MC Carol afirma que Anitta se diz funqueira, mas não é

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Em participação no programa online De Frente com Blogueirinha, a cantora MC Carol teve uma fala polêmica: afirmou que Anitta se diz funqueira, mas não é. O trecho, que dividiu opiniões nas redes sociais, foi ao ar nesta segunda-feira, dia 6.

 

Durante o "bate-bola" de perguntas, Blogueirinha pediu para que MC Carol citasse uma cantora de funk. "Tati Quebra Barraco", respondeu a artista. Depois, a apresentadora pediu para que Carol citasse "uma [cantora] que se diz funkeira". Após pensar, a convidada respondeu "Anitta".

 

Em seguida, MC Carol já se defendeu. "Ah, gente, Anitta não é funk, é melody. O estilo da Anitta é melody, não é funk".

 

Mesmo com a argumentação de MC Carol, alguns internautas criticaram a declaração da cantora. "Anitta é funkeira sim, a rainha do funk", escreveu um. "Alguém avisa pra ela que funk melody continua sendo funk?", disse outro.

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O governo federal criou 1,4 milhão de matrículas de educação integral na rede pública brasileira em dois anos, superando a meta fixada pelo Ministério da Educação (MEC) de gerar 1 milhão de matrículas na modalidade nesse período. Mas, apesar do aumento, o ritmo de expansão do ensino integral caiu em 2024, em comparação com o ano anterior.

O MEC divulgou nesta quarta-feira, 9, dados do Censo Escolar 2024, que traz informações anuais sobre a educação básica no País. O levantamento é feito pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Considerando apenas matrículas em escolas públicas, o MEC criou em 2023 e 2024 cerca de 1,4 milhão de vagas no ensino integral, superando a meta em 43%. Já no universo total de escolas, houve incremento de 1,5 milhão de matrículas na modalidade, ultrapassando a meta em 57,49%.

A ampliação da educação integral é uma das principais políticas do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em julho de 2023,o governo sancionou a lei que criou o Programa Escola em Tempo Integral, cuja meta final é criar 3,6 milhões de matrículas até o fim desta gestão, em 2026. Na ocasião, o ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou aporte de R$ 4 bilhões para a iniciativa.

A reforma do ensino médio, sancionada em 2017 e revista no ano passado, tem como um dos objetivos a ampliação no número de matrículas em tempo integral na etapa. Antes da mudança, os estudantes tinham uma carga horária obrigatória de 800 horas por ano, cerca de 4 horas por dia. A meta final do modelo é chegar progressivamente a um regime no qual o estudante curse ao menos 7 horas por dia.

Crescimento desacelera

Apesar do aumento no número de matrículas, os dados do Censo mostram uma queda no ritmo de abertura de novos postos na educação integral.

No primeiro ano de governo, a gestão registrou aumento de 12,45% na quantidade de matrículas de ensino integral na rede pública em comparação com 2022, passando de 6,5 milhões para 7,3 milhões. Já em 2024, o aumento foi de 8,5%, saltando para 7,9 milhões de matrículas.

A etapa com maior crescimento no número de matrículas integrais desde o primeiro ano do governo Lula foi o ensino fundamental, com um aumento de 28,3%. Depois, aparece a educação infantil, com 17,5% de crescimento de matrículas integrais no período e, por fim, o ensino médio, com 14% de aumento.

País descumpre meta do Plano Nacional de Educação

Os dados do Censo, no entanto, mostram que o Brasil não conseguiu cumprir a meta estabelecida pelo Plano Nacional de Educação (PNE) de garantir que 25% dos alunos de escolas públicas em jornada integral até 2024.

De acordo com as informações, 21,1% do total de matrículas das escolas públicas estão em formato integral. No Censo Escolar anterior, referente a 2023, o porcentual era de 20,6%.

O PNE foi aprovado em 2014 e fixou metas para a educação brasileira pelos próximos dez anos. A vigência do plano terminou no ano passado e agora um novo texto é discutido pelo Congresso.

Uma década após a implementação do Plano Nacional de Educação (PNE), o número de matrículas do ensino médio técnico atingiu apenas metade (49,6%) do que a meta previa para o meio desta década.

Em 2014, o Brasil aprovou o PNE que estipulava que a educação profissional e tecnológica no nível médio deveria triplicar até o ano passado, chegando a 4.808.838 de matrículas.

