Bolsonaro é corrigido no X sobre lei da Ficha Limpa: 'Barrou políticos de esquerda e direita'

Política
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ganhou uma nota da comunidade na rede social X, antigo Twitter, sobre uma afirmação feita sobre a Lei da Ficha Limpa. "Hoje, para que serve a Lei da Ficha Limpa, a não ser para perseguir a direita?", escreveu Bolsonaro na publicação da última sexta-feira, 7.

A nota de correção utiliza informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ressalta que a lei foi criada por iniciativa popular, com mais de 1,6 milhão de assinaturas, e visa "impedir candidatos condenados de concorrer, garantindo maior moralidade e transparência". "A Lei da Ficha Limpa vale para todos e já barrou políticos de esquerda e direita, como Lula e Garotinho", exemplifica.

Em setembro de 2018, com base na Lei da Ficha Limpa, o TSE negou o registro de candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para disputar as eleições à Presidência em outubro daquele ano. A decisão pelo indeferimento teve seis votos dos ministros, contra um pela autorização da candidatura.

De acordo com o X, a iniciativa de Notas da Comunidade permite que os usuários adicionem de forma colaborativa "notas úteis a posts que possam ser enganosos". A aprovação das notas é feita pelos próprios usuários, sem interferência da plataforma, segundo a empresa.

No vídeo da postagem de Bolsonaro, ele afirma: "Quero acabar com a Lei da Ficha Limpa". Também explica que, apesar de ter votado pela aprovação da lei, considera o tempo de inelegibilidade previsto muito alto.

O ex-presidente faz referência ao projeto de lei complementar (PLP) 141/2023, do deputado federal Bibo Nunes (PL-RS), com quem Bolsonaro se reuniu na semana passada. A proposta reduz a pena de inelegibilidade de oito para dois anos. "Aí sim, eu poderia disputar as eleições em 26. E você vai decidir se vai votar em mim ou não", diz sobre a possibilidade de aprovação do PLP.

O ex-presidente acumula duas penas de inelegibilidade e está inapto a concorrer a cargos eletivos até 2030. Ele foi acusado de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação ao questionar, sem provas, a segurança das urnas eletrônicas em 2022.

Além da condenação pelo TSE, Jair Bolsonaro é indiciado pela Polícia Federal (PF) em três inquéritos: por suposto envolvimento no planejamento de golpe de Estado (pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa); por suposta fraude no cartão de vacinação para viajar aos Estados Unidos (por associação criminosa e inserção de dados falsos) e no caso das joias da Arábia Saudita (associação criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bens públicos). Todos os processos aguardam parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR).

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O presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta segunda-feira, 10, que pretende ter mais conversas sobre a imposição de tarifa na indústria automobilística, farmacêutica e de chips nas próximas semanas.

Em entrevista a Bret Baier, da FOX News, que foi ao ar hoje, Trump voltou a falar que os palestinos seriam realocados da Faixa de Gaza para outras áreas do Oriente Médio, como o Egito e a Jordânia, e que se os reféns não forem devolvidos até este sábado pelo Hamas, Israel deve cancelar o cessar-fogo.

O republicano também mostrou interesse me realizar um acordo pacífico com o Irã. "Há duas maneiras de fazer isso: com bombas ou um pedaço de papel. Eu prefiro a segunda", acrescentou.

Trump voltou a falar que o Canadá seria um lugar muito melhor e mais seguro se fosse o 51º estado dos EUA e que Keith Kellogg, enviado especial do presidente para a Ucrânia e a Rússia, visitará a Ucrânia na próxima semana.

O regime venezuelano anunciou nesta segunda-feira, 10, que dois aviões da companhia aérea estatal deixaram os Estados Unidos transportando um grupo de venezuelanos com ordem de deportação, dez dias após uma reunião em Caracas entre um enviado de Donald Trump e o ditador Nicolás Maduro.

Os aviões partiram de Fort Bliss, no Texas, onde estão detidos migrantes sujeitos à deportação, pela manhã. A Casa Branca confirmou a medida em uma mensagem no X.

"Voos de repatriação para a Venezuela foram retomados", disse o post. "TORNE A AMÉRICA SEGURA NOVAMENTE."

A Venezuela não tem relações diplomáticas com Washington desde 2019. Após uma ruptura no relacionamento entre os Estados Unidos e a Venezuela em 2019, o regime de Maduro se recusou a aceitar cidadãos deportados, exceto durante um breve período durante o governo Biden.

"Dirigem-se para a terra venezuelana dois aviões, para transportar de volta ao nosso território compatriotas imigrantes que estavam nos Estados Unidos", diz o comunicado oficial do regime chavista, que não cita o número de pessoas deportadas. Entre elas há supostos criminosos vinculados ao temido grupo Trem de Aragua.

"A Venezuela sempre deixou claro que qualquer transferência de venezuelanos deveria ser feita com absoluto respeito à sua dignidade e aos direitos humanos. Por isso, fizemos a proposta de que disponibilizaríamos aviões venezuelanos para buscar e trasladar os imigrantes que retornam hoje à sua pátria", diz o texto.

O anúncio sobre os voos ocorre após uma visita recente de um conselheiro de Trump, Richard Grenell, à Venezuela, que retornou aos Estados Unidos com seis americanos que haviam sido detidos pelo regime de Maduro.

Trump prometeu realizar a maior campanha de deportação da história dos Estados Unidos e expulsar milhões de imigrantes sem documentos, grande parte deles de países latinos.

Maduro está sendo indiciado nos Estados Unidos, acusado por promotores federais de participar de uma conspiração de narcotráfico e está sendo investigado pelo Tribunal Penal Internacional por crimes contra a humanidade. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O adiamento da libertação de reféns é descrito pelo Hamas como uma "mensagem de advertência" à ocupação israelense na Faixa de Gaza, com o objetivo de "pressionar pelo cumprimento rigoroso dos termos do acordo".

"O Hamas deliberadamente fez esta declaração cinco dias antes do prazo para a libertação dos prisioneiros, para dar aos mediadores tempo suficiente para pressionar o ocupante a cumprir suas obrigações e para manter aberta a possibilidade de troca de reféns na data prevista, caso o ocupante cumpra o que lhe cabe", acrescenta o grupo em comunicado.

Entre as violações de Israel mencionadas pelo Hamas, estão o atraso no retorno dos desalojados ao norte da Faixa de Gaza, a "obstrução da entrada de materiais necessários para abrigos, como tendas, casas prontas, combustíveis e equipamentos para remoção de escombros e resgate de corpos", além de "ataques ao nosso povo com bombardeios e disparos" e o "atraso na entrada de medicamentos e materiais necessários para restaurar hospitais e o setor de saúde".

Segundo o Hamas, essas ações motivaram o adiamento da libertação de reféns.