Cresce no Brasil o número de casos de hipertensão, diabetes e obesidade, mas especialistas apontam: prevenção começa no prato

Saúde
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Em um cenário onde mais da metade da população brasileira está com sobrepeso ou obesidade, a relação entre alimentação e saúde nunca foi tão debatida. Dados recentes do Ministério da Saúde revelam que 61,7% dos brasileiros adultos estão acima do peso, e 24,3% têm diagnóstico de hipertensão arterial. Além disso, os casos de diabetes tipo 2 aumentaram quase 30% na última década.

Esses números acendem um alerta sobre os riscos das doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) — como diabetes, hipertensão, doenças cardíacas e alguns tipos de câncer — que são hoje as principais causas de morte no país.

A comida como remédio

“Hábitos alimentares saudáveis são o pilar da prevenção de doenças crônicas. A boa notícia é que nunca é tarde para mudar”, afirma o nutrólogo Dr. Henrique Nogueira, do Hospital das Clínicas da USP.

O consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, ricos em açúcar, sódio e gorduras trans, está diretamente relacionado ao aumento de doenças crônicas. Por outro lado, dietas baseadas em alimentos naturais, como frutas, verduras, grãos integrais e proteínas magras, mostram efeitos comprovados na redução de pressão arterial, melhora da resistência à insulina e controle do colesterol.

Alimentação saudável ainda é desafio

Apesar do aumento da informação sobre nutrição, a adoção de uma alimentação equilibrada ainda enfrenta barreiras, como o custo dos alimentos saudáveis, falta de tempo para cozinhar e publicidade agressiva de produtos industrializados.

Um levantamento da Associação Brasileira de Nutrição (ASBRAN) aponta que 7 em cada 10 brasileiros consomem refrigerantes ou sucos artificiais ao menos uma vez por semana, e menos de 30% comem frutas todos os dias.

Iniciativas e soluções

Programas como o Guia Alimentar para a População Brasileira, lançado pelo Ministério da Saúde, e o aumento das feiras orgânicas nas cidades são tentativas de incentivar o consumo consciente.

Além disso, escolas públicas têm incorporado a educação alimentar no currículo, e empresas estão investindo em alimentação saudável nos ambientes de trabalho.

Dicas práticas para uma vida mais saudável

  • Priorize alimentos in natura ou minimamente processados

  • Reduza o consumo de sal, açúcar e gordura

  • Leia os rótulos dos alimentos e evite ingredientes que você não reconhece

  • Planeje as refeições da semana para evitar decisões impulsivas

  • Hidrate-se: água é essencial para o funcionamento do organismo

“O mais importante é entender que saúde é um investimento de longo prazo. Cada escolha alimentar pode somar ou subtrair da sua qualidade de vida”, conclui a nutricionista Carla Menezes, da Universidade Federal de Pernambuco.