Em meio ao cessar-fogo em Gaza, o Hamas reivindicou nesta quinta, 30, a autoria de um ataque a tiros que matou três civis israelenses em Jerusalém. Os dois atiradores, irmãos moradores de um bairro da parte oriental da cidade, foram mortos pelas forças de segurança. O grupo terrorista palestinos disse que o ataque era uma retaliação pelo assassinato de mulheres e crianças e convocou uma "escalada de resistência" contra Israel.
Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que dois homens descem de um carro e disparam contra os civis. O Shin Bet, serviço de segurança interno de Israel, os identificou como irmãos palestinos que vivem em Jerusalém Oriental. Eles estavam armados com um fuzil M-16 e uma pistola.
O ataque só parou após a intervenção de dois soldados israelenses, que passavam pelo local. Após executarem os irmãos palestinos, eles mataram por engano um outro civil israelense, que estava armado e teria tentado deter os atiradores. Segundo o jornal Haaretz, ele foi confundido com um terrorista. Imagens de vídeo que circularam ontem nas redes sociais mostram ele com as mãos levantadas, implorando para que os soldados não atirassem. Em seguida, ele é executado.
As três vítimas do ataque de ontem eram uma mulher de 24 anos e outra de 60, além de um rabino de 73 anos, identificado como Elimelech Wasserman. O civil morto pelos soldados não foi identificado. Em resposta ao ataque, seis membros da família dos atiradores foram presos e Israel ordenou a demolição de sua casa.
O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, afirmou ontem que pretende aumentar a distribuição de armas de fogo à população civil, como medida de segurança a possíveis novos ataques terroristas.
O ataque não pareceu ameaçar a trégua de Gaza, que ontem foi estendida em mais um dia. Mas a escalada de violência, incluindo as mortes de palestinos por israelenses na Cisjordânia e em Jerusalém, poderá abalar o cessar-fogo, mesmo que ele não seja válido na Cisjordânia.
Pressão
Ontem, Hamas libertou oito novos reféns em troca de mais prisioneiros palestinos como parte de um acordo de última hora para estender o cessar-fogo em Gaza por mais um dia, o sétimo. A lista de ontem incluiu dois cidadãos que também têm nacionalidade russa libertados na quarta-feira.
A pressão internacional aumentou para que a trégua continue pelo maior tempo possível, após semanas de bombardeios israelenses em resposta aos ataques do Hamas, em 7 de outubro, que mataram 1,2 mil israelenses. Mais de 14 mil palestinos foram mortos em Gaza e três quartos da população de 2,3 milhões foram deslocados, provocando uma crise humanitária. Israel prometeu retomar os combates assim que o cessar-fogo terminar.
As negociações ficaram mais difíceis, uma vez que o Hamas já libertou a maior parte das mulheres e crianças. Espera-se que o grupo terrorista faça mais exigências em troca da libertação dos homens. O grupo pode exigir a libertação de palestinos de alto perfil condenados por ataques mortais, algo que Israel resiste.
Alto risco
Segundo o governo israelense, cerca de 125 homens ainda são mantidos como reféns, incluindo soldados. Os 240 palestinos libertados até ontem eram mulheres e adolescentes, muitos detidos sem acusação formal.
Com as libertações de ontem, um total de 81 israelenses, incluindo cidadãos com dupla nacionalidade, foram libertados durante a trégua, a maioria dos quais parecia bem fisicamente, mas abalada. Outros 24 reféns - 23 tailandeses e 1 filipino - foram soltos em negociações independentes. Antes do cessar-fogo, o Hamas havia libertado 4 reféns. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Em meio a trégua em Gaza, atentado do Hamas mata 3 civis em Jerusalém
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