Vereadores de São Paulo aumentam os próprios salários em 37% pouco mais de 1 mês após eleição

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

A Câmara de Vereadores de São Paulo aprovou nesta terça-feira, 12, proposta da Mesa Diretora da Casa, encabeçada por Milton Leite (União Brasil), que aumenta em 37% os salários próprios parlamentares da capital. A aprovação vem pouco mais de um mês após a eleição para o Legislativo. A aprovação se deu em 25 segundos e sem debate no plenário.

 

Os eleitos e reeleitos na eleição deste ano receberão R$ 24.754,79 em janeiro e, um mês depois, passarão a ganhar R$ 26.080,98, o que caracteriza um "duplo aumento" para os parlamentares paulistanos. Atualmente, os vencimentos dos vereadores são de R$18.991,68.

 

Votaram contra apenas os vereadores Fernando Holiday (PL), Jussara Basso (PSB) e a bancada do PSOL. Luna Zarattini (PT) se absteve.

 

Holiday, Jussara e Milton Leite não estarão na próxima legislatura.

 

Como se trata de um projeto de resolução, que regulamenta matérias da competência privativa da Câmara e as de caráter político, processual, legislativo ou administrativo, o texto não precisa passar por sanção do prefeito e, quando aprovado e promulgado, passa a ter eficácia de lei ordinária.

 

Na justificativa, a Mesa Diretora usou a Constituição Federal sob argumento de que o vencimento dos vereadores pode ser, no máximo, 75% do salário dos deputados estaduais, conforme alínea F, do inciso 6, do artigo 29 da CF.

 

"Atualmente, a remuneração dos Vereadores é fixada pela resolução da Câmara Municipal de São Paulo número 7, de 16 de dezembro de 2020, cujos efeitos, porém, limitam-se a legislatura em curso, que se encerrará em dezembro de 2024. E nos moldes da Resolução em vigor, a remuneração dos vereadores foi fixada em 75% da remuneração estabelecida, em espécie, para os deputados Estaduais", diz trecho do documento.

 

"A fixação pelo valor máximo permitido justifica-se diante do gigantismo de São Paulo, a maior cidade do Brasil, cujos problemas sociais, econômicos, políticos e culturais exigem dos vereadores envolvimento e dedicação proporcionais à responsabilidade do mandato que exercem", diz trecho da justificativa.

 

Aprovação se deu em 25 segundos e sem discussão no plenário

 

Para que o projeto avançasse, a Câmara aprovou, de forma simbólica e em apenas alguns segundos, a inversão da pauta da sessão e fez a discussão em reunião conjunta de comissões, sem que qualquer parlamentar tenha feito inscrição para falar contra ou a favor. Posteriormente, o texto foi votado em plenário em apenas 25 segundos.

 

Novamente, nenhum vereador se inscreveu para defender o projeto, nem para criticá-lo.

 

A aprovação se deu de forma simbólica, não tendo ficado configurados os votos de cada vereador. Após o resultado ser declarado pelo presidente, os vereadores Fernando Holiday e Jussara Basso, além da bancada do PSOL consignaram suas posições contrárias ao texto, enquanto Luna Zarattini considerou que estava se abstendo.

 

O vereador Arselino Tatto (PT), que não se reelegeu, pediu para questionar se vereadores que votaram contra vão recusar o aumento. "Quem votou contra ou se absteve vai se abster de receber ou jogar para mídia?", disse o petista, que começou a rir na sequência.

 

Holiday então respondeu: "Eu estou indo embora".

 

O presidente Milton Leite, então, afirmou que o "vereador faz renúncia dos valores se desejar".

 

Câmara terá 35 vereadores da atual legislatura em 2025

 

A legislação determina que reajustes salariais dados por vereadores só podem entrar em vigor na legislatura seguinte, para evitar que os próprios parlamentares sejam beneficiados pelo aumento. Contudo, como o reajuste foi aprovado após a eleição, na prática para muitos deles foi uma elevação dos próprios vencimentos.

 

Dos 55 vereadores da Câmara de São Paulo, 51 buscaram a reeleição e 35 conseguiram manter suas cadeiras.

 

A taxa de renovação da Câmara foi de 63,3%, considerando os vereadores que disputaram e os que não tentaram a reeleição.

