Seis aeroportos da França são esvaziados por ameaças de bomba

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Seis aeroportos foram parcialmente ou totalmente esvaziados nesta quarta-feira, 18, na França, devido a alertas de bomba. O pais está sob alerta de "emergência para atentado" desde sexta-feira, 13, quando um professor foi assassinado em um suposto ataque islamita.

 

Os aeroportos que registraram ameaças de bomba foram os das cidades de Lille, Lyon, Nantes, Nice, Toulouse e Beauvais. As supostas ameaças foram recebidas por e-mail, informou uma fonte da polícia à AFP.

 

Em Nice, "houve apenas um alerta de pacote suspeito, algo habitual, que forçou o estabelecimento de um perímetro de segurança, mas tudo voltou à normalidade", informou o aeroporto.

 

Em Lille, "o terminal foi evacuado às 10h30, disse uma porta-voz, e três voos foram desviados. No aeroporto comercial de Bron (Lyon), "as dúvidas foram dissipadas e o tráfego foi retomado", afirmou a administração do local.

 

Nos últimos dias, situações como essa se multiplicaram pela França, com alertas em pontos turísticos, estações e instituições de ensino. Na terça-feira, 17, o Palácio de Versalhes foi esvaziado, algo que já havia sido feito no sábado, 14, quando também foi feito um alerta para o Museu do Louvre, bem como na estação Gare de Lyon, uma das maiores estações de trem de Paris.

 

Na manhã de segunda-feira, 16, a escola secundária Gambetta, em Arras, também foi esvaziada devido a outro alerta de bomba. (Com agências internacionais).

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O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) finalizou julgamento de quatro agravos das defesas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-ministro da Casa Civil Braga Netto e mantiveram como julgadores da ação sobre suposto golpe de Estado os ministros Flávio Dino, Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin.

Apenas o ministro André Mendonça divergiu e votou para reconhecer os impedimentos de Moraes e Dino. Quanto a Zanin, o resultado foi unânime. No caso de Moraes, Mendonça apontou o fato de o ministro ser um dos alvos do grupo.

"Ao constatar que o eminente ministro arguido sofreria, direta e imediatamente, consequências graves e tangíveis, como prisão - ou até mesmo morte -, se os relatados intentos dos investigados fossem levados a cabo, parece-me presente a condição de 'diretamente interessado', tal como exigido pelo art. 252, IV, do CPP. É certo que, sob o ponto de vista formal, o sujeito passivo do crime de organização criminosa é a 'sociedade', assim como, quanto aos crimes contra o Estado Democrático de Direito, o sujeito passivo é a 'democracia'. Entretanto, isso não altera o fato de que, de acordo com o iter cogitado, os atos executórios atingiriam diretamente o eminente ministro relator", citou Mendonça.

No caso da análise de impedimento de Dino, Mendonça afirmou que o ministro já moveu ação contra Bolsonaro no passado, o que o poderia ferir a lógica de "todo arcabouço constitucional".

"Não considero possível, sem que se fira a lógica de todo arcabouço constitucional de proteção à imparcialidade judicial, que, um mesmo magistrado, que se encontra nas mesmíssimas circunstâncias de fato, tenha reconhecida a quebra de sua imparcialidade em relação a todos os processos de natureza cível em que determinado indivíduo figure como parte, e, mesmo assim, possa continuar julgando-o em um processo de natureza criminal", citou Mendonça.

Luiz Fux acompanhou a maioria, mas, no caso do pedido de julgamento no plenário, e não na Primeira Turma, usou argumento de que os agravos não instrumento recursal adequado. "Quanto à alegada competência do plenário, destacou o ministro presidente em sua decisão agravada que 'a arguição de impedimento e suspeição é meio processual inadequado para discutir a matéria'", registrou o ministro. "Reservo-me, portanto, a pronunciar sobre o tema na via processual própria."

Em seu voto, Barroso reiterou que as defesas não comprovaram o impedimento dos ministros. Para o presidente do STF, não houve "concreta demonstração da parcialidade".

"Alegações genéricas e desacompanhadas de prova concreta da aventada parcialidade do julgador não se prestam para a caracterização do alegado impedimento", escreveu o ministro.

