STF inicia julgamento de Bolsonaro com voto de Alexandre de Moraes

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal retomou pouco depois das 9h desta terça-feira, 9, o julgamento da ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado, que pode condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus, que incluem seus ex-auxiliares e militares de alta patente. A sessão, que vai das 9h às 19h, começa com o voto do relator, Alexandre de Moraes.

Em seu voto, o ministro vai apresentar suas conclusões sobre cada um dos réus a partir das provas oferecidas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e das contestações apresentadas pelas defesas. A expectativa na Corte é que a manifestação dure cerca de quatro horas, ocupando toda a manhã desta terça-feira.

O voto de Moraes pode ser dividido em dois blocos para analisar antes as preliminares, que são questionamentos das defesas em relação ao processo, como a validade da delação do tenente-coronel Mauro Cid. Em seguida ele vai manifestar sua posição sobre o mérito - absolvição ou condenação. O ministro Cristiano Zanin, presidente da Turma, disse que a dosimetria - definição do tamanho das penas - será feita só depois da decisão sobre o mérito.

Só depois votam os demais ministros, nesta ordem: Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. A expectativa é que os votos sejam longos e que somente Dino consiga votar já na tarde de hoje. O julgamento ainda continua na manhã de quarta-feira (9h às 12h), na quinta-feira (das 9h às 19h) e deve ser concluído na sexta-feira, 12 (das 9h às 19h).

Em outra categoria

Logo depois de anunciar que os investimentos sauditas nos Estados Unidos, hoje na casa de US$ 600 bilhões, "podem se tornar US$ 1 trilhão", o presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou que Washington e Riad firmaram um acordo que facilitará transferências de armamentos e ampliará a cooperação militar. Segundo ele, a Arábia Saudita será designada "aliado importante fora da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan)", status que aprofunda a relação de defesa, mas "não inclui uma garantia de segurança".

Trump afirmou que "um aliado mais forte e mais capaz promoverá os interesses de ambos os países e servirá ao mais alto interesse da paz", durante jantar de gala na Casa Branca ao lado do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, líder de fato do reino.

A categoria de aliado importante fora da Otan (MNNA, na sigla em inglês) concede benefícios em comércio de defesa, pesquisa conjunta, uso de estoques militares americanos e prioridade no recebimento de equipamentos excedentes, entre outras prerrogativas. Contudo, o próprio governo dos EUA destaca que o status é simbólico e não implica compromissos automáticos de proteção.

Com a decisão, a Arábia Saudita se somará a outros 19 países que já integram essa lista: Argentina, Austrália, Bahrein, Brasil, Colômbia, Egito, Israel, Japão, Jordânia, Quênia, Kuwait, Marrocos, Nova Zelândia, Paquistão, Filipinas, Catar, Coreia do Sul, Tailândia e Tunísia. Além deles, Taiwan é tratado como MNNA sob legislação específica.

O movimento ocorre após a sinalização de aprofundamento da parceria econômica e tecnológica. Na terça-feira, Trump também disse estar trabalhando para "aprovar envio de chips avançados para a Arábia Saudita".

A chefe do Museu do Louvre disse na quarta-feira, 19, que novas câmeras de vigilância e sistemas anti-intrusão serão instalados em breve após o roubo das joias da coroa no mês passado.

Segundo Laurence des Cars, as 100 câmeras estarão operacionais até o final de 2026 enquanto os sistemas anti-intrusão começarão a ser instalados em duas semanas.

Ela descreveu os sistemas como equipamentos que impedirão intrusos de se aproximarem dos edifícios do museu, mas não ofereceu detalhes específicos. As novas câmeras de vigilância tentarão garantir "proteção completa dos arredores do museu", disse des Cars.

"Após o choque, após a emoção, após a avaliação, é hora de agir", afirmou ao Comitê de Assuntos Culturais da Assembleia Nacional.

Ela disse que as instalações fazem parte de mais de 20 medidas emergenciais que serão implementadas. Também será criado o cargo de "coordenador de segurança" no museu, vaga que foi anunciada este mês.

No dia do roubo, ladrões levaram menos de 8 minutos para forçar a entrada através de uma janela na Galeria Apollo com a ajuda de um elevador de carga e roubar o tesouro de 88 milhões de euros.

Difícil para os ladrões?

Des Cars revelou alguns novos detalhes sobre a violação de segurança que permitiu o roubo de 19 de outubro, dizendo que as ferramentas elétricas usadas pelos ladrões para cortar as vitrines eram cortadores de disco destinados ao concreto.

"É um método que não havia sido imaginado de forma alguma" quando as vitrines na Galeria Apollo foram substituídas em 2019, disse ela. Na época, elas haviam sido projetadas principalmente para combater um ataque de dentro do museu com armas, acrescentou.

