Israel amplia bombardeio em Gaza; troca de ataques na fronteira com Líbano deixa oito mortos

Internacional
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Ignorando a pressão internacional por um cessar-fogo no território palestino, Israel realizou um intenso bombardeio no sul da Faixa de Gaza na noite desta terça-feira, 26, e deu sequência à sua ofensiva a um hospital do norte do enclave, que já dura quase duas semanas. Os ataques ocorreram em paralelo à troca de bombardeios e foguetes com o Hezbollah na fronteira do Líbano, que deixou oito mortos.

 

Repórteres da agência AFP relataram que uma bola de fogo iluminou a noite de terça-feira no céu da cidade de Rafah, no sul de Gaza, o único centro urbano do enclave que ainda não enfrentou uma ação das forças terrestres israelenses. Quase 1,5 milhão de pessoas estão aglomeradas na região, muitas delas para fugir dos bombardeios israelenses.

 

Já na Cidade de Gaza, no norte, testemunhas também ouviram explosões e observaram nuvens de fumaça devido aos ataques israelenses de mais de nove dias contra o principal hospital da localidade, o Al-Shifa, onde Israel afirma que matou 170 terroristas.

 

O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo grupo terrorista Hamas, anunciou na manhã desta quarta-feira, 27, que 66 pessoas morreram durante a noite, três delas em bombardeios israelenses perto de Rafah.

 

As forças israelenses também cercaram dois hospitais em Khan Yunis, no sul, onde morreram 12 pessoas, incluindo crianças, em um bombardeio contra um campo de deslocados, segundo o Ministério da Saúde. O Crescente Vermelho Palestino alertou que milhares de pessoas estão presas no hospital Nasser de Khan Yunis e que "suas vidas correm perigo".

 

ONU

 

Os combates prosseguiram por dois dias sem interrupção desde que o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução que pede um "cessar-fogo imediato" e a libertação de 130 reféns israelenses que permanecem em Gaza, incluindo 34 que as autoridades de Israel acreditam que foram mortos.

 

O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, criticou na terça-feira a resolução do conselho, dizendo que a medida encorajou o Hamas, e prometeu prosseguir com a guerra. Ele afirmou que Israel só poderá alcançar os seus objetivos de desmantelar o grupo terrorista e devolver os reféns se expandir a sua ofensiva terrestre para Rafah - o que Washington crítica. A aprovação da resolução da ONU também aumentou as tensões entre os EUA e Israel sobre a condução da guerra.

 

Mortos na fronteira com Líbano

 

Nesta quarta-feira, um ataque aéreo israelense contra um centro paramédico ligado a um grupo muçulmano sunita libanês no sul do Líbano matou sete de seus membros, e provocou o lançamento de um foguete do Líbano contra Israel, que matou um civil.

 

O ataque na vila libanesa Hebbariye veio depois de um dia de ataques aéreos e lançamentos de foguetes entre Israel e o grupo terrorista Hezbollah na fronteira entre Israel e o Líbano, aumentando as preocupações de uma escalada do conflito na região, que tem estado ativa nos últimos cinco meses desde o início da guerra com o Hamas na Faixa de Gaza.

 

O ataque depois da meia-noite de terça-feira, por parte de Israel, atingiu um escritório do Corpo Islâmico de Emergência e Socorro, de acordo com a Associação Libanesa de Ambulâncias. Foi um dos ataques mais mortíferos desde que a violência eclodiu ao longo da fronteira.

 

Os paramédicos ligados ao local listaram nomes de sete voluntários que morreram no ataque. Eles descreveram a ação como um "uma violação flagrante do trabalho humanitário". Ali Noureddine, morador de Hebbariye, disse à Associated Press que os sete mortos foram retirados dos escombros antes do nascer do sol de quarta-feira.

 

O Exército de Israel disse que atingiu um prédio militar em Hebbariye e matou um homem, membro do membro do grupo muçulmano sunita libanês al-Jamaa al-Islamiya, ou Grupo Islâmico, e vários outros militantes.

 

Horas depois, o Hezbollah disse que retaliou o ataque aéreo lançando dezenas de foguetes na manhã de quarta-feira, contra uma base militar na cidade Kiryat Shmona, no norte de Israel. Serviços de resgate de Israel disseram que um homem de 25 anos foi morto quando um impacto direto provocou um incêndio em um parque industrial em Kiryat Shmona. Imagens do local mostraram uma espessa fumaça preta saindo de um prédio.

 

Outra pessoa ficou levemente ferida. Cerca de 30 foguetes foram lançados do Líbano, segundo o exército israelense. (Com agências internacionais).

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A defesa do ex-assessor de Assuntos Internacionais da Presidência Filipe Garcia Martins pediu permissão ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para circular livremente por Brasília entre segunda-feira, 21, e a quarta-feira, 23. A defesa de Martins também quer que ele não perca a liberdade condicional caso seja fotografado ou gravado por profissionais da imprensa.

Nesta quinta-feira, 17, Moraes permitiu que Filipe Martins possa acompanhar presencialmente o julgamento da Primeira Turma do STF na próxima terça-feira, 22. Neste dia, o colegiado vai começar a julgar se aceita a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-assessor e outras cinco pessoas por participação na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Moraes garantiu a presença de Filipe Martins no julgamento e o autorizou a "se deslocar tão somente entre aeroporto, hotel e o local da sessão de julgamento". O desembargador Sebastião Coelho, que defende o ex-assessor, argumenta que ele deve ter o direito de circular pela capital federal, mas se resguardar no período noturno.

