Datafolha: aliados de Nunes veem efeito do horário eleitoral e Marçal enxerga 'linha positiva'

Política
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Integrantes da campanha do prefeito Ricardo Nunes (MDB) atribuíram ao início da propaganda eleitoral no rádio e na televisão e à intensificação da campanha de rua a oscilação positiva do emedebista na pesquisa Datafolha publicada nesta quinta-feira, 5. Nunes registrou 22% das intenções de voto, três pontos percentuais a mais do que a rodada anterior do levantamento, realizada há duas semanas. A variação ocorreu no limite da margem de erro.

 

A alta do prefeito levou a um empate numérico com Pablo Marçal (PRTB), com quem Nunes disputa o eleitorado de direita e bolsonarista. O influenciador, que havia crescido sete pontos há duas semanas, agora oscilou um ponto porcentual para cima, de 21% para 22%. "O Marçal manteve uma linha positiva", disse o vereador Rubinho Nunes (União), ex-aliado do prefeito e agora conselheiro do candidato do PRTB.

 

A campanha de Guilherme Boulos (PSOL) enxerga a situação de maneira oposta. "O ritmo de crescimento de Pablo Marçal teve desaceleração expressiva. As intenções de voto nele oscilaram apenas um ponto porcentual para cima nos últimos 14 dias, enquanto sua rejeição cresceu 4 pontos", disse a coordenação do psolista, em nota que comemorou ter passado de 17% para 19% das intenções de voto na pesquisa espontânea. "Isso mostra que temos voto consolidado e resiliência", afirmaram os coordenadores.

 

O Datafolha aponta que do ponto de vista técnico não houve alteração no cenário colocado já que ninguém variou fora da margem de erro e houve manutenção do empate triplo entre Nunes, Marçal e Boulos, que continuou com 23% na pesquisa estimulada.

 

Nunes tem mais de 60% de tempo do horário eleitoral gratuito, enquanto Marçal não tem participações no rádio e na TV porque o PRTB não superou a cláusula de barreira. A avaliação de um secretário de Nunes é que a Datafolha anterior refletiu uma fase da campanha marcada pela influência das redes sociais, onde Marçal é dominante, mas que agora há outros meios do debate eleitoral chegar ao público.

 

"A televisão e o rádio são importantes. Nós estamos de caminho certo de falar da gestão e da cidade', disse Baleia Rossi, presidente do MDB. Outros integrantes do partido afirmam que o resultado do Datafolha já era esperado pois a melhora de Nunes havia sido identificada em levantamentos internos.

 

O prefeito tem utilizado inserções nos últimos dias para pedir que os eleitores pesquisem no Google informações sobre uma condenação de Marçal em 2010 por participar de uma quadrilha que aplicava golpes bancários - a condenação prescreveu em 2018.

 

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) também foi ao rádio e à televisão pedir votos para Nunes e dizer que Marçal é a "porta de entrada" da esquerda para a Prefeitura de São Paulo. Ele faz menção a pesquisas eleitorais que indicam que o ex-coach perderia para Boulos no segundo turno, enquanto o prefeito venceria o psolista.

 

"Em todos os cenários sou eu que ganho com tranquilidade da esquerda", disse Nunes ao comentar o resultado da pesquisa nesta quinta-feira.

 

A estratégia de criticar o ex-coach parece ter dado resultado. Marçal, que tem sido atacado por todos os outros principais concorrentes, viu sua rejeição subir de 34% para 38%. A de Nunes caiu de 25% para 21%.

 

Rubinho Nunes, aliado do influenciador, compara a situação do candidato do PRTB com a eleição de Joao Doria em 2016 para justificar o otimismo que Marçal vencerá ainda no primeiro turno assim como o ex-tucano. Naquela eleição, Doria tinha 16% no Datafolha no dia 9 de setembro, empatado tecnicamente em segundo lugar com Marta Suplicy, então no MDB, com 21%. Celso Russomano liderava com 26%.

