Nos EUA, ações do setor de Defesa voltam a ser destaque, e há oportunidades para investidores

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A invasão russa da Ucrânia não deu início a uma recuperação significativa nas ações do setor de defesa nos Estados Unidos. A atual tensão geopolítica é diferente? A resposta é: provavelmente não. Isso não significa que os investidores devam evitar o setor. O orçamento de Defesa dos EUA para o ano fiscal de 2024, que termina em setembro, prevê gastos de US$ 824 bilhões, um aumento de cerca de 3% em relação ao ano fiscal de 2023. A proposta orçamentária para o ano fiscal de 2025 prevê US$ 850 bilhões, um aumento de outros 3%. A taxa de crescimento não foi muito afetada pelos recentes conflitos globais.

 

A Lockheed Martin gera cerca de três quartos das vendas do governo dos EUA, com cerca de 90% disso - ou dois terços do total - vindo do Departamento de Defesa. Incluindo todas as despesas e ajuda suplementares, os EUA gastam cerca de US$ 1 trilhão por ano na Defesa, de acordo com dados do Federal Reserve (Fed, o banco centra norte-americano).

 

Os gastos aumentaram consistentemente nos últimos oito anos, cerca de um terço acima do nível relativamente baixo de 2016. Oito anos é uma expansão longa, mas não é sem precedentes. Os gastos aumentaram de forma consistente durante cerca de 12 anos, entre 1999 e 2011. No geral, a configuração das ações de defesa parece boa, mas não tão boa quanto outros pontos da história recente.

 

Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, as ações dos principais empreiteiros de defesa dos EUA aumentaram cerca de 13%, em média. O S&P 500 subiu cerca de 18%. Dois destaques foram as ações da General Dynamics e da Huntington Ingalls Industries, que subiram cerca de 30% e 26% nesse período, respectivamente. Ambas fabricam produtos para a Marinha.

 

A construção naval tem sido uma parte relativamente segura do orçamento de defesa dos EUA. Huntington também melhorou as margens de lucro operacional e a General Dynamics tem um negócio bem-sucedido de jatos particulares da Gulfstream.

 

No geral, 20% dos analistas que cobrem as ações da Lockheed têm classificações de Compra. O índice médio de classificação de compra para ações do S&P 500 é de cerca de 55%. O preço-alvo médio dos analistas para as ações da Lockheed é de cerca de US$ 483.

 

As avaliações da Lockheed mostram como Wall Street se sente em relação à defesa atualmente. As tendências de gastos mantiveram o sentimento sob controle.

 

Ainda assim, os investidores devem prestar atenção aos conflitos globais e considerar se algum deles envolverá diretamente os EUA. Fonte: Dow Jones Newswires.

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Centrais sindicais divulgaram nesta segunda-feira, 28, uma nota de apoio a José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi). A entidade é uma das investigadas por fraude no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Frei Chico é o irmão mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O documento foi assinado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB).

As seis entidades dizem estar "estarrecidas" com a "roubalheira que atinge aposentados e pensionistas", mas também, segundo elas, pelas "distorções que permeiam o noticiário" cujo objetivo seria "promover ataques políticos e antissindicais".

"Apoiamos a ação da Polícia Federal e defendemos o ressarcimento de todos que tiveram parte de seus benefícios surrupiados por organizações de má-fé. Repudiamos, igualmente, o desvirtuamento desse caso, transformado em mais um instrumento de ataque aos trabalhadores e ao governo Lula", diz trecho da carta. As centrais também afirmam que Frei Chico está em evidência somente por ter parentesco com o presidente Lula, e que o caso se trata de "pura politicagem eleitoral, que engana muita gente de boa-fé", diz o texto.

Desde o ano passado, Frei Chico integra a diretoria do Sindnapi, onde é filiado desde 2008. A Operação Sem Desconto, deflagrada pela PF e pela Controladoria-Geral da União (CGU) investiga 11 entidades que participariam de um esquema que descontava mensalidades sem o conhecimento de aposentados e pensionistas. Segundo o irmão de Lula, o sindicato não cometeu irregularidades.

