Autoridades dos EUA presumem que seis desaparecidos em colapso de ponte em Baltimore morreram

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Na noite desta terça-feira, 26, as equipes de resgate suspenderam os esforços de busca em torno da ponte de Baltimore, nos EUA, que desabou devido à colisão de um navio porta-contêineres, e as autoridades norte-americanas estimaram que as seis pessoas desaparecidas estão supostamente mortas.

 

"Com base na duração da busca, na temperatura da água, neste momento não acreditamos que encontraremos essas pessoas com vida", disse o vice-almirante da Guarda Costeira, Shannon Gilreath, em uma coletiva de imprensa sobre o trabalho na ponte Francis Scott Key.

 

Pelo menos oito pessoas caíram na água. Duas sobreviveram, mas as outras seis, todas identificadas como parte de uma equipe de construção que estava tapando buracos na ponte, estavam desaparecidas. A busca por seus corpos será retomada na manhã desta quarta-feira, 27.

 

Entre os desaparecidos havia pessoas da Guatemala, Honduras e México, de acordo com diplomatas desses países. O hondurenho foi identificado como Maynor Yassir Suazo Sandova.

 

Paul Wiedefeld, oficial de transportes do estado de Maryland, disse que o trabalho dos homens não tinha "nada a ver com um problema estrutural" na ponte.

 

Em imagens capturadas por câmeras de vigilância por vídeo, um navio porta-contêineres é visto batendo em um pilar da ponte, fazendo com que grande parte da estrutura de aço, construída em 1977, caísse no rio Patapsco.

 

Antes da colisão, o MV Dali emitiu um pedido de socorro que interrompeu o tráfego e salvou vidas, disse o governador do estado de Maryland, Wes Moore, no início do dia. "Essas pessoas são heróis", acrescentou o governador, que declarou estado de emergência.

 

O presidente Joe Biden classificou o fato como um "acidente terrível" e prometeu reconstruir a infraestrutura o mais rápido possível, embora "demore um pouco". "Estou instruindo minha equipe a mover céus e terra para reabrir o porto e reconstruir a ponte assim que for humanamente possível", disse Biden em um breve discurso na Casa Branca.

 

Uma pessoa foi levada ao hospital em "estado muito grave", disse o chefe dos bombeiros de Baltimore, James Wallace, e outra saiu ilesa. Os serviços de emergência que vasculham o local encontraram evidências de vários veículos submersos na água, disse Wallace, sem especificar o número.

 

De qualquer forma, "não há absolutamente nenhum indício de que tenha sido terrorismo, que isso tenha sido feito de propósito", disse o comissário da Polícia de Baltimore, Richard Worley.

 

Impacto econômico

 

O tráfego marítimo foi suspenso "até segundo aviso", mas "o porto segue aberto para a passagem de caminhões", disse aos jornalistas o secretário de Transporte de Maryland, Paul Wiedefeld.

 

O Ministro dos Transportes, Pete Buttigieg, alertou que isso teria "um impacto importante e prolongado nas cadeias de suprimentos".

 

A ponte, de 2,6 km e quatro pistas, cruza o rio Patapsco a sudoeste de Baltimore, uma cidade industrial e portuária na costa atlântica dos EUA. Ela transporta mais de 11 milhões de veículos por ano, cerca de 31 mil por dia. Seu nome é uma homenagem a Francis Scott Key, autor da letra do hino americano.

 

O porto de Baltimore é o principal porto da costa leste dos Estados Unidos e o nono maior do país em termos de carga estrangeira movimentada e de valor. Ele emprega diretamente mais de 15 mil pessoas.

 

O MV Dali é um navio porta-contêineres recém-construído, com 300 metros de comprimento e 48 metros de largura, com bandeira de Cingapura.

 

Os registros mostram que o navio estava indo de Baltimore para Colombo, no Sri Lanka. A gigante dinamarquesa da navegação Maersk confirmou que havia fretado o navio, operado pela empresa de navegação Synergy Group.

 

As autoridades portuárias de Cingapura disseram na quarta-feira que o navio havia passado por duas inspeções em 2023 e tinha certificados válidos sobre a integridade estrutural e a funcionalidade do navio.

 

A Marinha do Chile informou que, em 2023, detectou uma falha no medidor do aquecedor de combustível, que foi rapidamente consertada. A investigação está sendo feita para determinar como a colisão de um único navio pode ter destruído vários arcos da ponte metálica.

