Incêndios florestais expulsam milhares de casa no Canadá

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Milhares de pessoas foram obrigadas a deixar suas casas no oeste do Canadá, devastado por centenas de incêndios florestais no domingo, 12, enquanto a temporada, que começou mais cedo, impõe desafios ao país.

 

Depois de quase dobrar a área durante o dia no município de Fort Nelson, o incêndio, até esta segunda, 13, estava em quase 4 mil hectares e ameaçava atingir várias casas, segundo o Corpo de Bombeiros da província da Colúmbia Britânica. Cerca de 3,5 mil pessoas tiveram de ser realocadas 400 km mais ao sul desde sexta-feira. "Estamos em um nível 5 de seca (o mais alto), o que torna muito difícil controlar esses incêndios florestais", disse o prefeito de Fort Nelson, Rob Fraser.

 

Na província vizinha de Alberta, 44 incêndios estavam causando estragos, incluindo um localizado a cerca de 15 km de Fort McMurray, o que obrigou os residentes a se prepararem para a retirada.

 

Essa cidade no noroeste da província, situada no coração da floresta, já foi devastada pelo fogo em maio de 2016, quando seus 90 mil habitantes foram removidos e mais de 2,5 mil edifícios foram destruídos, no maior desastre da história do Canadá.

 

No fim de semana, foram emitidas ordens de saída em pequenas cidades de Alberta e Manitoba, enquanto ventos violentos espalhavam a fumaça por todo o oeste do país. Segundo o governo federal, a qualidade do ar nessas áreas apresentava riscos "muito elevados". Nos EUA, Minnesota e partes de Wisconsin também estavam sob um alerta de qualidade do ar devido à fumaça vinda do Canadá.

 

Em 2023, o Canadá viveu a pior temporada de incêndios de sua história. As chamas, que varreram o país de leste a oeste, queimaram mais de 15 milhões de hectares, mataram oito bombeiros e obrigaram as autoridades a retirar 230 mil pessoas. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes apareceu com uma tipoia no braço durante a sessão da Primeira Turma da Corte nesta terça-feira, 22. O colegiado analisa a admissibilidade da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o "núcleo 2", acusado de participar de tentativa de golpe de Estado após a eleição presidencial de 2022.

Segundo a assessoria da Suprema Corte, Moraes fez uma cirurgia após romper um tendão em um treino. O magistrado malha e é lutador de Muay Thai. O ministro do STF aproveitou o feriado de Páscoa para realizar o procedimento.

A Primeira Turma do Supremo começou a julgar nesta terça se aceita a denúncia da PGR contra Fernando de Sousa Oliveira, Filipe Garcia Martins, Marcelo Costa Câmara, Marília Ferreira de Alencar, Mário Fernandes e Silvinei Vasques.

Fernando e Marília eram da cúpula da Segurança Pública do Distrito Federal durante o 8 de Janeiro e Silvinei Vasques era diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no período eleitoral de 2022. Já Filipe Martins e Mário Fernandes integravam o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A PGR fatiou a denúncia de tentativa de golpe em cinco núcleos. Os integrantes do primeiro grupo, que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados próximos como os ex-ministros Walter Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, já se tornaram réus em decisão unânime no último dia 26 de março.

Na primeira sessão do julgamento, na manhã desta terça, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, leu o relatório da denúncia. Em seguida, os advogados dos denunciados fizeram sustentações orais. A Primeira Turma também rejeitou as preliminares apresentadas pelos defensores, que questionaram supostos "vícios" no processo.

O ex-candidato à Presidência da República Padre Kelmon (PL-SP) esteve nesta segunda-feira, 21, em frente ao Hospital DF Star, onde o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está internado, em Brasília. Ele disse que fará uma missa no local na quarta-feira, 23, pedindo pela saúde do ex-chefe do Executivo federal.

O religioso disse que não foi ao hospital para visitar o ex-presidente, mas para fazer uma oração com apoiadores que estão em vigília na porta do DF Star. Não há autorização para visitas a Bolsonaro, conforme boletim médico.

Padre Kelmon afirmou que será candidato a deputado federal por São Paulo em 2026, a convite de Bolsonaro. "Ele me colocou na parede e disse 'você não pode ficar fora da política'. Eu não queria mais, queria ficar como padre, mas ele disse eu teria que ajudar", contou, segundo informações do jornal O Globo.

Em vídeo no Instagram, ele convocou seguidores a comparecerem à celebração religiosa que promoverá na quarta-feira em frente ao hospital. "Quero convidar, você, que mora em Brasília, que mora em Goiás, que está em Brasília, que é patriota, que é cristão: vamos juntos orar pelo nosso presidente, por sua vida, sua saúde e também pelo Brasil", diz na publicação.

Em 2022, ele saiu da Igreja Ortodoxa do Peru no Brasil e passou a integrar a Igreja Ortodoxa Grega na América e Exterior.

Nesta terça-feira, 22, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro disse ter iniciado um jejum sete dias pela recuperação do marido. Ela já havia convocado seus seguidores nas redes sociais para uma corrente de oração até o dia 28, pedindo pela "restauração completa da saúde" de Bolsonaro.

O ex-presidente está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília, desde que passou por uma cirurgia no intestino no último dia 13. O procedimento foi necessário por complicações decorrentes da facada que ele levou em 2018, durante a campanha eleitoral para as eleições presidenciais.

