Senado banca viagem de R$ 55,5 mil para bolsonarista acompanhar eleição nos EUA

Política
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O senador Laércio Oliveira (PP-SE) usou R$ 55,5 mil da cota parlamentar para viajar aos Estados Unidos, onde acompanhou a vitória de Donald Trump na corrida eleitoral.

Procurado pelo Estadão, o parlamentar não havia dado um retorno até a publicação deste texto.

O senador bolsonarista teve um pedido de licença autorizado pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para participar do Programa de Eleições nos Estados Unidos, com custo de deslocamento e hospedagem bancados pela Casa.

Ao todo, serão dez dias de viagem. As passagens, marcadas entre 1º de novembro e dia 10, custaram aos cofres do Senado R$ 33.964,94, com a taxa de embarque custando R$ 511,54.

Além disso, há um seguro-viagem no valor de R$ 389,42 e seis diárias que custaram, ao todo, R$ 20.662,20 ao erário.

O programa do qual o sergipano participa inclui observadores de diversos países e é organizado pela International Foundation for Electoral Systems (IFES - Fundação Internacional para Sistemas Eleitorais, em português). Segundo o grupo, o objetivo do programa é "observar e aprender sobre as eleições americanas".

Durante as atividades, os participantes também participam de palestras sobre política, democracia e o sistema de votação norte-americano.

Nas redes sociais, o senador parabenizou Trump pela vitória, desejando que o governo do presidente eleito seja "justo, pacífico e aberto ao diálogo".

Laércio integra o grupo de outros parlamentares ligados a Jair Bolsonaro (PL) que foram aos Estados Unidos. Convidados pelo Partido Republicano, de Trump, os deputados Bia Kicis (PL-DF), Rodrigo Valadares (União-SE), Gilson Machado (PL-PE) e Mayra Pinheiro (PL-CE), além do senador Carlos Portinho (PL-RJ), estiveram na América do Norte. O filho do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), acompanhou as apurações do "QG" de Trump na Flórida.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em entrevista à CNN americana divulgada nesta sexta-feira, 8, que haveria desconforto no G20 caso o presidente da Rússia, Vladimir Putin, participasse. O motivo é a invasão da Ucrânia pelos russos. Putin tem um mandado de prisão emitido por um Tribunal Penal Internacional, mas Lula afirmou que esse seria um problema pequeno.

"O problema não é apenas proteger o Putin para não ser preso no Brasil. Isso é a coisa mais fácil de fazer. O problema é que tem no G20 vários presidentes da República que não ficariam na sala se o Putin entrasse na sala. Todos os países europeus que participam do G20, mais os Estados Unidos, o que seria uma coisa muito desconfortável", declarou o petista.

O presidente russo será representado por seu chanceler, Serguei Lavrov. Lula disse que é necessário acabar com a guerra para que Putin possa voltar a "andar no mundo e participar dos eventos".

"As coisas do Putin vão ser resolvidas quando acabar a guerra da Ucrânia. Aí ele pode participar de uma reunião do G20, como pode participar o [presidente ucraniano, Volodmir] Zelenski. O Zelenski poderia ser convidado. Acontece que eu não quero discutir a guerra da Ucrânia e da Rússia no G20", declarou o presidente brasileiro.

O mandado de prisão, emitido em março do ano passado, tem como causa acusações de transferência e deportação ilegal de crianças durante o confronto na Ucrânia, iniciado por determinação de Putin.

Na Cúpula do G20 do ano passado, Lula foi questionado se recepcionaria Putin no Brasil e disse que o russo entraria no País "tranquilamente" e que tentar prendê-lo seria um "desrespeito". Ele havia dito, no entanto, que esperava que a guerra na Ucrânia tivesse acabado a essa altura, o que não ocorreu.

Por causa da ordem do TPI, Putin não compareceu à Cúpula do Brics na África do Sul no ano passado. Assim como o Brasil, o país africano é signatário da Corte, e houve o temor de desgaste político em tê-lo presente e não o prender. Em setembro desse ano, no entanto, o russo viajou até a Mongólia, que é signatária da Corte, e expôs a fragilidade do pedido.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou como "vingança desumana" a resposta de Israel aos ataques do Hamas na Faixa de Gaza. Ele deu a declaração em entrevista à CNN internacional divulgada nesta sexta-feira, 8.

"O que não é correto é a gente ver um Estado forte como Israel acabar com o povo que mora na Faixa de Gaza", disse o presidente brasileiro. "Nós condenamos o Hamas quando ele invadiu Tel-Aviv. E ao mesmo tempo condenamos Israel contra essa vingança desumana que fez na Faixa de Gaza. Lamentavelmente a ONU está enfraquecida, não pode tomar decisões", declarou o petista.

O bilionário Elon Musk participou de uma ligação entre o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em que o líder ucraniano mandou seus parabéns pela vitória do republicano na disputa pela presidência americana. Segundo a Axios, a participação não foi planejada antecipadamente e Musk e Zelensky trocaram apenas cumprimentos.

A ligação, do ponto de vista dos ucranianos, foi vista como positiva e um sinal que os Estados Unidos não iriam imediatamente suspender o suporte para a Ucrânia. Trump prometeu encerrar a guerra antes de sua inauguração.