Alckmin diz não estar decidido se Comunicações continuará com União, após recusa de Pedro Lucas

Política
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O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse respeitar a decisão tomada pelo deputado Pedro Lucas (União-MA) de recusar o convite para ser ministro das Comunicações e alegou que a atitude do parlamentar tenha sido tomada para defender o próprio governo. Segundo Alckmin, ainda não está decidido se o comando da pasta continuará com o União Brasil: "vamos aguardar um pouco".

"O deputado Pedro Lucas, nós respeitamos sua decisão, é uma decisão de foro íntimo, ele tomou essa decisão em razão de defender o próprio governo", disse, em entrevista à rádio Itatiaia nesta quarta-feira, 23. "Ele contribui e trabalha em favor do governo e pelo Brasil, é o líder do União Brasil, recebeu o convite para integrar o ministério e entendeu que era melhor se manter na liderança do partido, ajudando o país e o governo", acrescentou.

O vice-presidente pontuou na fala que a maioria dos partidos não são unânimes. Mas, em sua avaliação, a decisão foi também para "ajudar o governo": "Ele entendeu que poderia contribuir mais se mantendo na liderança do União Brasil na Câmara."

Questionado se a recusa do deputado causa um constrangimento ou desprestígio ao governo federal, Alckmin disse entender que não: "Foi uma decisão de foro íntimo", repetiu.

Segundo o vice-presidente, "caberá ao presidente decidir agora quem vai convidar".

Pedro Lucas rejeitou na noite da terça-feira o convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir o Ministério das Comunicações.

A decisão foi tomada após reunião com o presidente do partido, Antônio Rueda, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).

Pesou pela permanência de Pedro Lucas o clima de instabilidade no partido caso abrisse do atual cargo na Casa legislativa e a dúvida dentro da própria legenda se o governo deve se manter mais proximidade ou não do governo.

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O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmaeil Baghaei, criticou duramente as novas sanções dos Estados Unidos contra setores energéticos e nucleares iranianos, classificando-as como uma contradição às sinalizações de diálogo feitas por Washington. Em comunicado divulgado no Telegram, Baghaei afirmou que as medidas são "atos hostis" que expõem o "desrespeito dos formuladores de políticas dos EUA ao Estado de Direito e aos direitos humanos".

Segundo o porta-voz, as sanções são "coercitivas, ilegais e contraditórias com a alegação dos EUA de estarem abertos ao diálogo", mostrando "a ausência de boa fé e seriedade por parte de Washington". Ele destacou que o uso de sanções como "instrumento de intimidação e pressão política" viola a Carta da Organização das Nações Unidas (ONU) e o direito internacional, além de prejudicar o comércio global e os direitos das populações afetadas.

Baghaei ainda afirmou, de acordo com a nota iraniana, que tais medidas representam "graves violações dos direitos humanos básicos", incluindo o direito ao desenvolvimento, e podem ser consideradas "crimes contra a humanidade". O governo iraniano exige que os EUA sejam responsabilizados por essas ações, que descreveu como "ilegítimas, arbitrárias e criminosas".

Na véspera, o Departamento do Tesouro dos EUA anunciou sanções contra um empresário e uma rede de empresas, sob acusação de exportar milhões de dólares em gás liquefeito de petróleo (GLP) e petróleo bruto, recursos que, segundo Washington, ajudam a financiar o programa nuclear e atividades "desestabilizadoras" do Irã.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou declarações do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, sobre a Crimeia, chamando-as de "inflamatórias" e prejudiciais às negociações de paz com a Rússia. Em publicação na rede Truth Social, Trump afirmou que o líder ucraniano "está se gabando na primeira página do Wall Street Journal" ao dizer que "a Ucrânia não reconhecerá legalmente a ocupação da Crimeia. Não há nada para discutir aqui".

Para Trump, esse tipo de postura "é muito prejudicial para as negociações de paz com a Rússia, já que a Crimeia foi perdida há anos sob os auspícios do presidente 'Barack Hussein Obama', e nem sequer é um ponto de discussão". Ele argumentou que "ninguém está pedindo a Zelensky que reconheça a Crimeia como território russo", mas provocou: "se ele quer a Crimeia, por que não lutaram por ela 11 anos atrás, quando foi entregue à Rússia sem um tiro ser disparado?"

O republicano também sugeriu que a Ucrânia deveria buscar um acordo em vez de prolongar o conflito. "A situação da Ucrânia é desesperadora. Ele pode ter paz ou lutar por mais três anos antes de perder o país inteiro", escreveu. Segundo Trump, "estamos muito perto de um acordo, mas o homem sem 'nenhuma carta na mão' deveria, finalmente, RESOLVER ISSO".

Trump ainda declarou que não tem ligações com a Rússia, mas que se importa em salvar "em média, cinco mil soldados russos e ucranianos por semana, que estão morrendo sem motivo algum". Para ele, a fala de Zelensky "não fará nada além de prolongar o 'campo da morte', e ninguém quer isso". "Espero poder ajudar a Ucrânia e a Rússia a sair dessa BAGUNÇA COMPLETA E TOTAL, que nunca teria começado se eu fosse presidente!", concluiu.

O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, criticou os Estados Unidos por impor "tarifas de forma abusiva" e por "se isolar da comunidade internacional", defendendo uma maior união global em prol do multilateralismo. Em encontro com o chanceler iraniano, Abbas Araghchi, também abordou as negociações nucleares entre Teerã e Washington, com a China reafirmando seu apoio a uma solução diplomática para a questão.

Yi classificou o Irã como um "parceiro estratégico integral" no Oriente Médio e elogiou a cooperação recente na luta contra o "unilateralismo e a coerção", segundo comunicado.

Em relação às tensões comerciais, o chanceler chinês alertou para o "aumento da instabilidade" no cenário mundial e condenou medidas protecionistas.

Ele ainda sugeriu que ambos os países intensifiquem a coordenação em fóruns como a Organização de Cooperação de Xangai (OCX) e o Brics.

Yi reiterou o apoio da China a uma "solução política e diplomática" para o impasse referente ao programa nuclear iraniano, manifestando-se contra as "sanções unilaterais ilegais" e o uso da força. "A China elogia o compromisso do Irã de não desenvolver armas nucleares e defende seu direito ao uso pacífico da energia nuclear", declarou.

O ministro chinês também se mostrou favorável ao diálogo direto entre Teerã e Washington, destacando que as negociações são essenciais para "proteger os direitos legítimos" do Irã e garantir a "paz e estabilidade regionais".

Araghchi afirmou que a parceria estratégica com a China vive seu "melhor momento histórico" e que não será afetada por "fatores externos".

Ele condenou as "tarifas arbitrárias e a coerção dos EUA" e garantiu que o Irã continuará ao lado de Pequim na luta contra o "unilateralismo". O chanceler iraniano também destacou que o Irã pretende expandir a cooperação bilateral, incluindo em fóruns como a ONU e o Brics.