Segundo a PF, os descontos alcançaram R$ 7,99 bilhões, e quase 100% deles foram irregulares. As entidades formalizavam Acordos de Cooperação Técnica (ACT) com o INSS, o que permitia o desconto em folha dos beneficiários do órgão. Em muitos casos, a liberação era fraudada.

Logo após a operação da Polícia Federal, deflagrada na última quarta-feira, 23, o sindicalista afirmou ao Estadão que está tranquilo e que espera que os policiais investiguem "toda a sacanagem que tem" no INSS.

"Jamais Frei Chico utilizou a estrutura sindical ou política em benefício próprio. Sempre viveu - e continua vivendo - de maneira modesta, fiel aos seus ideais. Ao desviar o foco das investigações para sua figura, a narrativa em torno das fraudes no INSS torna-se um discurso contra o governo e contra o sindicalismo", defenderam as entidades.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) começou a ingerir água, chá e gelatina pela primeira vez desde a cirurgia no intestino a qual foi submetido no último dia 13 de março. De acordo com o boletim médico divulgado nesta segunda-feira, 28, o ex-chefe do Executivo federal permanece internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília, sem previsão de alta.

Apesar da ingestão de alimentos via oral, Bolsonaro segue recebendo suporte calórico e nutricional pelas veias. A equipe médica do ex-presidente também afirmou que ele segue realizando fisioterapia motora e "recebendo medidas de proteção de trombose venosa".

Passados 15 dias desde o procedimento, Bolsonaro está com o estado clínico estável e segue com "movimentos intestinais espontâneos". O início dos sinais de fluxo no intestino foi registrado no informe médico deste domingo, 27.

O boletim detalha também que o ex-presidente está "sem dor ou febre", com a pressão arterial controlada e com "melhora progressiva dos exames laboratoriais do fígado".

A equipe médica mantém a recomendação de que Bolsonaro não receba visitas. Na semana passada, foram ao encontro do ex-presidente na UTI o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, e o pastor evangélico Silas Mafalaia.

Bolsonaro fez uma cirurgia de 12 horas para retirar aderências no intestino e reconstruir a parede abdominal. O procedimento foi realizado após o ex-presidente passar mal, no dia 11, em uma agenda no interior do Rio Grande do Norte. Bolsonaro teve uma obstrução devido a uma dobra no intestino delgado que dificultava o trânsito intestinal.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu nesta segunda-feira, 28, que a defesa do ex-presidente Fernando Collor de Mello apresente laudos médicos que comprovem os problemas de saúde dele. O prazo para resposta é de 48 horas.

Moraes aguarda os documentos para decidir se autoriza a transferência de Collor para o regime domiciliar. O ex-presidente foi preso para cumprir uma condenação de 8 anos e seis meses na Operação Lava Jato.

Em despacho, Moraes pede documentos comprobatórios, "inclusive prontuário e histórico médico, bem como os exames anteriormente realizados".

A defesa despachou mais cedo por videoconferência com o ministro.

Defesa pediu prisão domiciliar humanitária para ex-presidente. Foto: Roque de Sá

Os advogados advogados Marcelo Bessa e Thiago Fleury pediram prisão domiciliar humanitária para o ex-presidente. Aos 75 anos, Collor tem "comorbidades graves" e faz uso de remédios contínuos, segundo a defesa. Os advogados também alegam no pedido que o ex-presidente não oferece "periculosidade".

Ao ser ouvido na audiência de custódia, no entanto, o ex-presidente negou ter problemas de saúde ou tomar remédios.

Moraes também determinou que a direção do Presídio Baldomero Cavalcanti de Oliveira, em Maceió, informe se tem estrutura para tratar da saúde de Collor. O ministro também deve ouvir a PGR antes de tomar uma decisão.