O PNE tomou como dado base 1,6 milhão de matrículas, número registrado na época de sua aprovação. Apesar da expansão do ensino técnico ao longo dos anos, a meta não foi batida e o país registrou em 2024, apenas 2.389.454 matrículas de nível médio no ensino técnico, o que representa 49,6% da meta fixada.

A educação profissional e tecnológica é um dos principais investimentos de países ricos em seus sistemas de ensino. Na visão de pesquisadores, a modalidade pode abrir portas no mercado de trabalho, além de ampliar a remuneração e até contribuir para aumento do PIB do País.

O Ministério da Educação (MEC) divulgou nesta quarta-feira, 9, dados do Censo Escolar 2024, que traz informações anuais sobre a educação básica no País. O estudo é feito pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Reforma do ensino médio impacta o setor

A reforma do ensino médio, revista no ano passado, tem como um dos objetivos ampliar o número de matrículas no ensino técnico. O formato possibilita que os estudantes escolham um itinerário para aprofundar sua formação, um dos cinco disponíveis é justamente a educação profissional.

A mudança no formato dessa etapa de ensino foi apresentada como uma estratégia para deixar o currículo menos engessado e mais conectado às demandas do mercado de trabalho. A implementação da reforma na prática, porém, foi alvo de queixas.

Uma delas era o número alto de possíveis itinerários formativos, o que dificultava a adoção do modelo na prática, sobretudo nas escolas públicas. Também havia críticas em relação à baixa carga horária de algumas disciplinas. Diante disso, o MEC decidiu fazer ajustes no formato.

Apesar do objetivo inicial de fortalecer os cursos técnicos e profissionalizantes, o número de matrículas da educação profissional corresponde a cerca de apenas 13,1% do total de matrículas no ensino médio. O cálculo considera as modalidades "curso técnico integrado ao ensino médio" e "ensino médio normal/magistério", indicados por técnicos do Inep como viés mais preciso.

Em países como a Finlândia, referência em educação, o porcentual chega a 68%. Na Alemanha, conhecida por ter uma rede de educação profissional robusta, o índice é de 49% na Alemanha.

Total cresce, mas em ritmo mais lento

O Censo traz ainda o número total de matrículas na Educação Profissional (que inclui também o ensino fundamental) mostrando que embora o Brasil continue ampliando esse universo, o ritmo em comparação com o ano passado diminuiu.

Em 2023, segundo o Censo, foram 2,4 milhões de matrículas na modalidade, número 12,1% maior do que o registrado em 2022. Já neste ano, a quantidade chegou a 2,5 milhões, com um aumento de apenas 6,7%.

O ministro da Educação, Camilo Santana, já deu diversas declarações públicas defendendo o fortalecimento dessa modalidade no país. Nesse contexto, o MEC anunciou a criação de 100 novos Institutos Federais no país, com investimento de R$ 3,9 bilhões por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

No mês passado, a pasta lançou o programa "Partiu IF", cujo foco é fornecer aulas para recuperar a aprendizagem de estudantes do 9º e auxiliar sua entrada na educação profissional.

O MEC aposta ainda no programa "Juros por Educação" que prevê a renegociação das dívidas públicas dos Estados e redução da taxa de juros caso o valor economizado seja investido na expansão de matrículas em educação profissional.

Ensino médio retoma crescimento

O ensino médio retomou expansão em 2024 após registrar queda no número de matrículas em 2023. Os dados do Censo mostram que foram 113.653 matrículas a mais na etapa no ano passado em comparação com a edição anterior do levantamento. No total, há 7,7 milhões de matrículas no médio.

Na época, o MEC explicou que a queda apresentada em 2023 foi decorrente da retomada do formato tradicional das atividades após o período da pandemia.

Durante a emergência em saúde, as redes deixaram de reprovar os estudantes, com isso, houve maior retenção dos alunos. Após o fim do chamado "continuum curricular", quando o período de dois anos foi considerado um ciclo único, as escolas voltaram ao molde tradicional, ocasionando a reprovação, e retendo menos alunos.

Em 2024, o governo federal implementou o programa Pé-de-meia para tentar reduzir a evasão na etapa. A iniciativa prevê o pagamento de uma bolsa de R$ 200 por mês para estudantes de ensino médio, e uma poupança adicional de R$1 mil ao fim de cada ano da etapa. O programa é a principal política do Governo Lula 3.

O Brasil ficou praticamente estagnado no número de matrículas no ensino infantil (creche e pré-escola) de 2023 para 2024, segundo dados do Censo Escolar divulgados nesta quarta-feira, 9. O estudo é realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep), órgão do Ministério da Educação (MEC). Em 2023, havia 9,461 milhões de alunos nessa etapa; no ano seguinte, o total passou para 9,491 milhões.

