Reator de água de complexo nuclear norte-coreano pode estar operando no próximo verão, diz Seul

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Um reator de água leve (LWR, na sigla em inglês) do principal complexo nuclear da Coreia do Norte provavelmente estará operando no próximo verão, segundo o ministro da Defesa da Coreia do Sul, Shin Wonsik. A estimativa do funcionamento do reator ocorre em meio a suspeitas de que a Coreia do Norte possa usá-lo como uma nova fonte de material físsil para armas nucleares.

As preocupações aumentaram após a agência de energia atômica da ONU (AIEA) ter detectado sinais indicando o inicio da operação do reator no complexo de Yongbyon.

O diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, disse na semana passada que a agência observou aumento dos níveis de atividade no reator e próximo a ele e, desde meados de outubro, um forte fluxo de água do sistema de resfriamento. Ele disse ainda que o reator é "motivo de preocupação" porque pode produzir plutônio.

Hoje, Wonsik também afirmou que a Coreia do Sul já havia detectado atividades semelhantes relacionadas ao sistema de resfriamento associadas ao reator no verão passado.

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O Ministério Público Federal (MPF) apresentou, na segunda-feira, 12, uma manifestação à Justiça Federal pedindo que os perfis do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), nas redes sociais sejam bloqueados. A solicitação reitera um pedido da Defensoria Pública da União (DPU) e tem como base o não cumprimento de uma ordem judicial. A multa pelo descumprimento desta ação é de até R$ 500 mil.

"Em 25 de abril de 2025, a DPU informou ao juízo o descumprimento da decisão judicial por parte do Estado do Pará e do governador, por ausência de manifestação quanto à inserção do vídeo do direito de resposta", consta na ação civil pública.

A origem do caso remonta à ocupação da sede da Secretaria de Estado de Educação do Pará (Seduc), entre 14 de janeiro e 14 de fevereiro, por lideranças indígenas, quilombolas, representantes de outros povos e comunidades tradicionais.

O protesto tinha como objetivo barrar o que as lideranças entendiam como retrocessos no acesso à educação pública no Estado, representados pela lei estadual nº 10.820/24. Segundo o MPF, a manifestação foi encerrada tão logo ficou acordada a revogação da lei.

Contudo, declarações do governador em vídeos publicados nas redes sociais, classificando o movimento como motivado por "desinformação e fake news", levaram a DPU e o MPF a acionarem a Justiça. As instituições solicitaram a remoção dos conteúdos e a concessão de espaço para que os povos indígenas se manifestassem.

Atendendo aos pedidos do MPF e da DPU, a Justiça Federal determinou, em fevereiro, que as postagens fossem retiradas do ar e que fosse assegurado o direito de resposta às comunidades, por meio da publicação de um vídeo nas redes de Helder Barbalho.

A decisão previa multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento, limitada a R$ 500 mil tanto para o governador quanto para o estado do Pará. Em março, nova decisão estipulou o prazo de dez dias para que o vídeo permanecesse disponível nos perfis oficiais.

Entretanto, conforme relatado pela DPU em abril, o vídeo com o direito de resposta não foi publicado dentro do prazo determinado pela Justiça, caracterizando descumprimento da sentença.

Diante disso, o MPF solicitou a execução das multas estabelecidas, com destinação dos valores às comunidades indígenas impactadas. O órgão também pediu o bloqueio imediato das redes sociais do governador até que o conteúdo exigido pela Justiça seja devidamente publicado.

Procurado pelo Estadão, o governador afirmou, em nota, que o processo "está sendo tratado na Justiça" e que "aguarda a devida decisão".

A filiação ao PSD do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, movimenta as articulações para postulantes ao cargo nas eleições de 2026. Leite quer fazer de seu vice, Gabriel Souza (MDB), candidato ao cargo máximo do executivo do Estado. Enquanto Edegar Pretto (PT), rival de Lite no último pleito busca alianças para fortalecer candidatura ampla. Já o PDT corre por fora com o discurso contrário a polarização de Juliana Brizola.

"Nós vamos buscar dar continuidade a esse projeto, [...] inclusive o MDB, que tem o nosso vice-governador altamente capacitado e credenciado para ser o líder desse projeto. A minha opinião pessoal é de que ele deve ser o líder", disse Leite sobre a eleição estadual em entrevista coletiva após a cerimônia de assinatura de filiação ao PSD, em São Paulo.

Eduardo Leite foi o primeiro governador reeleito no Rio Grande do Sul desde a redemocratização, em 2022. Ele já manifestou por diversas vezes seu desejo de "liderar um projeto de País", em uma candidatura à Presidência. O governador também não descarta uma candidatura ao Senado.

O comandante nacional do PSD, Gilberto Kassab, que garantiu a pré-candidatura à Presidência para Leite, deu carta branca para que a indicação de Souza no RS. Caso venha a se candidatar, o governador deve deixar o cargo em abril do próximo ano, seis meses antes das eleições presidenciais, ficando com o vice a missão de concluir o mandato.

Questionado pelo Estadão sobre a possível candidatura a governador do Estado, Gabriel Souza afirmou por meio de nota que, neste momento, sua prioridade é "ajudar o governador a concluir as entregas relacionadas à reconstrução do Rio Grande do Sul, que ainda está em andamento".

Acrescentou que tem total compromisso com o projeto liderado por Leite desde quando atuou como deputado estadual. "As discussões eleitorais ficarão para o próximo ano, quando as decisões serão tomadas", escreveu.

