EUA: mãe de adolescente acusado de ataque a tiros na Geórgia ligou para a escola minutos antes

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A mãe do adolescente de 14 anos acusado de assassinato pelo ataque a tiros que matou quatro pessoas em sua escola na Geórgia, nos Estados Unidos, ligou para a escola antes da ocorrência, alertando a equipe sobre uma "emergência extrema" envolvendo seu filho, segundo a tia do menino. Annie Brown contou ao The Washington Post que sua irmã, a mãe do adolescente, mandou uma mensagem dizendo que falou com um conselheiro escolar e pediu que eles "imediatamente" localizassem seu filho para verificar sua situação.

Brown forneceu capturas de tela da troca de mensagens ao jornal, que também informou que o registro de chamadas do plano telefônico compartilhado pela família mostrava que uma ligação foi feita para a escola cerca de 30 minutos antes do início dos disparos. Brown confirmou o relato à Associated Press no sábado, 7, por mensagens de texto, mas recusou-se a dar mais comentários.

O adolescente de 14 anos foi acusado de assassinato pela morte de dois estudantes e dois professores na Apalachee High School, no Condado de Barrow, na última quarta-feira, 4. Seu pai, Colin Gray, é acusado de homicídio em segundo grau por ter fornecido ao filho um rifle semiautomático estilo AR-15. Os advogados de ambos recusaram a pedir fiança durante a primeira audiência no tribunal, realizada na última sexta-feira, 6.

Investigadores já haviam entrevistado os suspeitos

O adolescente da Geórgia vinha enfrentando dificuldades com a separação dos pais e provocação por parte dos colegas, contou seu pai a um investigador do xerife no ano passado, quando foi perguntado se seu filho havia feito uma ameaça online. "Não sei nada sobre ele dizer (palavrões) assim," disse Gray ao investigador Daniel Miller, do Condado de Jackson, de acordo com uma transcrição da entrevista obtida pela AP. "Vou ficar muito bravo se ele fez isso, e aí todas as armas vão embora."

As autoridades do Condado de Jackson encerraram sua investigação sobre o adolescente há um ano, concluindo que não havia evidências claras que o ligassem a uma ameaça postada no Discord, uma plataforma popular entre jogadores de videogame. Os registros dessa investigação oferecem pelo menos um vislumbre de um garoto que enfrentava dificuldades com a separação dos pais e na escola que frequentava na época, onde seu pai afirmou que outros alunos frequentemente o provocavam.

"Ele fica agitado sob pressão. Ele realmente não pensa direito," disse Colin Gray ao investigador em 21 de maio de 2023, lembrando uma conversa que teve com o diretor da escola do garoto. O ensino fundamental também foi difícil para o adolescente. Ele havia acabado de terminar o sétimo ano quando Miller entrevistou o pai e o filho. Colin Gray disse que o garoto tinha poucos amigos e frequentemente era alvo de provocações. Alguns estudantes "zombavam dele, dia após dia."

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O vereador Jair Renan Bolsonaro (PL-SC) chorou na tribuna da Câmara Municipal de Balneário Camboriú nesta quarta-feira, 19, ao defender o meio-irmão, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O discurso ocorreu após colegas na Casa terem comentado o anúncio do pedido de licença de Eduardo da Câmara para morar nos Estados Unidos.

Na sessão de terça-feira, 18, o vereador Eduardo Zanatta (PT) disse que a licença do deputado teria sido motivada pelo medo de ser preso.

Na tribuna, Jair Renan pediu respeito com sua família. "Quando você vai atacar alguém, ataque a pessoa, não ataque a família. Eu nunca desrespeitei nenhum familiar. O que aconteceu ontem (terça) foi algo mesquinho e de baixo calão", disse.

Ele também citou o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e disse ter sido difícil vê-lo chorando pela decisão de Eduardo de não retornar ao Brasil.

"Foi duro ver o discurso dele na timeline. Foi duro ver meu pai naquele estado. Eu, que sou irmão, já senti bastante, mas meu pai, o que ele sentiu muitos aqui sabem. Muitos aqui são pais", afirmou.

