Festival é tudo Verdade premia 'Copan' e curta sobre povo indígena

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O festival de cinema 'É Tudo Verdade', centrado em documentários, revelou os vencedores de sua 30ª edição neste sábado, 12. Copan, de Carine Wallauer, venceu a Competição Brasileira de Longas e Médias-Metragens.

Documentário sobre o Copan expõe histórias e 'magnetismo' do edifício: 'É um prédio que inspira'

A produção acompanha os moradores de um dos edifícios mais icônicos da capital paulista, traçando um paralelo entre as eleições para síndico do Copan e as eleições presidenciais de 2022.

Na categoria de Curta-Metragens brasileios, ganhou Sukande Kasáká | Terra Doente, produção de Kamikia Kisedje e Fred Rhal sobre o povo Kisêdjê, que se vê cercado pelo avanço do agronegócio.

Entre os internacionais, os premiados foram Escrevendo Hawa, de Najiba Noori, como longa-metragem; e Eu Sou a Pessoa Mais Magra que Você Já Viu, de Eisha Marjara, como curta. O primeiro acompanha a luta das mulheres afegãs, enquanto o segundo retrata a questão da anorexia.

Também houve menções honrosas para Quando o Brasil era Moderno, documentário em longa-metragem de Fabiano Maciel, e para o curta Palavra, de DF Fiuza.

O júri da competição brasileira foi formado pela cineasta, ex-diretora da Ancine, e sócia da Gullane Entretenimento Débora Ivanov; pelo diretor, produtor e montador Paulo Sacramento; e pelo diretor e produtor Roberto Berliner.

Já júri das competições internacionais foi composto pelo documentarista, escritor, professor e curador argentino Andrés Di Tella; pelo professor e crítico norte-americano Bill Nichols; e pela cineasta brasileira Eliza Capai.

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino manteve o veto à mudança de nome da Guarda Civil Metropolitana (GCM) da cidade de São Paulo para "Polícia Municipal". O pedido de tutela de urgência foi negado pelo ministro, que considerou que a decisão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), que já havia negado a mudança, está correta.

À favor da mudança, a Federação Nacional de Sindicatos de Guardas Municipais (Fenaguardas) fez o pedido após receber a negativo do tribunal estadual. A entidade argumenta que a Lei Orgânica do Município de São Paulo "não exclui a Guarda Municipal, nem a expressão Guarda Municipal, nem lhe retira a identidade institucional, apenas agrega à instituição Guarda Municipal a utilização de outra nomenclatura".

O ministro do STF, no entanto, afirma que toda a legislação utiliza a nomenclatura "guardas municipais" e que, em nenhum momento, a Constituição confere às guardas municipais a designação de "polícia", reservando essa terminologia a órgãos específicos, como as Polícias Federal, Rodoviária Federal, Civis, Militares e Penais.

"A Lei que instituiu o Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) reforça essa distinção ao listar as guardas municipais como integrantes operacionais do sistema, sem, contudo, lhes atribuir a denominação de 'polícia'", diz Dino na decisão.

"A denominação 'Guarda Municipal' é um elemento essencial da identidade institucional desses órgãos. Permitir que um município altere a nomenclatura de sua Guarda Municipal por meio de lei local representaria um precedente perigoso, pois equivaleria a autorizar Estados ou Municípios a modificar livremente a denominação de outras instituições", completa.

Na decisão, o ministro ainda faz a ressalva do precedente que essa decisão teria para outros órgãos governamentais: "a absurda possibilidade de um município renomear sua Câmara Municipal para 'Senado Municipal' ou sua Prefeitura para 'Presidência Municipal' exemplifica os riscos dessa flexibilização", compara.

Ele reforça que esse tipo de alteração pode causar "confusão institucional, prejudicaria a uniformidade do sistema e poderia levar a conflitos interpretativos, tanto no âmbito jurídico quanto administrativo".

Vereadores são a favor da mudança

Em março, os vereadores de São Paulo aprovaram o Projeto de Emenda à Lei Orgânica que prevê a mudança do nome da GCM para Polícia Municipal.