 

"O Marçal, mesmo que a gente considere esse empate, está na mesma proporção de primeiro turno do Doria. A linha é de crescimento", diz Rubinho.

 

Outro ponto mostrado pelo Datafolha é que Tabata Amaral (PSB) ultrapassou numericamente José Luiz Datena (PSDB), que recusou convite para ser o vice dela e decidiu lançar voo próprio. A candidata do PSB oscilou de 8% para 9%, enquanto o apresentador de TV, que chegou a ter 14% antes do início da campanha, registrou 10% na rodada anterior e agora tem 7%.

 

"Ruim, claro", disse Datena ao Estadão sobre a pesquisa. Coordenador político de Tabata, Orlando Faria avalia que a pesquisa consolida a candidatura dela. "A gente está conseguindo chegar no eleitorado e isso está se refletindo nas pesquisas", disse ele.

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Os serviços de emergência e milhares de voluntários corriam contra o tempo neste domingo, 30, em busca de sobreviventes do terremoto de sexta-feira, 28, que deixou quase 1,7 mil mortos em Mianmar e 18 na vizinha Tailândia.

Na região de Mandalay, próxima do epicentro, uma réplica de magnitude 5,1 ocorreu no domingo de manhã, fazendo com que as pessoas saíssem correndo de hotéis e abrigos aos gritos em busca de segurança. Um tremor semelhante foi sentido na noite de sábado. Muitos dos 1,5 milhão de habitantes da cidade passaram a noite ao ar livre, sem abrigo ou com medo de que novos tremores derrubassem edifícios já fragilizados.

O cheiro de corpos em decomposição tomou as ruas dessa que é a segunda maior cidade de Mianmar, enquanto pessoas trabalhavam com as próprias mãos para remover escombros na esperança de encontrar alguém ainda vivo.

O tremor derrubou dezenas de prédios e danificou outras infraestruturas, incluindo o aeroporto da cidade. Os esforços de resgate foram dificultados por estradas rachadas, pontes destruídas e falhas nas comunicações.

Ao mesmo tempo, a janela de oportunidade para encontrar sobreviventes está se fechando rapidamente. A maioria dos resgates ocorre nas primeiras 24 horas após um desastre, e as chances de sobrevivência diminuem drasticamente a cada dia que passa.

SEM RECURSOS

Essa busca, porém, tem sido conduzida principalmente por moradores locais, sem a ajuda de equipamentos pesados, usando as mãos e pás para remover os escombros sob um calor de 41°C, com poucas escavadeiras disponíveis.

As equipes de resgate trabalham sob ordens de uma repressiva junta militar. Os esforços oficiais de socorro na capital, Naypyitaw, priorizaram prédios governamentais e moradias de funcionários, deixando moradores e grupos de ajuda humanitária para escavar os escombros sob o forte odor da morte no ar.

Os trabalhos estão concentrados principalmente em Mandalay e Naypyitaw, consideradas as áreas mais atingidas, mas muitas outras regiões foram afetadas e ainda havia poucas informações sobre os danos. "Recebemos relatos de centenas de pessoas presas em diferentes áreas", disse Cara Bragg, gerente da organização Catholic Relief Services em Mianmar.

GUERRA CIVIL

Além dos danos causados pelo terremoto, os resgates são dificultados pela violenta guerra civil que assola o país. Em 2021, os militares tomaram o poder do governo eleito de Aung San Suu Kyi, líder política e ganhadora do Nobel da Paz, desencadeando uma forte resistência armada.

As forças militares perderam o controle de grandes áreas do país, tornando muitas regiões perigosas ou inacessíveis para as equipes de resgate. De acordo com as Nações Unidas, mais de 3 milhões de pessoas já estavam deslocadas devido à guerra e quase 20 milhões necessitam de ajuda humanitária. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ataques aéreos contra a capital do Iêmen, Sanaa, deixaram ao menos uma pessoa morta e outras quatro feridas na manhã desta segunda-feira, 31, de acordo com o grupo rebelde houthi, que controla a cidade. A extensão total dos danos e outras possíveis baixas não ficaram claras. Os Estados Unidos iniciaram uma ofensiva contra os houthis no dia 15. Desde então, 59 pessoas morreram, segundo o grupo. Fonte: Associated Press.

