática na Justiça.

A Corte vai discutir o tema por meio de um recurso da Uber contra decisão da Justiça do Trabalho que entendeu que a relação de um motorista com a plataforma cumpria os requisitos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), reconhecendo o vínculo de emprego e determinando o pagamento de encargos trabalhistas. A empresa responde a cerca de 21 mil processos sobre o tema na Justiça do Trabalho.

O deputado estadual do Paraná Renato Freitas (PT) foi flagrado em vídeos trocando agressões físicas com um homem na rua no Centro de Curitiba, na manhã desta quarta-feira, 19. O Estadão apurou que o deputado tem uma suspeita de fratura no nariz. Em nota, a assessoria do deputado informou que ele passa por atendimento médico, e deve se pronunciar oficialmente após realizar exames.

As imagens da briga, que estão circulando nas redes sociais, mostram o deputado discutindo com o homem em uma calçada da Rua Vicente Machado. Freitas está acompanhado de outro rapaz, que chega a se envolver rapidamente na briga.

"Deixa eu, deixa eu", diz o deputado ao rapaz que o acompanha. "Então vamos, bonitão. Vamos, bonitão", fala ao se dirigir ao homem com quem brigava. Na sequência, Renato acerta dois chutes no homem e depois leva um soco no rosto.

O homem deixou o deputado sangrando. "Vem, 'piazão'. Tá sangrando já? Tá sangrando já?", debocha. Freitas responde: "Então começou. Se eu tô sangrando começou", afirma o deputado. Renato também é chamado de "vereador do PSOL" e questionado pelo homem: "Não é você o famosinho?".

Em outro vídeo, os dois aparecem trocando agressões em cima de uma faixa de pedestres. A briga termina do outro lado da rua, depois que o deputado dá um golpe 'mata-leão" no homem e eles são separados por pessoas que passavam pelo local.

O Estadão entrou em contato com as polícias Civil e Militar do Paraná e aguarda retorno. Até a publicação desta reportagem, o homem que brigou com o deputado não havia sido identificado.

Quebra de decoro

Em nota, a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) informou no início da tarde desta quarta-feira que havia recebido quatro representações por quebra de decoro parlamentar contra o deputado Renato Freitas.

"Os processos serão encaminhados ao Conselho de Ética, a instância competente para avaliar a responsabilidade e julgar a conduta do deputado", afirmou a Alep. Freitas é um dos membros do conselho.

O Estadão apurou que ao menos uma representação contra o deputado partiu de um vereador de Curitiba e que as outras foram assinadas por parlamentares.

Histórico polêmico

Renato Freitas acumula episódios de enfrentamentos a políticos e também com integrantes de forças de segurança. Em 2021, quando era vereador em Curitiba, ele foi preso duas vezes. Uma por desobediência e resistência e outras por suspeita de agressão. Em 2022, Freitas chegou a ter o mandato cassado.

Na Alep, ele foi punido Mesa Diretora após acusação de ter facilitado a entrada de manifestantes no prédio da Alep, em 2024.

O presidente nacional do PSD e secretário de Governo e Relações Institucionais do Estado de São Paulo, Gilberto Kassab, afirmou que com uma unidade dos partidos de centro-direita em torno da candidatura do governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a eleição presidencial de 2006 será "resolvida logo". Caso ele não dispute a corrida ao Planalto, quanto mais nomes, melhor, para empurrar a eleição para o segundo turno. Ele também defendeu que se construa uma aliança que dê ao governador uma marca de centro-direita na disputa.

"Se tivermos uma unidade em torno do Tarcísio, uma solução que não dê ele a marca de candidato de direita, (e sim) de centro-direita, eu acho que a gente resolve logo (as eleições)", disse Kassab, durante evento do Bradesco BBI, em Nova York, nos Estados Unidos.

Segundo ele, com o Tarcísio, será possível ter uma "candidatura única" contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Kassab afirma que o PSD vai apoiar uma candidatura do Tarcísio. Caso ele não aceite disputar a eleição presidencial de 2026, o nome escolhido será o do governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), e, na sequência, o do governador Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.

Para Kassab, os nomes dos candidatos à Presidência da República serão definidos até o Carnaval no Brasil, em fevereiro de 2026.