Bolsonaro será transferido para Brasília em UTI aérea, diz Rogério Marinho

Política
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) será transferido para Brasília na tarde deste sábado, 12, em uma UTI aérea. Ele deve ser encaminhado para o Hospital DF Star. A informação foi confirmada pelo senador e ex-ministro Rogério Marinho (PL-RN).

Na sexta-feira, 11, o ex-presidente sentiu fortes dores abdominais e foi atendido com urgência no Hospital Municipal Aluízio Bezerra, em Santa Cruz (RN). Em seguida, foi transferido para o Hospital Rio Grande, em Natal, onde ainda está internado.

Segundo boletim médico divulgado na sexta-feira, Bolsonaro deu entrada com "quadro de distensão abdominal e dor". Nas redes sociais, ele atribuiu o problema a uma complicação no intestino delgado, resultado das cirurgias feitas após o atentado a faca sofrido em Juiz de Fora (MG) durante a candidatura presidencial de 2018.

"Momentos assim nos lembram da fragilidade da carne e da fortaleza que vem da fé, da família e daqueles que permanecem ao nosso lado, mesmo à distância", escreveu no Instagram, agradecendo "médicos, enfermeiros e a eficiência no transporte realizado pela Polícia Militar do Rio Grande do Norte". Depois de passar por atendimento de emergência, o ex-presidente foi levado até um heliponto em ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), de onde foi conduzido ao Hospital Rio Grande, na capital do estado.

Ontem, o médico de Bolsonaro, Antônio Luiz Macedo, disse ao Estadão que não indicou a realização de cirurgia, embora ela não esteja totalmente descartada.

Antes de passar mal, o ex-presidente estava em uma turnê pelo Nordeste, batizada de "Rota 22", com o objetivo de se aproximar do eleitorado da região. Na última eleição, Lula (PT) venceu Bolsonaro nos nove Estados nordestinos com ampla vantagem. A iniciativa foi idealizada por Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado. O Estado de Marinho foi escolhido como o pontapé da iniciativa.

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O Irã se reuniu pela primeira vez com representantes do presidente dos EUA, Donald Trump, para discutir um novo acordo nuclear. O encontro, realizado em Omã, tinha como objetivo ressuscitar o espírito do tratado internacional de 2015, que limitava a capacidade dos iranianos de fabricar uma bomba atômica.

O chanceler iraniano, Abbas Araqchi, disse no Telegram que se reuniu com a delegação americana, chefiada por Steve Witkoff, enviado de Trump ao Oriente Médio, em negociações indiretas mediadas pelo governo de Omã, mas não deu detalhes sobre o resultado do diálogo.

"Após mais de duas horas e meia de conversas indiretas, os chefes das delegações iraniana e americana conversaram por alguns minutos na presença do ministro das Relações Exteriores de Omã", disse Araqchi. "Ambos os lados concordaram em continuar as negociações na próxima semana." Os EUA não comentaram o encontro.

Antes da reunião, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmail Baghaei, havia revelado que cada delegação teria sua própria sala e trocaria mensagens por meio do chanceler de Omã, uma demonstração do abismo que separa a diplomacia dos dois países.

"O foco das negociações é o alívio das tensões regionais, a troca de prisioneiros e acordos limitados para aliviar as sanções contra o Irã, em troca do controle do programa nuclear iraniano", afirmou ontem uma fonte de Omã à agência Reuters.

O governo de Omã é um velho intermediário entre as potências ocidentais e o Irã, conhecido por rabalhar em silêncio nos bastidores da diplomacia. No passado, o país mediou a libertação de vários presos ocidentais detidos pelos iranianos.

O regime de Teerã expressou cautela com as negociações, cético quanto à possibilidade de um acordo e desconfiado de Trump, que ameaçou repetidamente bombardear o país caso um acordo não seja alcançado.

Em 2015, no apagar das luzes da presidência de Barack Obama, EUA, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha aceitaram suspender as sanções ao programa nuclear iraniano em troca de seu desmantelamento.

O acordo permite que o Irã prossiga no desenvolvimento de seu programa nuclear para fins comerciais, médicos e industriais, em linha com os padrões internacionais de não proliferação atômica. Em 2018, no entanto, Trump retirou os EUA do acordo, que acabou naufragando.

Agora, embora Trump ainda possa oferecer um alívio das sanções para a economia do Irã, ainda não está claro o quanto o Irã estiraria disposto a ceder. Pelo acordo nuclear de 2015, os iranianos só poderiam manter um pequeno estoque de urânio enriquecido a 3,67%.

Atualmente, porém, o estoque de Teerã permite a construção de várias armas nucleares, se os aiatolás quiserem, e possui material enriquecido a 60%, um passo curto e técnico para chegar a níveis capazes de armar uma bomba. Especialistas acreditam que o Irã, provavelmente, exigirá permissão para enriquecer urânio até pelo menos 20%.

O exército de Israel disse que vai demitir reservistas da força aérea que assinaram uma carta aberta que condena a guerra em Gaza por servir principalmente a interesses políticos e não trazer os reféns para casa.

Em uma declaração à Associated Press, um oficial do exército disse que não havia espaço para nenhum indivíduo, incluindo reservistas em serviço ativo, "explorar seu status militar enquanto participava simultaneamente dos combates", chamando a carta de uma quebra de confiança entre comandantes e subordinados.

O Exército afirmou ter decidido que qualquer reservista ativo que assinasse a carta não poderá continuar servindo. Não especificou quantas pessoas estavam incluídas ou se os disparos já haviam começado.

Quase mil reservistas e aposentados da Força Aérea Israelense assinaram a carta, publicada na mídia israelense na quinta-feira, 10, exigindo o retorno imediato dos reféns, mesmo que isso implique no fim dos combates.

A carta chega no momento em que Israel intensifica sua ofensiva em Gaza, buscando aumentar a pressão sobre o Hamas para que devolva os 59 reféns que ainda estão presos.

As discussões entre o enviado especial dos EUA, Steven Witkoff, e o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, foram "muito produtivas e construtivas". É o que aponta comunicado da Casa Branca divulgado pela embaixada virtual dos Estados Unidos relativa a Teerã. Encontro ocorreu em Omã neste sábado, 12. Uma nova conversa está prevista para sábado que vem, dia 19.

"O enviado especial Witkoff ressaltou ao Dr. Araghchi que ele tinha instruções do presidente (Donald) Trump para resolver as diferenças entre nossas duas nações através do diálogo e diplomacia, se isto for possível", diz o texto. "Estas questões são muito complicadas e a comunicação direta do enviado especial Witkoff hoje foi um passo à frente para alcançar um resultado mutuamente benéfico. Os lados concordaram em se encontrar novamente no próximo sábado."