Juiz vê prescrição e poupa ex-deputada de MT de devolver R$ 2 mi de 'mensalinho' na Assembleia

Política
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A Justiça de Mato Grosso poupou a ex-deputada estadual Luciane Bezerra de devolver R$ 2 milhões a título de danos morais coletivos por suposta participação em um esquema de "mensalinho". Luciane foi beneficiada pela prescrição.

 

Na ação, a defesa da ex-deputada alegou que a pretensão a qualquer condenação por dano moral coletivo prescreveu em 31 de janeiro de 2020. Isso porque, antes da reforma na Lei de Improbidade, em 2021, o prazo para prescrição desses processos era de cinco anos.

 

O processo foi aberto a partir do acordo de colaboração premiada do ex-presidente da Assembleia Legislativa do Estado, José Geraldo Riva, que delatou mesadas a deputados, entre 2007 e 2015, em troca de apoio a projetos do governo estadual. Os valores, segundo a delação, eram desviados de contratos públicos.

 

O Ministério Público de Mato Grosso afirma que Luciane recebeu propina mensal, entre 2011 e 2015. A investigação foi conduzida pela Promotoria de Justiça Cível de Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa.

 

Segundo a ação, Luciane, durante seu mandato, teria recebido propina mensal ("mensalinho") paga pela Assembleia "com recursos desviados da própria Casa de Leis em contratos simulados com empresas de diversos setores".

 

A Promotoria pediu que ela fosse condenada a pagar uma indenização por dano moral coletivo.

 

Segundo a ação, no período de 2007 a 2015, deputados estaduais receberam mensalmente entre R$ 30 mil e R$ 50 mil.

 

A Promotoria acusa a ex-deputada de ter recebido valor global de R$ 2,4 milhões que, acrescidos de correção monetária e juros de mora, "a partir do evento danoso", na data da propositura da ação corresponde a R$ 9.195.813,24.

 

Ao buscar a devolução do dinheiro, em uma ação de ressarcimento, o MP argumentou que a ex-deputada "agiu com indelével imoralidade e também causou um enorme prejuízo aos cofres públicos, o qual deverá ser ressarcido, visto sua imprescritibilidade constitucional".

 

Luciane Bezerra chegou a ser flagrada em um vídeo recebendo dinheiro em espécie do chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa.

 

O juiz Bruno D'Oliveira Marques, da Vara Especializada em Ações Coletivas de Cuiabá, considerou, no entanto, que a prescrição do caso impede a busca por reparação.

 

"A pretensão de buscar dano moral coletivo está sujeita a prazo prescricional, não se enquadrando na exceção do ressarcimento de danos ao erário decorrente de improbidade administrativa", diz a sentença.

 

O que alegou a defesa de Luciane nos autos

 

Os advogados da ex-deputada sustentaram que "os fatos descritos na inicial se deram antes da publicação da mencionada lei (de improbidade), tendo como marco para início da contagem do prazo prescricional, o dia 31 de janeiro de 2015, segundo os fatos relatados na inicial pelo Ministério Público".

 

"A pretensão a qualquer eventual condenação da ré em dano moral coletivo prescreveu em 31 de janeiro de 2020, haja vista que o antigo artigo 23 da Lei 8.429/1992 previa o prazo de cinco anos e a ação só veio a ser proposta em 12 de setembro de 2022?, assinalaram os advogados.

 

A defesa de Luciane arrematou que "impõe-se o reconhecimento da prescrição quanto à pretensão ao dano moral coletivo, indeferindo-se, portanto, o pedido de fixação de dano moral no valor de R$ 2 milhões, outrora sugerido pelo Ministério Público".

 

'Pretensão de buscar dano moral coletivo está sujeita a prazo prescricional', decide juiz

 

A Promotoria insistiu que "sendo parte do ressarcimento integral dos danos ao erário, de acordo com a jurisprudência invocada, o pedido de dano moral coletivo, seja pelo abalo da própria máquina pública ou pela perda da confiança da sociedade nos agentes públicos, é igualmente imprescritível".

