Médico esclarece o momento propício para buscar a especialidade de Geriatria.

Saúde
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Dr. Gabriel Oliveira, professor da Anhembi Morumbi, fala sobre a importância da área para a prevenção e manejo de enfermidades      
 

O tempo passa para todos e, para envelhecer com qualidade de vida, é importante estabelecer uma rotina de cuidados com foco na saúde física e mental. Como todas as outras, o envelhecimento é uma fase que exige atenção, sendo o acompanhamento médico imprescindível para a manutenção da saúde e bem-estar.           
 

O médico geriatra é o profissional destinado a cuidar da saúde dos idosos, seja na atenção a doenças, promoção à saúde ou prevenção de enfermidades e suas complicações. Ele também orienta familiares e cuidadores nas necessidades de cuidados desse público, visando sempre a melhora da autonomia e da independência, bem como amenizando as consequências de diagnósticos de pioras funcionais.           
 

Gabriel Oliveira, médico geriatra e professor de Medicina da Universidade Anhembi Morumbi/Inspirali, explica que não há uma idade certa para procurar um especialista: "No Brasil, idoso é considerado aquele com idade cronológica de 60 anos ou mais. Todavia, pode-se procurar o geriatra bem antes disso para controle de doenças e prevenção, conforme o desejo do paciente".    
 

Oliveira esclarece ainda como é a rotina de acompanhamento nesta especialidade, além de elucidar alguns pontos de dúvidas frequentes:         
 

Diferença entre geriatra e gerontólogo     


A gerontologia é a ciência que estuda de forma aprofundada o envelhecimento, enquanto a geriatria é a especialidade médica dentro da gerontologia. "Existem profissionais gerontólogos que atuam em diferentes áreas da saúde, como nutricionistas, fisioterapeutas, enfermeiros, etc.", explica.          
 

Frequência de consultas ao geriatra          


Segundo o médico, não há uma resposta exata: "Varia bastante em cada caso. Para idosos saudáveis, recomendam-se visitas semestrais ou até mesmo anuais, enquanto pessoas que estejam em algum grupo de risco podem ser assistidas a cada três meses, ou antes, conforme o caso clínico em questão. A frequência exata deve ser combinada pelo médico em conjunto com o idoso e/ou seu acompanhante".    
 

Doenças tratadas pela especialidade         


O docente afirma que o geriatra pode tratar de diversas enfermidades, quando pensamos na manutenção da saúde do idoso: "O geriatra está apto para tratar de doenças variadas, desde hipertensão até demências. As mais comuns no envelhecimento são as cardiovasculares (hipertensão, insuficiência cardíaca, entre outras), metabólicas (diabetes e hipotireoidismo, por exemplo), osteomusculares (como a osteoporose, artroses), neuropsiquiátricas (depressão, demência, Parkinson etc.) e até mesmo funcionais/nutricionais, como sarcopenia e desnutrição".   
 

Automedicação


Ingerir remédio sem prescrição médica traz um risco muito grande para a saúde em qualquer idade. Para os idosos principalmente, em função de muitos terem comorbidades. Muitas vezes vista como uma solução para o alívio imediato de alguns sintomas, essa atitude pode ter consequências graves e quando pensamos no bem-estar dos idosos, a atenção deve ser ainda maior: "Evitar a automedicação requer trabalho conjunto do médico com seus pacientes. Existe a necessidade de desmistificar que o envelhecimento é sinônimo de receituário extenso, cheio de medicações. Culturalmente, espera-se que todo problema exija necessariamente uma medicação, mas é necessário alertar para o risco de que, se não for adequadamente prescrito e utilizado, um fármaco pode piorar ou potencializar a ação de outro. O geriatra costuma ser o profissional que unifica as prescrições de todos os médicos envolvidos na saúde do paciente, deixando aquelas mais adequadas. Entretanto, o paciente também precisa evitar recorrer a qualquer medicação 'milagrosa' ou indicada por profissionais fora do âmbito da saúde, mesmo em meio à ansiedade de um alívio imediato de sintomas", explica.
 

Envelhecer de forma saudável        


Para o especialista, envelhecer com qualidade de vida requer dedicação e conscientização dos reflexos dos hábitos saudáveis do presente: "O estilo de vida na juventude e fase adulta está sempre relacionado ao envelhecimento saudável. Criar uma rotina de alimentação saudável, exercícios físicos, evitar o tabagismo, evitar o stress quanto possível e lembrar da atenção à saúde mental é essencial para garantir o bem-estar ao longo da nossa trajetória de vida. Além disso, fazer visitas regulares ao médico como forma de prevenção e acompanhamento de enfermidades é essencial para quem deseja viver e envelhecer com qualidade de vida", finaliza.