Os processos foram pautados com urgência porque o julgamento da denúncia contra Bolsonaro e outras seis pessoas apontadas como as lideranças do plano golpista será no dia 25 de março na Primeira Turma do STF.

Veja quais recursos foram analisados:

- Mário Fernandes pediu a suspensão do ministro Flávio Dino alegando que ele era ministro da Justiça no 8 de Janeiro;

- Bolsonaro alegou a suspeição de Flávio Dino com base em uma queixa-crime por calúnia, injúria e difamação movida pelo ministro contra o ex-presidente. Na época, Dino era governador do Maranhão;

- Bolsonaro alegou o impedimento de Cristiano Zanin porque, quando era advogado, o ministro subscreveu em nome do PT uma notícia-crime contra Bolsonaro por ataques às instituições;

- Braga Netto questionou a imparcialidade de Alexandre de Moraes alegando que ele não poderia relatar o processo porque a denúncia menciona uma suposta operação para executá-lo em meio ao golpe - o Plano Punhal Verde e Amarelo e o Copa 2022.

Os governadores do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), criticaram a declaração do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, de que a polícia "prende mal" e o Judiciário é "obrigado a soltar" os presos.

O Ministério da Justiça chegou a divulgar uma nota nesta quinta-feira, 20, para afirmar que Lewandowski se referia à falta de integração das polícias. Antes disso, deputados da bancada da bala já se articulavam para pedir a convocação do chefe da Pasta.

Leite afirmou que a fala do ministro não condiz com a realidade do País, enquanto Zema criticou o sistema judicial, dizendo que, em vez de proteger pessoas de bem, a Justiça "concede regalias a criminosos".

"Tenho grande respeito pelo ministro Lewandowski, mas entendo que a manifestação não está adequada ao que se observa no País. Ora, a queixa é nacional, em todos os Estados em que as polícias estaduais atuam. Então, todas as polícias estariam agindo errado? Todas estão com problemas de procedimentos?", disse o governador ao Estadão.

O tucano citou o caso de um criminoso preso 44 vezes no Rio Grande do Sul e que, mesmo assim, não teve a prisão preventiva decretada.

"É um tema que precisa ser resolvido. E se for necessária as alterações legislativas, eu particularmente entendo que merecem ser feitas alterações legislativas para respaldar essas prisões e dar condição aos juízes de manter preso esses criminosos, isso deve ser feito."

O tucano defendeu que é preciso haver "objetividade" da parte de Lewandowski em dizer onde a polícia está prendendo o mal. Ele afirmou ter determinado à Secretaria de Segurança do seu estado um levantamento sobre audiências de custódia e solturas decretadas em prisões em flagrante. O objetivo é identificar os principais motivos para a liberação desses criminosos.

"A partir dessa identificação, poderemos ou defender mais veementemente ainda a mudança de legislação ou tomarmos as providências que nos competem aqui. Talvez seja um pouco dos dois."

No X (antigo Twitter), Zema afirmou que discorda do ministro. "A polícia prende, a Justiça solta. Em vez de proteger pessoas de bem, concede regalias a criminosos. Minas tem uma das melhores polícias do País, mas é revoltante ver reincidentes nas ruas por saidinhas e benefícios inaceitáveis. Enxugamos gelo."

Declaração 'soa muito bem aos ouvidos do crime', diz vice-prefeito de São Paulo

O vice-prefeito de São Paulo, Ricardo Mello Araújo (PL), disse que a fala do ministro da Justiça "denigre quem trabalha para o bem" e "soa muito bem aos ouvidos do crime". "Um ministro da Justiça deveria valorizar quem representa o Estado, deveria buscar a justiça verdadeira, e não culpar os únicos que fazem realmente alguma coisa para a segurança pública."

Ao Estadão, Mello Araújo defendeu que o problema não está na polícia, mas na "completa impunidade contra o crime". "Hoje só prendemos reincidentes, a justiça solta todos os dias", afirmou ele, que defende mudanças nas leis de execução penal. "Não adianta aumentar efetivo policial. Precisamos mudar a lei urgente, acabar com progressões e audiência de custódia."

Sobre a declaração de Lewandowski, o prefeito Ricardo Nunes (MDB), de quem Mello Araújo é vice, afirmou que "se existe um problema, é preciso que todas as esferas se unam para solucioná-lo".

