Islândia evacua cidade de 3,4 mil habitantes após terremotos e risco de erupção vulcânica

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Os moradores de uma cidade pesqueira no sudoeste da Islândia tiveram de deixar suas casas neste sábado, 11, após as autoridades de Defesa Civil declararem estado de emergência na região devido à crescente preocupação com uma possível erupção vulcânica. A polícia decidiu evacuar Grindavik com o deslocamento em direção à área da atividade sísmica.

O monitoramento indicou que um corredor de magma agora se estende sob a comunidade, informou o Escritório Meteorológico da Islândia.

A cidade de 3,4 mil habitantes fica na Península de Reykjanes, a cerca de 50 quilômetros a sudoeste da capital, Reykjavik.

"Nesse estágio, não é possível determinar exatamente se e onde o magma pode chegar à superfície", disse o Escritório Meteorológico.

As autoridades também elevaram seu alerta de aviação para laranja, indicando um risco maior de erupção vulcânica.

As erupções vulcânicas representam um sério risco para a aviação porque podem lançar cinzas altamente abrasivas na atmosfera e podem causar falhas nos motores dos jatos, danificar os sistemas de controle de voo e reduzir a visibilidade.

Uma grande erupção na Islândia em 2010 causou uma interrupção generalizada das viagens aéreas entre a Europa e a América do Norte, custando às companhias aéreas um valor estimado em US$ 3 bilhões, devido ao cancelamento de mais de 100 mil voos.

A evacuação ocorre depois que a região foi abalada por centenas de pequenos terremotos diários por mais de duas semanas, enquanto os cientistas monitoram um acúmulo de magma a cerca de 5 quilômetros de profundidade.

A preocupação com uma possível erupção aumentou na madrugada de quinta-feira, 9, quando um terremoto de magnitude 4,8 atingiu a área, forçando o resort geotérmico Blue Lagoon, conhecido internacionalmente, a fechar temporariamente.

A atividade sísmica começou em uma área ao norte de Grindavik, onde há uma rede de crateras com 2 mil anos, disse o professor de geologia Pall Einarrson à RUV da Islândia. Vídeos publicados nas redes sociais registraram os tremores de terra no país.

O corredor de magma tem cerca de 10 quilômetros de comprimento e está se espalhando, disse ele. "Os maiores terremotos se originaram lá, sob essa antiga série de crateras, mas desde então ele (o corredor de magma) está ficando mais longo, passou por baixo da área urbana de Grindavík e está indo ainda mais longe em direção ao mar", comentou./Associated Press

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A pesquisa Pulso Brasil do Instituto de Pesquisas Sociais, Politicas e Econômicas (Ipespe) divulgada nesta quinta-feira, 27, mostra que 54% dos brasileiros desaprovam o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Enquanto isso, 41% aprovam o terceiro mandato do petista. Já 5% não sabiam ou não respondeu.

O presidente se sai melhor entre os que têm 16 a 24 anos (54% de aprovação), os que concluíram apenas o ensino fundamental (47%) e os que possuem renda familiar de até dois salários mínimos (48%). Lula leva a pior entre os que têm 45 a 59 anos (58% de desaprovação), os que concluíram o ensino médio (58%) e possuem renda familiar superior a cinco salários mínimos (60%).

A única região com aprovação superior a desaprovação é o nordeste, onde o PT não perde uma eleição desde 2002, com 50% de aprovação e 45% de reprovação. Já a que o presidente vai pior é a região sul, com 33% de validação e 62% de rejeição.

O levantamento também aponta que 58% da população acredita que a economia brasileira está no caminho errado. Já 35% têm a percepção de que o rumo está na direção correta. E 6% não sabiam ou não respondeu.

A pesquisa também possui um "ranking de presidenciabilidade", em que a pergunta "seria ou não um bom presidente?" foi feita. Nesta rodada, Lula recebeu 57% de avaliação negativa e 40% de positiva. Já o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), obteve 47% de rejeição e 35% de aprovação - ele é visto como o nome com maior potencial dentro do bolsonarismo para bater o petista em 2026. Enquanto isso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) aparece com 59% de avaliação negativa ao seu nome e 33% de avaliação positiva.

Foram ouvidas 2.500 pessoas de 16 anos ou mais entre os dias 20 e 25 de março deste ano para o levantamento ser feito. O método utilizado foi telefônico e on-line, em todas as regiões do País. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos. O índice de confiabilidade é de 95%.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), se manifestou nesta quinta-feira, 27, sobre sua expectativa nos próximos passos do julgamento Jair Bolsonaro (PL). Aliado de Nunes, o ex-presidente virou réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

"A gente espera que os juízes sejam isentos, se não, não tem justiça. Porque se o juiz já sabe qual decisão ele vai tomar, não pelo o que está nos autos, mas por uma questão pessoal, (não há justiça)", disse o prefeito.

