Imprensa internacional repercute julgamento de denúncia contra Bolsonaro

Política
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O início do julgamento da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete acusados por tentativa de golpe de Estado foi noticiado em veículos da imprensa internacional nesta terça-feira, 25. BBC, El País, The Washington Post e La Nación foram alguns dos que registraram a abertura das sessões.

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ainda não entraram no mérito de se há elementos suficientes para abrir uma ação penal contra Bolsonaro e seus aliados. O julgamento será retomado nesta quarta-feira, 26, às 9h30.

O primeiro dia foi dedicado a acusação, feita pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, defesas dos acusados e análise pelos ministros das questões preliminares, que são de natureza processual.

Além do ex-presidente, integram o primeiro núcleo de denunciados: Walter Braga Netto, Augusto Heleno, Alexandre Ramagem, Anderson Torres, Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira e Mauro Cid.

The Washington Post (Estados Unidos)

O americano The Washington Post reportou que a Suprema Corte brasileira vai decidir se Bolsonaro será criminalmente julgado e que o primeiro dia de julgamento terminou sem definição.

O jornal o descreveu como "um ex-oficial militar conhecido por expressar nostalgia pelo período de ditadura militar do País", que "desafiou abertamente o sistema judicial brasileiro durante seu mandato, entre 2019 e 2022".

El País (Espanha)

O espanhol El País noticiou que Bolsonaro está "a um passo do banco de réus" e escreveu perfis sobre os cinco ministros da Primeira Turma.

Alexandre de Moraes foi descrito como "o juiz estrela do momento, o mais poderoso do Brasil e o pior pesadelo do bolsonarismo". A ministra Cármen Lúcia foi apresentada como "dura nos casos penais".

O jornal destaca que a defesa do ex-presidente pediu a anulação da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid.

La Nación (Argentina)

O argentino La Nación diz que Bolsonaro "surpreendeu ao chegar para acompanhar o início do processo", e chamou o comparecimento de uma "estratégia para reforçar sua imagem de mártir político".

A reportagem também enfatizou uma publicação do ex-presidente no X (antigo Twitter), em que ele ironiza o ministro Alexandre de Moraes usando jogo das eliminatórias da Copa do Mundo entre Brasil e Argentina, marcado para esta terça-feira.

"Brasil e Argentina em campo hoje às 21h no Monumental de Núñez. Vamos torcer pelos nossos garotos voltarem com a vitória. Já no meu caso, o juiz apita contra antes mesmo do jogo começar… Ainda é o VAR, o bandeirinha, o técnico e o artilheiro do time adversário; tudo numa pessoa só", escreveu.

BBC (Reino Unido)

A BBC citou que, depois do inquérito de 884 páginas, da Polícia Federal, que apurou que Bolsonaro estava efetivamente ciente da trama golpista e agiu nela, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, atribuiu a ele na denúncia da PGR a liderança da organização criminosa que a teria orquestrado.

O plano para envenenar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e matar o ministro Alexandre de Moraes, apontando pelas investigações, também é mencionado no texto do veículo de imprensa. A reportagem destaca que Moraes é um dos cinco ministros que decidirá o futuro da denúncia.

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O governador de Utah, Spencer Cox, afirmou neste domingo, 14, que o suspeito preso pelo assassinato do conservador Charlie Kirk não está cooperando com as autoridades. Os investigadores estão reunindo informações sobre Tyler Robinson, de 22 anos, com amigos e familiares do jovem e ainda não conseguem apontar o motivo do atentado, disse Cox em entrevista à NBC.

Segundo o governador, mais informações podem vir à tona na próxima terça-feira, 16, quando Robinson deve comparecer ao tribunal para ser acusado formalmente.

Citando entrevistas com parentes e conhecidos de Robinson, Cox disse que "claramente" o suspeito tinha uma ideologia de esquerda, e que frequentava "sites obscuros" da internet que podem ter influenciado na sua radicalização.

Kirk, aliado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e cofundador da organização conservadora de jovens Turning Point USA, foi morto na última quarta-feira, durante uma de suas turnês de palestras na Utah Valley University, após ser baleado. Fonte: Associated Press

O primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, afirmou neste domingo, 14, que é hora de a comunidade internacional parar de "usar dois pesos e duas medidas" e punir Israel pelo que chamou de crimes. As declarações foram feitas à margem de encontro de chanceleres de países árabes e muçulmanos, que discutiu neste domingo uma resposta unificada para o ataque do governo israelense ao Hamas ocorrido em Doha.

Também ministro das Relações Exteriores catariano, Al Thani disse que o país segue comprometido em alcançar um cessar-fogo em Gaza, em conjunto com Egito e Estados Unidos. Mas a ofensiva israelense que matou seis pessoas em solo catariano representou "um ataque ao próprio princípio da mediação", de acordo com ele.

"É hora de a comunidade internacional parar de aplicar dois pesos e duas medidas e punir Israel por todos os crimes que cometeu", comentou o premiê, em transmissão posteriormente divulgada pelo governo do Catar de uma reunião a portas fechadas.

Ainda não houve resposta do governo israelense, que está recebendo o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, neste fim de semana. O principal diplomata do presidente norte-americano, Donald Trump, visitou neste domingo o Muro das Lamentações, em Jerusalém, acompanhado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

Após o compromisso, Netanyahu postou em sua conta no X que a visita de Rubio é prova da resiliência e da força da relação entre EUA e Israel, que "nunca foi tão forte". Fonte: Associated Press

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado

A Romênia rechaçou neste domingo, 14, o que chamou de "ações irresponsáveis" da Rússia, que realizou no sábado, 13, uma incursão no espaço aéreo romeno com um drone. Em comunicado oficial, o Ministério da Defesa do país "condena firmemente as ações irresponsáveis da Federação Russa e enfatiza que elas representam uma nova provocação à segurança regional e à estabilidade na área do Mar Negro".

Segundo o órgão, um drone, usado em ataques à Ucrânia, entrou no espaço aéreo romeno no sábado e foi interceptado por duas aeronaves de combate F-16, que estavam em uma missão de patrulha aérea no norte de Dobruja.

O equipamento russo teria orbitado pela Romênia por aproximadamente 50 minutos.

"Esses incidentes demonstram a falta de respeito da Federação Russa pelas normas do direito internacional e colocam em risco não apenas a segurança dos cidadãos romenos, mas também a segurança coletiva da Otan", critica o ministério em nota.

Mais cedo neste domingo, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, classificou a incursão russa como "uma flagrante violação da soberania da União Europeia e uma séria ameaça à segurança regional".