Anielle diz que delação homologada dá esperança de solução para assassinato de Marielle Franco

Política
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A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, afirmou nesta terça-feira, 19, que a homologação da delação premiada de um dos suspeitos de ter assassinado a sua irmã, a vereadora Marielle Franco, dá "esperança" de que o caso possa ser enfim elucidado. Segundo ela, os avanços na investigação também demonstram a "importância de estar um governo progressista" tendo apoio da

 

"Dá esperança de que a chegue num fechamento, mas também entender a importância de estar em um governo progressista tendo o apoio Polícia Federal (PF), do Ministério da Justiça, do Ministério Público Estadual (do Rio de Janeiro) que se preocupam com esse caso de verdade, sem interferência, e que podem estar dando uma resposta para a gente em breve", disse Anielle.

 

A ministra afirmou ter acompanhado com a mãe a coletiva do ministro do Justiça, Ricardo Lewandowski, na qual foi anunciada a homologação das declarações de Lessa. "Para gente é muito importante enquanto familiar, mas também enquanto cidadã e ministra de Estado. É uma resposta para toda a democracia desse País", afirmou.

 

Paula Coradi, presidente nacional do PSOL, partido ao qual Marielle era filiada, reiterou que a homologação da delação dá esperanças de que estejam próximo "do desfecho e do fim dessa agonia". Ela destacou em nota que em 2018, ano do assassinato da vereadora, o Rio estava sob intervenção militar e que "nada foi feito" durante os anos de governo do ex-presidente Jair Bolsonaro para elucidar o caso. "O PSOL quer a condenação de todos os envolvidos no crime. Seis anos é tempo demais", afirmou.

 

Como mostrou o Estadão, a apuração sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes foi transferida para o Supremo Tribunal Federal (STF). A investigação vinha tramitando no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

 

O assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes completou seis anos na quinta-feira, 14. Embora os apontados como o autor dos disparos e o motorista que o conduziu naquela noite de 17 de março de 2018 no Rio de Janeiro estejam presos, ainda falta saber quem mandou matar Marielle.

 

Os investigadores ainda não revelaram detalhes sobre a motivação e sobre quem teria sido o mandante do crime. Por volta das 21h30, Marielle e Anderson foram alvejados em uma rua do Estácio, na zona norte da cidade, por sete tiros, disparado de dentro de um carro, quando voltavam de um evento promovido pelo partido da vereadora, o PSOL. A jornalista Fernanda Chaves, então assessora da parlamentar, estava no veículo e sobreviveu ao ataque, atingida apenas por estilhaços de vidro.

 

Desde então, as investigações avançaram a passos lentos e várias trocas no comando da apuração foram realizadas nos últimos anos. No ano passado, novos desdobramentos do caso reacenderam a esperança de familiares de Marielle por informações que levam ao autor intelectual do assassinato.

 

O ex-policial militar que participou da execução Élcio Queiroz, motorista do carro utilizado pelos criminosos para o crime, fechou um acordo de delação premiada em 2023 e trouxe à tona novas peças que desvendam o planejamento e o desdobramento dos assassinatos.

 

No início deste ano, outro envolvido no crime também resolveu falar à Justiça. O ex-policial militar do Rio Ronnie Lessa, acusado de matar Marielle e Anderson, fechou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal (PF). A delação de Lessa ainda precisa ser homologada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

 

O executor do crime, conforme apontam as investigações do caso, teria citado o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE) Domingos Inácio Brazão como o autor intelectual dos assassinatos, segundo o site The Intercept Brasil.

 

A investigação para apurar os mandantes das execuções tramita no Superior Tribunal de Justiça. Segundo o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, a expectativa é que o caso tenha um desfecho ainda no primeiro trimestre deste ano.

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