Deputados do PL chamam julgamento do STF contra Bolsonaro de 'circo' e 'tribunal de Nuremberg'

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Deputados do PL dizem que o julgamento na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que pode levar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao banco dos réus é um "circo", falam em um "dia triste" e comparam com o "tribunal de Nuremberg", corte que julgou os nazistas após o fim da Segunda Guerra Mundial.

Essa foi a impressão de parlamentares que estiveram presentes no julgamento no STF - que começou nesta terça-feira, 25, e termina nesta quarta-feira, 26 - e na reunião da bancada na tarde deste mesmo dia.

"O julgamento para mim é político", disse Sóstenes Cavalcante (RJ), líder do PL na Câmara dos Deputados, logo nos primeiros minutos da reunião do partido. "É um circo", gritou General Girão (PL-RN).

Na Câmara, a oposição reagiu ao julgamento com uma obstrução parcial, procedimento para impedir o prosseguimento de votação de projetos de lei. Esse recurso está sendo adotado, neste momento inicial, apenas em comissões. Sóstenes rejeitou estender o plano ao plenário, já que, com a ida do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), ao Japão, chefia a Casa o deputado do PL Altineu Côrtes (RJ).

Um grupo de deputados bolsonaristas acompanhou o julgamento de Bolsonaro presencialmente no STF. Eles acreditam que o julgamento é apenas uma formalidade para condenar o ex-presidente.

"Aquilo ali é um tribunal de Nuremberg. Não precisa (nem julgar)", disse Sanderson, um dos parlamentares que foram à Corte, mas acabaram barrados. "Eles não estão olhando nem prova, nem nada. Dava pra ver a alegria dos ministros. Era uma farsa. Todos nós sabemos que eles serão condenados por, no mínimo, 30 anos para tirar da concorrência no ano que vem."

Segundo o STF, a orientação inicial para os deputados era que, após o início da sessão, não poderiam mais entrar para não ter tumulto na turma. E eles foram encaminhados para a Segunda Turma, mas se recusaram. O ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma, liberou a entrada dos políticos. Quem aguardou, diz a Corte, foi liberado.

Coronel Meira (PL-PE) foi um dos que ficam furiosos com o impedimento e saiu mais cedo. "O STF não deu justificativa nenhuma. Por isso que me revoltei. Chamei tudo de filho da p...", afirmou.

Do lado petista, o clima é de comedimento. Parlamentares da sigla acompanharam parte do julgamento na sala da liderança do PT na Câmara, sem barulho e celebração.

O plenário da Casa acabou virando o principal espaço de desabafo para os bolsonaristas e de disputa com petistas na tarde desta terça-feira.

Bia Kicis (PL-DF) disse que esta terça-feira era um dia "sombrio". "Hoje é um dia muito triste, muito sombrio para a história brasileira", afirmou. Paulo Bilynskyj (PL-SP), presidente da Comissão de Segurança Pública, afirmou que era um ato de "perseguição" a Bolsonaro.

Durante o julgamento, Bolsonaro comparou o julgamento dele com o jogo entre Brasil e Argentina que será disputado na noite desta terça-feira. "No meu caso, o juiz apita contra antes mesmo de o jogo começar. E ainda é o VAR, o bandeirinha, o técnico e o artilheiro do time adversário; tudo numa pessoa só", escreveu em publicação na rede social X (ex-Twitter).

Petistas contrapuseram o argumento e disseram que todo o processo legal está sendo obedecido. "Está havendo todo o cuidado para se cumprir o rito, todo o cuidado com o devido processo para não abrir brechas para a postergação ou tentativa de anulação do processo", afirmou Padre João (PT-MG).

Guilherme Boulos (PSOL-SP) foi o governista mais enérgico ao se pronunciar. "Chegou o grande dia! Os golpistas vão começar a pagar pelos crimes que cometeram. Em poucas horas, o Bolsonaro vai ser réu e, em breve, vai estar na Papuda", afirmou.

Em outra categoria

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu nesta sexta-feira, 21, na Casa Branca, o prefeito eleito de Nova York, Zohran Mamdani, em um encontro marcado por uma mudança de tom do presidente em relação ao democrata, após meses de ataques durante a campanha.

Falando a repórteres no Salão Oval após a reunião, Trump descreveu a conversa como "muito boa, muito produtiva" e afirmou que ambos compartilham o desejo de ver Nova York prosperar. "Quero parabenizar o prefeito, ele fez uma campanha incrível contra adversários muito fortes e inteligentes", disse.

O presidente destacou que os dois discutiram prioridades comuns, como construção de moradias e redução dos preços dos alimentos. "Acho que vocês terão, espero, um prefeito realmente ótimo", afirmou, acrescentando que não haverá "diferença partidária" e prometendo ajudar Mamdani a "realizar o sonho de todos: ter uma Nova York forte e segura".

Ao lado de Trump, Mamdani adotou o mesmo tom conciliador, afirmando que a reunião ocorreu em um "lugar de admiração compartilhada e amor a Nova York". Ele destacou que discutiram o custo de vida na cidade - um dos mais altos do mundo e ponto central em sua campanha.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu-se nesta sexta-feira, 21, com o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa. Lula está na capital sul-africana, Johannesburgo, para participar da Cúpula do G20.

Um dos temas da conversa foi a balança comercial dos dois países. "Os dois líderes reconheceram que a balança comercial não condiz com o tamanho das duas economias e avaliam a possibilidade de negociações para ampliação do Acordo entre Mercosul e a União Aduaneira da África Austral", afirmou a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), em nota.

Lula também convidou Ramaphosa para que visite o Brasil no começo de 2026 para um "seminário empresarial". Segundo a Secom, o presidente sul-africano aceitou o convite.

Ainda de acordo com a nota, os dois presidentes também conversaram sobre a criação de um painel de especialistas em desigualdade, sobre os resultados da COP30 e sobre medidas para o fortalecimento do multilateralismo.

Lula desembarcou nesta sexta, em Joanesburgo. O G20 de 2025 tem como lema "Solidariedade, Igualdade e Sustentabilidade". Na segunda-feira, o petista estará em Maputo, capital de Moçambique, onde participará de evento para comemorar as relações entre os dois países.

Líderes mundiais se reuniram para a primeira cúpula do G20 realizada na África do Sul, mas o encontro foi ofuscado pelo boicote dos Estados Unidos. O presidente Donald Trump ordenou a ausência americana, alegando que a África do Sul, país de maioria negra, persegue sua minoria branca. A decisão classificou a realização da cúpula sul-africana como uma "desgraça", deixando os EUA como o único dos 19 países do G20 sem representação no evento.

Enquanto isso, outros líderes viajaram a Johannesburgo em busca de parcerias comerciais após as tarifas impostas pelos EUA. A China aproveitou o vácuo norte-americano para expandir sua influência na África, com o primeiro-ministro Li Qiang assinando um acordo de US$ 1,4 bilhão para reforma de ferrovia na Zâmbia. Analistas avaliam que o boicote americano pode acelerar a aproximação de países em desenvolvimento com Pequim e diversificar a liderança na governança global.

A África do Sul, que preside a cúpula, planejava focar em questões prioritárias para o mundo em desenvolvimento, como impactos das mudanças climáticas, dívidas de países pobres e desigualdade global. No entanto, as tensões diplomáticas se agravaram quando autoridades sul-africanas acusaram Washington de pressionar o país a não emitir uma declaração final de líderes devido à ausência americana. O presidente Cyril Ramaphosa reagiu de forma contundente: "Não seremos intimidados", afirmou, acrescentando que "a ausência deles é perda deles".

(*Fonte: Associated Press)

Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.