Ministério da Justiça diz que não há preocupação com segurança para 8 de janeiro

Política
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O ministro interino da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, afirmou nesta quarta-feira, 3, que não há "preocupação maior" sobre a segurança do ato que vai relembrar o aniversário de um ano dos ataques de 8 de janeiro em Brasília. Em entrevista à Rádio Eldorado, o número 2 do ministério foi questionado sobre a movimentação de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em direção à capital federal neste início do ano e se haveria controle dos ônibus que entram na cidade.

 

"A segurança será reforçada, haverá monitoramento. O monitoramento está em curso", respondeu Cappelli. "Até o momento, não há nada que gere preocupação maior, adicional. Claro que essas informações de inteligência mudam todo dia, mas até o momento não há nada que gere preocupação."

 

Autoridades do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF) se reuniram na semana passada para discutir o esquema de segurança do evento. O objetivo da cerimônia é lembrar os ataques aos prédios públicos e reforçar compromissos com a democracia. O ato contará com a presença dos chefes dos Três Poderes e de governadores estaduais.

 

Alguns dos governadores mais alinhados ao ex-presidente, como Ibaneis Rocha (MDB) e Tarcísio de Freitas (Republicanos), já avisaram que não vão comparecer por estarem de férias. Como mostrou a Coluna do Estadão, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, pediu aos comandantes militares que reservem suas agendas em 8 de janeiro de 2024. Ele faz questão que as Forças Armadas estejam no evento preparado pelo Palácio do Planalto.

 

Cappelli defende gestão de Dino

 

Cappelli é braço direito de Flávio Dino desde que o próximo ministro do STF era governador no Maranhão. Ele é cotado para assumir o lugar de Dino no ministério e chefia a pasta enquanto o titular está de férias. Na entrevista à Eldorado, Cappelli defendeu a gestão atual na área de segurança pública e argumentou por uma maior integração entre as diferentes corporações de polícia.

 

"O que nós construímos esse ano (2023), independentemente da escolha que o presidente Lula deve fazer em breve, esse caminho tem se mostrado correto", disse. "Não há outro caminho para enfrentar o crime organizado que não seja o Susp (Sistema Único de Segurança Pública), a integração entre guarda municipal, polícias estaduais e federal."

 

Ele destacou que o efetivo da Polícia Federal (PF) não é suficiente para combater crimes de fronteira e disse não haver espaço fiscal para aumentar o número de agentes. Por isso, para Cappelli, a única saída seria a integração entre as forças de segurança. O número 2 do Ministério da Justiça citou o instrumento de Garantia de Lei e da Ordem (GLO) aplicado a portos e aeroportos do Rio de Janeiro como exemplo de êxito nessa integração.

 

"O que está saindo da GLO hoje é que conseguimos colocar na mesma mesa PF, PRF (Polícia Rodoviária Federal) e Receita Federal junto com Exército, Marinha e Aeronáutica discutindo segurança pública", afirmou. "O principal legado da GLO é a integração."

 

O ministro interino citou como outra prioridade o combate ao crime organizado nos presídios e o enfrentamento a crimes financeiros. Sobre esse último assunto, Cappelli afirmou que o ministério está montando uma unidade de inteligência financeira da PF com o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

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O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, afirmou na manhã deste sábado que o presidente da Rússia, Valdimir Putin, terá, "mais cedo ou mais tarde" que se sentar à mesa para iniciar "negociações sérias" de paz.

Segundo o premiê britânico, Putin está tentando adiar um acordo de cessar-fogo de 30 dias, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky "mostrou mais uma vez e sem qualquer dúvida que a Ucrânia é a parte interessada na paz".

As declarações foram feitas em coletiva de imprensa neste sábado, quando 26 líderes internacionais se reúnem no Reino Unido a fim de apoiar uma eventual trégua entre a Ucrânia e a Rússia.

"O grupo que eu convoquei hoje é mais importante do que nunca. Ele reúne parceiros de toda a Europa, bem como da Austrália e da Nova Zelândia e continua apertando as restrições sobre a economia da Rússia para enfraquecer a máquina de guerra de Putin e trazê-lo à mesa de negociações. E concordamos em acelerar nosso trabalho prático para apoiar um potencial acordou", afirmou o premiê.

Starmer disse ainda que o grupo entrará "em uma fase operacional" e que militares dos respectivos países se reunirão na próxima quinta-feira, 20, no Reino Unido "para colocar em prática planos fortes e robustos, para apoiar um acordo policial e garantir a segurança futura da Ucrânia".

Segundo o premiê, "o apetite da Rússia pelo conflito e pelo caos mina a segurança do Reino Unido", o que encarece o custo de vida, inclusive os custos de energia. "Então isso importa muito para o Reino Unido. É por isso que agora é a hora de se engajar em discussões sobre um mecanismo para gerenciar e monitorar falsas bandeiras", afirmou.

Na quinta-feira, Putin havia dito que concorda com a proposta de cessar-fogo, mas pontuou que o acordo deve levar a uma paz duradoura e eliminar as "causas raízes do conflito".

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou há pouco que o exército russo está acumulando tropas ao longo da fronteira leste do país. Isso, segundo ele, "indica que Moscou pretende continuar ignorando a diplomacia" e tem a intenção de atacar a região de Sumy.

"Está claro que a Rússia está prolongando a guerra. Estamos prontos para fornecer aos nossos parceiros todas as informações reais sobre a situação no front, na região de Kursk e ao longo de nossa fronteira", disse Zelensky, em publicação na rede social X.

A publicação também afirma que a situação na direção da cidade de Pokrovsk foi estabilizada, e que as tropas ucranianas continuam retendo agrupamentos russos e norte-coreanos na região de Kursk.

Segundo Zelensky, o programa de mísseis da Ucrânia teve "resultados tangíveis", com o míssil longo Neptune testado e usado "com sucesso" em combate.

O presidente também disse que o Ministério de Defesa da Ucrânia apresentou um relatório sobre novos pacotes de apoio de outros países. "Sou grato a todos os parceiros que estão ajudando", acrescenta.

O Hamas disse neste sábado que só libertará um refém americano-israelense e os corpos de quatro pessoas de dupla nacionalidade, que morreram em cativeiro, se Israel implementar o atual acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza. A organização chamou a proposta de um "acordo excepcional" destinado a colocar a trégua de volta nos trilhos.

Um alto oficial do Hamas disse que as conversas há muito adiadas sobre a segunda fase do cessar-fogo precisariam começar no dia da liberação de reféns e não ultrapassar uma duração de 50 dias. Israel também precisaria parar de barrar a entrada de ajuda humanitária e se retirar de um corredor estratégico ao longo da fronteira de Gaza com o Egito.

O refém americano-israelense Edan Alexander, 21 anos, cresceu em Nova Jersey, nos EUA, e foi raptado da sua base militar durante o ataque do Hamas de 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra. Ele é o último cidadão americano vivo detido em Gaza.

O Hamas também exige a liberação de mais prisioneiros palestinos em troca dos reféns, disse o oficial, que falou sob condição de anonimato.

Não houve comentários imediatos de Israel, onde os escritórios do governo estavam fechados para o Sabbath (descanso) semanal. O escritório do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acusou o Hamas na sexta-feira de "manipulação e guerra psicológica" quando a oferta foi inicialmente feita, antes de o Hamas detalhar as condições.