A votação aconteceu duas semanas depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir que os municípios brasileiros têm competência para instituir que as guardas civis municipais atuem em ações de segurança urbana. Após este entendimento, algumas cidades, como São Bernardo do Campo, aprovaram a mudança do nome de guarda para polícia.

Contudo, menos de 24 horas depois de a aprovação, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) anunciou que entraria na Justiça para anular a alteração. Para o MP, mudar o nome da Guarda é inconstitucional, porque "a expressão 'polícia' é usada para órgãos específicos, com atribuições bem delineadas no texto constitucional, que não se confundem com as das guardas", segundo a instituição.

A mudança foi debatida no TJ-SP, que anulou a alteração do nome, e, agora, na instância superior, o STF, que retificou a decisão do TJ-SP.

O Domingo de Ramos, também conhecido como Domingo da Paixão, marca o início da Semana Santa, e é justamente o momento da entrada de Jesus em Jerusalém, quando ele foi ovacionado pelas pessoas com mantos no chão e ramos nas mãos. Neste domingo, 13, fiéis cristãos, em especial os católicos, celebram a tradição, neste período que antecede a Páscoa, que este ano será celebrada no próximo domingo, 20.

"É muito mais do que uma simples tradição de levar ramos abençoados para casa. Marca o início da Semana Santa, o tempo mais importante do ano para nós, cristãos. Neste dia, celebramos a entrada de Jesus em Jerusalém, a cidade onde ele entregaria a vida por amor a todos nós", diz Dom Leomar Antônio Brustolin, arcebispo de Santa Maria (RS), por meio de artigo divulgado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

É uma celebração que reúne alegria e dor, vitória e sofrimento. De um lado, a multidão que acolhe Jesus com festa; de outro, já se faz presente a sombra da cruz que se aproxima.

"O interessante desse momento para os cristãos é que ele dá início a uma reflexão marcada pela humildade, porque ele entra nessa cidade montado em um jumento, enquanto o símbolo do poder é justamente o cavalo. Então, o fato de ele estar nesse animal muito mais simples, humilde, revela justamente que ele está se entregando para a humanidade com o grande momento da ressurreição, que será justamente na Páscoa", explica Oscar D'Ambrosio, crítico e curador de arte.

Segundo ele, não se pode esquecer que o conceito da entrada de Jesus em Jerusalém é o início de uma jornada, um dos momentos mais importantes para a fé cristã, porque a morte dele simboliza a redenção do pecado original cometido por Adão e por Eva. "No momento que ele morre por nós, pela humanidade, ele nos redime desse pecado original", afirma D'Ambrósio.

Na procissão de Ramos, os fiéis saem em comunidade, com os ramos nas mãos, para manifestar o desejo de acolher Jesus em suas vidas.

"Esse ramo geralmente é guardado em algum local importante da residência, porque ele simboliza justamente a sua fé, a sua comunhão com Jesus", completa o especialista em história da cultura.

No Brasil, a missa de Domingo de Ramos, mais uma vez, trouxe muitos devotos ao Santuário Nacional de Aparecida, no interior de São Paulo. A celebração, que marca o início da Semana Santa, foi presidida pelo, aniversariante do dia, arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes.

Domingo de Ramos: papa Francisco faz nova aparição e surpreende fiéis

Um papa Francisco convalescente saudou a multidão na Praça de São Pedro neste Domingo de Ramos, 13, desejando a mais de 20 mil fiéis um "bom Domingo de Ramos, uma boa Semana Santa", em outra sinalização pública tranquilizadora de sua recuperação depois de uma pneumonia bilateral que colocou em risco sua vida.

Em homilia preparada para o Domingo de Ramos e lida por um alto cardeal do Vaticano, Francisco instou os fiéis a carregarem a cruz "daqueles que sofrem ao nosso redor" para marcar o início da solene Semana Santa, tradição cristã que relembra a paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo.

