Hugo Motta fecha aliança com bancada evangélica para disputar presidência da Câmara

Política
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O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) fechou aliança na noite da terça-feira, 12, com a bancada evangélica para disputar a presidência da Câmara. O parlamentar, que tem a bênção do atual presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), já conquistou o apoio de 15 partidos e contabiliza 385 votos, 128 a mais do que o necessário para vencer a eleição em primeiro turno.

 

O acordo com a bancada evangélica foi selado em uma churrascaria, em Brasília, durante jantar que contou com a participação de Lira e diversos parlamentares religiosos.

 

"Tem uma coisa que é melhor que ser presidente da Câmara, tem uma coisa que é melhor que ser presidente da República, uma coisa que é melhor que tudo, que é entregar a vida a Jesus", disse o deputado Otoni de Paula (MDB-RJ), que chegou a cantar canções gospel na ocasião.

 

Otoni recentemente recebeu críticas do bolsonarismo após orar pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em um evento no Palácio do Planalto.

 

No mesmo dia em que a bancada evangélica decidiu apoiar o líder do Republicanos para a sucessão de Lira, o deputado alagoano retomou no plenário a discussão de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que amplia a imunidade tributária de templos religiosos. A votação da medida está prevista para esta quarta-feira, 13.

 

O presidente da bancada evangélica, Silas Câmara (Republicanos-AM), disse que Motta continuará o trabalho feito por Lira nos últimos anos. "A semeadura que o Arthur fez durante esses quatro anos, e com o apoio do próprio presidente Arthur ao Hugo Motta, sinaliza para a gente que haverá uma continuidade que dará possibilidade de continuarmos avançando", declarou.

 

Segundo Silas Câmara, a bancada não discutiu pautas específicas com Motta, mas reiterou seus posicionamentos. "Todos conhecem nossas bandeiras. Somos contra o aborto", ressaltou.

 

Nesta quarta-feira, 13, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) deve analisar uma proposta que proíbe o aborto legal no País.

 

"Com a nossa deferência, com o nosso apoio, com o nosso diálogo permanente para que as pautas de interesse da Frente possam ser uma prioridade numa futura gestão nossa à frente da Câmara dos Deputados", disse Hugo Motta.

 

O deputado paraibano tem o apoio de PL, PT, MDB, PP, Podemos, PCdoB, PV, PDT, PSB, PSDB, Cidadania, Solidariedade, Rede e PRD, além do próprio Republicanos, seu partido.

 

Os líderes do PSD, Antonio Brito (BA), e do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), também se lançaram na disputa, mas seus partidos resolveram iniciar diálogo com Motta após eles terem suas candidaturas esvaziadas.

 

Elmar já foi considerado o favorito de Lira, mas o a desistência de Marcos Pereira (Republicanos-SP) abriu caminho para que o deputado alagoano apoiasse Motta. Elmar disse recentemente, em referência a Lira, que perdeu o melhor amigo.

 

Em uma reunião duas semanas atrás com integrantes de sua sigla, Elmar aceitou retirar sua candidatura depois que o partido negociar cargos na nova gestão da Câmara. O líder do PDT, Afonso Motta (RS), por sua vez, confirmou no último dia 5 que os pedetistas foram comunicados da desistência de Elmar, embora o líder do União tenha evitado fazer um anúncio público.

 

Brito, por sua vez, afirmou que o PSD negociará a manutenção da proporcionalidade do partido nos cargos da Câmara. Após essa articulação com Motta, a bancada fará uma nova reunião para deliberar se ele continuará ou não com a candidatura.

 

O União fez uma série de pedidos a Motta para apoiá-lo e deve ficar com a relatoria da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2026, que tramitará ano que vem. O PT, por sua vez, levará a relatoria da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026.

 

Dos cargos na Mesa Diretora, já está definido que a 1ª vice-presidência ficará com o PL. O União pediu a 2ª vice. O PT, por sua vez, ficará com a 1ª secretaria.

 

Os petistas também querem ocupar uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU). Como revelou o Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o líder do partido na Câmara, Odair Cunha (MG), e a presidente da sigla, Gleisi Hoffmann, são cotados para o cargo, que abrirá em 2026.

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Confrontos entre islamistas que assumiram o controle da Síria e sírios da minoria alauíta, apoiadores do governo do deposto ditador Bashar Assad, deixaram pelo menos seis pessoas mortas nesta quarta-feira, 25, e feriram outros, segundo um observatório de guerra com sede no Reino Unido.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos informou que os mortos eram membros do Hayat Tahrir al-Sham (HTS), o grupo que liderou a ofensiva que derrubou Assad no início deste mês. Eles foram mortos ao tentar prender um ex-funcionário do regime de Assad, acusado de emitir ordens de execução e julgamentos arbitrários contra milhares de prisioneiros.

Os insurgentes que derrubaram Assad seguem uma ideologia islâmica fundamentalista e, embora tenham prometido criar um sistema pluralista, ainda não está claro como ou se planejam compartilhar o poder.

Desde a queda de Assad, dezenas de sírios foram mortos em atos de vingança, de acordo com ativistas e monitores, sendo a grande maioria deles da comunidade minoritária alauíta, uma ramificação do islamismo xiita à qual Assad pertence.

Na capital, Damasco, manifestantes alauítas entraram em confronto com manifestantes sunitas, e tiros foram ouvidos. A Associated Press não conseguiu confirmar os detalhes do tiroteio. Protestos alauítas também ocorreram ao longo da costa da Síria, na cidade de Homs e no campo de Hama. Alguns manifestantes pediram a libertação de soldados do antigo exército sírio, agora presos pelo HTS.