 

Embora o navio porta-contêineres tenha uma força de inércia poderosa, "a extensão do dano à superestrutura da ponte parece desproporcional à causa", disse o professor Toby Mottram, especialista da Universidade de Warwick, na Grã-Bretanha. (Com agências internacionais).

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O Supremo Tribunal Federal (STF) reagiu neste sábado, 19, às críticas feitas em artigo da revista The Economist que diz que o ministro Alexandre de Moraes tem "poderes excessivos" e que o tribunal enfrenta "crescentes questionamentos". Em nota assinada pelo presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, o STF defendeu a atuação de Moaes e negou que haja uma crise de confiança na instituição.

"O enfoque dado na matéria corresponde mais à narrativa dos que tentaram o golpe de Estado do que ao fato real de que o Brasil vive uma democracia plena, com Estado de direito, freios e contrapesos e respeito aos direitos fundamentais", afirmou o tribunal.

A revista inglesa afirmou que o Supremo poderia agravar sua crise de confiança diante dos brasileiros caso o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seguisse na Primeira Turma do tribunal, em vez de ser levado ao plenário. O texto também fez críticas a Barroso, aos ministros Gilmar Mendes e Dias Toffoli, e apontou que Moraes tem "poderes excessivos" nas decisões da Corte.

Em resposta, o STF afirmou que o julgamento de ações penais contra autoridades segue o rito previsto no procedimento penal, que determina que esses casos sejam analisados pelas turmas, e não pelo plenário. "Mudar isso é que seria excepcional", destacou a nota assinada por Barroso.

Barroso rebateu a sugestão de suspender Moraes do julgamento de Bolsonaro. Segundo ele, o ex-presidente ofendeu quase todos os integrantes do Supremo e, "se a suposta animosidade em relação a ele pudesse ser um critério de suspeição, bastaria o réu atacar o tribunal para não poder ser julgado". Ele ainda classificou Moraes como um juiz que "cumpre com empenho e coragem o seu papel, com o apoio do tribunal, e não individualmente".

O STF também negou que exista uma crise de confiança na instituição e citou dados do Datafolha, divulgados em março de 2024, para sustentar o argumento. Ao mencionar os dados, no entanto, Barroso usou o percentual atribuído ao Poder Judiciário como um todo, cuja confiança é maior, se comparada à da Corte, com 24% que confiam muito, 44% que confiam um pouco e 30% que não confiam.

Segundo a pesquisa, 21% dos entrevistados disseram confiar muito no Supremo, 44% confiam um pouco e 30% não confiam. Para a Corte, isso demonstra que a maioria da população mantém algum nível de confiança no tribunal.

A nota ainda destacou que decisões monocráticas citadas pela revista foram posteriormente ratificadas pelos demais ministros. Entre elas, a suspensão do X (antigo Twitter), que foi determinada pela ausência de representante legal da empresa no Brasil, e não por algum conteúdo publicado na plataforma. A medida foi revertida após a indicação de um representante.

"Todas as decisões de remoção de conteúdo foram devidamente motivadas e envolviam crime, instigação à prática de crime ou preparação de golpe de Estado. O presidente do Tribunal nunca disse que a Corte 'defeated (derrotou) Bolsonaro'. Foram os eleitores", declarou o STF.

Barroso afirmou ainda que, apesar de a reportagem citar "algumas das ameaças sofridas pela democracia" no País, deixou de mencionar as tentativas de invasão da sede dos três Poderes em Brasília nos ataques de 8 de janeiro por uma "multidão insuflada por extremistas" além das tentativas de explosão de bomba no STF e no aeroporto de capital. A nota cita ainda o plano de assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), além do ministro Alexandre de Moraes.

"Foi necessário um tribunal independente e atuante para evitar o colapso das instituições, como ocorreu em vários países do mundo, do leste Europeu à América Latina", concluiu Barroso.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) segue internado na unidade de terapia intensiva (UTI) uma semana depois da cirurgia realizada em 13 de abril. Um novo boletim médico divulgado pelo Hospital DF Star e compartilhado pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro neste domingo, 20, informa que inda não há previsão de alta da UTI, mas que o ex-presidente apresenta boa evolução clínica.

