Alcolumbre volta a dizer que vai processar Gayer por fala sobre 'trisal' com Gleisi e Lindbergh

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), voltou a dizer nesta quarta-feira, 19, que vai processar o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) pela declaração de teor sexista sobre a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT).

 

O presidente do Senado afirmou que também se sentiu ofendido com o comentário e apresentará uma ação contra Gayer no Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, reforçou que pedirá a cassação do goiano no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.

 

Segundo Alcolumbre, a Advocacia do Senado e seus advogados pessoais estão tomando providências jurídicas. "Nós vamos fazer tudo o que tiver que fazer juridicamente para cobrar dessas pessoas, da mesma maneira como falei, que tenham responsabilidade com o que falam", disse Alcolumbre na tribuna do Senado.

 

Em 12 de março, ao criticar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por dizer que escolheu Gleisi para a articulação política do governo porque ela é uma "mulher bonita", Gayer disse que o petista estava "oferecendo" a ministra para os líderes do Congresso da mesma forma com um cafetão faz com uma garota de programa. O parlamentar goiano afirmou ainda que pensou num "trisal" entre Gleisi, o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), namorado da deputada licenciada, e Alcolumbre.

 

Alcolumbre reagiu às declarações no dia 13, dizendo que abriria um processo contra Gayer. Na ocasião, também prometeu que agiria para cassar o mandato do deputado federal.

 

Após a repercussão negativa dos comentários, Gayer afirmou que não teve o intuito de ofender Alcolumbre e disse que buscou rebater uma declaração machista de Lula.

 

Lindbergh Farias já protocolou uma queixa-crime contra Gayer no STF. O ofício entregue à Corte na segunda-feira, 17, acusa do parlamentar de difamação e injúria. A bancada do PT na Câmara, por sua vez, acionou o Conselho de Ética pela cassação de Gayer.

 

Ao Estadão, o goiano afirmou estar "tranquilo", minimizou as chances que o pedido de cassação seja apreciado pelo colegiado e reforçou que, na verdade, quis partir em defesa da ministra de Relações Institucionais. "Isso não passa de uma tentativa de tirar o foco da abominável fala do Lula e do fato de o PT ter ficado em silêncio no dia que o presidente desrespeitou a ministra", disse o parlamentar.

 

Não é a primeira vez que Gayer se envolve em polêmicas por uma declaração de teor preconceituoso. O parlamentar já comparou nordestinos a galinhas e afirmou que democracias não prosperam em países da África em razão da capacidade cognitiva de seus habitantes, além de já ser réu por difamação e injúria contra o senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO). Ele também é investigado por um suposto desvio de verbas públicas da Câmara.

Em outra categoria

O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, convocou eleições para 3 de maio em um cenário de recuperação econômica e crescente incerteza em torno das perspectivas globais.

As pesquisas mostram que a eleição terá uma disputa acirrada, com o governo trabalhista esperando que o anúncio de mais cortes de imposto de renda no orçamento para 2025-2026 ajude a garantir um segundo mandato.

Questões globais e liderança devem emergir durante toda a campanha, com a Casa Branca de Trump já mirando a Austrália com tarifas de aço e alumínio.

O governo trabalhista vai às urnas com apenas uma pequena maioria na Câmara dos Representantes.

Albanese disse a repórteres, em Canberra, que pretende fazer campanha com base no histórico da melhora da economia e do custo de vida mais brando.

"O que eu quero é uma campanha sobre substância política e sobre esperança e otimismo para o nosso país", disse.

"Estou otimista sobre a Austrália", acrescentou. "Essa é uma das grandes distinções nesta campanha."

O Partido Trabalhista apontará para a queda das taxas de juros, crescimento salarial mais forte e inflação controlada durante a campanha de cinco semanas.

"A Austrália está virando a esquina", disse Albanese.

O secretário de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, Robert F. Kennedy Jr., disse que reduziria significativamente o tamanho do departamento que dirige, reformulando as agências de saúde do país e fechando escritórios regionais. Kennedy Jr. declarou nesta quinta-feira, 27, que a agência cortaria 10.000 funcionários em tempo integral espalhados por agências encarregadas de responder a surtos de doenças, aprovar novos medicamentos, fornecer seguro para os norte-americanos mais pobres e muito mais.

Os cortes se somam aos cerca de 10.000 funcionários que optaram por deixar o departamento por meio de ofertas de demissão voluntária desde que o presidente Donald Trump assumiu o cargo.

"Vamos eliminar toda uma sopa de letrinhas de departamentos e agências, preservando sua função principal", disse Kennedy Jr. em um vídeo publicado no X. Fonte: Dow Jones Newswires.

O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, afirmou nesta quinta-feira, 27, que a "antiga relação que tínhamos com os Estados Unidos, baseada na integração de nossas economias e na estreita cooperação em segurança e assuntos militares, chegou ao fim". Durante coletiva de imprensa, ele afirmou que os norte-americanos "claramente" deixaram de ser parceiros confiáveis após as tarifas "injustificadas" impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

"Nossa resposta às tarifas é lutar com retaliações. Vamos impor medidas de grande impacto aos EUA e de baixo impacto ao Canadá. Não existe uma bala de prata para as tarifas e, não vou mentir, o caminho será longo", declarou Carney.

O premiê disse que deve se reunir na sexta-feira com ministros de seu gabinete para definir uma resposta conjunta às tarifas recíprocas a serem impostas pelos EUA em 2 de abril. "Nada está fora da mesa."

Carney também revelou que Trump entrou em contato com o governo canadense na quarta-feira à noite para agendar uma ligação telefônica e que deve falar com o republicano "dentro de um ou dois dias".

Segundo ele, as negociações tarifárias com os norte-americanos podem levar a uma restauração parcial da confiança entre os dois países. "Chegará o momento de uma ampla renegociação dos acordos comerciais e de segurança com os EUA", afirmou.

A retaliação canadense às tarifas de Trump será anunciada na próxima semana, com base nas ações do governo americano em 2 de abril. Carney prometeu responder "a cada tarifa que os EUA aplicarem sobre nós" e mencionou a possibilidade de que alguns ministros viajem a Washington nos próximos dias para novas discussões sobre o tema.

Além disso, o primeiro-ministro destacou a necessidade de reduzir "drasticamente" a dependência do Canadá em relação aos EUA. "Vamos fortalecer o setor automotivo do Canadá, por exemplo, e faremos o mesmo com outros setores. Queremos construir uma indústria automobilística forte no nosso país e podemos sustentá-la mesmo com as tarifas americanas", declarou.

E acrescentou: "Vamos construir um futuro independente para o Canadá."