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou neste domingo, 30, "não estar brincando" sobre tentar encontrar meios para cumprir um terceiro mandato. A fala foi a indicação mais clara do presidente sobre sua intenção de ultrapassar uma barreira constitucional contra a continuação no poder após o término de seu segundo mandato, em 2029.

Trump disse à apresentadora do programa Meet the Press, Kristen Welker, que "muitas pessoas" querem que ele cumpra um terceiro mandato, de acordo com uma transcrição da entrevista fornecida pela rede NBC News. "Existem métodos pelos quais você poderia fazer isso. Mas ainda temos um longo caminho pela frente. Estou focado no atual (mandato)", disse.

Na entrevista, Welker observou que ela o ouviu brincar sobre servir um terceiro mandato várias vezes. Trump deixou claro que considerava isso uma possibilidade real. "Não, não estou brincando", disse.

A 22.ª Emenda - adicionada à Constituição em 1951 após o presidente Franklin D. Roosevelt ser eleito quatro vezes seguidas - diz que "nenhuma pessoa será eleita para o cargo de presidente mais de duas vezes".

Welker perguntou a Trump se uma potencial via para um terceiro mandato seria ter o vice-presidente J.D. Vance concorrendo ao cargo principal e "depois passar o bastão para você". "Bem, essa é uma (possibilidade). Mas existem outras também."

"Você pode me dizer uma outra?" perguntou Welker. "Não", respondeu Trump. O gabinete de Vance não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da agência Associated Press.

Trump, que teria 82 anos ao final do seu segundo mandato, foi questionado se ele gostaria de continuar servindo no "trabalho mais difícil do país" naquele ponto da vida. "Bem, eu gosto de trabalhar", respondeu o republicano.

POPULARIDADE

Ele sugeriu que os americanos concordam com um terceiro mandato por conta de sua popularidade. Ele afirmou falsamente ter "os números mais altos de aprovação de qualquer republicano nos últimos 100 anos".

Dados do Instituto Gallup mostram o presidente George W. Bush alcançando uma taxa de aprovação de 90% após os ataques de 11 de setembro de 2001. Seu pai, o presidente George H.W. Bush, atingiu 89% após a Guerra do Golfo, em 1991.

Trump alcançou o máximo de 47% nos dados da Gallup durante seu segundo mandato, apesar de alegar estar "nos altos 70(%) em muitas pesquisas reais".

Na entrevista deste domingo foi a primeira vez que Trump - que já se referiu a si mesmo como um rei e mostrou afinidade por líderes autocráticos, algo que especialistas e historiadores comparam ao autoritarismo - indicou estar considerando seriamente a ideia.

Após a divulgação da entrevista, a Casa Branca reiterou que o presidente estava focado em seu mandato atual e era "cedo demais para pensar" nisso.

ALIADOS

Trump já falou antes sobre servir mais de dois mandatos, mas sua abordagem costumava ser em tom de brincadeira em comícios para apoiadores.

Seus aliados, porém, passaram a alimentar a ideia. Três dias após o republicano tomar posse pela segunda vez, o deputado Andy Ogles, do Tennessee, propôs uma emenda à Constituição que tornaria o presidente elegível para um terceiro mandato. Passar a medida seria extraordinariamente difícil: emendas constitucionais exigem aprovação por votação de dois terços do Congresso e então a ratificação de três quartos dos Estados.

Em entrevista ao NewsNation, no dia 19, Steve Bannon, aliado que atuou como estrategista-chefe da Casa Branca, disse que ele e outros estão trabalhando em maneiras para Trump buscar um terceiro mandato, apesar dos limites constitucionais. Segundo ele, Trump vai "concorrer e ganhar de novo em 2028". (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.