O boletim médico divulgado na segunda-feira, 21, aponta que ele retirou os drenos que tinha na região abdominal, mas que deve seguir internado, sem previsão de alta. O novo documento, desta terça-feira, 22, informa que o ex-presidente "mantém boa evolução clínica, já apresenta sinais efetivos de movimentação intestinal".

Em votação unânime, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu nesta terça-feira, 22, a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) que atribui a "gerência" do plano de golpe a seis auxiliares que fizeram parte do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Com a decisão, o grupo vai responder a um processo penal por cinco crimes - organização criminosa armada, golpe de estado, tentativa de abolição violenta do estado democrático, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado contra o patrimônio da União.

Os ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin votaram para tornar réus todos os denunciados do núcleo dois do golpe.

"Nunca é demais nós recordarmos que o Brasil sofreu uma tentativa de golpe. Obviamente cada um dos denunciados terá toda a ação penal para provar que ele não participou, mas não é possível negar que houve no dia 8 de janeiro de 2023 a tentativa de golpe de estado. Em virtude da violência, a materialidade é extremamente clara", defendeu Alexandre de Moraes, que é o relator do caso.

Veja quem vai responder pela "gerência" do plano de golpe:

- Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF);

- Marília Ferreira de Alencar, ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça e Segurança Pública;

- Fernando de Sousa Oliveira, ex-diretor de Operações do Ministério da Justiça e Segurança Pública;

- Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais da Presidência;

- Coronel Marcelo Costa Câmara, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;

- General Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência.

Segundo a denúncia, Silvinei Vasques, Marília Alencar e Fernando de Sousa Oliveira usaram a PRF e a estrutura do Ministério da Justiça para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. Eles teriam produzido relatórios de inteligência para montar operações que dificultassem o voto de eleitores do Nordeste, reduto histórico do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A PGR afirmam que os três "coordenaram o emprego de forças policiais para sustentar a permanência ilegítima" do ex-presidente Jair Bolsonaro no poder. Segundo a denúncia, eles tentaram "minar o sistema democrático pelo uso da força inerente à estrutura policial do Estado, mediante ações de embaraço e intimidação de eleitores".

Mário Fernandes foi acusado de coordenar "ações de monitoramento e neutralização violenta de autoridades públicas", em conjunto com Marcelo Câmara, no que ficou conhecido como Plano Punhal Verde e Amarelo, e de fazer a interlocução com lideranças populares ligadas aos atos golpistas do 8 de Janeiro de 2023.

"O cenário de instabilidade social provocado pela organização criminosa tinha por objetivo criar condições de aceitação política da assinatura por Jair Bolsonaro de decreto que rompesse com as estruturas democráticas", diz a denúncia.

Filipe Martins foi apontado como responsável pelo projeto de decreto que implementaria "medidas excepcionais" do golpe, entre elas a prisão dos ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, do STF, e do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), então presidente do Senado.

"Não há mais dúvida de que essa minuta que a Procuradoria imputa como minuta do golpe, e foi apreendida nos autos, passou de mão em mão, chegando inclusive ao presidente da República", afirmou Alexandre de Moraes no julgamento.

A Primeira Turma do STF analisou se havia elementos suficientes para receber a denúncia - o que se chama no jargão jurídico de "justa causa da ação penal" - e abrir um processo criminal.

Nesta fase, via de regra, não há juízo de valor sobre as acusações. O julgamento do mérito do processo só ocorrerá após a chamada instrução da ação - etapa em que são ouvidas testemunhas e podem ser produzidas novas provas.

Os ministros verificaram apenas se a denúncia cumpriu os requisitos formais para o seu recebimento. A Primeira Turma analisou se a PGR comprovou a materialidade dos crimes, ou seja, demonstrou que eles aconteceram e descreveu o contexto. A autoria e a participação ou não de cada denunciado só será analisada no julgamento do mérito das acusações.

Em seu voto, Alexandre de Moraes afirmou que, com a instauração do processo, todas as acusações da Procuradoria-Geral da República precisarão ser comprovadas, caso contrário os réus serão absolvidos. "A presença de qualquer dúvida razoável leva à absolvição", explicou o ministro. Mas, segundo o relator, neste momento "vigora o princípio indubio pro sociedade", ou seja, a dúvida a favor da sociedade. "A descrição está amplamente satisfatória para os delitos imputados a cada um dos denunciados", completou Moraes.

A ministra Cármen Lúcia afirmou que as acusações são "graves" e serão apuradas "no seu devido tempo". "Falou-se tanto hoje aqui de Bíblia e de momento pascal que acabamos de viver. Neste caso, não há o que perdoar, sabiam o que estavam fazendo", criticou a ministra.

Esta é a segunda denúncia derivada do inquérito do golpe recebida pelo STF. Em março, a Primeira Turma abriu uma ação penal contra Bolsonaro e outros sete acusados de formar o "núcleo crucial" do plano golpista. Os julgamentos foram desmembrados segundo os cinco núcleos de atuação descritos pela PGR.

Neste segundo julgamento, a votação foi mais breve. A maior parte dos questionamentos processuais apresentados pelas defesas já haviam sido analisados e rejeitados no julgamento sobre a denúncia contra o núcleo crucial do golpe.