As imagens das câmeras do museu mostram que durante o roubo, as vitrines "se mantiveram notavelmente bem e não se despedaçaram", disse ela. "Os vídeos mostram o quanto foi difícil para os ladrões."

Des Cars enfatizou que a melhoria da segurança é uma prioridade do plano decenal "Louvre Nova Renascença", lançado no início deste ano, com um custo estimado de até 800 milhões de euros, para modernizar a infraestrutura, aliviar a superlotação e dar ao quadro da Mona Lisa uma galeria dedicada até 2031.

Com o Louvre sucumbindo sob o peso do turismo de massa, des Cars limitou o número diário de visitantes a 30.000 nos últimos anos.

A famosa pirâmide de vidro inaugurada em 1989 foi planejada para receber cerca de 4 milhões de visitantes por ano, ela lembrou. Este ano, mais de 8 milhões de pessoas visitaram o Louvre.

"A extensa modernização pela qual o Louvre passou na década de 1980 está agora tecnicamente obsoleta, com equipamentos que têm sido super utilizados por 40 anos", disse des Cars.

Na segunda-feira, o Louvre anunciou que estava fechando temporariamente alguns escritórios de funcionários e uma galeria pública porque eram estruturalmente frágeis.

Um ataque aéreo israelense contra um carro no sul do Líbano nesta quarta-feira, 19, matou uma pessoa e feriu 11, incluindo estudantes que estavam em um ônibus próximo, informaram o Ministério da Saúde e a mídia estatal.

O ataque na aldeia de Tiri ocorreu horas depois de um drone israelense ter atingido um campo de refugiados palestinos de Ein el-Hilweh, no sul do Líbano, que matou 13 pessoas e feriu várias outras. O ataque da noite de terça-feira, 18, foi o mais mortal entre as dezenas de ataques israelenses desde o cessar-fogo na guerra entre Israel e a milícia xiita radical libanesa Hezbollah, há um ano.

A agência de notícias estatal israelense informou que um ônibus escolar com alunos passava perto do carro atingido na manhã de quarta-feira. O motorista do ônibus e vários alunos ficaram feridos, segundo a reportagem. A identidade da pessoa que morreu no carro não foi divulgada imediatamente. As Forças Armadas de Israel não se pronunciaram nesta quarta-feira.

No campo de refugiados de Ein el-Hilweh, nos arredores da cidade portuária de Sidon, a vida parecia normal nesta quarta-feira, mas as autoridades libanesas impediram a entrada de jornalistas.

No local do ataque, paramédicos procuravam por restos mortais ao redor de um muro manchado de sangue. Vários carros estavam queimados e cacos de vidro e destroços estavam espalhados pelo chão.

Na noite de terça-feira, as Forças Armadas de Israel afirmaram ter atacado um centro de treinamento do grupo terrorista Hamas que estava sendo usado para preparar um ataque contra Israel e seu exército. Acrescentaram que o exército israelense continuará agindo contra o Hamas onde quer que ele opere.

O grupo terrorista Hamas condenou o ataque e negou, em comunicado, que o campo de esportes atingido fosse um de seus centros de treinamento.

No início deste ano, facções palestinas nos 12 campos de refugiados do Líbano começaram a entregar suas armas ao Estado libanês. O governo afirmou que também trabalhará no desarmamento do Hezbollah, mas o grupo rejeita a proposta enquanto Israel continuar ocupando diversas colinas ao longo da fronteira e realizando ataques quase diários.

Os Estados Unidos aumentaram recentemente a pressão sobre o Líbano para que este se empenhe mais no desarmamento do Hezbollah e cancelaram uma viagem planejada a Washington esta semana do comandante do exército libanês, general Rudolph Haikal.

Um oficial sênior do exército libanês disse à Associated Press que autoridades americanas ficaram irritadas com uma declaração do exército no domingo, 16, que culpava Israel por desestabilizar o Líbano e bloquear o destacamento militar libanês no sul do país. O oficial falou sob condição de anonimato, pois não estava autorizado a se pronunciar publicamente.

A mais recente guerra entre Israel e o Hezbollah começou em 8 de outubro de 2023, um dia depois de o Hamas atacar o sul de Israel, após o Hezbollah ter disparado foguetes contra Israel em solidariedade ao Hamas. Dois meses antes, Israel lançou um amplo bombardeio ao Líbano que enfraqueceu severamente o grupo Hezbollah, seguido por uma invasão terrestre.

Essa guerra, a mais recente de vários conflitos envolvendo o Hezbollah nas últimas quatro décadas, matou mais de 4 mil pessoas no Líbano, incluindo centenas de civis, e causou um prejuízo estimado em 11 bilhões de dólares, segundo o Banco Mundial. Em Israel, 127 pessoas morreram, incluindo 80 soldados. (Com informações da Associated Press)