O que acredita-se ser a primeira estrela a ser observada "engolindo" um planeta foi registrada pelo Telescópio Espacial James Webb, da NASA. Trata-se de uma estrela localizada na galáxia da Via Láctea, a cerca de 12.000 anos-luz de distância da Terra, e de um planeta do tamanho de Júpiter que orbitava bem próximo da estrela.

As novas descobertas sugerem que a estrela, na verdade, não inchou para envolver um planeta, como se supunha anteriormente. Em vez disso, as observações de Webb mostram que a órbita do planeta encolheu com o tempo, aproximando-o lentamente de sua morte até que ele fosse totalmente engolido.

"Por se tratar de um evento tão novo, não sabíamos muito bem o que esperar quando decidimos apontar esse telescópio em sua direção", disse Ryan Lau, astrônomo e principal autor do novo artigo..

"Com o olhar de alta resolução no infravermelho (do telescópio), estamos aprendendo informações valiosas sobre o destino final dos sistemas planetários, possivelmente incluindo o nosso", disse o cientista.

O Telescópio Espacial James Webb é o principal observatório de ciências espaciais do mundo. "O Webb está solucionando mistérios em nosso sistema solar, olhando para mundos distantes ao redor de outras estrelas e investigando as misteriosas estruturas e origens de nosso universo e nosso lugar nele", afirma a NASA, líder do programa internacional junto à ESA (Agência Espacial Europeia) e à CSA (Agência Espacial Canadense).

Uma investigação inicial de 2023 levou os pesquisadores que acompanhavam este caso a acreditarem que a estrela era parecida com o Sol e que estava em processo de envelhecimento há centenas de milhares de anos, expandindo-se lentamente à medida que esgotava seu combustível de hidrogênio.

Entretanto, as novas descobertas mostraram uma história diferente: com uma sensibilidade e resolução espacial poderosas, o telescópio Webb conseguiu medir com precisão a emissão oculta da estrela e de seus arredores imediatos, que se encontram em uma região do espaço muito populosa. Descobriu-se que a estrela não era tão brilhante quanto deveria ser se tivesse evoluído para uma gigante vermelha, indicando que não havia inchaço para engolir o planeta, como se pensava.

Os pesquisadores sugerem que, em um determinado momento, o planeta era do tamanho de Júpiter, mas orbitava bem próximo da estrela, mais próximo até do que a órbita de Mercúrio ao redor do nosso Sol. Ao longo de milhões de anos, o planeta orbitou cada vez mais perto da estrela, o que levou a uma consequência catastrófica.

"O planeta, ao cair, começou a se espalhar ao redor da estrela", disse Morgan MacLeod, membro da equipe do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts em Cambridge, Massachusetts.

Em sua queda final, o planeta teria expelido gás das camadas externas da estrela. À medida que ele se expandia e esfriava, os elementos pesados desse gás se condensavam em poeira fria no ano seguinte.

"Com um telescópio tão transformador como o Webb, era difícil para mim ter qualquer expectativa do que encontraríamos nos arredores imediatos da estrela", disse Colette Salyk, do Vassar College em Poughkeepsie, Nova York, pesquisadora de exoplanetas e coautora do novo artigo. "Eu diria que não esperava ver o que tem as características de uma região de formação de planetas, mesmo que os planetas não estejam se formando aqui".

O que acontece após o planeta ser engolido?

A capacidade de caracterizar esse gás expelido pelo planeta abre mais questões para os pesquisadores sobre o que realmente aconteceu depois que ele foi totalmente engolido pela estrela.

"Esse é realmente o precipício do estudo desses eventos. Esse é o único que observamos em ação, e essa é a melhor detecção das consequências depois que as coisas se acalmam", disse Lau. "Esperamos que este seja apenas o início de nossa amostra."

Os pesquisadores esperam aumentar sua amostra e identificar futuros eventos como este usando o futuro Observatório Vera C. Rubin e o Telescópio Espacial Nancy Grace Roman da NASA, que pesquisará grandes áreas do céu repetidamente para procurar mudanças ao longo do tempo.

As descobertas da equipe foram publicadas na quinta-feira, 10, no The Astrophysical Journal.