'Falastrão' e 'traíra': entenda a troca de farpas entre Malafaia e Mourão

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O pastor Silas Malafaia e o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), general da reserva e ex-vice-presidente da República, têm trocado farpas públicas desde o ato pró-anistia dos condenados pelo 8 de Janeiro, realizado na Avenida Paulista, em São Paulo, no domingo, 6. Os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usaram adjetivos como "falastrão" e "traíra" numa discussão com idas e vindas no X (antigo Twitter).

Na manifestação, Malafaia criticou os generais do Exército. "Cambada de frouxos, cambada de covardes, cambada de omissos. Vocês não honram a farda que vestem. Não é para dar golpe, não, é para marcar posição", discursou Malafaia, um dos organizadores do ato.

Nesta segunda-feira, 7, Mourão rebateu a declaração, chamando Malafaia de "falastrão". Segundo o senador, o pastor se aproveitou do evento sobre anistia para "ofender os integrantes do Alto Comando do Exército".

O ex-vice-presidente disse ainda que Malafaia mostrou "toda sua total falta de escrúpulos e seu desconhecimento do que seja Honra, Dever e Pátria" com sua manifestação na Paulista.

No mesmo dia, também em publicação na rede social, o pastor disse que o general da reserva nunca foi leal a Bolsonaro, que o "promoveu na vida política".

Malafaia classificou Mourão como "traíra". "Sempre omisso, em cima do muro e fazendo jogo duplo. Não vi você em nenhuma manifestação para defender Bolsonaro e agora na questão da anistia", disse o líder evangélico no X.

O pastor ainda comparou Mourão ao ministro da Defesa do governo Lula, José Múcio, e voltou a usar os termos "frouxos", "covardes" e "omissos". "Você é tão covarde como seus coleguinhas do Alto Comando. O ministro da defesa de Lula, José Múcio, que é civil, é mais corajoso que vocês todos", afirmou.

"Você perdeu uma oportunidade de ficar calado. Está apanhando muito nas redes sociais. Covarde falastrão", finalizou Malafaia.

Em outra publicação, o pastor esclareceu que suas declarações se referiam ao Alto Comando do Exército, e não à instituição. "Minha fala contra os generais covardes do alto comando, não contra o glorioso Exército Brasileiro", escreveu no X.

Bolsonaro concordou com as declarações de Malafaia em entrevista concedida à Revista Oeste na manhã desta terça-feira, 8. "Não vou repetir aqui porque sou capitão do Exército, né? Fiquei muito triste não com o Malafaia, mas com as verdades que ele falou. Realmente é revoltante a gente ouvir isso daí. Ele fala: 'Ninguém quer dar um golpe nenhum, não, mas o que está acontecendo é isso' e se dirigiu aí a algumas autoridades fardadas", disse o ex-presidente.

Em outra categoria

A União Europeia reformulou nesta quarta-feira, 16, sua lista de países considerados "seguros", uma medida que serve para limitar a possibilidade de asilo para cidadãos de sete países e acelerar suas deportações. A relação é composta por Kosovo, Bangladesh, Colômbia, Egito, Índia, Marrocos e Tunísia.

Em princípio, cidadãos dos sete países não terão prioridade em pedidos de asilo e poderão ser deportados mais facilmente. A iniciativa também abre caminho para que o bloco mantenha os imigrantes de nacionalidades com poucas chances de obter asilo aguardarem o trâmite em centros fora da UE, um modelo similar à parceria entre Itália e Albânia, que virou alvo de contestações na Justiça.

Dos países da lista, Kosovo é o único que não é reconhecido por cinco membros da UE - Espanha, Romênia, Eslováquia, Grécia e Chipre. Os sete listados ontem estão entre os países que registraram mais pedidos de asilo nos últimos anos.

Em 2024, os colombianos foram a quarta nacionalidade com mais solicitações, em sua maioria para a Espanha. Cidadãos de Bangladesh ficaram em sexto lugar em pedidos de asilo e lideraram as travessias clandestinas pelo Mediterrâneo Central. Egito e Marrocos completam o ranking de pedidos (9.ª e 10.ª posições, respectivamente) e servem como ponte para a Europa.

Emergência

O comissário europeu para a Migração, Magnus Brunner, declarou que vários Estados da UE "enfrentam um acúmulo significativo de pedidos de asilo". "Tudo o que pudermos fazer para tornar as decisões mais rápidas é essencial", disse.

A UE já havia apresentado uma lista semelhante em 2015, mas ela foi abandonada em razão de divergência sobre a inclusão da Turquia. Vários países adotaram suas próprias listas e nunca houve consenso para uma unificação.

A ONG EuroMed Rights criticou a lista da UE, que considerou "perigosa" devido ao histórico de Marrocos, Egito e Tunísia. Segundo a ONG, esses países "são conhecidos por violações dos direitos humanos". "Dizer que são seguros é perigoso", afirmou a ONG no X.

A decisão ainda precisa ser aprovada pelo Parlamento Europeu e pelos 27 países do bloco. Ontem, um porta-voz da Comissão Europeia disse que a lista será "dinâmica" e os países do bloco também poderão criar suas próprias relações. A França, por exemplo, também considera Mongólia, Sérvia e Cabo Verde como países seguros.

Pressão

Vários governos do bloco pressionavam a Comissão Europeia a reduzir o número de chegadas e facilitar as deportações. Em março, um projeto de reforma do sistema de imigração foi apresentado, abrindo caminho para que os países-membros estabeleçam centros de acolhimento fora da Europa.