A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, e a ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, se pronunciaram em defesa da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, após o senador Plínio Valério (PSDB-AM) dizer ter tido vontade de enforcá-la.

A situação ocorreu na última sexta-feira, 14, em evento da Fecomércio no Estado do Amazonas. O parlamentar falava sobre uma sessão da CPI das ONGs quando perguntou aos ouvintes: "Imagina vocês o que é ficar com a Marina seis horas e dez minutos sem ter vontade de enforcá-la?".

Em publicação no Instagram nesta quinta-feira, 20, Janja enalteceu a história de vida e trajetória política de Marina. "Uma mulher gigante, que um homem com a ignorância do senador Plínio Valério jamais vai conseguir enxergar. Sua fala carregada de ódio, misoginia e de um desconhecimento sem tamanho é um reflexo de sua pequenez", disse.

Ela também criticou o senador. "Se para ele é difícil ouvir uma mulher tão inteligente falar durante seis horas, para nós é de doer ouvir seis segundos de asneiras vindo de sua boca", escreveu. Na semana passada, a primeira-dama restringiu seu perfil para quem não a segue na plataforma depois de sofrer ataques misóginos.

Já a chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, ofereceu palavras de solidariedade à ministra do Meio Ambiente e afirmou que ela sofreu violência política por parte do senador. "Isso é ainda mais grave quando os ataques partem de pessoas com responsabilidade institucional, como é o caso de parlamentares."

Gleisi defendeu que "além do repúdio da sociedade é a punição desses crimes, conforme a lei, que pode estancar as manifestações de ódio e violência política que atingem as mulheres e a própria democracia".

Em programa da EBC do qual participou nesta quarta-feira, 19, a própria Marina Silva se pronunciou sobre o caso. "Quem brinca com a vida dos outros ou faz ameaça de brincadeira e rindo? Só os psicopatas são capazes de fazer isso", disse.

"Dificilmente isso seria dito se o debate fosse com um homem. É dito porque é com uma mulher preta, de origem humilde e uma mulher que tem uma agenda que em muitos momentos confronta os interesses de alguns", acrescentou.

Senador disse ter feito 'brincadeira'

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), repreendeu o parlamentar nesta quarta-feira, classificando a fala como um "combustível" para casos de violência em um país já polarizado.

"Uma fala de um senador da República, mesmo que de brincadeira ou com tom de brincadeira, agride, infelizmente, o que nós estamos querendo para o Brasil", disse Alcolumbre.

Plínio Valério reagiu. "O que me encanta é o Senado ficar sensibilizado com uma frase e não se sensibilizar com milhares de mortos e não me ajudar a licenciar a BR-319", afirmou, citando a pavimentação da rodovia defendida por ele.

Ele também disse não se arrepender das palavras. "Se você perguntar: 'Você faria de novo?'. Não. 'Mas está arrependido?' Não, porque eu não ofendi. Eu passei seis horas e dez minutos tratando-a com decência", afirmou.

Segundo o senador, "esse negócio de machista" para ele "não pega". "Eu fiquei viúvo, casei de novo, tenho três filhas, uma enteada, seis netas, três irmãs?. As mulheres que trabalham no meu gabinete estão aqui", disse.

Durante a sessão, as senadoras Zenaide Maia (PSD-RN), Leila Barros (PDT-DF) e Eliziane Gama (PSD-MA) também criticaram a fala do colega. A Procuradoria Especial da Mulher no Senado emitiu uma nota de repúdio sobre o episódio relatado por ele.

Além disso, deputadas de nove partidos apresentaram nesta quinta uma representação contra Plínio Valério no Conselho de Ética do Senado. O pedido foi encabeçado pelo deputado federal Túlio Gadelha (Rede-PE), único representante do partido de Marina na Câmara.

Assinam o documento Benedita da Silva (PT-RJ), Duda Salabert (PDT-MG), Enfermeira Ana Paula (Podemos- CE), Gisela Simona (União Brasil-MT), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Laura Carneiro (PSD-RJ), Maria Arraes (Solidariedade-PE), Tabata Amaral (PSB-SP) e Talíria Petroni (PSOL-RJ).