União Brasil vê crescimento de Kim Kataguiri sem candidato bolsonarista em SP

Política
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A cúpula do União Brasil avalia que a falta de um candidato genuinamente bolsonarista a prefeito de São Paulo pode abrir espaço no campo da direita e impulsionar a pré-candidatura do deputado federal Kim Kataguiri (União-SP) ao Executivo paulistano nas eleições 2024.

 

Um dos fundadores do Movimento Brasil Livre (MBL), ele conta com o apoio, neste momento, do secretário-geral do União Brasil, ACM Neto (União-BA), e do presidente estadual da sigla, Antônio Rueda (União-SP). Por outro lado, enfrenta a resistência do presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (União-SP), que prefere apoiar o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB). O partido deve reanalisar o cenário eleitoral em março de 2024.

 

Nunes busca o apoio de Jair Bolsonaro (PL), mas o ex-presidente tem acenado também ao deputado federal Ricardo Salles (PL). Na terça-feira, 24, Bolsonaro desejou sucesso ao aliado na eleição para prefeito da capital.

 

Como o PL caminha para apoiar Nunes, Salles pode ter que deixar a sigla para conseguir se candidatar. A equação não é fácil: ele perde o mandato caso troque de sigla sem a anuência do PL. Por isso, ele estaria negociando junto à cúpula da legenda e a Bolsonaro uma autorização para deixar a legenda sem punição.

 

"Serei o único candidato de direita e acredito que a maior parte do eleitorado paulistano quer soluções, tanto para a segurança pública como combate à miséria, que estão ligados à ideologia de direita, como endurecimento das rondas ostensivas e tolerância zero com o crime", disse Kim Kataguiri antes de um evento organizado pelo União Brasil nesta quinta-feira (26) para debater propostas para o futuro de São Paulo.

 

O encontro teve a participação do líder do União no Senado, Efraim Filho (União-PB) e do senador Sergio Moro (União-PR), além de ACM Neto e deputados da legenda. Simpatizantes do MBL formavam o grupo mais empolgado da plateia e ovacionaram o pré-candidato.

 

Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite compôs uma das mesas do seminário. Ele, no entanto, deve seguir o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP). O secretário não quis falar com a imprensa.

 

Nunes "espremido" entre Bolsonaro e Lula

 

Kataguiri defende que caso Milton Leite não mude de ideia e o apoie, a divergência seja resolvida em votação na convenção municipal do União Brasil. Ele descartou trocar de partido para disputar a eleição.

 

A avaliação no União Brasil é que mesmo que consiga o apoio de Bolsonaro, Ricardo Nunes não poderá se colocar como um candidato bolsonarista por causa da proximidade de integrantes do MDB paulista com o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu partido, o PT. Os petistas vão apoiar Guilherme Boulos (PSOL).

 

Neste cenário, integrantes da sigla afirmam que Kataguiri seria competitivo e, se não vencer a eleição, sairia maior do que entrou. De quebra, ajudaria o partido a ampliar a atual bancada de sete vereadores.

 

Pesquisa do instituto Datafolha para prefeito de São Paulo publicada no final de agosto colocou Kim Kataguiri em quarto lugar com 8% das intenções de voto. O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) liderou o levantamento com 32% dos votos, seguido pelo atual prefeito, Ricardo Nunes, com 24%, e a deputada federal Tábata Amaral (PSB), com 11%.

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Uma pesquisa realizada pela emissora americana CBS News em conjunto com a empresa de pesquisa YouGov mostrou que 72% dos eleitores americanos defendem a desistência da candidatura do atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para a reeleição em novembro. O número é nove pontos porcentuais maior ante o último levantamento, realizado em fevereiro.

A pesquisa também mostra que 72% dos eleitores consideram que o atual presidente dos Estados Unidos não possui saúde cognitiva para disputar a reeleição, enquanto o mesmo questionamento aponta Trump em uma situação melhor, com 49% dos eleitores considerando o candidato do partido republicano e ex-presidente como fora de condições de saúde para concorrer.

O estudo ouviu 1.130 eleitores entre os dias 28 e 29 de junho e mostrou a insatisfação do eleitorado com a performance de Biden, que chegou ao pico após o último debate, no qual o candidato democrata foi duramente criticado inclusive por seus próprios aliados.

Outras insatisfações de eleitores sobre Biden apontam problemas em sua campanha e na eficácia dele no cargo de presidente, além da idade avançada do atual mandatário, que completará 82 anos em novembro. Entre os eleitores do Partido Democrata, 46% acreditam que Biden não deveria tentar a reeleição.

A margem de erro da pesquisa é de 4,2 pontos porcentuais para mais ou para menos.