Além disso, a UE propôs o reconhecimento mútuo dentro do bloco das decisões relacionadas ao assunto. Sendo assim, uma medida tomada na Áustria sobre a deportação de uma pessoa deve ser implementada na Espanha e em Portugal. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A ex-primeira-dama peruana Nadine Heredia, mulher do ex-presidente Ollanta Humala, desembarcou no Brasil nesta quarta-feira, 16, após receber asilo diplomático do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Na terça-feira, 15, ela e o marido foram condenados a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro, em um desdobramento da Lava Jato no Peru.

O ex-presidente peruano foi à audiência no tribunal e saiu de lá preso. Nadine não compareceu. Em vez disso, ela se dirigiu à Embaixada do Brasil em Lima com seu filho, Samir Humala Heredia, de 14 anos. O pai foi presidente do Peru entre 2011 e 2016. De centro-esquerda, ele tinha boas relações com Lula e o Partido dos Trabalhadores (PT).

Segundo o Ministério Público peruano, Humala e Nadine teriam recebido propinas da Odebrecht (atualmente Novonor), que era responsável por grandes obras públicas no Peru. Além disso, o casal também teria recebido dinheiro para financiar campanhas eleitorais enviado pela ditadura venezuelana.

Fuga

Logo após a condenação, Nadine deu entrada na Embaixada do Brasil em Lima com pedido de asilo diplomático. Lula teria aceitado e obteve um salvo-conduto da presidente do Peru, Dina Boluarte, para que a ex-primeira-dama deixasse o Peru.

A negociação foi tão rápida que se especulou que ambos os governos haviam acertado a medida antes do pedido ser feito. Tanto que um avião da FAB já estava em Lima para levar Nadine a Brasília.

A presidente peruana é uma camaleoa da política local. Ela era vice de Pedro Castillo, um professor socialista e líder sindical religioso, que era contra a descriminalização do aborto, o casamento gay e os diretos LGBT+. Ele tentou um autogolpe para evitar o impeachment e acabou destituído, com menos de um ano no cargo.

Boluarte, então, deu uma guinada à direita para se sustentar no Congresso, adotando posições conservadoras. Ela não explicou porque concedeu o salvo-conduto a Nadine, condenada por corrupção.

Precedente

Na terça-feira, 15, a chancelaria do Peru disse apenas que o Brasil aceitou o pedido com base na Convenção sobre Asilo Diplomático, de 1954, da qual ambos os países são signatários. A advogada e ex-deputada Rosa Bartra, no entanto, questiona a validade do argumento.

O Artigo 3.º da convenção, lembra Bartra, veta o asilo para pessoas processadas ou condenadas por crimes comuns - ela também criticou o tribunal peruano por mandar Humala para a prisão antes da leitura da sentença, marcada para o dia 29. Analistas, porém, acreditam que o salvo-conduto não teria razões ideológicas.

"Foi uma bofetada de Lula no Judiciário peruano", disse o constitucionalista Carlos Torres Caro, à emissora RPP. "Nas entrelinhas, o que ele está dizendo é que, no Peru, se viola os direitos fundamentais. E isso é inaceitável." De acordo com ele, a decisão cria um precedente que a própria Boluarte poderia usar quando ela deixar a presidência, em 2026.

Escândalos

A presidente peruana é alvo de investigações criminais em dois escândalos: o "Rolexgate" (por receber relógios e presentes de luxo sem declarar) e o "Cofre Presidencial" (desvio de recursos de programas sociais). "Há mais de 20 funcionários públicos de alto escalão que poderiam se beneficiar do precedente. Não ficaria surpreso se Boluarte estivesse preparando seu próprio terreno", disse Torres Caro.

Nadine desembarcou na Base Aérea de Brasília no fim da manhã e teve reuniões com autoridades brasileiras para regularizar seu status legal. Na ocasião, ela requereu refúgio, para poder impedir temporariamente a extradição - o asilo diplomático serviu para que ela entrasse na embaixada e negociasse o salvo-conduto.

Com o pedido de refúgio, o caso será deliberado pelo Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), órgão vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, que delibera sobre os casos e a quem Nadine deve demonstrar um "fundado temor de perseguição", sob pena de ter o status negado.

Tratamento

A ex-primeira-dama também deverá informar ao governo sobre seus planos de permanência no País - ainda não se sabe, por exemplo, onde ela pretende morar. Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas, será o advogado de Nadine no Brasil. Ele disse ontem à agência Reuters que ela chegou à noite em São Paulo, onde será submetida ao tratamento de um câncer. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro de Defesa de Israel, Israel Katz, disse nesta quarta-feira, 16, que tropas permanecerão nas chamadas zonas de segurança na Faixa de Gaza, no Líbano e na Síria "indefinidamente", o que pode complicar ainda mais as negociações com o Hamas sobre um acordo e a libertação de reféns.

As forças israelenses tomaram mais da metade de Gaza em uma campanha renovada para pressionar os militantes do Hamas a libertar reféns depois que Israel encerrou o cessar-fogo no mês passado.

Israel também se recusou a se retirar de algumas áreas no Líbano após um cessar-fogo com o grupo militante Hezbollah no ano passado, e tomou uma zona tampão no sul da Síria depois que os rebeldes derrubaram o presidente sírio, Bashar Assad, em dezembro.