Um trecho do discurso do filho "04" de Bolsonaro foi compartilhado por ele mesmo em seu perfil do Instagram.

Embora tenha anunciado que vai se licenciar do cargo, Eduardo Bolsonaro ainda não apresentou a solicitação oficial à Mesa Diretora da Câmara. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, disse na quarta-feira que o partido pretende lançá-lo para o Senado por São Paulo e que ele retornaria ao Brasil daqui a quatro meses.

Eduardo afirmou, no entanto, que não tem previsão de retorno: "Eu só vou ter tranquilidade de voltar ao Brasil quando Alexandre de Moraes não for mais ministro da Suprema Corte ou estiver sendo posto no devido lugar dele".

O deputado disse que decidiu ficar nos Estados Unidos "para buscar sanções aos violadores dos direitos humanos", referindo-se ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

Um dos nomes da direita pretendem se candidatar à Presidência da República em 2026, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), criticou nesta quinta-feira, 20, a permanência do projeto da anistia na discussão política em detrimento de outras pautas mais importantes. Porém, ele não se posicionou sobre a proposição. As declarações ocorreram à CNN Brasil.

O chefe do Palácio das Esmeraldas lembrou ter falado do assunto em fevereiro de 2024 e, na ocasião, defendeu que a matéria já fosse votada para dar foco a outros temas.

"Nós não aguentamos mais este processo que já vão 2 anos e 3 meses", afirmou Caiado sobre a anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro. "E o Brasil, ao invés de se preocupar com temas relevantes do quadro fiscal, da segurança pública, fica numa pauta que já devia ter sido superada há mais tempo", acrescentou, dizendo que o Congresso deveria votar logo o projeto e resolver o assunto.

O presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (União-AP), afirmou nesta quinta-feira, 20, que se compromete publicamente a cobrar dos "atores envolvidos do Estado" que o voto de cada parlamentar não influencie na liberação das emendas impositivas. As declarações aconteceram na sessão conjunta para a aprovação do projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2025.

"Comprometo-me, publicamente, a cobrar dos atores envolvidos do Estado brasileiro o cumprimento de uma lei em vigor. Nós não podemos ter um parlamentar, independente do seu voto, que receba a liberação dos recursos, e outro, do lado, que não receba porque votou contrário a este ou aquele governo", declarou.

Alcolumbre prosseguiu: "Essa é uma forma de proteger a independência e a autonomia do Parlamento brasileiro. Eu vivenciei um tempo aqui onde a liberação dos recursos das emendas não impositivas eram definidas conforme cada votação no Parlamento".

Na ocasião, Alcolumbre havia respondido a um protesto do líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), que foi à tribuna e disse que 38 deputados da bancada têm, cada um, mais de R$ 5 milhões de emendas impositivas empenhadas e não pagas. Ele próprio afirmou que tem R$ 20 milhões em emendas impositivas que não foram liquidadas.

As emendas impositivas têm execução orçamentária e financeira obrigatórias, exceto em impedimentos técnicos. As emendas individuais são impositivas desde 2015. Sóstenes Cavalcante afirmou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não tem cumprido essa regra. "Esse meu desabafo é também de vários outros partidos", declarou. "A minha vontade era de obstruir tudo, pedir votação nominal, criar a maior confusão no dia de hoje", acrescentou.

Pouco depois, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) rebateu o líder do PL na Câmara. "Eu também tenho emendas que foram empenhadas e não foram pagas ainda", disse. "Não é um problema partidário, ou de oposição e situação. Então, vamos deixar isso bem claro. Segunda coisa: muitas das emendas de comissão não foram pagas por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a suspensão do pagamento", continuou. Zarattini completou: "Portanto, vamos reconhecer que o governo tem feito absolutamente tudo o que é possível para que seja feito o pagamento das emendas, que são impositivas e mesmo as que não são impositivas".