 

Entre os políticos experientes que falharam em se reeleger estão Gilson Barreto (MDB), Carlos Bezerra Júnior (PSD), Paulo Frange (MDB) e o já citado Arselino Tatto.

Em outra categoria

Os Estados Unidos não pagarão pela reconstrução da Faixa de Gaza, enquanto o presidente americano Donald Trump segue comprometido em eliminar o Hamas e buscar a paz duradoura na região, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, em coletiva realizada nesta quarta-feira, 5, na Casa Branca.

A porta-voz citou que não há água e eletricidade na Faixa de Gaza, afirmando que a proposta de Trump é de realocar a população do território "temporariamente" até que sejam garantidas condições habitáveis. Segundo a representante, o governo americano trabalhará com parceiros da região para buscar a paz duradoura.

Na véspera, Trump usou o termo permanentemente sobre a possibilidade de reassentar a população de Gaza em outra região em comentários feitos no contexto do encontro com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na Casa Branca. Trump afirmou ainda que pretende assumir o controle da Faixa de Gaza "por um longo período de tempo

Leavitt confirmou ainda que o presidente assinará uma ordem executiva hoje destinada a impedir que pessoas biologicamente designadas como homens ao nascer participem de eventos esportivos femininos ou femininos.

A ordem a ser assinada marca outra mudança agressiva do segundo governo do presidente republicano na forma como o governo federal lida com pessoas transgênero e seus direitos.

A Ucrânia quer a colaboração de países parceiros em projetos de reconstrução pós-guerra avaliados em bilhões de dólares, não apenas na mineração de elementos de terras raras, mas também nos setores de energia e construção para ajudar a reconstruir o país, afirmou nesta quarta-feira, 5, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha.

Sybiha também disse que há um "interesse conjunto" de empresas ucranianas e americanas na reconstrução pós-guerra da Ucrânia, estimada em mais de US$ 400 bilhões. "Este será um dos maiores projetos deste século e, consequentemente, uma das maiores oportunidades para nossos aliados."

O ministro ucraniano respondeu às declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, que disse na segunda-feira que deseja acesso às valiosas terras raras da Ucrânia como condição para continuar apoiando sua guerra contra a Rússia.

Autoridades ucranianas afirmam que a Rússia busca se apoderar dos vastos recursos naturais do país.

Kiev pretende oferecer "garantias da presença de grandes empresas na Ucrânia e dos interesses diretos e nossos aliados mais próximos, os Estados Unidos, na garantia de sua proteção", disse o ministro. No entanto, Sybiha destacou que a cooperação não deve se limitar a esses materiais.

A Ucrânia tem um "enorme potencial" para se tornar um garantidor da segurança energética na Europa ao comprar gás natural liquefeito dos EUA e armazená-lo em seus vastos reservatórios subterrâneos para distribuição futura, afirmou. Fonte: Associated Press.

Tensões dentro do governo colombiano surgiram depois que foi transmitida pela televisão uma reunião ministerial, em que o presidente, Gustavo Petro, fazia exigências e cobrava explicações sobre descumprimentos de promessas de governo a seu gabinete. Em seu perfil no X, o líder da Colômbia disse que decidiu "que fosse exposto ao povo para obter uma resposta do gabinete sobre esse descumprimento".

Segundo Petro, o gabinete optou por se evadir das respostas "e lançar o ataque canibal e autodestrutivo, que é uma tradição histórica não só da esquerda, mas também da Colômbia".

O presidente colombiano também anunciou que todas as reuniões com ministros serão transmitidas pela TV a partir de agora. "O povo tem o direito de saber o que faz seu governo e como é seu governo diretamente, sem intermediários desinformadores", acrescentou. Para ele, é democrático "expor à luz" o governo desta maneira.

A atitude de Petro causou desconforto entre seus ministros. O chefe da pasta do Interior, Juan Fernando Cristo, escreveu nas redes sociais que o gabinete, do modo como está formado hoje, é "insustentável". Na mesma publicação, ele propôs que os ministros renunciem para "deixar o senhor Presidente livre para fazer as mudanças que ele considerar necessárias para enfrentar os desafios da reta final do governo". Cristo mencionou que Petro não está satisfeito com os resultados de sua equipe, assim como boa parte da opinião pública.