 

O juiz Bruno D'Oliveira Marques concluiu que o pedido de Luciane "comporta guarida".

 

"A pretensão de aplicação das sanções oriundas da prática de ato de improbidade encontra-se prescrita, razão pela qual a parte autora (Ministério Público) postulou apenas o ressarcimento do dano e a condenação em dano moral coletivo", argumentou o magistrado.

 

Segundo Bruno Marques, "o pedido de dano moral coletivo formulado pelo autor (Promotoria) não se encontra amparado pela imprescritibilidade, uma vez que não possui caráter ressarcitório, mas indenizatório decorrente do suposto ilícito praticado pela demandada".

 

"Como se vê, a pretensão de buscar dano moral coletivo está sujeita a prazo prescricional, não se enquadrando na exceção do ressarcimento de danos ao erário decorrente de improbidade administrativa", destacou o magistrado. "A ação foi proposta há mais de sete anos do encerramento do mandato parlamentar da demandada, razão pela qual incidiu o prazo quinquenal previsto no artigo 21 da Lei de Ação Popular, de modo que se encontra prescrita a pretensão de condenação em dano moral coletivo."

 

O MP pode recorrer.

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O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou nesta terça, 18, que os ataques contra o Hamas na Faixa de Gaza continuarão e qualquer negociação futura sobre cessar-fogo ocorrerá "sob fogo" a partir de agora. As declarações foram dadas em um discurso na TV, o primeiro desde os bombardeios contra o território que mataram mais de 400, no dia mais letal da guerra desde seus primeiros meses em 2023.

"Este é apenas o começo. Vamos lutar até atingir todos os objetivos da guerra. De agora em diante, as negociações serão conduzidas apenas sob fogo", disse Netanyahu, que também rejeitou as acusações de que havia renovado a guerra em Gaza para sua própria sobrevivência política. Segundo ele, seus oponentes, ao fazer tais comentários, ecoavam a "propaganda do Hamas".

Os ataques acontecem em um momento tenso na política interna israelense. Netanyahu disse no domingo que demitirá Ronen Bar, chefe do serviço de segurança interna Shin Bet, uma decisão controvertida que provocou acusações de autoritarismo. Protestos foram planejados para hoje.

Críticos do primeiro-ministro argumentaram que ele rejeitou acordos que encerrariam a guerra e libertariam mais reféns para preservar sua coalizão de governo, que inclui apoiadores de ultradireita.

O grupo terrorista Hamas, que controla Gaza, acusou Israel de anular o acordo de cessar-fogo, mas não respondeu militarmente aos ataques. A primeira fase do cessar-fogo entrou em vigor em 19 de janeiro. Nesse período, o Hamas devolveu 33 reféns em troca de 1,8 mil prisioneiros palestinos. Ela foi encerrada no dia 1.º e desde então as negociações para a segunda fase não avançaram.

A próxima etapa deveria libertar os últimos reféns mantidos no território, estimados em 24. Os mediadores esperavam que as negociações levassem ao fim do conflito. Mas os líderes israelenses disseram que não estavam dispostos a parar a luta até eliminar o Hamas. O grupo disse que poderia entregar o controle civil do território, mas não dissolver batalhões de combatentes armados ou enviar líderes para o exílio.

Vítimas

Em Gaza, a intensidade do bombardeio lembrou os primeiros dias da guerra, quando Israel lançou uma onda implacável de ataques aéreos em resposta ao atentado do Hamas em 7 de outubro de 2023, que deu início ao conflito.