O adversário de Leite em 2022 e atual presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto (PT), afirmou que tem tido conversas para a eleição, focadas na costura de alianças, e que fica feliz em saber que seu nome aparece naturalmente como candidato para o próximo pleito.

Na última eleição estadual, a diferença entre Pretto e Leite foi de pouco mais de 2,5 mil votos. "Lembro que o Rio Grande do Sul foi o último Estado a definir o segundo turno, porque, até a meia-noite, eu tinha chance de passar o Leite", diz Pretto. Ele não conseguiu votos para ir ao segundo turno.

Pretto, que foi deputado Estadual e presidente da Assembleia Legislativa, não descarta voltar a disputar a cadeira de governador. Sua vontade é de dialogar e formar uma aliança que represente o "campo popular e democrático" do Estado.

Para ele, o que fez sua candidatura ter sucesso em 2022, e o PT formar a maior bancada local e federal, foi a "forma de dialogar com a esquerda". Com isso, afirma que tem tido conversas com partidos como PSB e PDT.

A prioridade, segundo ele, é fortalecer a aliança com o PSB, partido de que faz parte o vice-presidente da república, Geraldo Alckmin. O partido não estava aliado com Pretto em 2022, aspecto que, para ele, pode ter influenciado no desfecho daquele pleito.

Pretto não vê possibilidade de se aliar com Gabriel Souza no âmbito estadual. Mesmo que o MDB faça parte da base do governo federal, não tem histórico de cooperação no RS.

O presidente da Conab não esconde seu descontentamento com o atual governador. Com o segundo turno formado por Onyx Lorenzoni (PL) e Eduardo Leite, o PT manifestou seu "apoio crítico" ao candidato a reeleição. "Não pedimos cargos no governo, só queríamos o apoio recíproco ao presidente Lula. Demos nosso apoio ao Leite e meus votos foram para ele. [...] Até hoje não recebi nem uma ligação [de Leite]", afirma.

Já o PDT conta com um nome que ressoa entre os mais saudosistas do partido e que teve desempenho surpreendente na eleição de 2024 para a prefeitura de porto alegre: Juliana Brizola. A neta do ex-governador Leonel Brizola ficou em terceiro lugar na disputa pela capital do Estado, mas levou quase 20% dos votos daquele primeiro turno, apenas 6% a menos que Maria do Rosário (PT), que disputou o segundo turno com Sebastião Melo (MDB), eleito.

Juliana define a eleição de 24 com um "marco" em sua trajetória. Para ela, a população se mostrou cansada da polarização política e do ódio. "Mostramos para as pessoas que é preciso colocar o trabalho acima da política, a vida acima da política e a política no seu devido lugar, que é servindo às pessoas", afirmou Juliana.

"As pessoas querem projetos, querem soluções para os seus problemas diários, querem trabalho", disse.

Ela confirma que colocou seu nome à disposição do partido como pré-candidata ao governo do Estado. Afirma que está em conversas com "todas as forças políticas" do Estado, inclusive tendo tratado recentemente com o governador Eduardo Leite. "Meu objetivo é construir um caminho que esteja mais preocupado com as soluções que a nossa gente precisa do que com disputas ideológicas", destacou.

Sem dar mais pistas, Juliana Brizola não descarta a possibilidade de compor chapa como vice de outros candidatos, reforçando que tomaria tal caminho "com o mesmo espírito de diálogo e união".

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu um habeas corpus que dispensa a advogada Adélia de Jesus Soares de comparecer à CPI das Bets. O depoimento dela estava previsto para a reunião da comissão realizada nesta quarta-feira, 14.

A decisão, de segunda-feira, 12, se sobrepõe a uma decisão exarada por um juiz federal de primeiro grau, na semana passada, que havia determinado a condução coercitiva de Adélia.

Participante da edição 16 do programa Big Brother Brasil (BBB), da TV Globo, a advogada é investigada pela polícia por suspeitas de auxiliar estrangeiros a explorar apostas ilegais no Brasil. O esquema de fraudes teria impacto bilionário, segundo a investigação policial.

A apuração foi iniciada na Polícia Civil do Distrito Federal e foi encaminhada à Polícia Federal por conta da natureza e abrangência dos crimes apurados.

A decisão de Toffoli é uma revisão do próprio entendimento em outro pedido de habeas corpus apresentado pela defesa de Adélia.

Em 28 de abril, o ministro decidiu que ela deveria comparecer à CPI, mas poderia ficar em silêncio diante de questões que pudessem comprometê-la em investigações.

Na nova decisão, Toffoli afirmou que a CPI deixa Adélia Soares em "posição dúbia" e facultou a ela a possibilidade de comparecer ou não. Os argumentos foram apresentados pelo novo advogado de Adélia Soares, o ex-senador Demóstenes Torres.

"Estando comprovada a convocação da paciente para prestar depoimento na condição de testemunha naqueles autos, ressaltei, na oportunidade, a não dispensa da obrigação de comparecer perante a CPI. Não obstante, tenho que os documentos que instruem a inicial destes autos revelam quadro distinto em que se evidencia que a paciente se encontra em posição dúbia, ora figurando como testemunha, ora como investigada", justificou.

A relatora da CPI, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) considerou a decisão "vexatória" à comissão. O presidente do colegiado, Hiran Gonçalves (PP-RR), afirmou que haverá recurso porque ele não concorda com a decisão em um novo pedido de habeas corpus.

Como mostrou o Estadão, Adélia Soares abriu uma empresa de apostas para a advogada e influenciadora Deolane Soares. Essa empresa foi vendida por R$ 30 milhões a um amigo de Deolane mesmo antes de a bet ter qualquer autorização para operar.