Janja se emociona e lembra apoio do papa Francisco a Lula durante prisão do petista

Política
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A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, se emocionou ao relembrar que o papa Francisco trocou cartas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enquanto o petista esteve preso em Curitiba (PR). Segundo Janja, Lula passou a segunda-feira, 21, pensativo, após a morte do pontífice, sentindo que "perdeu um amigo querido e um companheiro de caminhada".

"O papa falava bastante sobre a prisão política (de Lula). Não por acaso, a primeira viagem que meu marido fez ao sair da prisão foi para ir ao encontro do papa", disse a primeira-dama em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, publicada nesta terça-feira, 22.

Janja contou que o período da prisão foi especialmente doloroso para Lula, agravado pela perda do neto, Arthur Araújo Lula da Silva, em 2019, aos sete anos de idade. "Ele (Lula) decidiu escrever ao líder espiritual", disse.

A resposta de Francisco, segundo ela, teve um impacto profundo no petista. "A mensagem do papa Francisco naquela circunstância foi fundamental para ele saber que estava no caminho certo, da busca (pelo reconhecimento) da inocência", afirmou Janja.

"E um filme foi passando na minha cabeça porque, em fevereiro, eu tive um encontro com ele, bastante emocionante, que ocorreu depois que ele (Francisco) tinha saído do hospital."

Janja se referiu ao encontro com o papa em 12 de fevereiro deste ano em audiência no Vaticano. Na época, a primeira-dama disse ter agradecido ao pontífice pelas orações pela saúde de Lula e conversado com ele sobre a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, lançada durante a Cúpula de Líderes do G-20, no Rio de Janeiro, em 2024.

A primeira-dama afirmou ainda na entrevista que o mundo perdeu "um líder importante, não apenas espiritual, mas político, de ação voltada para o bem de todos".

Papa Francisco morreu, aos 88 anos, em sua residência na Casa Santa Marta, no Vaticano, às 7h35 (2h35 no horário de Brasília). A última aparição pública do pontífice foi da sacada da Basílica de São Pedro no domingo de Páscoa. Francisco desejou felicidades e abençoou, pela última vez, os milhares de fiéis reunidos no local.

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O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmaeil Baghaei, criticou duramente as novas sanções dos Estados Unidos contra setores energéticos e nucleares iranianos, classificando-as como uma contradição às sinalizações de diálogo feitas por Washington. Em comunicado divulgado no Telegram, Baghaei afirmou que as medidas são "atos hostis" que expõem o "desrespeito dos formuladores de políticas dos EUA ao Estado de Direito e aos direitos humanos".

Segundo o porta-voz, as sanções são "coercitivas, ilegais e contraditórias com a alegação dos EUA de estarem abertos ao diálogo", mostrando "a ausência de boa fé e seriedade por parte de Washington". Ele destacou que o uso de sanções como "instrumento de intimidação e pressão política" viola a Carta da Organização das Nações Unidas (ONU) e o direito internacional, além de prejudicar o comércio global e os direitos das populações afetadas.

Baghaei ainda afirmou, de acordo com a nota iraniana, que tais medidas representam "graves violações dos direitos humanos básicos", incluindo o direito ao desenvolvimento, e podem ser consideradas "crimes contra a humanidade". O governo iraniano exige que os EUA sejam responsabilizados por essas ações, que descreveu como "ilegítimas, arbitrárias e criminosas".

Na véspera, o Departamento do Tesouro dos EUA anunciou sanções contra um empresário e uma rede de empresas, sob acusação de exportar milhões de dólares em gás liquefeito de petróleo (GLP) e petróleo bruto, recursos que, segundo Washington, ajudam a financiar o programa nuclear e atividades "desestabilizadoras" do Irã.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou declarações do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, sobre a Crimeia, chamando-as de "inflamatórias" e prejudiciais às negociações de paz com a Rússia. Em publicação na rede Truth Social, Trump afirmou que o líder ucraniano "está se gabando na primeira página do Wall Street Journal" ao dizer que "a Ucrânia não reconhecerá legalmente a ocupação da Crimeia. Não há nada para discutir aqui".

Para Trump, esse tipo de postura "é muito prejudicial para as negociações de paz com a Rússia, já que a Crimeia foi perdida há anos sob os auspícios do presidente 'Barack Hussein Obama', e nem sequer é um ponto de discussão". Ele argumentou que "ninguém está pedindo a Zelensky que reconheça a Crimeia como território russo", mas provocou: "se ele quer a Crimeia, por que não lutaram por ela 11 anos atrás, quando foi entregue à Rússia sem um tiro ser disparado?"

O republicano também sugeriu que a Ucrânia deveria buscar um acordo em vez de prolongar o conflito. "A situação da Ucrânia é desesperadora. Ele pode ter paz ou lutar por mais três anos antes de perder o país inteiro", escreveu. Segundo Trump, "estamos muito perto de um acordo, mas o homem sem 'nenhuma carta na mão' deveria, finalmente, RESOLVER ISSO".

Trump ainda declarou que não tem ligações com a Rússia, mas que se importa em salvar "em média, cinco mil soldados russos e ucranianos por semana, que estão morrendo sem motivo algum". Para ele, a fala de Zelensky "não fará nada além de prolongar o 'campo da morte', e ninguém quer isso". "Espero poder ajudar a Ucrânia e a Rússia a sair dessa BAGUNÇA COMPLETA E TOTAL, que nunca teria começado se eu fosse presidente!", concluiu.

O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, criticou os Estados Unidos por impor "tarifas de forma abusiva" e por "se isolar da comunidade internacional", defendendo uma maior união global em prol do multilateralismo. Em encontro com o chanceler iraniano, Abbas Araghchi, também abordou as negociações nucleares entre Teerã e Washington, com a China reafirmando seu apoio a uma solução diplomática para a questão.

Yi classificou o Irã como um "parceiro estratégico integral" no Oriente Médio e elogiou a cooperação recente na luta contra o "unilateralismo e a coerção", segundo comunicado.

Em relação às tensões comerciais, o chanceler chinês alertou para o "aumento da instabilidade" no cenário mundial e condenou medidas protecionistas.

Ele ainda sugeriu que ambos os países intensifiquem a coordenação em fóruns como a Organização de Cooperação de Xangai (OCX) e o Brics.

Yi reiterou o apoio da China a uma "solução política e diplomática" para o impasse referente ao programa nuclear iraniano, manifestando-se contra as "sanções unilaterais ilegais" e o uso da força. "A China elogia o compromisso do Irã de não desenvolver armas nucleares e defende seu direito ao uso pacífico da energia nuclear", declarou.

O ministro chinês também se mostrou favorável ao diálogo direto entre Teerã e Washington, destacando que as negociações são essenciais para "proteger os direitos legítimos" do Irã e garantir a "paz e estabilidade regionais".

Araghchi afirmou que a parceria estratégica com a China vive seu "melhor momento histórico" e que não será afetada por "fatores externos".

Ele condenou as "tarifas arbitrárias e a coerção dos EUA" e garantiu que o Irã continuará ao lado de Pequim na luta contra o "unilateralismo". O chanceler iraniano também destacou que o Irã pretende expandir a cooperação bilateral, incluindo em fóruns como a ONU e o Brics.