Hospital ao norte de Israel monta creche de emergência para atender filhos de funcionários

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Rambam Health Care Campus, situado em Haifa, criou estrutura para acolher crianças enquanto pais se dedicam aos cuidados com os feridos

Desde o início do conflito entre Israel e Hamas, o Ministério da Educação israelense vem alterando a rotina de estudo das crianças e jovens, incluindo a suspensão de aulas em pontos de maior tensão e escalada da violência que, inclusive, tem intensificado o trabalho dos profissionais de saúde. Com o objetivo de acolher as crianças, atenuar a falta da rotina da escola presencial e garantir conforto aos pais que têm atuado no socorro aos feridos, o Rambam Health Care Campus, hospital referência em traumas situado em Haifa, ao norte de Israel, criou uma creche de emergência, de modo a atender as necessidades dos cerca de seus 6.000 funcionários.

Desde os primeiros dias de conflito, a creche funciona diariamente, recebendo aproximadamente 300 de 3 a 14 anos. O centro é organizado pelos departamentos de Bem-Estar e Recursos Humanos do hospital e conta com a parceria da equipe do jardim de infância do município de Haifa, além de dezenas de voluntários, estudantes de medicina e adolescentes. Assim, os pais trazem seus filhos ao centro e depois os buscam quando o turno termina, em um ambiente livre de estresse.

Para melhor logística, foram organizadas diferentes turmas, de acordo com as faixas etárias. No local, as crianças também participam de atividades lúdicas, culturais e artísticas, incluindo apresentações de magia e de música, além de pintura.

"Recentemente, as crianças aproveitaram o dia de creche para pintar quadros que foram posteriormente enviados aos soldados das forças de defesa israelense que estão estacionados nas fronteiras sul e norte do país, como uma pequena forma de apoiá-los, acolhê-los e agradecê-los", destaca uma colaboradora do Rambam.

 

 

Divulgação: Filhos de funcionários acolhidos na creche emergencial montada pelo Rambam

 

Divulgação: Crianças pintam para os soldados no front

Acolhimento aos soldados com cães terapêuticos

Aos soldados que chegam feridos no Rambam, para além dos cuidados médicos com equipe multidisciplinar, o hospital também tem dado acolhimento especial, com uso de cães terapêuticos.

"As visitas são feitas por três filhotes da raça labrador, pertencentes ao Centro de Treinamento de Cães de Serviço, localizado em Kiryat Tiv'on, cidade no distrito de Haifa. Não dá para ficar indiferente ao vê-los e interagir com eles que, por onde passam, trazem alegria e leveza ao ambiente. Isso ajuda bastante nas questões emocionais e na saúde emocional dos pacientes", diz Eidit Leyva, enfermeira veterana da sala de cirurgia do Rambam, e que também atua como adestradora de cães de serviço no centro de treinamento.

"Nossas equipes, que estão mentalmente exaustas e cheias de tristeza pela situação em Israel, também recebem uma injeção de incentivo com essa visita especial. Os cães de terapia têm muitos benefícios, desde a redução do estresse e da tensão, passando pela liberação de endorfinas e muito mais, de modo que percebemos o efeito instantaneamente", conclui a enfermeira do Rambam.

 

Divulgação: Cães visitam soldados feridos em tratamento no Rambam

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A Procuradoria-Geral da República (PGR) emitiu um parecer favorável à prisão preventiva do influenciador digital Leonardo de Jesus, o Léo Índio, sobrinho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Réu em processo sobre os ataques golpistas do 8 de janeiro de 2023, Léo está na Argentina há mais de 20 dias.

Para a PGR, ele "deliberadamente descumpriu medida cautelar alternativa à prisão, a evidenciar sua insuficiência, o descaso com a aplicação da lei penal e o desrespeito às decisões emanadas pelo STF". Segundo o parecer encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a prisão preventiva se justifica para garantir a aplicação da lei penal.

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Na última quinta-feira, 27, a Primeira Turma do STF formou maioria para negar recurso da defesa de Léo Índio e manter a decisão do colegiado que o tornou réu por participar dos atos golpistas. A denúncia da PGR aponta uma participação ativa de Léo Índio no "planejamento, incitação e execução" do 8 de Janeiro.

O influenciador negou que tenha participado de qualquer tentativa de golpe. "Enquanto inocente, continuarei gozando do meu direito de ir e vir", afirmou Léo Índio. Segundo o sobrinho de Bolsonaro, "até que seja concluído o processo que me colocou na condição refutável de réu por pura e exclusivamente perseguição política. Com intuito de preservar a minha integridade física, moral e intelectual, busquei asilo político", escreveu Léo Índio ao Estadão.

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Como resultado inicial, o colegiado mais importantante da Câmara, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), cancelou a sessão marcada para esta terça-feira.

A pressão continua em outras frentes - neste mesmo dia, a Comissão de Segurança Pública aprovou uma subcomissão especial para tratar apenas sobre questões relativas ao 8 de Janeiro. Esse colegiado é dominado pela bancada da bala, sob hegemonia de bolsonaristas.

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O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) pediu que sua assessoria jurídica avalie se o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) cometeu irregularidade ao utilizar uma aeronave da Polícia Militar para viajar ao Rio de Janeiro no último dia 16 de março e participar do ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A agenda do governador informava que ele não tinha compromissos oficiais nessa data.

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A parlamentar de oposição argumenta que o governador cometeu desvio de finalidade na utilização de recursos públicos porque o avião é de uso institucional, mas foi utilizado "para fins privados ou político-partidários".

"Determinei parecer do nosso órgão de assessoramento jurídico, adiantando que algumas medidas fogem às nossas competências, tais como a eventual prática de improbidade administrativa e questões de âmbito puramente político, atribuições, respectivamente, do Ministério Público do Estado e da Justiça Eleitoral. Oportunamente será comunicado à Vossa Excelência - após o parecer jurídico referido - as medidas que são de nossa alçada", respondeu Antonio Roque Citadini, presidente do TCE-SP.

Além do anfitrião, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL-RJ), Tarcísio foi o único governador a discursar no ato em Copacabana que teve como pauta central a defesa da anistia aos condenados pela participação no 8 de Janeiro.

"A gente está aqui para pedir, lutar e mostrar que todos estamos juntos para exigir anistia daqueles inocentes que receberam penas desarrazoadas (...) Quero ver quem vai ter coragem de se opor (ao projeto da anistia)", afirmou o chefe do Executivo paulista na ocasião.