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos planeja propor que a Boeing se declare culpada de fraude em relação a dois acidentes aéreos mortais envolvendo seus jatos 737 Max, de acordo com duas pessoas que ouviram os promotores federais detalharem a oferta neste domingo, 30.

A Boeing terá até o final da próxima semana para aceitar ou rejeitar a oferta, que inclui a concordância da empresa aeroespacial com um monitor independente que supervisionaria sua conformidade com as leis antifraude, disseram eles. Procurada, a empresa não quiser comentar o caso.

O Departamento de Justiça informou aos familiares de algumas das 346 pessoas que morreram nos acidentes de 2018 e 2019 sobre a oferta de acordo durante uma reunião por vídeo, de acordo com Mark Lindquist, um dos advogados que representam as famílias que estão processando a Boeing, e outra pessoa que ouviu a ligação com os promotores.

Durante a reunião, os membros da família expressaram sua raiva pelo fato de os promotores quererem oferecer à Boeing a chance de se declarar culpada de uma acusação que completou três anos, em vez de buscar outras acusações e um julgamento. Um deles disse que os promotores estavam enganando as famílias; outro gritou com eles por vários minutos quando teve a chance de falar.

"Estamos chateados. Eles deveriam simplesmente processar", disse Nadia Milleron, moradora de Massachusetts, cuja filha de 24 anos, Samya Stumo, morreu no segundo de dois acidentes com o 737 Max. "Eles estão dizendo que podemos argumentar com o juiz."

Os promotores disseram às famílias que, se a Boeing rejeitar a oferta de acordo, o Departamento de Justiça buscará um julgamento sobre o assunto, segundo eles.

A reunião ocorreu semanas depois que os promotores disseram a um juiz federal que a empresa violou um acordo de janeiro de 2021 que protegia a Boeing de processos criminais relacionados aos acidentes na Indonésia e na Etiópia.

Uma condenação poderia colocar em risco o status da Boeing como contratada pelo governo federal, de acordo com alguns juristas. A empresa tem grandes contratos com o Pentágono e a Nasa.

A líder do partido de direita radical francês RN (Reagrupamento Nacional), Marine Le Pen, disse que o bloco centrista liderado pelo atual presidente da França, Emmanuel Macron, foi "praticamente apagado". O comentário foi feito em discurso de comemoração da vitória no primeiro turno das eleições legislativas francesas realizadas neste domingo, 30.

"Meus caros compatriotas, a democracia falou, e os franceses colocaram o Reagrupamento Nacional e seus aliados à frente, praticamente apagando o bloco macronista", afirmou Le Pen em discurso divulgado na rede social X (antigo Twitter). Ela festejou a partir das pesquisas de "boca de urna" que estimam o resultado do primeiro turno.

As agências de sondagem francesas projetam que o RN obteve 34% dos votos nacionais, seguido pelos votos da coalizão de esquerda, Nova Frente Ampla, que conquistou em torno de 28% dos votos. O agrupamento de partidos centristas apoiados por Macron amargaram em um distante terceiro lugar na votação, com cerca de 21%.

"Os franceses, em um voto sem ambiguidades, demonstraram sua vontade de virar a página após sete anos de um poder desdenhoso e corrosivo", acrescentou Le Pen, reconhecendo a importância da vitória, mas convidando os eleitores para renovar a escolha no segundo turno, que acontece em 7 de julho.

A líder do Reagrupamento Nacional defendeu que a população vote em peso nos candidatos de direita radical para levar o seu aliado, Jordan Bardella, ao cargo de primeiro-ministro. "Sem uma maioria clara, sempre haverá manobras baixas para impedir a verdadeira alternância que o país urgentemente precisa", disse.

Esse cenário forçaria Bardella e Macron a um arranjo estranho de compartilhamento de poder. Macron disse que não renunciará antes do fim de seu mandato, em 2027. Neste domingo, em uma declaração após a divulgação das projeções, o presidente francês disse ser hora de uma "aliança grande, claramente democrática e republicana para o segundo turno".

Algumas projeções de agências de pesquisa indicaram que, no melhor cenário para a direita radical, o Reagrupamento Nacional e seus aliados poderiam coletivamente ultrapassar a barreira de 289 assentos necessários para uma maioria segura na Assembleia Nacional de 577 assentos.

Para impedir esse resultado, os rivais começaram a trabalhar em acordos já neste domingo para priorizar alguns candidatos no segundo turno em um esforço para concentrar votos contra a Reagrupamento Nacional.

Macron e o primeiro-ministro, Gabriel Attal, instaram os eleitores a se unirem no segundo turno. "Nem um único voto deveria ir para o Reagrupamento Nacional. A França não merece isso", declarou Attal. (COM INFORMAÇÕES DA AP)