Pré-candidatura de Kim Kataguiri é impulsionada por evento do União Brasil em SP

Política
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O deputado federal Kim Kataguiri (União-SP) busca viabilizar a sua candidatura à Prefeitura de São Paulo nas eleições do ano que vem. Para isso, conta com o respaldo de figuras-chave do partido, como o vice-presidente Antônio Rueda (SP) e o secretário-geral ACM Neto (BA). Nesta quinta-feira, 26, a legenda vai promover um evento para debater o futuro da capital paulista. Nos bastidores, porém, o encontro é interpretado como um apoio de parte da cúpula do União Brasil à candidatura de Kataguiri.

 

Interlocutores do deputado federal afirmam que a pré-candidatura de Kataguiri será uma das principais pautas do encontro. Procurado pelo Estadão, o deputado disse que o seminário não se trata de um evento eleitoral, mas ponderou que a presença de lideranças nacionais do União Brasil indicam um apoio a sua candidatura. Recentemente, o deputado indicou que pretende rivalizar com o prefeito Ricardo Nunes (MDB) para ser o nome da direita na disputa pela Prefeitura.

 

O evento terá quatro painéis que vão discutir propostas para a capital em diferentes áreas, economia, educação, saúde e segurança. Entre os participantes, Kataguiri será o único a falar em todos os painéis. Além dele, vão participar do encontro os senadores Efraim Filho (PB) e Sérgio Moro (PR), os deputados federais Elmar Nascimento (BA) e Zacharias Calil (GO), o ex-prefeito de Salvador ACM Neto e outras lideranças políticas.

 

No início de junho, Kataguiri conquistou a vitória nas prévias do Movimento Brasil Livre (MBL) para se candidatar à Prefeitura de São Paulo nas eleições de 2024. Porém, dentro do partido União Brasil, ele enfrenta resistência considerável por parte do diretório municipal, que prefere apoiar a reeleição de Nunes.

 

Ao mesmo tempo, alguns parlamentares da legenda acreditam que a pré-candidatura de Kataguiri poderia "valorizar" o partido durante as negociações com Nunes para a escolha do vice-prefeito na chapa do emedebista.

 

Avanço em bandeiras da esquerda

 

No fim de setembro, Kim Kataguiri esteve em um workshop do União Brasil sobre violência contra as mulheres. Chamado de "Defesa Lilás", o evento busca ensinar parlamentares e potenciais lideranças sobre como lidar com violência de gênero. O deputado e Antonio de Rueda foram os únicos homens a discursar.

 

O evento demonstra uma tentativa do União Brasil de avançar em uma pauta típica da esquerda, que é o combate à violência contra a mulher. Entre políticos de direita, a abordagem do assunto é mais incipiente. Kataguiri negou que a sua ida ao evento possa sinalizar um peso maior às pautas identitárias na sua campanha.

 

"As esquerdas fazem parecer que nós somos inimigos de todos esses grupos, quando, na realidade, é o contrário. Vamos falar sobre a abolição da escravatura. Quem acabou com a escravidão no mundo foi o movimento liberal. Apesar dos discursos, o que de fato se defende no campo da direita são os direitos e as garantias fundamentais individuais", disse o deputado.

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A presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse neste sábado, 3, que o presidente dos EUA, Donald Trump, propôs enviar tropas americanas ao México para ajudar seu governo a combater o tráfico de drogas, mas que ela rejeitou o plano.

As declarações de Sheinbaum foram feitas a apoiadores no leste do México, em resposta a uma reportagem do Wall Street Journal publicada na sexta, 2, descrevendo uma tensa ligação telefônica no mês passado na qual Trump teria pressionado ela a aceitar um papel maior para o exército dos EUA no combate aos cartéis de drogas no México.

"Ele disse, 'Como podemos ajudá-la a combater o tráfico de drogas? Eu proponho que o exército dos Estados Unidos venha e ajude você'. E você sabe o que eu disse a ele? 'Não, presidente Trump'", relatou a presidente do México. Ela acrescentou: "A soberania não está à venda. A soberania é amada e defendida".

"Podemos trabalhar juntos, mas vocês no território de vocês e nós no nosso", disse Sheinbaum. Com uma explosão de aplausos, ela acrescentou: "Nunca aceitaremos a presença do exército dos Estados Unidos em nosso território".

A Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre as declarações de Sheinbaum. A postura firme de Sheinbaum neste sábado sinaliza que a pressão dos EUA por intervenção militar unilateral colocaria ela e Trump em atritos, após meses de cooperação em imigração e comércio. Fonte: Associated Press.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, disse estar pronto para um cessar-fogo com a Rússia a partir deste sábado, 3, caso o país rival aceite uma trégua de, pelo menos, 30 dias. "Esse é um prazo razoável para preparar os próximos passos. A Rússia precisa parar a guerra - cessar seus ataques e bombardeios", escreveu Zelenski em seu perfil da rede social X.

Na mesma publicação, o mandatário ucraniano disse estar se preparando para importantes reuniões e negociações de política externa. "A questão fundamental é se nossos parceiros conseguirão influenciar a Rússia a aderir a um cessar-fogo total - um silêncio duradouro que nos permitiria buscar uma saída para esta guerra. No momento, ninguém vê tal prontidão por parte da Rússia. Pelo contrário, sua retórica interna é cada vez mais mobilizadora", completou, pedindo sanções à energia e aos bancos russos para pressionar o país a parar os ataques.

Mais cedo neste sábado, 3, Zelenski negou a proposta de uma trégua de 72 horas proposta pela Rússia em virtude das comemorações do Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial, em 9 de maio. Os ucranianos também se negaram a garantir a segurança das autoridades que forem a território russo para as celebrações.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve desembarcar em Moscou no próximo dia 8 para participar do evento. A primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, já está em solo russo.

Na preparação para a eleição parlamentar nacional, o governo interino de Portugal anunciou que planeja expulsar cerca de 18 mil estrangeiros que vivem no país sem autorização.

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, disse, neste sábado, 3, que o governo de centro-direita emitirá aproximadamente 18 mil notificações para que as pessoas que estão no país de maneira ilegal saiam.

O ministro afirmou que, na próxima semana, as autoridades começarão a emitir os pedidos para que cerca de 4,5 mil estrangeiros nesta situação saiam voluntariamente dentro de 20 dias.

A medida foi anunciada às vésperas das eleições parlamentares. O endurecimento das regras de imigração tornou-se uma das principais bandeiras de campanha do governo de centro-direita da Aliança Democrática, que busca a reeleição.

Portugal realizará uma eleição geral antecipada em 18 de maio. O primeiro-ministro, Luis Montenegro, convocou a votação antecipada em março, depois que seu governo minoritário, liderado pelo Partido Social Democrata, conservador, perdeu o voto de confiança no Parlamento e renunciou.

Portugal foi pego pela onda crescente de populismo na Europa, com o partido de extrema-direita na terceira posição nas eleições do ano passado.