Israel busca resposta contra o Irã que não afaste novamente seus aliados

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O gabinete de guerra de Israel se reuniu nesta segunda-feira, 15, pela quarta vez em dois dias para discutir como dar uma resposta ao ataque do Irã sem afastar aliados internacionais. Pressionado a agir com contenção, Israel tenta aproveitar uma oportunidade de construir uma aliança internacional estratégica contra Teerã. Desde que foi atacado, o país tem recebido amplo apoio de EUA, Europa e árabes, como a Jordânia, em um contraste à onda de críticas por sua conduta da guerra na Faixa de Gaza que antecedeu a ofensiva iraniana.

 

O chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel, general Herzi Halevi, deu ontem a indicação mais clara até agora de que haverá um contra-ataque. Ele não deixou claro, no entanto, qual a forma essa resposta assumirá.

 

Ao mesmo tempo, o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, conclamou a comunidade internacional a permanecer unida diante da agressão do Irã que, segundo ele, ameaça a paz mundial.

 

O ataque no sábado, 13, foi, segundo Teerã, uma resposta ao assassinato por Israel de um general iraniano sênior em um prédio diplomático iraniano em Damasco. Israel não confirmou nem negou o envolvimento.

 

"O ponto é responder de forma inteligente, para não prejudicar a oportunidade de cooperação regional e internacional que criamos", disse Michael Oren, ex-embaixador israelense nos EUA.

 

Israel enfrenta um conjunto cada vez mais delicado de cálculos políticos. Já está lutando em três frentes: em Gaza contra o Hamas, em sua fronteira norte com o Hezbollah, bem como tentando apaziguar a agitação na Cisjordânia. Agora, está sob pressão para restaurar a dissuasão com o Irã.

 

Internamente, a população demonstra sinais de cansaço e repelem a ideia de ver seu país envolvido em mais um conflito. Grande parte da vida israelense voltou ao seu ritmo habitual ontem. "Tenho esperança de que essa coisa com o Irã tenha acabado, por enquanto, porque estou farto e cansado de guerra", disse o israelense Lev Mizrach, em um calçadão de Tel-Aviv, ao New York Times.

 

Os tomadores de decisão devem equilibrar a necessidade de projetar força com o desejo de manter unida uma parceria estratégica tênue contra o Irã que os ajudou a bloquear o ataque no sábado, uma aliança que envolveu até países árabes. O presidente americano, Joe Biden, instou Israel a usar cautela e não retaliar.

 

O ataque de sábado demonstrou a importância da relação de Israel com os EUA. Analistas disseram que isso provavelmente será uma consideração-chave à medida que Israel avalia seu próximo movimento e busca capitalizar a demonstração de apoio internacional. Antes do ataque iraniano, Israel vinha enfrentando uma onda de críticas pelo crescente número de mortes de civis em Gaza.

 

Militarmente, segundo analistas, as decisões de Israel em relação ao Irã e a Gaza podem não estar ligadas, mas elas estão conectadas politicamente.

 

A base de direita do premiê já está insatisfeita que uma operação terrestre em Rafah não tenha ocorrido. Agora, seus integrantes querem uma forte retaliação contra o Irã também.

 

Opções

 

Analistas de segurança israelenses disseram que Israel tem uma variedade de opções que consideraria como retaliação em vez de grande escalada, sem sobrecarregar suas forças.

 

As opções de Israel incluem ciberataques e ataques direcionados a locais estatais-chave, como infraestrutura de petróleo iraniana. Israel no passado visou pessoal e infraestrutura iranianos relacionados ao programa nuclear sem assumir responsabilidade e poderia fazer isso novamente, mas de forma mais aberta. Além de ataques diretos ao Irã, analistas disseram que Israel poderia responder indiretamente atingindo aliados na região.

 

Qualquer ataque a grandes locais nucleares iranianos seria improvável, já que eles estão profundamente subterrâneos e fazer isso exigiria ajuda de Washington. Os EUA já disseram que não vão participar de nenhuma represália.

 

Se decidir retaliar, Israel provavelmente evitará locais civis e econômicos iranianos, segundo Sima Shine, analista do Instituto para Estudos de Segurança Nacional. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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