"Com o devido respeito, tal formulação impõe uma restrição mais severa do que aquela já observada pelo Requerente em sua comarca de origem (Ponta Grossa-PR), onde cumpre medida cautelar de recolhimento domiciliar noturno, com monitoramento eletrônico, mas com possibilidade de circulação durante o período diurno dentro dos limites da comarca", disse Coelho.

Segundo o desembargador, caso Martins fique limitado a transitar entre o aeroporto, o hotel e o STF, o ex-assessor poderá ser submetido a "constrangimentos operacionais e jurídicos desnecessários, inclusive no acesso à alimentação, cuidados pessoais, reuniões com a defesa técnica ou deslocamentos imprevistos".

Ao ganhar o direito à prisão domiciliar, em agosto do ano passado, Martins teve que seguir medidas cautelares como o uso de tornozeleiras eletrônicas e a proibição de conceder entrevistas e a proibição de utilizar redes sociais, com uma multa de R$ 20 mil por publicação feita por ele.

O advogado de Filipe Martins pediu a Moraes que não o puna por "imagens, vídeos ou registros" feitos por pessoas comuns ou profissionais de imprensa. No último dia 7, o ministro do STF multou o ex-assessor em R$ 20 mil por ele aparecer em uma publicação de Sebastião Coelho feita em outubro do ano passado.

"Que seja integrada e esclarecida a decisão, com a inclusão expressa de ressalva quanto à responsabilização do Requerente por imagens, vídeos ou registros feitos por terceiros, inclusive profissionais da imprensa, para que tais exposições involuntárias não sejam interpretadas como violação das medidas cautelares impostas, sobretudo diante da publicidade inerente ao julgamento e da impossibilidade fática de controle sobre a circulação de registros audiovisuais em ambiente digital", solicitou o defensor.

Martins passou seis meses preso preventivamente durante a condução do inquérito dos atos golpistas. A justificativa foi de que ele teria tentado fugir do Brasil para escapar da investigação. O nome do ex-assessor constou em uma lista de passageiros do avião presidencial que decolou para Orlando, nos Estados Unidos, em 30 de dezembro de 2022. A defesa, posteriormente, defendeu que ele não embarcou e estava no Brasil naquele dia e o ex-assessor foi solto.

A PGR imputou a ele a confecção de uma das minutas do golpe, aquela que previa prender Moraes, o também ministro do STF Gilmar Mendes, além do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), então presidente do Senado.

Além de Martins, a Primeira Turma do STF vai decidir, a partir das 14 horas da terça, se aceita a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Fernando de Sousa Oliveira, Marcelo Costa Câmara, Marília Ferreira de Alencar, Mário Fernandes e Silvinei Vasques.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou um episódio de alteração da pressão arterial, que já foi controlado, segundo boletim médico divulgado no início da tarde deste sábado, 19. Ele continua internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília, sem previsão de alta.

O relatório médico informou que o ex-presidente continua em jejum oral, se alimentando via corrente sanguínea, já que ainda não apresentou "movimentos intestinais efetivos". A equipe médica informou que serão intensificadas as sessões de fisioterapia motora e outras medidas de reabilitação.

O ex-presidente passou por uma cirurgia de cerca de 12 horas no último domingo, 13, para desobstruir uma dobra no intestino delgado que dificultava seu trânsito intestinal. Segundo a equipe médica responsável pelo procedimento, o pós-operatório deverá ser "prolongado".

Bolsonaro foi atendido com urgência na sexta-feira, 11, após sentir fortes dores abdominais durante um evento do PL no Rio Grande do Norte. Ele foi levado de helicóptero a um hospital em Natal e, na noite do sábado seguinte, transferido para Brasília em uma aeronave equipada com UTI aérea.

A família Bolsonaro tem compartilhado registros do pós-operatório nas redes sociais. Na manhã deste sábado, a página de Bolsonaro no Instagram publicou um vídeo em que o ex-presidente agradece o apoio da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que o acompanha durante a internação.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é reprovado por 59,1% e aprovado por 37,1% dos eleitores paulistas, de acordo com levantamento da Futura Inteligência. Outros 3,8% dos entrevistados não souberam ou se abstiveram de opinar sobre a gestão petista.

Na avaliação de governo, a maioria (54,1%)considera a gestão ruim ou péssima. Apenas 17,7% consideram a administração do petista regular. O trabalho de Lula é avaliado como bom e ótimo por 27,2% dos entrevistados.

A condição econômica do País é vista como péssima para a maioria dos paulistas (65,1%), com destaque pouco satisfatório para o combate a alta dos preços e a criança de empregos. Contudo, a inflação é a terceira maior preocupação dos entrevistados (15,9%), sendo a primeira a saúde (26%), seguida da educação (21,8%).

O levantamento indica ainda que Lula tem desempenho inferior ao do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em termos de popularidade no Estado. O chefe do Executivo paulista tem aprovação de 66,9% dos eleitores ao mesmo tempo em que 48,2% dos paulistas que classificam sua gestão como ótima ou boa.

Outros Poderes

Assim como o presidente Lula, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) também registram avaliação negativa em São Paulo, embora em proporção menor. A reprovação do trabalho do Congresso Nacional chega a 49,9%. Apenas 13,8% dos eleitores consideram ótimo ou bom enquanto 32,1% avaliam como regular.

Já em relação ao STF, a maioria (46,4%) avalia o poder como péssimo. A porcentagem daqueles que acreditam que o trabalho está regular ou bom está próxima, sendo de 23,1% e 27%, respectivamente.

A pesquisa Futura Inteligência entrevistou 1.000 eleitores do Estado de São Paulo, com 16 anos ou mais e entre os dias 5 e 9 de abril. A abordagem utilizada foi a CATI (entrevista telefônica assistida por computador). Conta com uma margem de erro de 3,1 pontos porcentuais (p.p.) e índice de confiança de 95%.