O Brasil continua ocupando o primeiro lugar no ranking mundial de ansiedade, segundo dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS). Com um número cada vez maior de diagnósticos, o transtorno já afeta cerca de 19 milhões de brasileiros, o equivalente a quase 9% da população. A situação se agravou nos últimos anos, especialmente após os efeitos da pandemia de COVID-19 e as crises socioeconômicas que se seguiram.
Entendendo a ansiedade
A ansiedade é uma emoção natural do ser humano, mas se torna um transtorno quando começa a interferir negativamente na rotina, nos relacionamentos e no desempenho profissional. Os sintomas mais comuns incluem falta de ar, taquicardia, pensamentos acelerados e medo constante de que algo ruim aconteça.
“A ansiedade é um sinal de alerta do corpo, mas quando ela está sempre ativa, é como se vivêssemos em estado de guerra. Isso desgasta a mente e o corpo”, explica a psiquiatra Dra. Marina Lopes, do Instituto Brasileiro de Neurociência.
Números que preocupam
Segundo o levantamento da OMS, o Brasil não apenas lidera em casos de ansiedade, como também apresenta índices preocupantes de depressão e burnout. Um estudo da Fiocruz, publicado em março de 2025, aponta que 46% dos jovens entre 18 e 25 anos relataram sentir ansiedade severa nos últimos 12 meses.
O impacto é visível também no ambiente de trabalho. Empresas têm registrado aumento de afastamentos por questões emocionais, e o burnout — esgotamento profissional — foi oficialmente reconhecido como uma doença ocupacional no país em 2022.
O que está sendo feito?
Apesar dos números alarmantes, políticas públicas ainda são insuficientes. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece atendimento psicológico gratuito, mas a demanda supera a capacidade de atendimento. A média de espera para um primeiro atendimento psicológico na rede pública pode ultrapassar 90 dias, de acordo com o Conselho Federal de Psicologia.
Organizações da sociedade civil, escolas e empresas têm tentado preencher a lacuna com iniciativas de promoção da saúde mental. Plataformas digitais de terapia online, como Zenklub e Psicologia Viva, também registraram crescimento expressivo.
Como cuidar da saúde mental
Especialistas recomendam algumas práticas para lidar com a ansiedade:
Estabelecer uma rotina de sono e alimentação equilibrada
Praticar atividades físicas regularmente
Evitar o excesso de uso de redes sociais e notícias negativas
Buscar apoio profissional sempre que necessário
“A saúde mental deve ser tratada com a mesma seriedade que a saúde física. Não é frescura, não é falta de fé — é uma questão de saúde pública”, reforça a psicóloga Letícia Andrade.
Brasil lidera ranking mundial de ansiedade, segundo OMS, e especialistas pedem atenção urgente à saúde mental da população
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