A nota do hospital ainda diz que Bolsonaro apresenta pressão arterial sob controle, após o episódio de alteração relatado no boletim deste sábado, 19. Ele permanece em jejum oral, ou seja, sem se alimentar pela boca, e tem intensificado a fisioterapia motora e as medidas de reabilitação.

No domingo passado, 13 de abril, Bolsonaro fez uma cirurgia de 12 horas para retirar aderências no intestino e reconstruir a parede abdominal.

A operação foi feita após o ex-presidente passar mal, dois dias antes, durante uma agenda no interior do Rio Grande do Norte. Bolsonaro teve uma obstrução devido a uma dobra intestino delgado que dificultava o trânsito intestinal. Na cirurgia, a complicação foi desfeita. Segundo a equipe médica responsável pelo procedimento, o pós-operatório deverá ser "prolongado".

A defesa do ex-assessor de Assuntos Internacionais da Presidência Filipe Garcia Martins pediu permissão ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para circular livremente por Brasília entre segunda-feira, 21, e a quarta-feira, 23. A defesa de Martins também quer que ele não perca a liberdade condicional caso seja fotografado ou gravado por profissionais da imprensa.

Nesta quinta-feira, 17, Moraes permitiu que Filipe Martins possa acompanhar presencialmente o julgamento da Primeira Turma do STF na próxima terça-feira, 22. Neste dia, o colegiado vai começar a julgar se aceita a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-assessor e outras cinco pessoas por participação na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Moraes garantiu a presença de Filipe Martins no julgamento e o autorizou a "se deslocar tão somente entre aeroporto, hotel e o local da sessão de julgamento". O desembargador Sebastião Coelho, que defende o ex-assessor, argumenta que ele deve ter o direito de circular pela capital federal, mas se resguardar no período noturno.

"Com o devido respeito, tal formulação impõe uma restrição mais severa do que aquela já observada pelo Requerente em sua comarca de origem (Ponta Grossa-PR), onde cumpre medida cautelar de recolhimento domiciliar noturno, com monitoramento eletrônico, mas com possibilidade de circulação durante o período diurno dentro dos limites da comarca", disse Coelho.

Segundo o desembargador, caso Martins fique limitado a transitar entre o aeroporto, o hotel e o STF, o ex-assessor poderá ser submetido a "constrangimentos operacionais e jurídicos desnecessários, inclusive no acesso à alimentação, cuidados pessoais, reuniões com a defesa técnica ou deslocamentos imprevistos".

Ao ganhar o direito à prisão domiciliar, em agosto do ano passado, Martins teve que seguir medidas cautelares como o uso de tornozeleiras eletrônicas e a proibição de conceder entrevistas e a proibição de utilizar redes sociais, com uma multa de R$ 20 mil por publicação feita por ele.

O advogado de Filipe Martins pediu a Moraes que não o puna por "imagens, vídeos ou registros" feitos por pessoas comuns ou profissionais de imprensa. No último dia 7, o ministro do STF multou o ex-assessor em R$ 20 mil por ele aparecer em uma publicação de Sebastião Coelho feita em outubro do ano passado.

"Que seja integrada e esclarecida a decisão, com a inclusão expressa de ressalva quanto à responsabilização do Requerente por imagens, vídeos ou registros feitos por terceiros, inclusive profissionais da imprensa, para que tais exposições involuntárias não sejam interpretadas como violação das medidas cautelares impostas, sobretudo diante da publicidade inerente ao julgamento e da impossibilidade fática de controle sobre a circulação de registros audiovisuais em ambiente digital", solicitou o defensor.

Martins passou seis meses preso preventivamente durante a condução do inquérito dos atos golpistas. A justificativa foi de que ele teria tentado fugir do Brasil para escapar da investigação. O nome do ex-assessor constou em uma lista de passageiros do avião presidencial que decolou para Orlando, nos Estados Unidos, em 30 de dezembro de 2022. A defesa, posteriormente, defendeu que ele não embarcou e estava no Brasil naquele dia e o ex-assessor foi solto.

A PGR imputou a ele a confecção de uma das minutas do golpe, aquela que previa prender Moraes, o também ministro do STF Gilmar Mendes, além do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), então presidente do Senado.

Além de Martins, a Primeira Turma do STF vai decidir, a partir das 14 horas da terça, se aceita a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Fernando de Sousa Oliveira, Marcelo Costa Câmara, Marília Ferreira de Alencar, Mário Fernandes e Silvinei Vasques.