O crescimento do número de matrículas na educação infantil desde 2014 era uma das metas do Plano Nacional da Educação (PNE) 2014-2024, e foi interrompido durante a pandemia, em 2020 e 2021. A partir de 2022, o número voltou a crescer, o que ocorreu também em 2023. Em 2024, porém, houve desaceleração desse ritmo - a alta anual foi de apenas 30 mil, somadas as matrículas da creche e da pré-escola.

A maior parte das crianças na educação infantil está no sistema público, majoritariamente na rede municipal, responsável pelos anos iniciais da educação básica. Duas em cada três crianças que frequentam creches estão matriculadas na rede pública.

Os números de matrículas no ensino infantil ficaram distantes das metas do PNE 2014-2024. O documento, que serve como balizador da educação do País durante uma década, previa como objetivo ter 50% das crianças até 3 anos matriculadas na creche ou pré-escola até 2024 e 100% das crianças de 4 e 5 anos matriculadas até 2016.

Hoje, cerca de 34,5% das crianças até 3 anos de idade estão matriculadas na creche ou na pré-escola. Cerca de 91% das crianças entre 4 e 5 anos estão matriculadas na creche ou na pré-escola.

As proporções foram calculadas a partir do número de matrículas de 2024 e do total de crianças nessas faixas etárias em 2023, contabilizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua Anual.

Apenas nas creches, a primeira etapa escolar, que não é obrigatória e contempla crianças geralmente até os 3 anos de idade, as matrículas passaram de 4,122 milhões em 2023 para 4,187 milhões em 2024. Dentre as crianças matriculadas na creche, 1 em cada 3 estão em instituições privadas, o maior porcentual entre toda as etapas da educação básica, destaca o diretor de Estatísticas Educacionais do MEC, Carlos Eduardo Moreno.

Já na pré-escola, obrigatória para crianças a partir de 4 anos de idade, o Censo Escolar de 2024 mostra que quantidade de matrículas registrou leve queda em relação ao ano anterior. Eram 5,338 milhões de alunos em 2023 e 5,304 em 2024.

Como não foram alcançadas, as metas anteriores devem ser mantidas para o PNE 2024-2034. O governo federal enviou, no ano passado, o texto para o próximo Plano Nacional da Educação repetindo a meta de universalizar o acesso à escola de crianças de 4 a 5 anos e ampliando para 60% a meta de crianças até 3 anos matriculadas. O texto ainda não foi analisado pela Câmara de Deputados, mas deve estar entre os assuntos prioritários a serem tratados neste ano.

Uma comissão parlamentar foi criada para discutir a proposta para o novo PNE, elaborada pelo MEC a partir das contribuições de um grupo de trabalho, da sociedade, do Congresso, de Estados, municípios e conselhos de educação. O texto contém 18 objetivos educacionais e 58 metas, cada uma com um conjunto de estratégias de políticas, programas e ações para alcançar os objetivos propostos.

Estudos apontam que os primeiros anos escolares são essenciais no desenvolvimento infantil, com impactos para toda a vida. Embora na última década o Brasil tenha melhorado os indicadores de acesso ao ensino infantil - composto pela creche e pré-escola, ainda está longe da universalização de acesso nessa etapa de ensino.

A desigualdade no acesso também é um problema. Cerca de 60% das crianças na primeira infância inscritas no Cadastro Único nunca frequentaram creche ou pré-escola, segundo estudo realizado pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal.

Para além do ingresso, é preciso garantir a qualidade da educação nessa etapa, reforçam os especialistas. Evidências científicas apontam que o desenvolvimento cerebral tem seu ápice de aprendizagem durante a primeira infância, por isso essa fase é considerada essencial para construir habilidades que serão importantes durante toda a vida.

Na creche e na pré-escola, devem ser oferecidas experiências que as crianças muitas vezes não têm acesso em casa, como contação de histórias e atividades culturais, que promovem o enriquecimento do aprendizado e facilitam a alfabetização.

O governo federal anunciou, no ano passado, a nova Política Nacional Integrada para Primeira Infância. Uma das ações planejadas é a criar um aplicativo para estudantes da educação infantil que funcionará como caderneta digital, reunindo dados escolares de crianças até 6 anos, além de informações sobre vacinação e participação em programas sociais. Além do app, há discussões para intensificar a vacinação nas escolas e a qualificação dos conselhos tutelares.