Autoridades de saúde em Gaza relataram 404 mortes, incluindo um grande número de mulheres e crianças. Mais de 600 ficaram feridos. Militares israelenses disseram ter como alvo comandantes militares e autoridades políticas do Hamas. O grupo confirmou a morte de cinco altos integrantes do grupo. A Jihad Islâmica Palestina disse que o porta-voz de sua ala militar também foi morto. Ataques aéreos e fogo de artilharia continuaram ao longo do dia.

A Casa Branca afirmou que Israel consultou os EUA antes de lançar os ataques e o presidente Donald Trump deu sinal verde para eles.

Antes do discurso de Netanyahu, o ministro da Defesa, Israel Katz, indicou que o conflito deve seguir por semanas ou até meses. "O Hamas deve entender que as regras do jogo mudaram", disse Katz a jornalistas durante uma visita a uma base aérea. O Exército israelense emitiu ordens de retirada para áreas mais ao norte e leste de Gaza, sugerindo que novos ataques terrestres poderiam ser lançados.

O tenente-coronel Nadav Shoshani, porta-voz militar, disse que Israel lançou os bombardeios após descobrir que o Hamas estava planejando novos ataques para capturar ou matar civis ou soldados israelenses porque o Hamas se recusou a libertar o restante dos reféns.

Vários estados árabes e europeus, assim como a Rússia, condenaram os bombardeios israelenses. O Egito denunciou o que considerou uma tática israelense para expulsar os palestinos de Gaza. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A polícia da Turquia prendeu nesta quarta-feira (19) o prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, considerado um dos maiores rivais do presidente do país, Recep Tayyip Erdogan. O detento foi acusado de liderar uma organização criminosa e terrorismo, de acordo com a agência de notícias estatal turca, Anadolu.

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Ele é considerado como um importante desafiante para Erdogan desde quando venceu a eleição para prefeito da maior cidade do país, em 2019, e foi reeleito em 2024. Imamoglu, único concorrente nas primárias presidenciais que acontecem neste mês, é visto como um candidato viável para desafiar Erdogan e o Partido da Justiça e Desenvolvimento no poder pela presidência. Fonte: Dow Jones Newswires.

A ex-atriz canadense Jasmine Mooney, que participou do filme American Pie: O Livro do Amor (2009), relatou ter ficado 12 dias presa após tentar um visto para trabalhar nos Estados Unidos. Jasmine narrou o ocorrido em uma entrevista ao jornal The New York Times nesta terça, 18.

Nem o Serviço de Imigração e Alfândega e nem a Casa Branca responderam a pedidos do NYT para um pronunciamento sobre o assunto.

Segundo a ex-atriz, ela havia levado sua documentação a oficiais de uma fronteira na Califórnia para tentar seu visto. Jasmine havia recebido uma oferta para trabalhar em uma startup de saúde e bem-estar.

Ao chegar lá, ela foi informada pelos agentes que estava no local errado e levada a outra sala. Jasmine, então, foi surpreendida ao ser presa pelo Serviço de Imigração e Alfândega do país.

"Eles disseram: 'Mãos na parede'", narrou a ex-atriz. Jasmine afirma ter tentado conversar com os agentes, dizendo que não tinha a intenção de entrar ilegalmente nos Estados Unidos, mas em vão.

Seis dias depois, a ex-atriz contou ter sido informada de que ela e outras presas seriam transferidas a outra prisão no Arizona. Na ocasião, Jasmine disse que teve de responder a uma série de perguntas sobre se havia sido abusada sexualmente, se havia tentado suicídio, além de ser obrigada a fazer testes de gravidez em banheiros sem porta.

Enquanto ainda estava presa, ela conversou com uma emissora local, a KGTV, e afirmou que teve de dormir em um colchonete, sem cobertor e sem travesseiro, e enrolada com uma folha de alumínio. "Nunca na minha vida vi algo tão desumano", disse Jasmine.

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Desde que assumiu o mandato, o presidente Donald Trump vem tomando "táticas linha-dura" para tentar barrar as imigrações para o país. Entenda as medidas do governo Trump aqui.