"Se você não tiver juiz isento e condições para as defesas apresentarem seus argumentos, não há democracia", reforçou Nunes, em entrevista na saída do Encontro da Rede Brasileira de Institutos de Planejamento.

Ele ainda disse estar muito "incomodado" com o julgamento da cabeleireira Débora Rodrigues Santos, que já tem dois votos para ser condenada à pena de 14 anos de prisão, no regime inicial fechado. A mulher ficou conhecida por pichar a frase "Perdeu, mané" usando batom na estátua da Justiça, no 8 de Janeiro.

"Tá me incomodando muito uma costureira, com um filho de 10 e um de 7 anos, sem nenhum antecedente criminal por portar um batom ter uma condenação de 14 anos. Isso não é razoável, nem alguém que seja do PT, do PSOL, do Cubano, Fidelista, do Fidel Castro, pode ter em sua sã consciência uma aceitação sobre uma situação dessa", criticou Nunes.

O prefeito apoiador de Bolsonaro afirmou que não concorda com o que Débora fez, mas que se existir "esse tipo de comportamento no judiciário" vamos perder "tudo aquilo que a gente conquistou de mais importante, que é o direito da democracia de se expressar".

Nunes já afirmou que participará da manifestação bolsonarista, em 6 de abril, pedindo a anistia aos presos e condenados pelos atos de 8 de Janeiro. Nas eleições do ano passado, o então candidato recebeu apoio da ala bolsonarista de São Paulo. No acordo político, Bolsonaro indicou o Coronel Mello Araújo como vice na chapa.

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) disse nesta quinta-feira, 27, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) perdeu a eleição presidencial de 2022 por "outro motivo" e não porque ela perseguiu um homem armada na véspera do segundo turno. Em entrevista a um podcast na segunda-feira, 24, Bolsonaro creditou o caso como responsável pela derrota.

"Eu acho que pode sim ter acontecido algum tipo de mudança de voto e pode ter influenciado. Mas eu não acho que tenha tido influência tamanha para tomar a eleição dele. Para mim, o Bolsonaro perdeu por outro motivo e não por esse da arma", afirmou Zambelli em entrevista à CNN.

Em participação ao podcast Inteligência Ltda. na segunda-feira, 24, Bolsonaro afirmou que Zambelli "tirou o mandato" dele ao perseguir Luan Araújo, um jornalista negro, com uma arma na mão no bairro dos Jardins, em São Paulo.

"Carla Zambelli tirou o mandato da gente. Aquela imagem da Zambelli perseguindo o cara... Aquilo fez gente pensar: 'Olha, o Bolsonaro defende o armamento'. Mesmo quem não votou no Lula, anulou o voto. A gente perdeu", afirmou Bolsonaro.

Na entrevista concedida à CNN, Zambelli disse que ficou "entristecida" com a declaração de Bolsonaro e que colocar a culpa da derrota no caso é um "peso muito grande".

"Essa declaração do Bolsonaro me deixou muito entristecida, é um peso muito grande para uma pessoa carregar, ainda mais uma pessoa como eu, que sou patriota, que tenho uma responsabilidade para com as pessoas e com o País", disse a deputada.

Zambelli afirmou também que o remorso pelo caso e as acusações de ter influenciado a eleição de 2022 são motivos pelo qual ela sofre de depressão profunda. A parlamentar disse ainda que se arrepende de ter "perdido a cabeça" no episódio.

"Eu me arrependo de ter feito isso porque eu poderia, simplesmente, ter voltado para o restaurante, ter me abrigado lá dentro e ter esperado esses caras irem embora", disse.

Na manhã desta terça-feira, 25, o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para condenar Zambelli por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal com uso de arma de fogo.

Além de uma pena estipulada em cinco anos e três meses de prisão, a condenação pode resultar na perda do mandato da deputada federal. Apesar da maioria estar formada, o julgamento ainda não foi encerrado e a condenação não será imediata. Além disso, mesmo após o encerramento do julgamento, cabem recursos à sentença proferida.

A maioria dos ministros seguiu o entendimento do relator do caso, Gilmar Mendes. Seguiram o entendimento dele os ministros Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin e Dias Toffoli. Restam os votos de Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Luiz Fux, André Mendonça e Nunes Marques, que pediu vista dos autos.

Zambelli alega que tinha porte federal de arma no dia do caso e acredita que a condenação vai ser revertida. Nesta quarta-feira, 27, Bolsonaro, que não mantém contato com Zambelli por conta do episódio em que acredita ter motivado a derrota, classificou a decisão do STF como "injustiça".

"Injustiça. Uma injustiça com a Carla Zambelli. Pelo que eu sei, ela tem porte de arma [...] Um exagero. Não só a cassação do mandato, bem como o número de anos de prisão. Ela corre atrás de uma pessoa desarmada. Ela errou?", afirmou o ex-presidente, durante entrevista após decisão unânime do STF que o tornou réu por tentativa de golpe de Estado.