Os protestos alauítas parecem ter sido motivados, em parte, por um vídeo online que mostrava a queima de um santuário alauíta. As autoridades interinas alegaram que o vídeo era antigo e não representava um incidente recente. Em resposta aos protestos, o HTS impôs um toque de recolher das 18h às 8h.

A violência sectária tem ocorrido esporadicamente desde a destituição de Assad, mas nada próximo ao nível temido após quase 14 anos de guerra civil, que deixou cerca de meio milhão de mortos. A guerra fragmentou a Síria, criando milhões de refugiados e deslocando dezenas de milhares de pessoas por todo o país.

Nesta semana, alguns sírios que foram deslocados à força começaram a retornar para casa, tentando reconstruir suas vidas. Surpresos pela devastação, muitos encontraram o pouco que restava de suas casas.

Na região noroeste de Idlib, os moradores estavam consertando lojas e janelas danificadas na terça-feira, tentando recuperar um senso de normalidade. A cidade de Idlib e grande parte da província ao redor estão há anos sob controle do HTS, liderado por Ahmad al-Sharaa, anteriormente conhecido como Abu Mohammed al-Golani. Alinhado anteriormente à Al-Qaeda, o HTS tem enfrentado ataques implacáveis das forças do governo.

A queda de um avião da Embraer que matou ao menos 38 pessoas em Aktau, no Cazaquistão, nesta quarta-feira, 25, pode ter sido causada por um míssil, segundo relatos da imprensa.

De acordo com a agência Euronews, fontes oficiais ligadas à investigação do desastre disseram que alguns dos passageiros que sobreviveram ao acidente com o E190 da Azerbaijan Airlines teriam ouvido uma explosão ao se aproximarem de Grozny, na região russa da Chechênia, o destino do voo que saiu da capital do Azerbaijão, Baku.

Mais cedo, o canal de notícias Anewz, do Azerbaijão, havia citado em reportagem as declarações de um blogueiro militar russo relacionando os danos à aeronave a um sistema de mísseis de defesa aérea.

A tese de que o sistema de defesa aérea russo pode ter abatido o avião é corroborada por relatos de ataques de drones ucranianos na Chechênia na manhã desta quarta-feira.

O rei Charles III utilizou sua tradicional mensagem de Natal, nesta quarta-feira, 25, para exaltar aqueles que cuidaram dele e de Kate Middleton, a Princesa de Gales, ao longo deste ano, após ambos serem diagnosticados com câncer.

O monarca de 76 anos afirmou que ele e sua família estão "continuamente" impressionados com as pessoas que dedicam suas vidas a ajudar os outros.

"De um ponto de vista pessoal, ofereço agradecimentos especiais e sinceros aos médicos e enfermeiros altruístas que este ano nos apoiaram - a mim e a outros membros da minha família - durante as incertezas e ansiedades da doença, e que nos ajudaram a encontrar a força, o cuidado e o conforto de que precisamos", disse Charles III em um discurso gravado.

O tratamento de Charles, que se acredita estar em andamento, forçou o monarca a se afastar de compromissos públicos por dois meses. Ele tem retomado lentamente sua vida pública nos últimos meses e estava de bom humor durante uma turnê pela Austrália e pelo Pacífico Sul em outubro. Algumas semanas após Charles iniciar o tratamento, a Princesa de Gales anunciou seu próprio diagnóstico de câncer, que a afastou de suas atividades durante grande parte do ano.

A transmissão do discurso ocorreu algumas horas após o monarca acenar para uma grande multidão que tradicionalmente se reúne para ver a família real participar de celebrações religiosas de Natal em uma igreja de Sandringham.

Charles discursou na Capela Fitzrovia, no centro de Londres, que fazia parte do agora demolido Hospital Middlesex, onde sua primeira esposa, Diana, inaugurou a primeira ala dedicada ao tratamento de pacientes com AIDS em Londres.

O rei também prestou homenagem aos soldados da Segunda Guerra Mundial que morreram nas praias do norte da França, bem como aos poucos veteranos restantes, muitos centenários, que participaram do 80º aniversário do desembarque do Dia D na Normandia, em junho.

Ele disse que foi um "enorme privilégio" conhecer "os notáveis veteranos dessa geração tão especial, que se entregaram tão corajosamente em nosso nome", mas que o espectro da guerra assombra o mundo neste Natal.

"Durante comemorações anteriores, podíamos nos consolar com o pensamento de que esses eventos trágicos raramente acontecem na era moderna", afirmou. "Mas neste Dia de Natal, não podemos deixar de pensar naqueles para quem os efeitos devastadores de conflitos no Oriente Médio, na Europa Central, na África e em outros lugares representam uma ameaça diária às vidas e meios de subsistência."

O rei caminhou ao lado da rainha Camilla, enquanto seu filho mais velho, o príncipe William, Kate e os três filhos do casal seguiam atrás. A nora do rei, que retornou lentamente às suas funções públicas após concluir a quimioterapia, abraçou uma paciente com câncer após o serviço religioso.

Príncipe Andrew ausente

Notavelmente ausente na Igreja de Santa Maria Madalena estava o príncipe Andrew. O irmão de 64 anos do rei afastou-se ainda mais dos holofotes em meio a notícias de que um empresário chinês foi banido do Reino Unido devido a preocupações de que ele teria cultivado ligações com Andrew em nome do Partido Comunista Chinês.

Andrew, que já foi o segundo na linha de sucessão ao trono britânico, tornou-se um alvo constante dos tabloides britânicos devido a problemas financeiros e associações com figuras controversas, incluindo o falecido financista americano e pedófilo condenado Jeffrey Epstein.

Mesmo após se afastar de funções públicas, Andrew continuou aparecendo em eventos da família, mas sua ausência em Sandringham sugere um afastamento ainda maior da vida pública. O rei tem enfrentado pressão para distanciar Andrew da família real e evitar mais constrangimentos à monarquia.